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Ervas daninhas são plantas que podem causar diversas formas de prejuízos ou danos ao homem, a outras espécies de plantas e até a animais. Chamadas popularmente de  inço, plantas invasoras, plantas daninhas ou infestantes, mato, erva má e juquira, entre outras denominações, apresentam  enorme capacidade  de adaptação, multiplicação, resiliência e conservação. Mesmo em ambientes e condições adversas, conseguem se desenvolver, causar impactos negativos e, consequentemente, prejuízos aos agricultores.

 

O uso intensivo de plantas cultivadas com mecanismos de resistência a herbicidas, as chamadas plantas transgênicas ou geneticamente modificadas, garante maior eficiência na produção e rentabilidade das lavouras. No entanto, essa tecnologia tem acarretado o surgimento de plantas daninhas resistentes a determinadas moléculas ou produtos, que perdem a eficácia, demandando  novos produtos  para o seu controle.

 

Nesse sentido, é imprescindível que os técnicos, consultores, agricultores e casas agropecuárias que atuam no setor estejam atentos aos cultivos sob sua orientação ou supervisão. É fundamental conhecer os mecanismos de resistência das culturas, o sequenciamento dos cultivos, as espécies de plantas daninhas, e, especialmente, identificar quais delas estão sobrevivendo ou apresentando resistência à aplicação de determinadas moléculas químicas.

 

Um fator positivo é a disponibilidade de diversas estratégias de prevenção que podem ser adotadas para evitar a ocorrência de plantas daninhas resistentes nas lavouras. Entre elas, destacam-se a rotação de cultivos; rodízio de produtos e/ou moléculas químicas; utilização de plantas de cobertura; plantio direto e o uso de culturas com mecanismos de resistência a herbicidas distintos, tanto em relação às plantas cultivadas quanto às ervas daninhas.

 Em prospecções realizadas pela Embrapa em plantios, principalmente de milho e de soja no Acre, foi constatada a presença de algumas ervas daninhas. Muitas delas já reconhecidas como problemáticas em outras regiões produtoras dessas culturas. Entre as espécies identificadas, estão trapoeraba, capim-pé-de-galinha, leiteiro, caruru, guanxuma, buva, erva quente, capim-amargoso, capim-colchão e corda de viola.

Diante disso, é importante ficar atento para o manejo adequado dessas plantas, a fim de evitar um problema que já existe em outras regiões do Brasil, causa prejuízo aos cultivos e, como consequência, aumenta os custos de produção e diminui a produtividade e rentabilidade.  Não se trata de alarde, mas de um alerta de prevenção a um problema a ser enfrentado e que os técnicos, produtores e comerciantes do setor agropecuário precisam estar preparados e aptos a solucionar.

 Adotar postura proativa, fortalecer as ações de monitoramento, capacitação e orientação técnica no campo são ações fundamentais e estratégicas que podem contribuir com a sustentabilidade dos sistemas produtivos, evitar perdas futuras e preservar a eficácia das tecnologias hoje disponíveis.

José Tadeu de Souza Marinho

Engenheiro-agrônomo, mestre em Agronomia – Fitotecnia, pesquisador da Embrapa Acre, Rio Branco, AC

José Tadeu de Souza Marinho
Embrapa Acre

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