É fato que em muitas propriedades onde predominam gado  de raças puras européias como Jersey, Holandesa entre outras, há o descarte de bezerros machos logo após o nascimento. Mesmo com o emprego de sêmen sexado existe uma porcentagem de nascimentos de machos,sendo antieconômico a criação destes.Tenho grande interesse no gado Jersey por sua docilidade, rusticidade e alto teores de sólidos no leite. Vejo na raça uma grande possibilidade de melhorar a atividade leiteira, porém o que fazer com os machinhos nascidos? Já existe alguma prática adotada por criadores que não seja o descarte? Agradeço a todos que puderem dar sugestões. 

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Rede de Pesquisa e Inovação em Leite.

Participe da Rede de Pesquisa e Inovação em Leite

Enviar-me um email quando as pessoas responderem –

Respostas

  • Prezada Martineli Garcia,

    Sou veterinária e trabalho com rebanho holandês, também me preocupo com esse descarte e já procurei algumas alternativas, mas infelizmente, na minha região criar para vender como reprodutor é inviável, o valor pago pelo animal adulto não cobre os gastos gerados pelo animal, considerando somente gastos com alimentação.

    Não li todos os comentários por completo, e não vi se isso foi mencionado, mas gostaria de alertá-la sobre esse cruzamento de jersey com outras raças, isso pode gerar bezerros grandes e causar problemas de parto.

  • @Gir Leiteiro,

    Aqui é muito bom mesmo. E eu que sou aqui de perto de vc fico impressionado em encontrarmos pessoas de sucesso como voces nesses meios. Tem muito a contribuir.

    Sidney

  • Puxa vida devo agradecer vocês ganharam meu dia que site fantástico cheio de noticias não me canso de Elogiar já é a minha terceira visita por aqui absolutamente fantástico.


    https://www.estanciatamburil.com.br

  • O tema é excelente. Depois de ler vários trabalhos, e fazer muita conta, por enquanto estamos optando por não produzir a novilha. Nossa opção é vender 100% da cria cruzada com touro de corte PO (nelore, tapabuã, angus).Com a venda dos bezerros, compramos animais de alto potencial genético já selecionados, já inseminados e com nascimento de fêmea garantido.A venda é excelente conseguimos 80% a 90% do preço de um bezerros de corte.

    O principal fator que nos levou a essa opção foi o tempo necessário para conseguirmos a produção de uma vaca, em torno de 2,5 anos. Além do ponto de vista de negócios, nosso entendimento é que produção de leite é um tipo de negócio totalmente diferente da produção de vacas leiteiras. Tentar iniciar a atividade leiteira ao mesmo tempo que tentar iniciar a atividade de produção de novilhas significa, na nossa opinião, iniciar dois negócios ao mesmo tempo. Uma coisa é ter uma transportadora, outra é fazer o caminhão. Não que ambos não sejam lucrativos, mas requerem especialização, investimento e conhecimento diferentes.

    Mesmo com sêmen sexado, você terá em torno de 10% de machos. Esses machos, economicamente, devem ser descartados, ou considerados custo da atividade. Dificilmente o retorno será positivo. Se você inseminar em uma matriz de boa produção, que não seja PO e testada, a fêmea também terá um valor comercial médio e terá um custo de formação de 2,5 anos. Na vaca média, ainda existe um risco de não conseguir uma boa vaca leiteira, o que não ocorre se você comprar um animal em produção. O Jersey e o Holandês, mesmo PO, tem regiões que no máximo aceitam doados (veja o post abaixo). É diferente de uma macho nascido de FIV ou inseminado em vacas testadas, ele tem grande chance de ir para uma central ou mesmo virar touro de fazendas.

    Eu entendo que tem produtores que gostam de fazer a própria vaca, mas nesse caso, precisa pensar em todo um procedimento de reprodução, cio, inseminação etc.

    Saudações a todos.

  • Boa tarde tenho interesse em adquirir bezerros holandês PO  recém-nascidos. Se alguém quiser doar estou a disposição.

    At. Clemente 


  • Boa noite Martineli,

    Sou novo aqui, criamos nelore e guzera PO aqui na fazenda. Sou do Rio de Janeiro e estou largando o ramo da topografia e arquitetura e vindo para a roça. Estou querendo iniciar na atividade leiteira e como você me encantei com o Jersey, mesmo sendo alvo de muitas criticas aqui na região (Matias Barbosa - MG) E minha esposa participa da sua opinião sobre o descarte dos machos, acha uma crueldade... Conversando com um técnico da Embrapa, ele me deu a seguinte sugestão, inseminar de Sindi (que são pequenos e parrudos) e criar toda a cria para corte, independente de sexo e fazer a renovação do plantel com vacas selecionadas com o lucro da venda desses bezerros, achei a ideia interessante, mas ainda estou na fase de projetos, visitas a propriedades e ouvindo (e agora aqui lendo) muito. Gostaria de saber a opinião de todos. Obrigado 


    Martineli Garcia disse:

     Amigo Francisco,

    por enquanto não faço nenhum dos cruzamentos que citei anteriormente.Levantei a questão por ter visto reportagens muito interessantes sobre o assunto. Creio que na atividade leiteira assim como em qualquer outro negócio rural ou urbano é necessário arriscar sim, porém munido de informação. Nada melhor do que procurar uma orientação técnica competente pra não sair "atirando pra todos os lados".Informação é sempre muito bem vinda pra uma pessoa curiosa e  apaixonada pela produção de leite.

    Caro Marcelo, concordo com você.

    Muitos são os produtores que não tem recursos nem informações.Outros permanecem acomodados e não querem mudar o manejo da propriedade, mesmo que esta mudança seja pra melhorar sua renda e qualidade de vida. Por que não lançar mão de criar tourinhos para repasse e atender a demanda desse perfil de produtores? Você tá certo em fazer isso.Quanto a raça Jersey, tenho sim grande interesse,são vaquinhas que me impressionam por todas as qualidades que oferecem  a uma propriedade leiteira, mas antes de qualquer decisão quero me cercar de informações e possibilidades. Já trabalhamos com gado girolando e as crias machos são muito procuradas por produtores que fazem a recria. O mesmo não acontece quando apuramos mais a raça,daí o interesse também nos cruzamentos que citei anteriormente.Mas veja, a recria de tourinhos puros, mesmo não sendo muito lucrativa é uma ótima ideia.

    Entendo por descarte de bezerros machos, a morte dos mesmos logo após seu nascimento. Opinião pessoal é que além de desumano, existe um dito popular que diz "que na roça tudo se aproveita, nada se perde". Partindo daí, levanto novamente a questão dos cruzamentos que citei anteriormente, com objetivo de venda dos machos pra recria, gostaria que se alguém tiver na prática essa experiência, compartilhe aqui. Obrigado a todos por partilhar seus conhecimentos e opiniões.

  • Boa noite Martineli infelizmente a criação desses bezerros ainda é inviável  para a cadeia produtiva do gado de leite .

  • Nildo,

    Obrigado pela resposta. Muito interessante saber que existe essa parceria com um produtor de gado de corte.

    Abs

    Rodrigo
  • Rodrigo

    Os terneiros desmamados com 8 semanas esta entorno de R$ 350,00 na região já terneiros com 90 dias

    o valor é R$ 400 a 450,00. Há uma  retorno de 20 a 30% por cabeça. Os criadores de gado de corte em alguns casos fornecem o sêmem  ou touro (próprio)  Angus ao produtores de leite garantindo a compra da cria.

    Nildo

  • Amigos,

    Por quanto vcs conseguem vender os bezerros de descarte?

    Nildo,

    Vc consegue vender a quanto, em média, esses bezerros quem nasceram de inseminação com Angus?

    Grato.
This reply was deleted.