Umas das práticas mais importantes para o controle da mastite e redução da contagem de células somáticas do rebanho é a terapia de vaca seca. Essa prática consiste na aplicação de um antibiótico (via intramamária) em cada teto, no dia da secagem da vaca. O antibiótico é próprio para o período seco, pois age de 40 a 50 dias na glândula mamária.
Sua ação tem dois objetivos principais: eliminar as infecções subclínicas adquiridas durante a lactação e prevenir novas infecções durante o período seco, que é o período em que a vaca fica mais susceptível a esse tipo de infecção. Como a maioria das infecções subclínicas tem baixa taxa de cura a tratamentos durante a lactação, especialmente infecções por Staphylococcus aureus, o período seco é o momento ideal para eliminar infecções por esses patógenos contagiosos.
Diante da pouca evolução na melhoria da qualidade do leite brasileiro, incluindo os índices de CCS, fica o questionamento se essa prática está sendo utilizada em larga escala como deveria. Os produtores desconhecem a prática? Os técnicos não recomendam? Ou o custo do medicamento desmotiva?
Abaixo, uma reportagem do Globo Rural sobre o tema:
Respostas
Prezada Malu,
O CMT (California Mastitis Test) é um teste utilizado para o diagnóstico de mastite subclínica, que é exatamente o objetivo da terapia de vaca seca: tratar a mastite subclínica adquirida durante a lactação e ainda previnir mastite durante o período seco.
Por isso, não é necessário adiar a secagem e tratar com antibiótico para vaca em lactação. A terapia de vaca seca já é o tratamento que precisa ser feito.
A secagem tem que ser feita 60 dias antes do próximo parto.
Abraço!
Letícia.
Letícia,
Caso o teste CMT de positivo, devemos adiar a secagem e antes tratar com antibiótico? Se for o caso, quanto tempo
demoraria para secar, ou melhor, aguardar o resultado do antibiótico? Qual o tempo mínimo que deve-se secar uma vaca?
Olá Isamara!
Obrigada por participar do fórum!
As recomendações técnicas para secagem das vacas podem variar, principalmente pela diferença que encontramos quanto ao manejo de ordenha (número de ordenhas ao dia, por exemplo), na produção de leite dos animais, enfim, são vários fatores que podem definir o método de secagem mais adequado para cada rebanho.
A única recomendação que não muda, independente de qualquer situação, é a garantia do bem estar dos animais. A vaca não pode passar fome ou sede durante o período que antecede a secagem ou em qualquer momento da vida. O volumoso (capim, cana, silagem) e a água precisam ser fornecidos integralmente, atendendo as exigências do animal.
Um abraço e boa semana!
Letícia.
Bom dia
Li a cima que podem
"Passar de 2 para 1 ordenha, na semana que antecede a secagem, também ajuda a reduzir o leite, juntamente com o corte do concentrado."
Na propriedade de meu pai em cada dez vacas secadas no período certo utilizando esse método de ordenhar uma vez ao dia e tirar o concentrado 8 dava mastite eu recomento tirar o concentrado o pasto e reduzir a comida para que a vaca produza menos e realizar a secagem no mesmo dia sem interrupção.
Leticia Caldas Mendonça disse:
Oi Pricila!
Concordo com vc. Quando o produtor não consegue ver o ganho real, direto, de uma prática, dificilmente ele a adota. Por isso as práticas relativas a controle da mastite subclínica são tão dificeis de serem adotadas. Afinal, é uma doença silenciosa.
Abraço!
Letícia.
Olá pessoal,
acredito que tanto a falta de conhecimento como o custo do medicamento são fatores que fazem com que a prática da terapia da vaca seca não seja utilizada. Com maior destaque para o custo do medicamento pois o produtor não coloca na ponta do lápis pra saber o quanto está perdendo e o quanto vai ganhar se adotar este manejo. Até não é difícil entender isso pois é algo que o produtor não "enxerga" que está perdendo e portanto não sabe o quanto pode aumentar a produção e a qualidade do leite.
Obrigada Letícia!
Amigos,
Percebi que eta tratamento é mais um dos aprimoramentos que vou implantar na propriedade. Não sabia da importância e do impacto que este manejo teria no rebanho.
Já vou planejar este procedimento e divulgá-lo a todos que conheço.
Olá Nara!
O exame microbiológico do leite é muito importante, porque se soubermos o tipo de bactéria que está causando mastite naquele rebanho, poderemos escolher um antibiotico mais apropriado para aquele tipo de bactéria. Junto com o exame microbiológico, podemos fazer também o antibiograma, que vai estar in vitro, ou seja, em laboratório quais antibióticos são mais eficientes contra aquele tipo de microrganismo.
Mas de maneira geral, o produtor pode escolher, juntamente com o veterinário, um antibiótico que seja de amplo espectro, que possa eliminar mais de um tipo de bactéria. E fazer a terapia de vaca seca em todas as vacas utilizando esse medicamento.
Outro exame que pode ser feito antes da vaca secar é o CMT ou a CCS eletrônica. Ele é um teste indireto para detecção de mastite subclínica. Fazendo o teste antes da vaca secar e alguns dias depois de parida (depois que o leite limpou), dá pra se ter uma ideia da eficiência do antibiótico de vaca seca.
Abraço!
Letícia.
Boa noite Letícia , o procedimento era feito em todas as vacas .
Nara Ladeira de Carvalho disse:
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