Pessoal,
estamos tendo um "problema" na produção de colostro. Vacas de alta produção de leite não tem produzido colostro em quantidades adequadas. Estamos tendo dificuldade até de congelar, pois não tem sobrado. Alguém pode ajudar? Obrigado!
Pessoal,
estamos tendo um "problema" na produção de colostro. Vacas de alta produção de leite não tem produzido colostro em quantidades adequadas. Estamos tendo dificuldade até de congelar, pois não tem sobrado. Alguém pode ajudar? Obrigado!
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Respostas
Thiago e Leovegildo,
Como estamos enriquecendo a discussão. Muito obrigado.
O manejo de 4 ordenhas me foi apresentado pelo Thiago e eu vou testar. Vale a pena pelos benefícios. Mas realmente estou ciente que existem riscos, principalmente os alimentares. Temos que entrar neste assunto no campo com cuidado. Meu funcionário não admite este tipo de manejo mas como orientado vamos fazer um experimento dentro da própria propriedade.
A importância do colostro já está bem clara. Eu também acho que congelar seria melhor, porém a melhor relação custo benefício é o colostro ensilado. Com certeza vou deixar de dar para os porcos uma coisa tão valiosa.
Eu adoro a tecnologia e começei a implantar a ordenha mecânica. Os animais estão ariscos pois nunca viram aquilo.
Porém vejo que só assim para melhorar a eficiência de ordenha.
Vamos apresentar mais fatos para discutirmos. Eu vou colocar um case de estudo logo logo. Assim que a próxima parir.
até o nascimento.
Prezado Leovegildo
Como comentei anteriormente, o manejo alimentar tenta "amenizar" e não acabar com BEN, como você relatou é ocorrência natural. A preocupação é se esta interferência (imperceptível ou perceptível) na eficiência reprodutiva é significante ou não, e em campo, esta interferência é insignificante. Este manejo (4 ordenhas) só tem efeitos negativos na eficiência reprodutiva, quando o manejo alimentar (pré e pós parto) é deficiente.
Atenciosamente
Thiago Pinel
Prezado Thiago:
BEN é ocorrência natural pos-parto, pode ser exarcebado com as 4 ordenhas ou 3 ordenhas, pois induz aumento na secreção de leite. O leite extra não vem de graça, mesmo imperceptível a eficiência reprodutiva será afetada, se não ocorre com retardo no aparecimento do 1o. cio, será na taxa de concepção. Todas a vacas nas bacias leiteiras mais avançadas do mundo passam por BEN pós-parto, não por manejo alimentar deficiente e sim pela incapacidade da vaca em repor os nutrientes secretados pela glândula mamária. Mobilização de reservas corporais pode ser exarcebado, mas impossível de ser eliminado com manejo alimentar, seja ele qual for, mesmo com gordura dietética ou com maior inclusão de grãos e tampões.
Prezado Leovegildo
Já trabalhei com 10 litros.dia, desde o primeiro dia de vida até aos 60 dias de vida sem problemas de diarreia (bons resultados). Agora já tive problemas com produtores que seus bezerros depois das primeiras 12 horas de vida (tempo de achar o animal no pasto e separa-los), nunca mais consumiram leite (colostro, leite de transição vai para cachorro e engordar porco). Quando ele observa no vizinho (dia de campo ou visita particular) o cuidado com as crias e os benefícios alcançados, ele resolve a mudar o manejo, esta ai, o problema da diarreia e volta ao sistema antigo. Oriento sempre a diluição.
Com relação ao sistema de 4 ordenhas (2x2), se tiver problema com o prolongamento do período parto-cio, este problema não foi devido as 4 ordenhas, isto é devido ao manejo alimentar deficiente, insuficiente (quantidade e qualidade). Nas propriedades acompanhadas no programa MINAS LEITE orientamos em manejo alimentar diferenciado nos 30 dias pré-parto e 30 dias pós-parto (tentando amenizar o BEN), não estamos tendo problema em prolongamento ou atraso do cio, ao contrario estamos conseguido ótimo resultados (cio e produção de leite com sistema 4 ordenhas).
Reservamos uma teta sem ordenhar para o bezerro(a), após a ordenha a cria tem a sua disposição os 4 tetos para mamar (leite residual), o bezerro mama os quatro, eu que deixo de ordenhar 1 teto (rodízio). Nas primeira 6 horas de nascido, fazemos o consumo forçado de 4 litros de colostro após tentativas e mamadas direto nos tetos. Só para informar, trabalho com animais ¼ a ¾ H/Z (Girolando, Guzolando, Nelorando) ordenha (mecânica ou manual) com bezerro ao pé.
Atenciosamente
Thiago Pinel
Senhores:
Vamos tentar esclarecer alguns pontos colocados aqui. Colostro não causa diarréia. Fosse assim, pobre dos mamíferos recém-nascidos. Já forneci por sonda até 15-16 litros de colostro. Isso ajuda a combater problemas como diarréias e não o contrário. Não há necessidade para diluição.
Vacas parindo com edema de úbere podem se beneficiar de uma dieta pré-parto controlada em relação ao suprimento de minerais. Corte o sal e observe redução dos casos de edema. Principalmente de vacas de primeira e segunda parição.
Colostro congelado mantém as imunoglobulinas e o fermentado também em menor proporção. Se não puder congelar o armazenamento ácido torna-se uma opção que não deve ser desprezada.
A maior frequêcia de ordenha no início da lactação pode exarcebar o problema do balanço energético negativo no início da lactação, prolongando o período parto-primeiro cio. Não se esqueçam que a eficiência reprodutiva tem se mostrado muito mais importante do que a eficiência alimentar pós-parto, pois quanto maior a eficiência alimentar no início da lactação, maior a mobilização de reservas corporais e consequente prolongamento do intervalo de partos.
Um teto para o bezerro? Esta é a forma mais eficaz de melhorar a absorção de imunoglobulinas (anti-corpos colostrais) pelo bezerro recém-nascido. O mesmo colostro fornecido em mamadeiras ou baldes ou consumido pelo bezerro pela amamentação, esse último mostra o dobro da taxa de absorção de anti-corpos. Até o colostro na mamadeira, na presença da mãe já apresenta uma absorção maior do que aqueles que recebem na ausência dela (no bezerreiro).
Ajude o recém-nascido a encontrar a teta o maís precocemente possível após o nascimento e induza-o a amamentar não somente uma mas as quatro tetas. Ordenhe o excedente se houver e nas primeiras 24 horas deixe o bezerro com a mãe. Essa é a melhor maneira para eles iniciarem bem sua vida na propriedade leiteira.
Prezado Ronaldo
Tem demais da conta!. Mas tem coisas piores (devido ao seu espanto) que "ainda existe nos tempos de hoje": água no leite, não descarte do leite (leite de transição, antibiótico carrapaticida, mastite), utilização de carrapaticidas não indicados para animais em lactação, o não pagamento por qualidade do leite, transporte em latões (leite de banca), soda, falta de higiene e assim vai.......
Reservar o teto para o bezerro(a) ta bom demais!!! tem produtor que nem isso faz, vende o bezerro junto com o leite!!!!!
Procure ai na sua região que você vai encontra a turma barra pesada que "ainda faz isso nos dias de hoje"(coisa boas e coisas ruins) .
Atenciosamente
Thiago Pinel
Prezado Thiago,
Um teto para o bezerro? Ainda existe isto nos dias de hoje?
Thiago Pinel disse:
Prezado Rafael
Não estou colocando o colostro ensilado como substituto do leite ou do colostro, este ensilado uso como complemento da alimentação, evitar desperdício, aproveitamento do excesso de produção de colostro, diminuição de custo na atividade. O manejo que adoto são de 4 ordenhas até aos 21 dias pós parto, os 3 primeiros dias após o parto o leite( colostro, transição, leite sujo) é totalmente destinado ao bezerro(a) (sobra ensilada), do 4º dia pós parto em diante é reservado 1 teto para o bezerro(a) com rodizio até 60 dias após o parto. Durante esse período ou até durar o estoque( liquidação de queimão de estoque KKKKK!!!!) faço a utilização do colostro ensilado.
Atenciosamente
Thiago Pinel
Boa noite Thiado,
O que estou chamando atenção, é que o colostro ensilado ainda não esta comprovado como substituto de colostro, ainda não sabemos se ele irá conseguir mantes as imunoglobulinas durante a fermentação. Ele vem sendo testado como sucedâneo do leite, que é uma função totalmente diferente ao objetivo do banco de colostro.
Att
Thiago Pinel disse:
Boa noite Enrico,
Esse problema seu pode estar relacionado com vários fatores, um deles, e o mais comum, pode ser por algum problema nutricional nessas vacas antes no pré-parto, elas podem estar passando por algum problema metabólico, Mas fica muito difícil falar algo sem ver de perto o que pode estar ocorrendo. Uma dúvida, esses animais que estão apresentado esse quadro, estão parindo com que média de escore corporal?
Abraço
Enrico Andrade Vassalo disse: