O que seria mais efetivo por meio das empresas beneficiadoras de leite: pagar um adicional por qualidade e teor de sólidos ou investir em assistência técnica de qualidade para os seus fornecedores(produtores de leite)?
A qualidade e o teor de sólidos do leite, ao meu ver, visa apenas beneficiar os laticínios que obterão maior rendimento de seus produtos. Os produtores terão apenas que cumprir as exigências e ganharão mais por isso. Mais será que o produtor de leite precisa melhorar apenas qualidade e teor de sólidos do leite? Esses dois parâmetros são suficientes para tornar o produtor rural mais eficiente?
Como discutido no fórum Assistência técnica: necessidade contínua ou solução emergencial?, os indicadores zootécnicos têm importância relevante na eficiência da propriedade rural, o que de fato, tornaria o produtor mais eficiente.
Com isso, levanto a discussão: será que se as empresas beneficiadoras de leite investissem em assistência técnica de qualidade para os seus fornecedores seria mais interessante do que pagar por qualidade e teor de sólidos? Concordam que reduziria-mos os problemas de qualidade e eficiência na produção de leite?
Respostas
Renato,
O incentivo da qualidade vai findar mais é bom dizer que só lá em 2.017 é isso ? As melhorias possíveis em propriedades leiteiras (cada uma com sua identidade própria) são infindáveis. Assim mantendo o pagamento pela qualidade, que é uma forma atual de estímulo a produção de forma adequada, penso que a assistencia técnica é algo imprescindível. O dilema esta num aspecto que poderá levar-nos a uma discussão interminável: todo mundo se acha meio doutor no assunto e poucos são os produtores que valorizam adequadamente a ASTEC feita de forma efetiva e eficaz. Assim preferem seguir conselhos de amigos, parentes, vizinhos, vendedores etc. e nós morrendo a mingua...
Eu penso que se os produtores tiverem assistencia tecnica de qualidade consequentemento irão melhorar a qualidade do leite de todas as formas tanto no teor de solidos. como na higiene tendo assim os laticinios uma materia-prima de melhor qualidade.
Laticínios investem em programas para aumento da eficiência técnica e econômica de produtores. http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/artigos-especiais/latic...
Prezado Paulo.
A assistência técnica de qualidade é extremamente importante e acho que cabe as empresas de laticínios boa parte deste terefa. Hoje a assistência além de insuficiente é praticamente da responsabilidade de instituições públicas, mas felizmente começa a mudar. Não vejo que temos que escolher uma ação ou outra (assistência x pagamento) as duas podem andar juntos e são importantes para os produtores.
Realmente, IN 62, sem que o produtor nem tenha ouvido falar na IN 52? Isso é que é absurdo. Creio que pagamento por qualidade é uma grande incentivo, mas o prosdutor precisa sim da assisteência técnica, mas junto à extensão rural que é a que educa, passa informação ao produtor e consegue fazer ele ver a importância da assistência técnica. O Estado brasileiro deixou muita coisa de lado, cabe a nós da área mostrarmos a necessidade de se retomar as coisas importantes para a pecuária de leite.
Caro Alexander,
Me desculpe, mas sou obrigado a discordar de você. Produzir leite de qualidade não custa muito caro. Basta algumas ferramentas simples, a técnica adequada e o mais importante, o querer fazer. As técnicas estão aí, só faltam chegar ao produtor, que muitas vezes não a aceitam ou usam por uns dias e a abandonam. Os produtores têm que ir atrás das novas técnicas que na maioria são facilmente acessíveis e parar de achar que tudo "custa caro". Caro é o produtor dar cana-de- açúcar com farelo de soja para vacas de 6 litros de média, isso eu considero caro, e conheço produtor que faz isso. Há 3,5 anos que estou na faculdade e já me deparei com produtores que nunca ouviram falar em cana-de-açúcar com uréia.
Caro amigo Daniel, prazer em te ver por aqui
É neste tipo de parceria que quero chegar. O laticínio quer um leite de qualidade e pagará mais por isso, porém esse ganho a mais será suficiente para o produtor custear uma assistência técnica de qualidade? Até quando este pagamento será diferenciado? Se a IN 62 for mesmo seguida a risca e fiscalizada, não chegará um momento em que todos voltarão a receber o mesmo valor, pois estarão com qualidade estabelecida e com prazo para cumprí-la? A curto prazo muitos produtores estão sendo beneficiados, pois investem em suas propriedades e controlam bem tanto a qualidade quanto os índices zootécnicos e nada mais justo que recebam mais por isso, tanto por qualidade quanto por produção. Porém, e se a IN 62 conseguir atingir seus objetivos, como ficarão esses produtores, já que todos terão que estar no mesmo padrão de qualidade? Aí será a hora de pagar por sólidos? Fica o questionamento... Lembre-se: alguns produtores estão ganhando na qualidade e perdendo em índices produtivos.
Meu amigo Paulo Cesar, creio que o mais interessante seria o que beneficia as duas partes. Acho que uma parceria entre empresa e produtor, no sentido tanto de melhorar a qualidade do leite produzido, o que beneficiaria a empresa, quanto de um pagamento justo por esse leite de qualidade, o que estaria beneficiando o produtor, seria uma boa alternativa.Deve -se levar em conta que nesse contexto, a assistência técnica seria imprescindível para o produtor, de modo a auxilia-lo na busca e na conquista de melhores resultados.Deve-se levar em conta que, quando a empresa paga por qualidade, ela não esta apenas gratificando o produtor, mas tambem lhe dando um estimulo para que ele continue sempre em busca de melhorias dentro da atividade, fato esse que beneficia ,e muito, a empresa compradora, pois e uma garantia de que o leite adquirido possui a qualidade desejada.
Boa noite Srs.,
Qualidade do leite, não é apenas ter técnicas e técnicos a seu lado. Alguém já se perguntou que CBT significa limpeza, higiene, e isso custa muito caro. E CCS? E Gordura? E Proteína? Será que todos os produtores, pequenos, médios e grandes sabem identificar de onde vem? Como conseguir melhorar? Como conseguir aumentar? Ou as informações ficam apenas com os técnicos? Que cobram, para ( dar informações). Se todos tem de se adequar à IN 62, deveriam dar condições para se melhorar. É injusto cobrar uma coisa que poucos tem condições de se adequar. Pensem nisso, é muito fácil cobrar, mas se adaptar..... é uma outra história!!!!
Att.,
Alexander Magela Pimenta
Caro Altair,
Com o presente questionamento chegamos a um ponto que, realmente, vai além do nosso entendimento, o fato de alguns produtores serem avessos às novas tecnologias, sempre com a desculpa de que "é caro". Mas o que realmente sabemos é que essas tecnologias são realmente custosas quando não são empregadas de maneira correta. Uma técnica simples e viável que não é utilizada por muitos produtores aqui da minha região é análise química do solo. Durante a formação de uma pastagem, investem em sementes caras e não realizam base do processo, que é a mais barata.
Quanto a recursos do governo, muitos se negam a este tipo de auxílio justamente porque não têm muita expectativa quanto ao futuro na atividade e outros pela própria mentalidade "fechada" ou ainda aqueles que mantem a atividade por mero status.
Admiro produtores como você que acreditam na atividade, buscam conhecimento junto aos órgãos de pesquisa e extensão e conseguem resultados expressivos.
O fórum realmente propõe a alternativa de os laticínios fornecerem assistência técnica aos produtores de leite como já fazem algumas cooperativas de produtores. A intensão é discutir a viabilidade e os possíveis impactos positivos que esta prática teria sobre os pequenos e médios produtores que realmente querem prosperar na atividade e se esta técnica é mais interessante que o pagamento por qualidade, visto que ela teria uma abrangência maior, trabalhando tanto com a qualidade quanto com os índices produtivos da propriedade.
Quanto ao seu projeto, gostaria de saber mais sobre ele, caso queira relatar sobre ele.
Grato e obrigado pelas ponderações.
email para contato: oliveira.pcs@hotmail.com
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