Segundo a EMBRAPA:

"Mundialmente, a cultura da alfafa é mais freqüente nas regiões de clima temperado, onde cobre área estimada em mais de 32 milhões de hectares (ha), distribuída da seguinte maneira: no hemisfério Norte, Estados Unidos com 10.500.000 ha e a maior produção mundial, seguidos pela ex-União Soviética, com 3.300.000 ha, pelo Canadá, com 2.500.000 ha, e pela Itália, com 1.300.000 ha. No hemisfério Sul, o maior produtor e o segundo em nível mundial é a Argentina, com 7.500.000 ha, seguida pela África do Sul, com 300.000 ha, e pelo Peru, com 120.000 ha.

No Brasil, a alfafa foi introduzida no Rio Grande do Sul, a partir do Uruguai e da Argentina, apresentando no País área de apenas 26.000 ha, o que não condiz com sua nobreza como planta forrageira. Nesse aspecto, dentre os fatores que ainda dificultam sua expansão no Brasil, destaca-se o pouco conhecimento, por parte de produtores, das exigências da cultura quanto à fertilidade do solo, do manejo, e das práticas de irrigação, e principalmente a limitada produção de sementes e a inexistência de cultivares adaptadas às principais pragas e doenças, que acompanham a alfafa em todo o mundo.

Apesar de ser uma das forrageiras mais difundidas em países de clima temperado, recentemente a alfafa tem sido cultivada com sucesso em ambientes tropicais. No Brasil, até 1968, o Estado do Rio Grande do Sul respondia por mais de 70% da área cultivada com alfafa, pelo fato de as condições climáticas serem mais favoráveis às cultivares da época. Porém, atualmente, verifica-se aumento da área plantada com alfafa nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, em função da crescente implantação de sistemas intensivos de produção com bovinos de leite, o que, conseqüentemente, tem aumentado a demanda por alimentos de alto valor nutritivo.

Por sua vez, diversos trabalhos com alfafa, conduzidos por instituições de pesquisa na região Sudeste, principalmente pela Embrapa (Embrapa Gado de Leite, Coronel Pacheco, MG, e Embrapa Pecuária Sudeste, São Carlos, SP), mostraram que essa planta pode produzir até 20 toneladas (t) de matéria seca/ha/ano, com média de teor de proteína de 25%, que possibilita média de produção de 54 kg de leite/ha/dia, quando utilizada exclusivamente sob pastejo direto, sem adição de concentrados. Embora essas informações evidenciem o alto potencial forrageiro da alfafa no Brasil, o sucesso dessa cultura depende de outros fatores, que vão desde a escolha da cultivar mais adaptada à região até a adoção de práticas agrícolas que permitam seu estabelecimento e sua persistência, aumentem a produção e melhorem a qualidade da forragem."

Então, vejam só: 7,5 milhões de ha na Argentina! Em comparação, a área cultivada no Brasil é simplesmente ridícula. Por que será? Na Região Sul do Brasil a área teria que ser maior, se o maior impecilho fosse o climático.

Uma curiosidade: na minha infância (já faz tempo) lembro-me dos desfiles de 7 de Setembro, quando as  ruas do centro de Ijuí, RS, ficavam "atulhadas" de bosta de cavalo Percheron, usado pelas artilharias dos quartéis, locados ao longo da fronteira com a Argentina. E não se importava alfafa da Argentina, a produção era local, próxima aos quartéis, principalmente na região das Missões.

Alfafa, é uma palavra de origem árabe, que significa "a melhor forragem que há". É a "rainha das forrageiras", a primeira coisa que se aprende nas aulas de forragicultura, e a coisa fica por aí...

Outra curiosidade: nos EUA o comércio anual de feno de alfafa movimenta bilhões de dólares, sendo que a maior parte dos cultivos são conservados na forma de silagem.

 

Então, fica esta pergunta, que não quer calar: POR QUE A ALFAFA É UMA CULTURA NÃO DIFUNDIDA NO BRASIL?



Para adicionar comentários, você deve ser membro de Rede de Pesquisa e Inovação em Leite.

Participe da Rede de Pesquisa e Inovação em Leite

Enviar-me um email quando as pessoas responderem –