A FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) estima que a demanda por leite, em 2030, será superior ao dobro da quantidade no ano 2000. Dessa forma, logo pensamos em aumentar a produção de leite. No entanto, devemos conhecer e atender às exigências do novo perfil consumidor que está surgindo. Para isso vamos falar um pouco sobre o melhoramento genético sustentável.
O conceito de sustentabilidade, em melhoramento animal e reprodução, pode ser definido como a extensão em que cada animal contribui para o cuidado e manutenção dos recursos genéticos para as gerações futuras (SEFABAR_ Sustainable European Farm Animal Breeding and Reproduction, 2000). Apesar da importância do tema, a maioria dos produtores brasileiros tem focado, apenas, no aumento da produção, visando ganhos imediatos.
O melhoramento genético sustentável busca animais produtivos e equilibrados, criados em condições de bem-estar e que forneçam um produto de alta qualidade. Dessa forma, abrange também, aspectos de diversidade e conservação de recursos genéticos; considerando, é claro, a eficiência econômica do sistema e a preservação do ambiente. Esse conceito tem sido adotado pelas empresas que comercializam genética avícola e tem sido muito discutido em gado de corte, para que não seja fator limitante às exportações, principalmente, no que tange ao bem-estar dos animais.
Existem medidas simples que já vêm sendo adotadas instintivamente em alguns países e propriedades. Gostaria de saber se vocês conhecem alguma propriedade que tem adotado medidas nesse sentido, e se acreditam que vale à pena antecipar demandas futuras? Ou até mesmo almejar o mercado externo?
Respostas
Bom dia a todos!
Prezados Sidney e Jacson, gostaria de saber as raças que vocês criam em suas propriedades e quais os cruzamentos e composições genéticas presentes em seus rebanhos.
Pensando na implantação do melhoramento genético, primeiramente, seria necessário o levantamento dos índices da propriedade, assim como o Sidney fez, e identificar os melhores animais do rebanho. Dessa forma, de acordo com a taxa de descarte de animais, ao longo dos anos, seriam eliminados aqueles que apresentam menor produção, baixa eficiência reprodutiva ou maior susceptibilidade à doenças.
Além disso, a reposição do rebanho poderia ser feita com a seleção de animais da propriedade, da mesma forma que o Jacson, ou adquirindo animais melhoradores de vizinhos ou de criadores.
Nesse processo é muito importante evitar o acasalamento entre animais aparentados, evitando assim, a ocorrência de consanguinidade ou endogamia, que pode acarretar perdas. Esse é um dos princípios do melhoramento genético sustentável.
Vocês já tiveram alguma experiência com acasalamento consanguíneo? Foi possível observar as consequências ou alguma perda?
Aguardo as repostas para continuarmos a trocar experiências e opiniões.
Um abraço,
Glaucyana.
heheheheh, gostei, vc ta no caminho serto, eu sou jovem e tambem tenho a responsabilidade de tocar a propiedade, trabalhamos com a raça jersey, vc tem que cuidar, que de nada adianta vc ter uma genetica boa e não criar a bezeras como realmente deve ser criada, aqui tem varios criadoros, na nossa propiedade eu fiz a maternidade que a bezera fica até os 90 dias e e depois vai para um piquete maior, ali até os 90 dias ela ganha agua a vontade feno de tifton e o leite do primeiro dia aos 60 com ração a vontade até ela esta comendo 1 kilo por dia, a jersey no nosso objetivo é com 1 ano e 3 meses ja eta no tamanho ideal e peso ideal para enseminar que dai não é minha parte, eu pago um guri para fazer isso, mas eu compro particular o semem, por isso que comentei com vc, que a gente segura 3 a 4 bezeras por ano, porque o custo para criar elas é carro. mas da resultado..
com que tipo de pasto vcs trabalham ai, vo te passar meu msn, vai que ficamos amigos e um dia vc vem para o sul visitar minha propiedade e levar umas esperencias para sua...
jacsonoi@hotmail.com ai te mando umas fotos do nosso sistema de trabalhar...
Realmente este é o lugar para trocarmos informações.
Sobre nossa propriedade ela fica no município de Jandáia, interior de Goiás, distante da capital uns 100 km.
Nossa cultura do leite ja tem uns 50 anos começando com meu avô que comprou a chácara de 4 alqueires e criou seus 6 filhos.
O rebanho é pequeno e era formado por animais mestiços de produtividade média de 5 litros.
Com o falecimento de meu avô minha mãe herdou a propriedade mas não tinha condição de gerir sozinha. Foi ai que comecei a ajuda-la.
A primeira coisa que tivemos que fazer, opinião minha, foi registrar o que acontecia. Encontrei o programa Lactus da embrapa e como gosto muito de informática comecei a fazer o trabalho de registro.
Com os dados na mão comecei a tentar entender o que se passava e pude perceber, comparando com os vizinhos, que o desempenho não estava legal. O leite sustenta a propriedade e mal estava pagando os gastos básicos.
Nosso touro, jovem e muito danado só ficava no visinho. Monitoramos durante um ano algum curso de inseminação que fosse barato e saiu um na universidade federal. Fiz o curso e já fiquei ansioso por usar a tecnologia.
Uma central de semen se propos a emprestar o tanque (item mais caro para se começar a inseminação) para que levássemos o semen até a propriedade. Fiz uma adaptação no tronco que custou 150,00 reais. Acrescido dos outros itens que são usados e materiais estéreis que ficaram aproximadamente 200,00 começamos a fazer a inseminação.
Nossos resultados são bons pois ficaram dentro da média e para quem ta começando isso é muito bom.
Os vizinhos já estão interessados nos nossos bezerros e acreditamos que é algo que não tem volta.
Estudei sobre higiene na ordenha e começamos a fazer o teste da mastite subclinica uma vez ao mes.
Recebi muita ajuda aqui no forum, principalmente para ajudar a decidir que caminho tomar.
Vou pedir ajuda a meu amigo para fazermos um filminho da propriedade para mostrar.
Até
Prezados Jacson e Sidney, boa tarde!
Bom dia e obrigada por colaborarem para a nossa discussão com as experiências de suas propriedades.
Jacson, concordo com você. Para que um animal de mérito genético superior consiga expressar seu potencial produtivo seria necessário um ambiente adequado. Dessa forma, é muito importante a melhoria do ambiente e o melhoramento genético do rebanho de forma progressiva e organizada, com a anotação dos índices produtivos e avaliação econômica do sistema. Para iniciar o melhoramento genético do seu rebanho com resultados mais rápidos seria interessante a adoção da IA, mas seria importante avaliar o custo de acordo com seu sistema de produção. Existem boas opções de sêmen de alguns touros a um custo mais acessível.
O exemplo e a experiência do Sidney são excelentes para a produção de leite sustentável, porque além da adoção de tecnologias e manejo adequado dos recursos genéticos, o sistema é viável economicamente.
Sidney, gostaria de saber em que região está localizada a sua propriedade, e quais são seus estímulos para continuar progredindo na atividade leiteira?
Gostaria muito de saber um pouco mais a respeito da sua propriedade e de outros interessados para continuarmos nossas discussões e apresentar algumas alternativas viáveis para o melhoramento genético sustentável.
Em nossa propriedade fizemos a seguinte estratégia:
Primeiro melhoramos o alimento e o manejo.
Segundo trabalhamos com a inseminação artificial. Fizemos cursos e conversamos com outras pessoas que já usam.
Terceiro passamos agora para o IATF. Percebemos que poderemos ter muitos ganhos com a inseminação artificial em tempo fixo. Agora estamos buscando seguir naturalmente conhecer sobre transferência de embriões e FIV.
Mas afirmo para todos que a inseminação é muito vantajosa e não exige muito investimento.
Também estamos iniciando um projeto onde "alugamos" barrigas de aluguel dos vizinhos, ja que dominamos a tecnologia e podemos melhorar o rebanho local
Estou a disposição para discussões.