Cooperativas, sindicatos rurais e órgãos de governos lançaram a campanha “Paraná contra a cigarrinha-do-milho”. A proliferação da cigarrinha-do-milho é uma preocupação crescente entre os produtores do cereal no Paraná. O inseto é vetor de doenças vasculares e sistêmicas que causam o chamado enfezamento da planta, problema capaz de reduzir em mais de 70% a produção de grãos nas cultivares suscetíveis.
Realização – A campanha de orientação aos produtores é uma realização conjunta do Sistema Ocepar (Ocepar, Fecoopar e Sescoop/PR), Sistema Faep/Senar-PR, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), de órgãos ligados à Secretaria da Agricultura e Abastecimento e Agricultura do Paraná (Seab) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O objetivo é alertar o produtor rural para a crescente presença desse inseto nas lavouras do Paraná e orientar sobre as boas práticas de manejo para reduzir os problemas causados pela infestação da praga.
As peças da campanha, criadas com o apoio da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá, levam em conta cada fase de cultivo do milho. As orientações para evitar a infestação da cigarrinha incluem, por exemplo, a eliminação do milho voluntário (tiguera).
O que é – Desde 2015, populações de cigarrinha-do-milho estão se deslocando e sendo registradas na Bahia, em Goiás, Minas Gerais e São Paulo. A partir de 2019, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul também passaram a ser afetados. Atualmente, a proliferação da cigarrinha-do-milho e a ocorrência de enfezamentos dos cultivos são consideradas um desafio fitossanitário para a cadeia produtiva do cereal. A cigarrinha pode se tornar vetor de três doenças sistêmicas que atacam o milho: o enfezamento-pálido, o enfezamento-vermelho e a risca-do-milho ou milho-raiado-fino.
A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) adulta mede de 3,7 mm a 4,3 mm de comprimento, com fêmeas geralmente maiores que machos. Tem coloração palha com manchas negras no abdômen e duas manchas negras na cabeça, similares a olhos escuros. Os insetos vivem em colônias no cartucho e nas folhas jovens do milho e sugam a seiva das plantas. O ciclo de vida da cigarrinha, de ovo a adulto, é em torno de 45 dias. Sob condições favoráveis de temperatura, entre 26°C e 32°C, o ciclo pode ser completado em 24 dias. Na fase adulta, as fêmeas podem depositar cerca de 14 ovos por dia, totalizando em média 611 ovos durante seu ciclo.
Saiba mais – Para orientar os produtores rurais, o Sistema Faep/Senar-PR lançou a cartilha “Manejo da cigarrinha e enfezamentos na cultura do milho”. Desenvolvido em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, o material traz orientações práticas, que ajudam o agricultor a identificar e a controlar o inseto, de forma didática. A publicação também contempla fotos que exemplificam os sintomas causados pelas doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho. Clique aqui e confira o material.
Embrapa disponibiliza página temática e publicações sobre a praga
Segundo a pesquisadora Simone Martins Mendes, a Embrapa vem trabalhando em várias frentes de pesquisas para melhorar as soluções disponíveis ao produtor. “Nesse contexto, além dos parceiros relacionados no Paraná, a Embrapa possui projeto aprovado com a CropLife Brasil que tem viabilizado estudos para entender melhor a bioecologia da praga e a relação com os patógenos por ela transmitidos”, adianta. “Manejar as cigarrinhas e o complexo dos enfezamentos no milho não tem sido tarefa fácil. Por isso, unir forças nesse momento que o produtor precisa de respostas é a melhor estratégia”, completa.
Para mais informações, acesse a cartilha Manejo da cigarrinha e enfezamentos na cultura do milho e a página temática Controle da cigarrinha-do-milho, da Embrapa.
Assessoria Ocepar e Guilherme Viana (MTb 06566/MG)
Embrapa Milho e Sorgo
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