No Extremo Sul da Bahia o uso do BST vem entrando na rotina do produtor de leite. Estes alegam quem o uso do hormônio traz um pequeno aumento na produção de leite e estabiliza a curva de lactação das vacas influenciando no total de litros produzidos ao final da lactação.

Pesquisando sobre o tema encontrei o artigo abaixo que trago para discussão:

http://www.portaldogir.com/site/artigos.php?tla=2&cod=1050

Quais as vantagens e desvantagens?

Quais os riscos?

O desafio é nutricional ou hormonal?

Estamos mascarando as deficiências de nosso rebanho e selecionando animais piores?

Conto com a participação de todos!

Abraço!

Cresce, entre os produtores de leite do Brasil, o uso do BST

É grande a discussão sobre a utilização de hormônios para incrementar a produção de leite em vacas de alta produção, principalmente a somatropina bovina, ou BST.

A indústria e a maioria dos técnicos afirmam que a somatotropina bovina é um hormônio natural, produzido pela hipófise dos animais, responsável pela regulação do crescimento e da produção de leite. Segundo os defensores do BST, o efeito sobre a produção de leite tem mostrado aumentos na produção em torno de 3 a 6 kg de leite/dia e nenhum risco para a saúde do animal e dos consumidores.

No Brasil o BST é liberado. Pode-se usar largamente. Porém na comunidade Européia, no Canadá, na Nova Zelândia e Austrália o BST é proibido. Alguns pesquisadores americanos argumentam que o hormônio sintético pode causar deficiência de cálcio e resultar em enfraquecimento dos ossos em algumas vacas.

Os países da Europa estão inclinados à proibição de qualquer uso de hormônios na alimentação do seu povo, eles sugerem aos consumidores que comam mais alimentos produzidos naturalmente.

Segundo um movimento em defesa do leite sem BST nos Estados Unidos, o BST Free, 21 enfermidades estão associadas ao uso do BST, entre elas cistos nos ovários, desordens uterinas, redução do tempo de gestação, incremento da taxa de gêmeos, retenção de placenta e etc.

O risco mais sério é o de mastite, ou inflamação do úbere. Uma vaca com mastite produz leite com pus que vai ao leite. Aí o pecuarista apela para o uso de antibióticos que trazem problemas para os animais e enormes perigos sobre os seres humanos.

            Mais estudos mostram outros perigos do uso de BST. Quando se injeta o BST na vaca, sua presença no sangue estimula a produção de outro hormônio, o Fator de Crescimento 1 (IGF1), uma variedade de insulina. Trata-se de um hormônio protéico que tanto vacas como seres humanos produzem naturalmente.

Já se comprovou: o BST incrementa os níveis de IGF1 no leite das vacas. Dado que o IGF1 é ativo nos humanos, causando divisão das células, alguns cientistas supõem que a ingestão de leite tratado com altos níveis de BST, poderia dar passagem a uma divisão e crescimento incontrolado de células humanas.

Em outras palavras: câncer.

            No início da década de 90 tais informações sobre os efeitos do BST eram conhecidas. E por isso os consumidores americanos provocaram uma espécie de boicote a este leite. Alguns pecuaristas responderam com uma produção de leite sem o uso do hormônio. E etiquetaram seus produtos com o alerta: leite sem BST.

            Por aqui

No Brasil, o BST está sendo estimulado como sendo uma ferramenta tecnológica para o aumento da produção nacional de leite, sem se importar com a discussão sobre os riscos à saúde do animal e dos consumidores de leite. Essa questão da qualidade de vida da vaca leiteira, do respeito ao meio ambiente não são temas do debate.

Se nosso animal é capaz de produzir leite a pasto, ecologicamente correto, ele também deverá ser respeitado na sua natureza produtiva e não poderá sofrer nenhuma violação das suas condições naturais de produção.

            A Fazenda Cayuaba, em Entre Rios de Minas, de Maria Lúcia Andrade Garcia, grande produtora de leite e genética de gado de leite, traz em seu site a informação de que não usa BST, “é Bst Free, ou seja, livre de Bst”. Dizem que “depois de alguns anos de uso desse hormônio acelerador do metabolismo para aumentar a produção de leite, concluímos que seus efeitos na saúde e bem estar da vaca e na diminuição da sua vida produtiva, não trazem benefício nem para ela nem para o produtor”.

            Bom, uma luz no final do túnel.

Temos aqui também produtores preocupados com a saúde de suas vacas e com a qualidade dos seus produtos para a saúde humana.

 Autor: Rosimar Silva (19 de Abril de 2011)

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Rede de Pesquisa e Inovação em Leite.

Participe da Rede de Pesquisa e Inovação em Leite

Enviar-me um email quando as pessoas responderem –

Respostas

  • Quanto aos problemas em relação ao melhoramento animal, penso ser falta de vontade política.

    Se o BST for de comunicação obrigatória e somente vendido com receita veterinária, poderíamos  rastrear os rebanhos que utilizam a ferramenta.

    No caso dos rebanhos de elite as associações de raça caberia colocar uma marcação nas lactações suplementadas.

    Solução sempre tem, mas precisa de vontade.

  • Acredito que esse problema se agrava na avaliação de novilhas, onde nunca saberemos a real capacidade da mesma, já que o uso desses artifícios irão mascarar o resultado da mesma.

    Pedro Renan de Barros Bueno disse:

    O incremento na eficiência produtiva da vaca deve ser consequência de melhoramento da tríade genética, nutrição e sanidade e não utilizando artifícios que mascarem a real capacidade produtiva da vaca, esse tipo de produtor prejudica a cadeia pois mascara o efeito dos programas de melhoramento genético dos rebanhos.

  • O incremento na eficiência produtiva da vaca deve ser consequência de melhoramento da tríade genética, nutrição e sanidade e não utilizando artifícios que mascarem a real capacidade produtiva da vaca, esse tipo de produtor prejudica a cadeia pois mascara o efeito dos programas de melhoramento genético dos rebanhos.

  • Boa noite, Fernando!

    Agradeço a contribuição e pelo link bastante esclarecedor!

    Atenciosamente!

    Jonas

  • Caro Jonas,
    Só para enriquecer o fórum gostaria de passar o link para um dos principais trabalhos nos quais me embasei para o programa de retirada total do BST, na Fazenda Cayuaba, citada no texto do Rosimar.
    http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC280709/?tool=pmcentrez
    Iniciamos a retirada em dez/09 e só terminamos em jun/10, pois não existem trabalhos na literatura ensinando com sair dessa ferramenta, tendo o mínimo de prejuízo possível, rsrsrs
    Qualquer dúvida estou à inteira disposição, aqui no fórum ou no meu e-mail: fernando@cayuaba.com.br
    Um forte abraço
    Fernando
    +31 9791 5046
    Skype: cayuaba

This reply was deleted.