PRODUTOR DE LEITE E VOLUME DIÁRIO

 

Classificando os produtores de leite pelo volume produzido diariamente, tem-se que maioria produz pouco leite e um percentual menor produz grande parte da produção nacional. Na Tabela 1 se observa que os estabelecimentos com produção de até 50 litros/dia representam 80% do total e esse grupo responde por 26% do volume de leite brasileiro. O estrato de 50 a 200 litros/dia é formado por 17% das propriedades e respondem por 39% da produção. Os produtores com mais de 200 litros/dia somam apenas 3% do total, porém a produção representa 35% do leite brasileiro.

 

Em vários eventos / momentos as lideranças e estudiosos do setor dizem que o Brasil tem um potencial enorme de crescimento da atividade leiteira e que vamos nos manter entre os principais países produtores e com capacidade de exportação. Quais produtores vão responder com maior crescimento da produção para atender a demanda do mercado interno e externo? Quem dará suporte aos pequenos produtores para aumentar a escala e a qualidade? O que os produtores, acima de 200 litros/dia, precisam para dobrar o volume produzido?

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Respostas

  • Olá pessoal!

    Dênis, aqui na Embrapa Arroz e Feijão a equipe de transferência de tecnologia realiza muitos trabalhos onde os Institutos Federais atuam como multiplicadores. O resultado disso tem sido muito positivo. Nós, do NAATT-CO, temos recebido muitas demandas das Cooperativas de Agricultura Familiar pois a grande maioria trabalha com produção de leite e estamos desenvolvendo um trabalho em conjunto com a equipe de TT da Embrapa Arroz e Feijão e também em parceria com os IF´s para poder atender estas Cooperativas. Acreditamos que esta parceria Embrapa-IF´s-Cooperativa será muito produtiva.

  • Bom dia Rosangela,

    com 65% da produção sendo sustentada por pequenos produtores,na minha opinião, vejo que esse número a cada ano que passa vem diminuindo,pois com preços de leite não favoráveis e custo de produção sempre andando na frente do preço do leite se torna um quadro complicado para a atividade.Se pararmos para analizarmos que o pequenp produtor não tem poder de compra em quantidade de insumos,adubos,ou seja la qualquer coisa,fica complicada a permanencia na atividade.Mas em contra partida das dificuldades devemos olhar de outra forma,buscando fazer compras em conjunto,contratar técnicos em conjunto entre outras coisas mais.Sempre falam que o leite é um mal negocio,mas na maioria das vezes muitos produtores mesmo com as dificuldades conseguem dar uma vida digna a sua familia com a atividade de maneira mais saudavel do que em centros de cidades.

    Obrigado.

  • Caros colegas,

    bem interessante e estimulante essa discussão visto o grande potencial de melhoria da atividade leiteira no Brasil. Entretanto, sempre identificamos facilmente diversos gargalos para aproveitamento desse potencial.

    Nesse sentido, um ponto muito citado na maioria dos comentários é sobre a necessidade de assistência técnica de qualidade para os produtores. Observando os dados dos 3 maiores programas de AT na área de leite em Minas Gerais (Baldo Cheio - Embrapa / EduCampo - Sebrae / Minas Leite - Emater MG) os três atuam em propriedades com média próxima a 200 litros/dia e atendem em torno de 1200 propriedades.

    Apesar dos já conhecidos bons resultados desses programas e de como estão bem estabelecidos, juntos eles atendem menos de 4 mil propriedades leiteiras, o que é muito pouco frente ao universo de unidades produtoras de leite em Minas Gerais (maior produtor nacional).

    Soma-se a isso, o fato dos 3 programas já estarem próximos de sua capacidade limite de atendimento sem grandes perspectivas de cerscimento no número de propriedades atendidas por questões entre outras, de equipe técnica disponível.

    Assim, vemos a necessidade de programas estruturantes de formação/atualização de técnicos (multiplicadores) para que estejam aptos para levar as tecnologias já geradas pela pesquisa agropecuária para os produtores rurais. Assim, programas como o PDPL-RV desenvolvido na UFV em parceria com a DPA e o programa de Residência Zootécnica da Embrapa Gado de Leite deveriam ser expandidos para outras universidades e IFETs.

    Abraços

  • Olá Dra. Rosangela,

    Trabalho na área de captação aqui no Rio Grande do Sul e acredito que o potencial de crescimento é maior nos pequenos produtores em função do numero de estabelecimentos que atuam na produção de leite, assim se cada um aumentar um pouco teremos um grande volume a ser captado, em contrapartida aqui no estado, a maioria dos pequenos possuem características que limitam seu crescimento na atividade, como a área limitada de terra, a idade avançada, a sucessão das atividades, entre outros.

    Porém acredito que a assistência técnica é fundamental para alavancar estes produtores e vejo que aqui no Sul as empresas estão retomando estes trabalhos tendo em vista este cenário que você apresentou, ficando uma certeza, cada vez mais teremos menos propriedades produzindo mais leite. 

    Para isso teremos grandes desafios para superar os gargalos da pecuária leiteira que são no meu ponto de vista, além da assistência técnica, o preço de leite e os custos de produção. Porém o preço esta relacionado ao mercado (onde apenas é possível minimizar os impactos com a qualidade do leite), assim nos resta realizar uma boa gestão da propriedade a fim de se manter na propriedade. Gestão de propriedades, palavra ainda desconhecida para a maioria dos produtores de leite do RS.

    Rosangela, em todo Brasil é baixo o numero de produtores que realizam gestão das propriedades???????

    Um abraço

    Alencar Schneider

  • Olá Rosângela,

    Essa é uma boa discussão e "dá pano pra manga". Temos notícias de muitos produtores desistindo da atividade leiteira porque a julgam economicamente inviável antes mesmo de procurar ajuda técnica. Vejo também que o acesso às propriedades quando precário(aí faltam bons administradores municipais)dificulta o trabalho de cooperativas, laticínios e demais órgãos na disponibilização de  técnicos para atendimento ao produtor. No mais, acredito que muitos produtores mesmo sabendo da gratuidade da AT e onde encontrá-la, se acomodam.

  • Oi Martineli

    Em um trabalho procurando identificar as fontes de informação do produtor, uma das mais citadas é o vizinho.

    Esse fato explica, em parte, porque algumas regiões desenvolvem mais que outras.

    Além da AT gratuita do governo, temos também outras instituições que poderiam ajudar, como o Sebrae, Sindicatos, Associações, Cooperativas e Indústrias.  Neste ponto falta o produtor descobrir onde pode conseguir a AT.

  • Boa tarde Rosângela!

    Vejo que vocês profissionais técnicos têm uma tarefa difícil, porém acredito que não impossível.

    Na roça existem produtores que mesmo com pouca ou nenhuma escolaridade observam o que está dando certo ou errado na terra do vizinho. Alguns desses até tentam copiar o certo,o problema é que nem sempre o que dá certo aqui vai dar certo acolá.E pra piorar, existem aqueles que acham que os técnicos fazem visitas pra bisbilhotar seus ganhos econômicos, quando existe algum ganho,não é? 

    Talvez se os técnicos procurassem junto àqueles produtores que já assistem, informações sobre seus vizinhos e mostrar pra estes que também podem melhorar sua atividade aumentando seu lucro, quem sabe a resistência caía. Produzindo mais com AT e com possibilidade de uma melhora constante, creio que até o mais "turrão" dos produtores tende a  ceder.

    Quanto ao custo da AT particular, vejo aí também um problema, já que muitos não dispõe de recursos para o pagamento de tal. E como nem relógio trabalha de graça, o que fazer?

  • Prezados

    Acho que a situação é complexa, sobre a Assistência Técnica aos pequenos produtores, menor de 200 litros/dia.

    Alguns pontos são importantes: grau de instrução formal do produtor; sucessão da atividade e aliado a isso a "mentalidade" de quem vive no campo é uma pessoa inferior. Como vamos mudar esta situação para "facilitar" a AT?

    Fiz um estudo sobre o grau de instrução de dirigentes de atividade pecuária, neste caso estão os produtores de leite e carne. Os dados indicam que 57% tem pouca instrução formal (sabem assinar o nome e ler),  22% são analfabetos e 9% tem ensino fundamental completo.  A AT deve levar estes dados em consideração e usar a criatividade para obter resultado com seu trabalho.

    CBLeite agosto 2011 educação.docx



  • Marcelo Bomfim disse:

    Olá Martineli,

    O Programa Minas Leite é um programa da SEAPA de MG, executado pela EMATER MG, que tem como principais pilares a gestão das propriedades. Cada propriedade é avaliada individualmente e ações planejadas conforme as necessidades e as possibilidades de cada produtor. Na parte técnica temos como base: a disponibilidade de água, mineral e sombra para os animais; manejo das pastagens; produção de alimento para o período pré seco e seco; produção de leite com animais F1.

    Qualquer dúvida, procure um escritório da EMATER MG para o que técnico local lhe de melhores informações.

    Mas estou a disposição para quaisquer esclarecimentos.

    Abraços

    Boa tarde Marcelo,

    Obrigada pelas informações. 

    Assim como nos demais programas que citei anteriormente, vejo no programa Minas Leite mais uma possibilidade de fazer a coisa certa dessa vez, contando é claro com assistência técnica para isso.

    Um abraço, Martineli

  • Olá Martineli,

    O Programa Minas Leite é um programa da SEAPA de MG, executado pela EMATER MG, que tem como principais pilares a gestão das propriedades. Cada propriedade é avaliada individualmente e ações planejadas conforme as necessidades e as possibilidades de cada produtor. Na parte técnica temos como base: a disponibilidade de água, mineral e sombra para os animais; manejo das pastagens; produção de alimento para o período pré seco e seco; produção de leite com animais F1.

    Qualquer dúvida, procure um escritório da EMATER MG para o que técnico local lhe de melhores informações.

    Mas estou a disposição para quaisquer esclarecimentos.

    Abraços

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