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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, assinou nesta terça-feira (6/8/2013), a Instrução Normativa que estabelece critérios adicionais para a produção de queijos artesanais. A assinatura ocorreu no auditório da FAEMG, em Belo Horizonte, e contou com a presença do governador do Estado, Antonio Anastasia. O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, esteve no evento representando o presidente da Embrapa, Maurício Lopes.

Com a normativa, o queijo artesanal mineiro deixará de ser exclusividade dos consumidores do estado. A Instrução Normativa estabelece critérios para viabilizar a venda do produto em todo o país. Iniciado ainda no século 18, o processo de fabricação artesanal do queijo a partir de leite cru, não pasteurizado, permaneceu praticamente intocado até os dias de hoje. O desacordo entre as legislações federal e a mineira fazia com que o legítimo queijo mineiro sofresse restrições sanitárias do Ministério da Agricultura, proibindo-o de ser vendido fora de Minas Gerais.

Esta Instrução Normativa supre as lacunas da norma que regulamentava a produção de queijos artesanais, publica em dezembro 2011, no Diário Oficial da União (IN 57). Além de expandir os requisitos de certificação de queijarias, a norma flexibiliza a análise de estudos técnico-científicos que comprovem que a redução do período de maturação não compromete a qualidade e a inocuidade do produto. O ministro Antônio Andrade, explicou que o período de maturação é importante para eliminar risco de tuberculose e brucelose, mas o controle sanitário ao longo do processo pode dispensar a maturação.

A IN 57 já previa a possibilidade de maturação de queijos por período inferior a 60 dias e definia requisitos para sua produção. A regra estabelecia que a produção de queijos artesanais com maturação inferior a 60 dias ficasse restrita às queijarias situadas em regiões certificadas ou tradicionalmente reconhecidas e em propriedade produtora de leite cru com status livre de tuberculose, brucelose e controle de mastite.

Segundo a IN 57, o leite cru utilizado na produção do queijo deve ser analisado mensalmente pelos laboratórios da Rede Brasileira de Qualidade do Leite. As propriedades produtoras devem estar em dia com as normas do Programa de Boas Práticas de Ordenha e de Fabricação, incluindo o controle dos operadores, controle de pragas e transporte adequado do produto até o entreposto. As propriedades também precisam realizar o controle da água utilizada nas atividades.

Rubens Neiva, jornalista Embrapa Gado de Leite

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Chat: Tratamento de água na propriedade rural

9846960299?profile=originalO quarto Chat da RepiLeite foi realizado no dia 20/3/2013 e contou com a moderação do pesquisador da Embrapa Gado de Leite Marcelo Otenio. O tema foi "Tratamento de água na propriedade rural".

Durante uma hora e trinta minutos foram abordadas questões como a importância do tratamento da água na produção de leite e saneamento rural, os possíveis tratamentos, a legislação vigente e as experiências e dúvidas de cada participante.

Clique aqui para fazer o download dos materiais de aprofundamento que foram citados durante o bate papo.

Agradecemos à participação de todos!

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Alguns dos palestrantes do XI Congresso Internacional do Leite autorizaram o compartilhamento de suas apresentações. Disponibilizamos abaixo para download.

Experiência de sucesso da Fonterra - Nicola M Shadbolt, Professora Associada de Gestão do Agronegócio e Co-diretora do Programa de Agricommerce da Massey University, Nova Zelândia

Experiência de sucesso da Cooperativa Dos Pinos - Bernardo Macaya Trejos, Presidente da Fepale, Vice-presidente e Diretor do Conselho de Administração da Cooperativa Dos Pinos/Costa Rica

Desafios para a cadeia do leite nacional: visão da assistência técnica - Argileu Martins da Silva, Diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I na França - Jonathan Levin, Chefe Internacional do Departamento de Fisiologia Animal e Sistemas de Produção Animal do INRA

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I na Nova Zelândia - Kevin Macdonald, Pesquisador da Dairy New Zealand

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I no Canadá - Graham Plastow, CEO Livestock Gentec Ctr, University of Alberta

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I na Argentina - Miguel Taverna, Coordenador do Programa Nacional do Leite do INTA-Rafaela

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I no Brasil - Duarte Vilela; Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite

Verdades e mitos sobre as mudanças climáticas

Luis Carlos Baldicero Molion, Pesquisador do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas
Hilton Silveira Pinto, Professor da UNICAMP

Inovação sustentável e linhas de crédito e financiamento do Programa ABC - Elvison Nunes Ramos, Coordenador do Programa ABC do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Bioeficiência em sistemas de produção de leite - uma análise ambiental e econômica - Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

Estratégias tecnológicas para uma pecuária de leite sustentável: caso de sucesso - Craig William Bell, Diretor Administrativo da Fazenda Leitissimo S/A

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9846958872?profile=originalO ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues afirmou que o cooperativismo é a saída para o Brasil vislumbrar um protagonismo mundial no setor leiteiro. Rodrigues abriu o primeiro dia de atividades do Congresso Internacional do Leite, em Goiânia-GO, defendendo que o agronegócio brasileiro tem força, já que representa 1/4 do PIB nacional.

"Falta ao setor organização e articulação. A cadeia produtiva, a sociedade e o governo devem interagir com vistas à geração de políticas públicas", conclui Rodrigues. Com esta afirmação, o ex-ministro respondeu à provocação do moderador do painel, o diretor presidente da Centroleite (Cooperativa Central dos Laticínios de Goiás), Haroldo Max de Souza, que propôs aos palestrantes e ao público pensarem no cenário desejado para daqui a 20 anos.
As palestras apresentadas na sequência trouxeram experiências bem sucedidas de cooperativas em diversos países. Uma delas foi a Fonterra, da Nova Zelândia, que congrega 10.500 produtores. A Fonterra é responsável por 25% da receita de exportação do país e figura entre as quatro principais cooperativas do mundo. O caso foi apresentado pela professora associada de Gestão do Agronegócio e co-diretora do Programa de Agricommerce da Massey University, Nicola Shadbolt.

Nicola Shadbolt também expôs as experiências da indiana Amul, detentora de 4% do mercado de leite mundial; da Arla Foods, com produtores cooperados em 13 países e produtos distribuídos em mais de 100 países; e da norte-americana Dairy Farmers of America, hoje responsável por 17% do comércio mundial do setor.

Vindo da Costa Rica, o presidente da Federación Panamericana de Lechería (Fepale), Bernardo Macaya, acrescentou mais um bom exemplo: a cooperativa Dos Pinos, da qual é vice-presidente e diretor do Conselho de Administração. A Dos Pinos exporta para 14 países a partir de três bases físicas. Possui 21 instalações para venda de insumos, medicamentos, concessão de crédito e capacitação dos produtores cooperados. Investe em programas de transferência de tecnologia e de responsabilidade social, fortalecendo as estratégias para acelerar o crescimento do agronegócio do leite na América Central.

(Assessoria de Comunicação – Congresso Internacional do Leite) 

Rubens Neiva

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O Brasil é um grande produtor de leite e sua produção vem crescendo substancialmente nos últimos anos. Segundo as últimas estatísticas do IBGE, a produção de leite teve aumento de 4,5% entre 2010 e 2011. Ou seja, no ano passado foram produzidos 32,1 bilhões de litros de leite no País, aproximadamente 1,4 bilhão de litros a mais que em 2010. Se a taxa de crescimento da produção se mantiver em 4,5% ao ano, o Brasil vai fechar 2012 com 33,5 bilhões de litros de leite produzidos (Figura 1).

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Pela Figura 1, pode-se observar que nos últimos oito anos, a produção de leite aumentou 37%, passando de 23,5 bilhões de litros produzidos em 2004 para 32,1 bilhões de litros em 2011. Isso equivale a um aumento anual médio de 4,7%. Este aumento no volume de produção de leite mantém o Brasil entre os cinco países com maior produção de leite no mundo que, segundo os dados da FAO, são: Estados Unidos, Índia, China e Rússia.


No País, a maior produção de leite continua ocorrendo em Minas Gerais, que representa 27,3% da produção nacional. Em segundo lugar, aparece o Rio Grande do Sul, com 12,1% da oferta de leite no Brasil, seguido pelo Paraná (11,9%) e por Goiás (10,9%). No entanto, as variações percentuais na produção de leite entre 2010 e 2011 foram bem discrepantes entre os estados, conforme pode ser visualizado na Figura 2.

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Na Figura 2 pode-se observar que as maiores taxas de crescimento da produção de leite de vaca ocorreram em Goiás (9,0%), Rio Grande do Sul (6,8%), Paraná (6,2%) e Minas Gerais (4,4%). Por outro lado, houve redução da produção em alguns estados, como a de 12,0% em Rondônia e 4,6% na Bahia, além da quase estabilidade paulista.


No entanto, em termos de volume de leite produzido a mais em 2011, os destaques foram: Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, que juntos introduziram R$ 1,3 bilhões de litros no mercado, ou seja, 92,7% do aumento da produção brasileira em 2011. Com isso, os estados que tiveram a maior geração de renda com o leite em 2011 foram, nesta ordem: Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina e São Paulo. Em Minas Gerais, o valor bruto da produção de leite em 2011 foi de R$ 6,9 bilhões, o que representa quase o dobro do valor gerado no Centro-Oeste, mais do que o dobro do valor da produção no Nordeste e mais de seis vezes a renda produzida pelo leite no Norte.

 
Autores: 
Marielli Cristina de Pinho – Estudante de Ciências Econômicas da UFJF 
Kennya Beatriz Siqueira – Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite 
Eduardo da Silva Mercês – Estudante de Ciências Econômicas da UFJF

Fonte: Panorama do Leite (www.cileite.com.br

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Nesta sexta-feira, dia 26 de outubro, a Embrapa Gado de Leite comemora 36 anos de trabalhos dedicados à pesquisa. Para celebrar a data, será inaugurado, às 10h no Campo Experimental da Embrapa, em Coronel Pacheco – MG, o Complexo Experimental Multiusuário de Bioeficiência e Sustentabilidade da Pecuária. O investimento, orçado em mais de R$ 12 milhões, é visto pela Embrapa Gado de Leite como prioritário e definirá os rumos da pesquisa na instituição.

De caráter interinstitucional e interdisciplinar, as ações do Complexo serão conduzidas em parceria com 17 instituições, envolvendo 75 pesquisadores de todo o país. O Complexo irá mobilizar boa parte do estafe de pesquisa da instituição em ações multidisciplinares que abrangem genômica, reprodução, sanidade, ambiência, nutrição, etc.

A pecuária de leite nacional sempre adaptou para as condições locais as tabelas de exigências nutricionais estabelecidas nos países de clima temperado. Com o início das atividades do Complexo, busca-se elaborar tabelas e fórmulas próprias, estabelecendo tecnologias para adoção da nutrição de precisão para o mundo tropical. A pesquisa quer também elucidar o real impacto ambiental causado pela atividade pecuária.

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Trocar experiências e ideias sobre assuntos que ainda são considerados polêmicos e que precisam de mais esclarecimentos é um dos objetivos do VI Encontro Nacional de Comissões Internas de Biossegurança – VI ENCIBio, realizado em Uberlândia de 15 a 18 de outubro. Durante a mesa redonda do primeiro dia de evento, o pesquisador Luiz Sérgio de Almeida Camargo da Comissão Interna de Biossegurança da Embrapa Gado de Leite, ao lado do José Fernando Garcia, da Faculdade de Medicina Veterinária da UNESP, Mário Hirata, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP/SP e Margareth Capurro, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), vão abordar os Desafios na Experimentação com Animais Geneticamente Modificados.

Segundo o pesquisador da Embrapa, um dos grandes desafios na área é definir os critérios para a condução de experimentos com animais de médio e grande porte mantidos em regime de contenção, de acordo com a classe de risco e nível de biossegurança exigido. Muitos dos critérios adotados para animais de laboratório podem ser utilizados em área de contenção para os de grande porte, enquanto outros são mais difíceis de serem realizados. “Em um laboratório é possível impedir a passagem de insetos, como as moscas. No entanto, em um curral com grande quantidade de bovinos, por exemplo, é difícil. Além do mais, dependendo do tamanho do rebanho isto se torna oneroso, limitando a condução de experimentos, principalmente por parte de instituições públicas de pesquisa”, explicou Luiz Sérgio.

Mesmo assim, o pesquisador ainda aponta os benefícios dos estudos com os transgênicos em regime de contenção com animais de médio e grande porte. “É importante para se estabelecer a geração de animais GM de forma eficiente e segura, pois são fundamentais para biofábricas que produzem proteínas recombinantes. Certas drogas farmacêuticas são fabricadas em bactérias ou células geneticamente modificadas cultivadas em grandes estruturas laboratoriais e já são comercializadas, como a insulina recombinante”, disse.

Luiz Sérgio ainda salienta que um animal GM de médio ou grande porte poderá produzir no leite a mesma proteína, com o mesmo gene, porém em maior quantidade, requerendo menor estrutura física e menos gastos de energia de um laboratório.

Dessa maneira, espera-se uma maior produção da proteína a um menor custo, podendo atender uma maior parcela da população. Outro aspecto é gerar animais GM que possam ser mais resistentes a doenças e contribuir para a produção de alimentos que sejam mais saudáveis, com menos uso de antibióticos e inseticidas.

A mesa redonda na qual o pesquisador Luiz Sérgio de Almeida Camargo da Comissão Interna de Biossegurança da Embrapa Gado de Leite integrará será realizada no dia 16 de outubro, às 16h, durante o VI ENCIBio em Uberlândia.

FONTE: Rubens Neiva - Jornalista da Embrapa Gado de Leite

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Interessados podem enviar os trabalhos até o dia 15 de outubro

Os interessados em participar do XI Congresso Internacional do Leite com trabalhos científicos têm até o dia 15 de outubro para submeter os trabalhos à comissão científica do evento. Os estudos devem contemplar um dos seis temas:

- Produção Animal;

- Qualidade do leite e Saúde Animal;

- Melhoramento Genético;

- Mercado e Políticas Públicas;

- Pastagens e Forragicultura;

- Transferência de Tecnologia.

Podem participar até quatro trabalhos por primeiro autor sendo o limite de oito autores por trabalho. É necessário que, pelo menos, o primeiro autor esteja inscrito no Congresso Internacional do Leite. Informações sobre as regras para a submissão dos trabalhos podem ser obtidas no site do Congresso (http://www.cnpgl.embrapa.br/congresso2012).

O evento – Cerca de mil pessoas devem participar do Congresso Internacional do Leite. O evento, idealizado pela Embrapa Gado de Leite será realizado pela terceira vez em Goiânia-GO, em parceria com a Federação de Agricultura do Estado de Goiás e o Senar-GO.


O Congresso é composto por dois eventos: o Workshop sobre Políticas Públicas para o Agronegócio do Leite e o Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária de Leite no Brasil. O workshop será dividido em dois painéis: o Cooperativismo no Brasil e no mundo e P & D e inovação na pecuária de leite. O simpósio terá como temas de debates os desafios para a cadeia do leite no Brasil e pecuária de leite sustentável.


Especialistas de vários países levarão ao público os últimos avanços das pesquisas para o setor. Estudantes e pesquisadores também poderão submeter trabalhos a serem divulgados durante o Congresso. As inscrições poderão ser realizadas pelo site até o dia 30 de outubro. Estudantes e produtores pagam R$ 50,00 e técnicos e demais profissionais pagam R$ 100,00. Os preços das inscrições para quem se inscrever durante o evento são R$ 70,00 e R$ 100,00, respectivamente.


Além do workshop e do simpósio, ocorrerão três eventos paralelos: O Encontro das Cooperativas de Leite da América Latina, a Reunião da Subcomissão Permanente do Leite da Câmara dos Deputados e a Reunião da Câmara Setorial do Leite. O Congresso será realizado no Atlanta Music Hall - BR 153, KM 10, QD. 28. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones: (32) 3311-7487 (Embrapa) ou (62) 3096-2208 (FAEG).

 

Rubens Neiva

Jornalista – Embrapa Gado de Leite

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Produtores rurais que trabalham com pecuária leiteira devem estar sempre atentos à mastite, doença que atinge vacas leiteiras, causando a inflamação da glândula mamária e ocasionando prejuízos à atividade de produção de leite. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Juliana Dias, as perdas econômicas decorrem de vários fatores como: diminuição da produção, custos com mão de obra, honorários profissionais, gastos com medicamentos, morte ou descarte precoce de animais e queda na qualidade do produto final. Além das perdas, a infecção pode representar risco à saúde humana devido à eliminação de microrganismos e toxinas no leite consumido.

A pesquisadora explica que a mastite é causada, principalmente, por bactérias, mas também podem ocorrer casos devido à infecção por fungos, algas e vírus.  A doença pode se apresentar de duas formas. A forma clínica é caracterizada por alteração no leite, podendo ocorrer tambémanormalidades visíveis no úbere, como aumento de temperatura e edema. Já a forma subclínica é caracterizada pela ausência de alterações visíveis a olho nu. “A forma subclínica ocorre com mais frequência sendo responsável por cerca de 70% das perdas, e pode diminuir a produção de leite em até 45%”, informa Juliana.

Controle

Para o controle da mastite, um conjunto de medidas pode ser aplicado junto ao rebanho, como a definição da situação da doença, a higiene e o conforto no local onde ficam os animais e o manejo adequado de ordenha. Os procedimentos que garantem esse manejo adequado são: realização do teste da caneca telada em todas as ordenhas para o diagnóstico de mastite clínica; realização do California Mastitis Test (CMT) a cada quinze dias para o diagnóstico da mastite subclínica; desinfecção dos tetos antes da ordenha; secagem dos tetos com papel toalha; realização da ordenha manual ou colocação da ordenhadeira mecânica; desinfecção dos tetos após a ordenha e alimentação dos animais para que eles permaneçam em pé até o completo fechamento do esfíncter do teto.

“Para evitar a transmissão da mastite, além do manejo de ordenha adequado, recomenda-se a implantação da linha de ordenha, utilizando como base o resultado do CMT. A linha é estruturada de forma que as vacas negativas sejam ordenhadas primeiramente. Em seguida, as vacas com mastite subclínica e, por último, os animais com mastite clínica”, explica Juliana.

As medidas para o controle da doença também incluem o tratamento imediato dos casos clínicos com antibiótico. A indicação do medicamento deve ser feita por um técnico. O tratamento deve ser realizado por, no mínimo três dias. A pesquisadora observa que os animais que estão sendo tratados devem ser marcados e o leite deles descartado durante o tratamento, considerando o período de carência do produto descrito na bula, para evitar a presença de resíduos no leite do tanque ou latão.

Outra medida é a limpeza e manutenção dos equipamentos de ordenha, sendo que esta última deve ser feita a cada seis meses, visando garantir a sanidade da glândula mamária. A lavagem do equipamento deve ser feita imediatamente após a ordenha seguindo as instruções do fabricante.

Durante a secagem, o uso de antibióticos específicos em todos os quartos do animal é fundamental para o tratamento de casos subclínicos, adquiridos durante a lactação, e também para a prevenção de novas infecções durante o período seco. A recomendação é que o animal tratado seja acompanhado durante as duas primeiras semanas pós-tratamento.

De acordo com Juliana, devem ser separados e descartados os animais com mastite crônica não curada, devido à diminuição da capacidade produtiva do teto afetado e potencial fonte de infecção para os animais não infectados.

Medidas

Para evitar a ocorrência da mastite no rebanho, recomenda-se a análise do California Mastitis Test (CMT) ou CCS, ou exame microbiológico do leite, dos animais a serem comprados. Células somáticas são células de defesa (predominantemente leucócitos) e células de descamação do epitélio mamário. “Em caso de mastite, existe um aumento das células somáticas no leite, o que é definido como indicador da infecção. O CMT é um teste feito a campo para diagnóstico da mastite, pois detecta a presença de células somáticas [CS] no leite. O CCS, que é a contagem de células somáticas, é realizado em laboratórios oficiais da Rede Brasileira de Laboratórios de Qualidade do Leite [RBQL], por isso é mais preciso e confiável e os valores são expressos em células por mL”, esclarece Juliana Dias.

Monitoramento

O monitoramento da doença deve ser feito através da coleta sistemática de dados de CCS dos animais. Para os casos de mastite clínica devem ser registrados dados como: número do animal, duração do caso, dia, tratamento realizado e duração do tratamento. Além dessas informações individuais, é necessário o monitoramento dos dados do rebanho, como incidência de casos de mastite clínica e informações sobre CCS dos animais. “Nos animais em que a CCS está alta é indicada a realização da cultura microbiológica para a identificação do agente causador da infecção e, assim, estabelecer uma estratégia de controle mais eficaz”, finaliza a pesquisadora.

Fonte: www.embrapa.br

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Chat: Qualidade do Leite

O terceiro Chat Temático da RepiLeite realizado no dia 22/08 com os colaboradores da Embrapa Gado de Leite, Guilherme Souza e Letícia Mendonça, abordou o tema "Qualidade do Leite”. O objetivo foi discutir o que se entende sobre o assunto.

O bate papo contou com a participação de vários membros da rede que apontaram os parâmetros utilizados para medir a qualidade do leite; redução de CCS (Contagem de Célula Somática) de um rebanho; controle da mastite, assistência técnica em algumas regiões e programas complementares de estudo. A troca de conhecimento entre eles foi importante para esclarecimentos e saber qual a melhor alternativa para trabalhar na propriedade. 

Disponibilizamos abaixo materiais para aprofundamento que foram citados durante o chat. Agradecemos à participação de todos os membros.


Materiais para aprofundamento:
http://www.cnpgl.embrapa.br/downloads/chat_qualidade_leite.zip

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Sancionada pela presidenta Dilma Rousseff nesta sexta-feira, 20 de julho, a lei que estabelece o medicamento genérico de uso veterinário no Brasil, a qual entrará em vigor dentro de 90 dias. A lei conceitua os novos medicamentos veterinários e define os critérios para registro e comercialização no país. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) terá papel fundamental nesse processo: regular a produção e o emprego desses medicamentos, que devem ter a mesma qualidade, eficácia e segurança dos produtos convencionais.

“É uma iniciativa que busca disponibilizar no mercado produtos com um custo menor, atendendo a um anseio dos produtores rurais. Da mesma forma que os produtos convencionais são avaliados hoje, vamos analisar as garantias de segurança e eficácia desses novos medicamentos”, garante a diretora substituta do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários, Angélica Ribeiro.

Após a adequação da regra vigente – voltada a medicamentos convencionais – para a inserção dos produtos genéricos, o Mapa passará a ser o responsável pelo registro das substâncias e pelo acompanhamento desde a fabricação até o emprego desses insumos. Entre essas etapas, o Ministério da Agricultura também fará análise de fiscalização do medicamento genérico, mediante coleta de amostras do produto na indústria e no comércio, para confirmação da bioequivalência (conformidade dentro das características e uso recomendado).

Caberá ao Ministério da Agricultura, ainda, editar periodicamente a relação dos produtos de uso veterinário no País seguida dos nomes comerciais e das respectivas empresas fabricantes. A lei determina que a pasta promova programas de apoio ao desenvolvimento técnico-científico aplicado à melhoria da qualidade dos produtos de uso veterinário e de incentivo à cooperação técnica para aferição da qualidade e da eficácia de produtos farmacêuticos de uso veterinário.

Para acessar o texto completo da Lei nº 12.689, clique aqui.

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Dia Mundial do Leite


Quente, frio, com frutas ou ao natural, brinde este dia com uma taça de leite


Neste primeiro de junho, celebra-se o dia mundial do leite. A comemoração ocorre desde 2001, quando a FAO (órgão da ONU para agricultura e alimentação) propôs a criação da data.

Celebrar este dia é de fundamental importância para a criação de uma consciência em relação aos benefícios que o consumo deste alimento pode proporcionar.

O leite é a melhor fonte de cálcio que existe, além de ser rico em proteínas, carboidratos e minerais. Possui gordura pouco saturada, sendo um dos alimentos de origem animal com menor teor de colesterol. Também é rico em vitaminas A, B1 e B12, além de sais minerais essenciais, como fósforo, que ajuda na formação dos ossos, e o manganês, que auxilia no funcionamento do cérebro.

Alguns países têm realizado campanhas para aumentar o consumo do produto. Nos EUA, desde 1993, a campanha ‘Got Milk’ reune várias celebridades (como a modelo brasileira Gisele Bündchen, na foto), que exibem o “bigode” do leite. Na campanha ‘Make mine milk’, do Reino Unido, as pessoas desenham por meio de um programa “bigodes de leite”.

Neste primeiro de junho, a Embrapa deseja a todos um feliz dia mundial do leite, com muitos brindes e ‘bigodes’ lácteos.

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O segundo Chat Temático da RepiLeite abordou, ontem (03/05), o tema "Alimentos alternativos para gado de leite", com os pesquisadores Mariana Magalhães Campos e Luiz Gustavo Ribeiro Pereira. Os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite buscaram saber as experiências dos participantes para discutirem possíveis formas de alimentação para o rebanho. A troca de conhecimento entre membros de vários estados do Brasil foi importante para esclarecimentos e saber qual a melhor alternativa para trabalhar na propriedade.

Os alimentos mais apontados foram a mandioca, cana com uréia, milho e soja. As discussões sobre alimentos alternativos continuam no fórum da rede “Alimentos e Alimentação em bovinos leiteiros”. Participe e deixe sua opinião. Disponibilizamos abaixo para aprofundamento links citados durante o chat. Se você tem sugestões de assuntos para o próximo bate papo da RepiLeite, deixe um comentário. Agradecemos a participação de todos os membros.


Links para aprofundamento:

www.cnpgl.embrapa.br/downloads/material_chat_alimentacao.zip
http://cqbal.agropecuaria.ws/webcqbal/index.php
http://lrrd.org/lrrd19/3/ribe19045.htm
http://www.cileite.com.br/sites/default/files/44Instrucao.pdf
http://www.cafepoint.com.br/radares-tecnicos/poscolheita/casca-de-cafe-na-alimentacao-de-bovinos-32509n.aspx
http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/tde_arquivos/1/TDE-2009-06-04T081742Z-1650/Publico/texto%20completo.pdf
www.neef.ufc.br/pal03_3.pdf


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Por Duarte Vilela - Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite

Seria ótimo se bastassem leis para criar uma realidade ideal. Não haveria crimes, exploração ou corrupção. Todos os conflitos da sociedade se resolveriam com a redação de portarias, instruções normativas, decretos... e o leite brasileiro passaria a ter qualidade de primeiro mundo a partir de janeiro deste ano. Ou ainda: pela IN 51 já teríamos leite com qualidade de primeiro mundo desde julho do ano passado, quando a Normativa foi adiada para o ano seguinte.

A substituição da IN 51 pela Instrução Normativa 62, publicada em 29 de dezembro de 2011 traz a cadeia produtiva do leite de volta à realidade e mostra o quão distante do ideal o setor se encontrava. Pela nova Normativa, o Brasil precisará de mais quatro anos para ter sua pecuária de leite respeitando os limites de 100 mil/ml para Contagem Total Bacteriana (CTB) e 400 mil/ml para Contagem de Células Somáticas. É lógico que estou generalizando. Há muitos produtores que já possuem tais índices e parece ter sido esse o gancho para a polêmica que nasceu do adiamento das exigências: quem trabalhou para se adequar à antiga IN 51 não desejava o retrocesso.

Algo que se esforça para traduzir a realidade são os números. Segundo dados do Laboratório de Qualidade do Leite da Embrapa – que analisa mensalmente amostras de aproximadamente 20 mil rebanhos – se a IN 51 entrasse de fato em vigor a partir de primeiro de janeiro deste ano, poucos rebanhos estariam de acordo com a Normativa. Próximos de 95% das análises realizadas no Laboratório para CTB estão acima de 100 mil/ml e 45% delas ficam acima de 400 mil/ml para CCS. Chamada à Câmara Setorial do Leite e Derivados para emitir seu parecer, a Embrapa Gado de Leite apenas ratificou o que qualquer jurista faria. Nenhuma lei pode se confrontar com números tão expressivos.

O parecer da Embrapa, que embasou a IN 62, propôs que as exigências se dessem progressivamente, ao longo dos próximos quatro anos, num processo permanente e sistêmico de avaliação de resultados, ajustes e revisão de metas. Entendemos os leitores que emitiram suas opiniões contrárias na mídia, mas ressalto que a melhoria do produto deve ser uma bandeira do setor. Não se trata aqui de uma competição onde os que alcançaram os índices se mantêm no jogo enquanto os demais são eliminados. A cadeia produtiva do leite deve utilizar os produtores que trabalharam para se adequar à antiga norma como referência para os demais, reconhecendo que estes se encontram quatro anos (ou mais) a frente do seu tempo (e a maioria sendo bonificado por esta vanguarda).

Às instituições do setor cabe garantir que o prazo estabelecido pela nova Normativa seja cumprido. A todos nós, deve ficar patente a lição de que obter leite com baixa CTB e CCS não é uma mera questão de tempo. Exige muito trabalho para capacitar o produtor. O salto qualitativo do setor só se dará com a capacitação. Esta é uma posição histórica defendida pela Embrapa Gado de Leite, mas que muito pouco tem avançado.

Ao final da década de 90, o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (que teve a participação da Embrapa) contemplava a ‘capacitação do produtor’, além da criação da RBQL (IN 37) e da própria IN 51. Enquanto as duas últimas caminharam, até hoje aguardamos ações concretas de capacitação. O que levou ao não desenvolvimento de tais ações? O custo financeiro de atender próximo de dois milhões de estabelecimentos leiteiros em todo o país, naquela época, talvez tenha desencorajado as instituições públicas e privadas ligadas ao setor. Ora, mas não se obtém qualidade sem investimento... O resultado desta inércia foi a publicação da nova Normativa.

Não somos a única instituição a tocar na tecla da capacitação dos produtores de leite. Várias instituições têm programas próprios: o SEBRAE em Minas, com o Educampo, o Senar – com um programa de treinamento de produtores – além de outras iniciativas da assistência técnica pública e privada como, o Minas Leite (MG), o Tanque Cheio (GO) e o Balde Cheio (Nacional), etc. Tais iniciativas contribuem para reverberar a filosofia de que a mudança de cultura do trabalhador rural se faz por meio da educação e do treinamento. No entanto, precisamos de mais energia nesta luta, buscando recursos e apoio. Acreditamos que o mais lógico é a união dos esforços em prol da mesma causa. Neste sentido, uma parceria do Sebrae, Senai e Embrapa Gado de Leite, com o apoio do MAPA, foi implantado recentemente o Programa Alimentos Seguros para a cadeia produtiva do leite (PAS Leite), que tenta mudar esta realidade, elevando a segurança e a melhoria da qualidade do leite em todos os elos da cadeia produtiva, através de Boas Práticas das Produção.

Mas enquanto isso não acontece com todos os produtores e em toda a cadeia, a Embrapa Gado de Leite e a Câmara Setorial do Leite compreenderam a necessidade de se repensar a cronologia da busca pela qualidade do leite no Brasil, permitindo que os elos da cadeia produtiva possam se articular, definir prioridades e estratégias e finalmente agir. No entanto, registro que a contribuição da Embrapa levada à Câmara (unanimemente acatada como uma decisão do colegiado e encaminhada ao SDA/MAPA, que a transformou na IN 62/2011) não se limitou apenas a obter mais prazos. Sugere ainda:

- Criar no âmbito da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/MAPA), um Programa Nacional de Controle e Prevenção da Mastite, elaborado por um grupo de trabalho envolvendo instituições de pesquisa e ensino, empresas de lácteos, serviços de extensão e demais participantes da cadeia do leite. A Embrapa e parceiros têm um projeto pronto que pode atender a esta demanda.

- Garantir investimentos em infraestrutura de energia elétrica e estradas, condições básicas e prioritárias para que o leite, produzido com a qualidade higiênico-sanitária desejada, seja mantido durante o transporte para a indústria, e dentro da mesma.

- Propor programas de qualificação e capacitação dos técnicos da extensão rural e autônomos que atendem os produtores de leite. O PAS-Leite pode atender a esta demanda.

- Propor programas de capacitação para os produtores e transportadores de leite com foco em educação sanitária e qualidade do leite. O PAS-Leite pode atender a esta demanda.

- Incentivar as empresas de lácteos a adotar programas de pagamento de leite baseado em indicadores de qualidade pode ser uma das principais estratégias para melhoria da qualidade do leite.

- Melhorar o acesso ao crédito para financiamento da produção de leite.

- Realizar ações para sensibilizar o consumidor da importância da qualidade do leite. O consumidor pode ser um importante agente no processo de transformação da cadeia do leite. A Láctea Brasil tem um projeto que pode atender a esta demanda.

Não é demais lembrar que sem a adoção destas, entre outras medidas; sem um foco constante na capacitação do produtor; sem o comprometimento de toda a cadeia produtiva em unir esforços, corre-se o risco de em 2016 estarmos aqui discutindo a redação de uma nova Normativa, com toda a polêmica, constrangimento e fadiga que isso provoca e que desde hoje pode ser evitada.

Clique aqui para ler a nota técnica da Embrapa enviada à Câmara Setorial do Leite e derivados.


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Abaixo a Instrução Normativa nº 62, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que define os rumos da qualidade do leite nacional, em substituição a Instrução Normativa nº 51.

Instrução Normativa nº 62

Dois fóruns na RepiLeite estão discutindo este assunto:

Adoção dos novos parâmetros de qualidade do leite poderá ser adiada para 2016

Adiamento dos Parametros da IN 51

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Chat: Controle do carrapato dos bovinos

A RepiLeite realizou hoje (07/12) o primeiro chat da rede com o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, John Furlong, sobre controle do carrapato dos bovinos. O bate papo começou às 10 horas da manhã.

O médico veterinário debateu vários assuntos, por exemplo, como fazer o teste de sensibilidade dos carrapatos, produtos homeopáticos, manejo rotacional, vacinas. Além disso, o médico parasitologista tirou dúvidas e disponibilizou links com conteúdo de aprofundamento no assunto para as pessoas interessadas na área. Segue abaixo o material.

Vídeo: https://repileite.ning.com/video/os-tres-passos-para-combater-o-inimigo-do-gado-e-do-produtor-o-ca

Publicações: http://www.cnpgl.embrapa.br/controle_carrapato.zip

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O primeiro dia de palestras do X Congresso Internacional do Leite teve como foco de discussões a sustentabilidade da pecuária de leite e as políticas públicas para o setor. Pesquisadores do Brasil, Estados Unidos e Canadá debateram as estratégias para diminuir a produção de gases causadores do efeito estufa.


Das atividades do setor primário, a pecuária é uma das que mais emite gás metano, um dos principais causadores do aquecimento global. No entanto, modificando a dieta do rebanho, é possível diminuir consideravelmente a produção deste gás.


Para o pesquisador Luiz Gustavo Pereira, é imprescindível que o Brasil intensifique suas pesquisas nesta área, demonstrando a sustentabilidade da sua pecuária para impedir que no futuro a questão ambiental se torne uma barreira alfandegária para a exportação dos produtos nacionais.


Políticas públicas – O primeiro dia de palestras do Congresso foi encerrado com o Fórum: Leite Nordeste. O chefe geral da Unidade, Duarte Vilela, abriu os debates afirmando que é preciso reduzir a carga tributária incidente sobre os equipamentos e insumos utilizados na pecuária de leite, a exemplo dos modelos já aplicados na suinocultura e avicultura. Segundo Vilela, é preciso valorizar o produtor e a produção de leite com uma remuneração justa e pagamento por qualidade.

Como ações de curto prazo, Vilela destacou a revisão das políticas de importação de lácteos com a proposição de mecanismos permanentes para controle de importação, estabelecendo novas regras de comercialização, principalmente no âmbito do Mercosul. O chefe geral da Embrapa Gado de Leite elencou outras prioridades:

- Desenvolver mecanismos de estímulo à exportação de lácteos;
- Atuar junto ao MAPA para publicação da nova edição do RIISPOA, essencial para a modernização do setor;
- Incrementar a pesquisa no país, com o fortalecimento do PAC para a C,T&I;
- Incentivar a cooperação científica, tecnológica e comercial com parceiros internacionais emergentes, como a China, e participação mais ativa do país em organismos internacionais como a Federação Internacional de Leite (FIL/IDF).

O deputado federal Domingos Sávio, presidente da Sub Comissão Permanente do Leite, que também participou do Fórum, afirmou que é preciso definir uma agenda nacional para a pecuária de leite. “Temos que elaborar uma política de Estado para o leite, definindo uma agenda nacional para a atividade”, realçou o deputado.

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Entrevista com Duarte Vilela – Chefe geral da Embrapa Gado de Leite

Engenheiro-agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa e doutor em Nutrição Animal pela mesma Universidade, Duarte Vilela dirige pela segunda vez a Embrapa Gado de Leite. Em seu primeiro mandato, a Empresa completou 25 anos. Agora, ele está à frente da instituição no momento em que se comemoram os 35 anos de sua fundação. Este também é o tempo de trabalho dedicado por ele à pesquisa agropecuária nacional, o que o credencia como uma das maiores autoridades nacionais no setor.

- O que mudou na pecuária de leite dos anos 70 até hoje?
A partir de 1976, quando foi criada a Embrapa Gado de Leite, houve uma grande evolução nos índices de produção e produtividade. A produção brasileira de leite aumentou quase 400% nos últimos 35 anos. Em números absolutos, o Brasil tinha 12 milhões de vacas produzindo oito bilhões de litros de leite há pouco mais de três décadas. Hoje, nossa produção caminha para atingir 30 bilhões de litros por ano com um rebanho de cerca de 15 milhões de vacas. Considerando-se as bacias leiteiras tradicionais e propriedades com rebanhos especializados, há registros de produtividade média anual de 3.600 litros vaca/lactação. Isto prova que o produtor brasileiro se tornou mais tecnificado.

- De que forma a Embrapa Gado de Leite contribuiu para a evolução da atividade nestes últimos 35 anos?
A Embrapa Gado de Leite, ao lado das empresas estaduais de pesquisa e universidades, teve um papel fundamental na melhoria do desempenho da atividade. Um exemplo é o processo de melhoramento genético do rebanho: o país é hoje referência mundial em genética zebuína tanto para leite quanto para carne. Saímos dos programas clássicos de melhoramento onde medíamos a produção diária e por lactação e hoje trabalhamos com genômica animal, identificando marcadores genéticos com importância econômica para a produção de leite. O melhoramento vegetal e as técnicas de alimentação dos animais também foram um fator importante. Até o início dos anos 80, a base das forrageiras era o capim-gordura e o capim provisório. Hoje, têm-se o pastejo rotacionado do capim-elefante e de forrageiras de elevado valor nutritivo como as gramíneas do gênero Cynodon, Brachiaria e Panico, assim como leguminosas (alfafa), além do uso de alternativa para o período de escassez de forrageiras (cana de açúcar com ureia e silagens). Estas foram tecnologias muito divulgadas pela Embrapa Gado de Leite que garantiram resultados excelentes na produção e produtividade de leite a pasto. Naturalmente que também ocorreu aumento nas áreas de pastagens cultivadas no Brasil, o que gerou aumento na produção, mas o aumento da produtividade está plenamente relacionado às novas tecnologias desenvolvidas ou adaptadas pela pesquisa nacional.

- Qual a expectativa para a pesquisa em bovinocultura de leite para os próximos anos?
Buscamos a fronteira do conhecimento. Na pesquisa básica pode estar a resposta para muitas das questões que hoje preocupam a cadeia produtiva do leite. A biotecnologia já mostrou que, por meio de marcadores genéticos, clonagem e transgenia, é possível acelerar o processo de melhoramento dos bovinos, criando populações resistentes a endo e ectoparasitos, à mastite, ao estresse térmico etc. A pesquisa básica, de ponta, trará resultados com mediana rapidez para os produtores e a população em geral. A infinidade de soluções que a biotecnologia apresenta é impressionante e vai do melhoramento genético ao desenvolvimento de produtos com qualidades nutracêuticas. A Embrapa Gado de Leite está alinhada com as questões das ciências avançadas e o nosso portfólio de pesquisas foi construído para atender às expectativas do agronegócio do leite no Brasil e nos países de clima tropical.
 
- E como os produtores têm acesso a estas pesquisas?
Tão importante quanto gerar novas tecnologias é fazê-las chegar ao produtor. Para que isto ocorra com eficiência, a Embrapa se reorganizou internamente. Foi criada uma Chefia adjunta de Transferência de Tecnologia, com ações exclusivas para esta finalidade. Entre as unidades da Embrapa, a Embrapa Gado de Leite é reconhecida por suas ações de capacitação de produtores. Possuímos núcleos avançados em todas as Regiões do país para identificar as demandas locais e darmos respostas seguras com rapidez. Buscamos parcerias com outras instituições para fazer chegar aos produtores de todo o Brasil informações técnicas de qualidade. Como exemplo, iremos lançar oficialmente este ano o PAS-Leite (Programa Alimento Seguro voltado para a cadeia produtiva do leite). Esta é uma ação em parceria com o Sebrae, Senar, Senai e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O Sebrae, por meio do SebraeTec, disponibilizará consultoria a preços subsidiados para os produtores interessados em trabalhar segundo as Boas Práticas Agropecuárias. Enfim, edificar caminhos sólidos para a pesquisa da Embrapa Gado de Leite é um grande desafio, mas temos a certeza de poder contar com a parceria de instituições sérias do setor. Sabemos que o leite é um produto imprescindível para a humanidade. Por meio da pesquisa ou da transferência de tecnologia, não mediremos esforços para transformar o Brasil num grande produtor e exportador de lácteos.
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9846954701?profile=originalBrasil e China podem desenvolver parceiras tecnológicas voltadas à pecuária de leite. Este foi o interesse demonstrado pelo professor da Academia Chinesa de Agricultura, Jia Qi Wang durante o workshop Sino Brazilian Dairying. Wang proferiu uma palestra sobre a cooperação potencial em ciência e tecnologia ente Brasil e China e falou do interesse do seu páis pela genética bovina desenvolvida no Brasil.

"Este workshop é o momento de quebrarmos o gelo e de criarmos uma ponte entre as instituições de pesquisa da China e do Brasil," disse Wang. Para o chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, a aproximação dos dois países trará benefícios para ambos. "Além do interesse dos chineses pelos trabalhos de melhoramento genético dos bovinos leiteiros brasileiros, principalmente com relação à raça Girolando, eles também buscam soluções para o tratamento dos resíduos da atividade leiteira, o controle da mastite e alternativas para produção de alimentos volumosos", diz Vilela.

Ao Brasil, interessa se aproximar do maior mercado do mundo. No ano passado, o consumo de leite na China foi o equivalente 41 bilhões de litros e o país teve que importar o equivalente a 4,2 bilhões de litros para atender o mercado interno. Este ano, o consumo de leite e derivados naquele país deverá crescer acima de 8%.

Fórum das Américas - O workshop Sino Brazilian Dairying foi um dos eventos do Fórum das Américas: Leite e Derivados, organizado pela Embrapa Gado de Leite em parceria com o Pólo de Excelência do Leite de Minas Gerais. O evento também contou com workshop sobre qualidade do leite, que deu ênfase à importância da qualidade do produto in natura para o processamento industrial e o consumo.

O Fórum contou com uma rodada de negócios entre representantes de instituições chinesas e empresários Brasileiros e foi sede da primeira reunião externa da Subcomissão do Leite da Câmara dos deputados. Presidida pelo deputado Domingos Sávio, a reunião contou com a presença do presidente da Embrapa, Pedro Arraes e lideranças do setor leiteiro. O principal objeto de debate foi a importação de lácteos dos países do MERCOSUL, que vem prejudicando a atividade no país.

Balanço - O chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, fez um balanço positivo do Fórum das Américas: Leite e Derivados. "Conseguimos reunir alguns dos maiores especialistas do mundo em qualidade do leite e iniciamos uma importante aproximação com a China. Esperamos que em 2012 o Fórum repita este sucesso".
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Por Duarte Vilela - Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite

 

O consumo de produtos lácteos na China deverá crescer novamente acima de 8% em 2011. Para um país cujo consumo no ano passado foi de cerca 41 bilhões de litros (37 bilhões produzidos no próprio país mais o equivalente a 4,2 bilhões litros importados), este crescimento significa um adicional acima de 3,2 bilhões de litros a atual demanda. A crescente demanda por produtos lácteos, resultado do enriquecimento da população e de um marketing eficiente, faz dos chineses o maior importador de lácteos do mundo. Trata-se de um player tão poderoso que, segundo o professor e diretor-geral do Instituto de Ciência Animal da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, Jia-Qi Wang, em 2010 o país foi o responsável por manter o equilíbrio do mercado internacional. Foi o país que mais importou leite em pó, sendo o responsável pela elevação dos preços desse produto. Em 2011 não deverá ser diferente.

9846956076?profile=originalCom 1,3 bilhão de consumidores – população que, a cada ano, aumenta a sua capacidade de consumo – a China deverá permanecer como o fiel da balança do mercado mundial por muito tempo. Principalmente se considerarmos a baixa capacidade de resposta dos sistemas de produção do país. Cabe comentar que a expansão da produção de leite na China tem sido sustentada mais pelo crescimento do rebanho leiteiro (é o país que mais importou vacas de leite no mundo, provenientes da Nova Zelândia, Europa e mais recentemente do Uruguai) do que pelo incremento de produtividade. Em recente missão realizada à China pela Embrapa Gado de Leite, a convite do Pólo de Excelência do Leite (missão da qual participei), constatamos o quão atípica é a pecuária de leite chinesa. A indústria tem grande peso na cadeia produtiva, pois incorpora a maior parte da produção do setor primário. Salvo poucas cooperativas, quase todas as grandes unidades produtivas pertencem às indústrias.

No norte do país as fazendas são gigantescas, com confinamentos abrigando acima de 10 mil vacas. No sul, objeto da nossa recente missão, onde percorremos seis províncias, as fazendas são menores, mas ainda assim as unidades produtivas possuem mais de 1.500 vacas. Independentemente da região, todos os sistemas se baseiam no modelo americano: vacas holandesas em confinamento total. Nos sistemas mais modernos ao norte e nordeste, a alimentação é do tipo ração total, com dieta equilibrada a base de silagem, feno e concentrado. Um fator limitante para o crescimento da produção, nitidamente perceptível, é a fragilidade da matriz de produção de alimentos volumosos. Em todas as regiões constatamos este fato, que se impõe pela proibição por parte do Estado de se utilizar campos de pastagens. Na concepção chinesa, a terra é voltada para alimentar o homem, por meio da produção de grãos e hortaliças. A alimentação do rebanho é importada ou oriunda dos resíduos desta produção.

9846956091?profile=originalAs unidades produtivas no sul do país possuem parceria com os agricultores para a aquisição de resíduos da atividade e é bastante comum observar famílias levando aos estábulos, os restos da cultura de arroz e milho, capim-elefante verde picado etc. Há também a importação de feno e pré-secado, em grande volume, da Austrália e volumosos peletizados dos Estados Unidos. Em alguns casos constatamos sistemas de associativismo, onde a indústria entra com as instalações e o rebanho – normalmente a genética é subsidiada pelo governo – sendo a alimentação e o manejo de ordenha por conta dos associados. Cabe à indústria comprar o leite a preço de mercado. Nas gôndolas de supermercado o consumidor paga hoje próximo a R$2,00 pelo litro de leite nacional e acima de R$7,00 pelo litro de leite importado. Esta ocorrendo uma crescente procura por terras em outros países para a produção de alimentos (inclusive leite). Esta procura se estendeu, recentemente, ao Brasil e pode ser um reflexo dos problemas que a China enfrenta para aumentar a sua produção e produtividade. No entanto, a legislação brasileira defende o setor agropecuário ao impor limites de aquisição de terras por estrangeiros.

A missão brasileira à China visou estabelecer uma proximidade com as instituições ligadas à pecuária de leite daquele país. Há, nesta aproximação, perspectivas de ganhos para ambos os países. Colocar tais perspectivas em discussão é o que a Embrapa Gado de Leite e o Pólo de Excelência do Leite pretendem fazer ao realizar, nos dias 12 e 13 de Julho deste ano, o Workshop Sino Brasileiro de Pecuária de Leite (Sino-Brazilian Dairing). Este evento acontecerá no Expominas de Juiz de Fora/MG e reunirá 30 autoridades chinesas, além de representantes de diversas instituições brasileiras. Nos dois dias de workshop, serão debatidas a conjuntura atual, as perspectivas para a produção de leite, a economia e a sustentabilidade do setor leiteiro em ambos os países. Outros temas a serem abordados são as tecnologias inovadoras para a produção de leite e as parcerias comerciais entre a China e o Brasil. Haverá também uma rodada de negócios organizada pelas indústrias e cooperativas de laticínios brasileiras, representantes de governo e entidades de classe. Pela missão chinesa, participam representantes de governo, líderes de classe, diretores e presidentes de grandes empresas do setor lácteo.

9846956257?profile=originalDa parte da China, há grande interesse nos trabalhos de melhoramento genético dos bovinos leiteiros brasileiros (principalmente com relação ao Girolando). Além da genética tropical, os chineses também buscam soluções para o tratamento dos resíduos da atividade leiteira, o controle da mastite e alternativas de produção de alimentos volumosos. Ao Brasil interessa, sim, exportar tecnologia, como a genética tropical; mas explorar o mercado de lácteos chinês é algo que temos plenas condições de realizar. Desde que consigamos resolver aspectos ligados à logística e ao custo com transporte, além de habilitar laticínios brasileiros para exportar para a China. Pode não ser uma tarefa fácil considerando o nível de exigência da legislação chinesa. No entanto, o Brasil já exporta hoje 11 bilhões de dólares de produtos agrícolas para aquele país. A soja é o nosso principal produto (7 bilhões de dólares), seguida pelo açúcar, frango, algodão, pasta de madeira e milho. Está ainda em negociações avançadas a exportação de carne de suíno. Desde 2005 o Brasil vem negociando a abertura do mercado chinês para o leite e derivados. As negociações estão bem adiantadas, contudo ainda precisam vencer algumas barreiras não tarifárias. Se outras cadeias produtivas conseguiram conquistar aquele importante mercado, a cadeia do leite também pode. Basta querermos, demonstrando com habilidade o nosso potencial e a qualidade de nossos produtos.

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