Diante de recentes denúncias relativas à adulteração do leite com substâncias como ureia, soda cáustica, água oxigenada e cal virgem, os pesquisadores da Universidade de Brasília, Paulo Anselmo Ziani Suarez e Guilherme Bandeira Cândido Martins, desenvolveram uma tecnologia que permite ao cidadão comum realizar uma análise do produto antes de consumí-lo.

A Macofren Tecnologias Químicas, empresa incubada no CDT/UnB (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília), licenciou uma tecnologia de forma não exclusiva para comercialização do produto. Trata-se da FITA ZER0-F, que detecta de modo rápido e fácil a presença de formol no leite, produtos de beleza e higiene, entre outros.  

Basta colocar a fita em contato com o produto que vai indicar a presença ou não de substâncias por meio de uma reação química. Na presença de formol é gerada uma cor violeta intensa, que varia de acordo com a concentração da substância na amostra.

Uma ação conjunta entre Ministério da Agricultura, Ministério Público do Rio Grande do Sul, Polícia Federal e Poder Judiciário confiscou milhões de litros de leite contaminado no país. A chamada Operação Leite Compensado durou 12 meses.

No decorrer de 2013, a apuração do MP do Rio Grande do Sul não revelou apenas que transportadores e comercializadores de leite estavam adulterando a bebida no Estado, mas também que a prática é nacional. Em maio deste ano, a LBR precisou fazer um recall de caixinhas de duas importantes marcas, depois de identificar que aproximadamente 300 mil litros de leite estavam contaminados com formol. Os lotes, fabricados no Rio Grande do Sul, teriam sido vendidos aos Estados de São Paulo e Paraná.

Adulteração

A Operação Leite Compensado teve sua primeira fase desencadeada em 8 de maio do ano passado. As investigações apontaram para um esquema que adulterou cerca de 100 milhões de litros do produto no estado.

Na ocasião, o MP revelou que transportadores estavam adicionando água e ureia (que contém formol) ao leite cru para aumentar o volume e disfarçar a perda nutricional no caminho entre a propriedade rural e a indústria. O esquema era realizado em postos de resfriamento.

Vinte e seis pessoas foram denunciadas, sendo que 13 foram presas e quatro estão em liberdade provisória. Os processos na cidade gaúcha de Ibirubá foram os únicos já concluídos em primeira instância, e seis pessoas tiveram suas sentenças decretadas – uma delas chegou a ser condenada a 18 anos e seis meses de cadeia em regime fechado.

FonteR7 Notícias

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