O programa de melhoramento genético de forrageiras conduzido pela Embrapa desenvolveu a primeira cultivar de Urochloa ruziziensis ou Brachiaria ruziziensis, como o capim era denominado cientificamente (leia explicação no quadro abaixo). Essa cultivar foi desenvolvida para as condições de solo e clima no Brasil e recebeu o nome de BRS Integra por se destinar aos sistemas de integração lavoura, pecuária e florestas (ILPF).
Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Fausto Souza Sobrinho, que conduziu os estudos, comparada à cultivar atualmente disponível no mercado (cv. Kennedy) a BRS Integra apresenta maior produção de forragem na entressafra, quando o capim está solteiro na área. “Esse diferencial, no período de seca, torna a cultivar mais indicada para a ILPF, podendo contribuir com o aumento de produtividade desses sistemas”, explica Souza Sobrinho.
Antes da BRS Integra, a cv. Kennedy era a cultivar de ruziziensis existente no mercado de sementes forrageiras. O problema é que ela não foi desenvolvida especificamente para as condições edafoclimáticas (solo e clima) brasileiras. Para o pesquisador, apesar de possuir boa adaptação às diferentes condições ambientais do País, a cultivar Kennedy apresenta menor produção de forragem se comparada a cultivares de outras espécies de braquiária como a brizantha ou a decumbens. “Isso acontece principalmente no inverno, durante a entressafra das lavouras, quando nos sistemas integrados de cultivo, as forrageiras se encontram sozinhas na área ou acompanhadas apenas pelo componente florestal”, explica Souza Sobrinho.
Lançamento e onde encontrar as sementes
A braquiária BRS Integra será lançada às 18h
no dia 24 de março pelo canal da Embrapa no Youtube
e pela Rede de Pesquisa e Inovação em Leite (RepiLeite).
As sementes estão disponíveis para a compra
por meio da Unipasto.
Ao manter a produtividade alta no inverno, a BRS Integra pode ser aproveitada tanto como forragem para alimentação do gado na entressafra, quanto como palhada para o próximo plantio das lavouras.
O cientista explica ainda que, embora a brizantha e a decumbens possuam maior área cultivada no País, a ruziziensis vem aumentando seu espaço com o incremento da ILPF. “A espécie tem sido muito utilizada nesses sistemas devido à sua melhor adaptação à sobressemeadura em relação às demais. O também pesquisador da Embrapa Alexandre Brighenti aponta outra vantagem. “A ruziziensis é mais sensível a herbicidas, demandando doses mais baixas na dessecação pré-semeadura de cultivos em sistemas de plantio direto.” Além disso, a produção de sementes da espécie é uniforme, pois só floresce uma vez por ano, tornando o seu controle mais fácil.
Rubens Neiva (MTb 5.445/MG)
Embrapa Gado de Leite
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