O site MilkPoint em parceria com o Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) desenvolveu um ebook inédito sobre práticas de produção e uso de silagens em fazendas leiteiras no Brasil. O trabalho, coordenado pelo Professor Thiago Fernandes Bernardes, da UFLA, baseou-se em uma pesquisa realizada no site MilkPoint tendo a participação de mais de 500 pessoas, entre técnicos e produtores. O intuito foi conhecer as práticas de ensilagem em fazendas leiteiras para que estratégias de alimentação, gestão e linhas de pesquisa e créditos possam ser aperfeiçoadas e/ou definidas, em benefício à cadeia produtiva do leite.
"É de conhecimento geral que as forragens conservadas (silagem e feno) constituem a base da alimentação de rebanhos leiteiros e que seu custo está altamente relacionado com a lucratividade das fazendas, mas a pergunta agora é: como as propriedades estão fazendo o manejo desses volumosos? Quais são os principais desafios que os produtores enfrentam? Conhecendo este cenário, a classe produtora, a academia, a indústria e os governos estarão mais aptos a definirem as suas ações para o futuro do setor leiteiro", escreveu Bernardes.
Desta forma, o levantamento possui grande relevância devido ao seu vanguardismo, pois há muitos anos que as silagens são utilizadas no plano alimentar dos animais e essa é a primeira vez que um banco de dados desta natureza vem a público. Esse trabalho foi realizado com o patrocínio da Dow AgroSciences Pastagens. Abaixo, o resumo das principais conclusões do levantamento:
- O milho é a espécie mais cultivada para a produção de silagens (45%). Devido as características nutricionais serem semelhantes a do milho, a silagem de sorgo apareceu como segunda opção na maioria das propriedades. A cana-de-açúcar parece que vem ganhando espaço neste cenário, na companhia das silagens de capins tropicais. As forrageiras de clima temperado surgem como opções na região Sul, principalmente como pré-secados;
- A maioria dos produtores possui os seus maquinários para a produção de silagens. Contudo, uma grande parcela (cerca de 40%) ainda depende do empréstimo de equipamentos ou terceiriza os serviços;
- As colhedoras tracionadas por trator foi citada em 87% das respostas, sendo o principal modelo utilizado nas propriedades leiteiras para a colheita e picagem das culturas;
- 71% dos produtores não utilizam aditivos. Quando utilizados ou recomendados, a classe dos inoculantes bacterianos foi a mais citada;
- O desabastecimento manual foi o mais utilizado por 85% participantes;
- O descarte de silagem deteriorada é uma prática comum nas propriedades;
- A avaliação da composição química e da matéria seca ainda são práticas da minoria das fazendas (42%);
- As principais barreiras encontradas nas fazendas para se produzir silagens são: Falta de equipamentos nas etapas da ensilagem, carência de mão-de-obra, variações no clima, custos dos insumos e dos maquinários, carência de informações dos produtores e a resistência deles em aceitar e executar as recomendações técnicas, falta de planejamento das operações e carência de serviços terceirizados qualificados
A matéria é da Equipe MilkPoint.
Comentários
Adorei ler este post. Estou fazendo uma experiência com silagem em sacos plásticos. Queria desenvolver algo mais prático e que perdesse menos.