INTERBULL é um “Sistema Internacional de Avaliação de Touros”, sediado na Suécia, com 34 países membros. O objetivo é o desenvolvimento e padronização das avaliações genéticas internacionais dos bovinos, incluindo 6 raças (Holandês, Ayrshire, Pardo Suíço, Guernsey, Jersey e Simental) e 6 grupos de características (produção de leite, saúde do úbere, conformação, longevidade, facilidade de parto e características de fertilidade das fêmeas).

A metodologia utilizada é o “MACE” (Avaliação Múltipla entre Países), apresentando duas vantagens em relação a outros métodos: utiliza todas as relações conhecidas entre os animais e considera a possibilidade de ocorrência de interação genótipo x ambiente nos diferentes países.

Dessa forma, em países com condições climáticas e sistemas de produção semelhantes seria possível utilizar touros provenientes de diferentes países aumentando assim a intensidade de seleção e o progresso genético. Vocês acreditam que seria interessante a participação do Brasil no Interbull ou em avaliação genética internacional semelhante?


Fonte: http://www.milkpoint.com.br/artigos-tecnicos/melhoramento-genetico/interbull-15807n.aspx.

 

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Respostas

  • Bom dia Marcio.

    Não tenho certeza quanto à necessidade de termos um Teste de Progênie para podermos participar do INTERBULL. Talvez alguém mais ligado à Organização possa nos esclarecer melhor. Temos sim, como a Glaucyana já disse, que nos adequarmos quanto aos critérios do INTERBULL para a coletas de dados (fenotípicos e de pedigree). Dessa forma poderemos participar das avaliações genéticas internacionais pela metodologia MACE considerando também os registros fenotípicos coletados no Brasil, e termos disponíveis os Valores Genéticos Preditos dos touros sob a nossa base genética. É uma forma de diminuirmos aquela confusão (citada acima) referente às diferentes bases genéticas e escalas, bem como considerar o desempenho dos animais em nossas condições de ambiente.

     

    Um abraço.

    Rodrigo Junqueira Pereira


    Marcio Nery Magalhães Junior disse:

    Todos parecem fechar questão quanto a entrada do Brasil no Interbull. 
    Me parece entretanto que para isso ocorrer é necessário que tenhamos um teste de progênie nacional o que está muito longe de acontecer. 

    Glaucyana Gouvêa dos Santos disse:

    Boa tarde Rodrigo,

     

    Muito obrigada por suas colocações e ponderações tão pertinentes ao tema!

     

    A interação genótipo x ambiente é preocupação real na escolha de animais, e principalmente, na compra de sêmen de animais importados. Inicialmente, acreditava-se que os produtores deveriam adquirir sêmen de touros holandês classificados nos primeiros lugares das avaliações genéticas realizadas em outros países com tradição na criação e melhoramento desses animais. Esse fato tem sido desmistificado ao longo dos anos através do desenvolvimento e publicação de diversos trabalhos.

     

    Dessa forma, os criadores passaram a ter acesso a material genético importado de qualidade, mais adequado às condições brasileiras e com preços mais acessíveis. Possibilitando assim, a posterior avaliação de animais Holandês no Brasil e o cruzamento com outras raças como o Gir.

     

    São de extrema importância as avaliações genéticas das diversas raças, chamando a atenção ao fato, que o Rodrigo  havia citado a respeito das diferenças existentes quanto às bases genéticas e resultados distintos publicados. Essas diferenças podem ocorrer em sumários de uma mesma raça no Brasil, por exemplo, impossibilitando a comparação de animais de sumários distintos. Devido a isso, seria muito interessante a participação do Brasil no Interbull, o que possibilitaria avaliar animais de diversos países em nossas condições. Aumentando e diversificando os animais a serem utilizados nas propriedades e em programas de melhoramento genético.

     

    Espero que as discussões continuem e pensemos no próximo fórum... Lembrando que aqueles que desejarem podem lançar ou sugerir um novo tema!

     

    Glaucyana.

     

     

     

     

     

     

  • Bom dia Márcio,

     

    Concordo plenamente com sua colocação. Primeiramente, é necessário realizar coleta criteriosa dos dados (controle leiteiro, dados zootécnicos e de pedigree) de diferentes rebanhos da raça Holandês no Brasil, permitindo assim, a avaliação genética periódica da raça no Brasil. Lembrando também que, assim como o Rodrigo havia dito anteriormente, os touros mais jovens possuem poucas filhas com registro de produção, restringindo a publicação desses resultados.

     

    Dessa forma, é essencial o esforço brasileiro no sentido de estruturar melhor a avaliação genética da raça Holandês almejando a participação futura no Interbull.

     

    Um abraço,

    Glaucyana. 

     

     

     

  • Boa tarde Rodrigo,

     

    Muito obrigada por suas colocações e ponderações tão pertinentes ao tema!

     

    A interação genótipo x ambiente é preocupação real na escolha de animais, e principalmente, na compra de sêmen de animais importados. Inicialmente, acreditava-se que os produtores deveriam adquirir sêmen de touros holandês classificados nos primeiros lugares das avaliações genéticas realizadas em outros países com tradição na criação e melhoramento desses animais. Esse fato tem sido desmistificado ao longo dos anos através do desenvolvimento e publicação de diversos trabalhos.

     

    Dessa forma, os criadores passaram a ter acesso a material genético importado de qualidade, mais adequado às condições brasileiras e com preços mais acessíveis. Possibilitando assim, a posterior avaliação de animais Holandês no Brasil e o cruzamento com outras raças como o Gir.

     

    São de extrema importância as avaliações genéticas das diversas raças, chamando a atenção ao fato, que o Rodrigo  havia citado a respeito das diferenças existentes quanto às bases genéticas e resultados distintos publicados. Essas diferenças podem ocorrer em sumários de uma mesma raça no Brasil, por exemplo, impossibilitando a comparação de animais de sumários distintos. Devido a isso, seria muito interessante a participação do Brasil no Interbull, o que possibilitaria avaliar animais de diversos países em nossas condições. Aumentando e diversificando os animais a serem utilizados nas propriedades e em programas de melhoramento genético.

     

    Espero que as discussões continuem e pensemos no próximo fórum... Lembrando que aqueles que desejarem podem lançar ou sugerir um novo tema!

     

    Glaucyana.

     

     

     

     

     

     

    • Todos parecem fechar questão quanto a entrada do Brasil no Interbull. 
      Me parece entretanto que para isso ocorrer é necessário que tenhamos um teste de progênie nacional o que está muito longe de acontecer. 

      Glaucyana Gouvêa dos Santos disse:

      Boa tarde Rodrigo,

       

      Muito obrigada por suas colocações e ponderações tão pertinentes ao tema!

       

      A interação genótipo x ambiente é preocupação real na escolha de animais, e principalmente, na compra de sêmen de animais importados. Inicialmente, acreditava-se que os produtores deveriam adquirir sêmen de touros holandês classificados nos primeiros lugares das avaliações genéticas realizadas em outros países com tradição na criação e melhoramento desses animais. Esse fato tem sido desmistificado ao longo dos anos através do desenvolvimento e publicação de diversos trabalhos.

       

      Dessa forma, os criadores passaram a ter acesso a material genético importado de qualidade, mais adequado às condições brasileiras e com preços mais acessíveis. Possibilitando assim, a posterior avaliação de animais Holandês no Brasil e o cruzamento com outras raças como o Gir.

       

      São de extrema importância as avaliações genéticas das diversas raças, chamando a atenção ao fato, que o Rodrigo  havia citado a respeito das diferenças existentes quanto às bases genéticas e resultados distintos publicados. Essas diferenças podem ocorrer em sumários de uma mesma raça no Brasil, por exemplo, impossibilitando a comparação de animais de sumários distintos. Devido a isso, seria muito interessante a participação do Brasil no Interbull, o que possibilitaria avaliar animais de diversos países em nossas condições. Aumentando e diversificando os animais a serem utilizados nas propriedades e em programas de melhoramento genético.

       

      Espero que as discussões continuem e pensemos no próximo fórum... Lembrando que aqueles que desejarem podem lançar ou sugerir um novo tema!

       

      Glaucyana.

       

       

       

       

       

       

  • Boa tarde Glaucyana.

    Primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo tópico, assunto de extrema importância.

     

    A participação do Brasil nas avaliações genéticas internacionais realizadas pelo INTERBULL para as raças leiteiras taurinas é de grande importância ou, por que não dizer, essencial.

     

    Digo isso por dois principais motivos:

     

    1º - Indiscutivelmente, existe interação entre o genótipo dos animais e o ambiente no qual estes estão produzindo. Tal existência pode ser comprovada por extensa literatura científica.

     

    2º - No Brasil, a grande maioria do sêmen utilizado (de raças leiteiras taurinas, mais especificamente, da raça Holandês) é proveniente dos EUA, Canadá e Holanda. Estes países possuem sistemas (ambientes) de produção diferentes da maior parte daqueles encontrados em nosso país. Portanto, dada à existência de interação genótipo x ambiente, a classificação dos touros em seu país de origem pode não ser a mesma no Brasil.

     

    Somam-se a isso as diferenças peculiares a cada país no que diz respeito à base genética, unidade dos valores genéticos, etc, o que torna a aquisição de sêmen pelos produtores uma tarefa bastante complicada. O produtor se depara com catálogos das diferentes centrais contendo as informações dos touros disponíveis, e necessita compará-los. Por exemplo, para os touros dos EUA, a avaliação genética para a produção de leite é apresentada na forma PTA (Predicted Transmitting Ability – “Habilidade Prevista de Transmissão”), a qual é a metade do "Valor Genético Estimado" (EBV – Estimated Breeding Value) e é expressa em libras. Para aqueles touros do Canadá e da Holanda, é utilizada a forma EBV expressa em quilogramas. Assim, o produtor não consegue comparar os touros de diferentes países para que julgue qual o de melhor custo/benefício.

     

    Os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, utilizando as informações fenotípicas disponíveis para a raça Holandês, realizam as avaliações genéticas e disponibilizam anualmente o “Sumário Nacional de Touros da Raça Holandesa” o que é uma iniciativa louvável, pois os touros são avaliados com base no desempenho de suas filhas aqui em nosso país. Entretanto, grande parte dos touros mais jovens (talvez a maioria com sêmen disponível nas centrais) não “aparecem” neste sumário, pois possuem poucas ou nenhuma filha com registro fenotípico aferido no Brasil.

     

    Portanto, os pesquisadores envolvidos deveriam realizar todos os esforços possíveis para que a participação do Brasil nas avaliações genéticas internacionais realizadas pelo INTERBULL ocorra.

     

    Enquanto isso não ocorre, uma interessante fonte de consulta para os produtores é o site http://www.dairybulls.com/. Neste é possível obter os EBVs dos touros expressos em quaisquer das 3 bases genéticas citadas acima, permitindo a comparação de touros de diferentes países.

     

    Um forte abraço e continuemos com as discussões.

  • Boa tarde a todos,

    Resolvi responder ao post do “INTERBULL” de maneira mais informativa. O objetivo inicial era estender um pouco mais a discussão sobre interação genótipo x ambiente, aprofundando nossos conhecimentos.

    O atual diretor do centro INTERBULL, Dr. João Dürr, é brasileiro, e em reunião realizada em nosso país no ano passado, declarou que há interesse real de que o Brasil participe do sistema internacional de avaliação com touros da raça Holandês, com diversas parcerias, inclusive da Embrapa.

    É importante ressaltar que não há ranqueamento internacional de touros, e sim, o cálculo dos valores genéticos desses animais nos diferentes países. Isso acontece porque as filhas dos touros apresentam desempenhos distintos considerando as diferentes condições de ambiente de cada país, ou seja, a avaliação do INTERBULL considera a ocorrência da interação genótipo x ambiente. A avaliação genética dos touros é realizada pelos 34 países membros de acordo com seus objetivos específicos, havendo assim, a publicação da classificação dos animais em cada país. O grau de semelhança no ranqueamento dos diferentes países é medido pela correlação genética entre o desempenho dos touros nos diferentes países.

    O MACE, metodologia utilizada no INTERBULL, combina a informação de cada país usando todos os relacionamentos existentes entre os animais, dentro da mesma população ou entre populações distintas, considerando também a interação genótipo x ambiente. Dessa forma, o MACE explica a possibilidade de um novo ranqueamento dos touros nos diferentes países.

    Além disso, é importante lembrar que não é possível comparar touros em provas de países distintos porque existem muitas diferenças, tais como: base genética, data da avaliação, expressão do mérito genético, unidade de medida da produção de leite.

    Fiquem à vontade se tiverem algum comentário ou sugestões para o próximo post.

    Obrigada,

    Glaucyana.

     

    312839236?profile=original

    Fonte: http://www.rehagro.com.br/siterehagro/publicacao.do?cdnoticia=966.

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