Ao executarmos trabalhos com pipetas automáticas é muito comum a expressão, “se começou a pipetar não deixe outro terminar”, em seguida a explicação, “se outro terminar, acarretará em erros, pois cada um tem uma maneira de pipetar”. Este relato, ouvi inúmeras vezes. A pipeta é ou não um instrumento de precisão e exatidão? A pipeta, segundo os fabricantes é um dos instrumentos de medida de laboratório de maior precisão e exatidão. Nesta linha de raciocínio, porque não deixarmos outros terminarem o que começamos? Algo está incorreto, não deveríamos usar a pipeta com a mesma precisão dos colegas?
Ao usarmos uma pipeta sempre temos em mente a velocidade em que executaremos as tarefas, mas esquecemos que a pipeta é para ser precisa e não rápida. Neste contexto, sugiro algumas dicas de como usar as pipetas automáticas.
As pipetas de modo geral, operam segundo o princípio de deslocamento de ar e usam pontas descartáveis, desta forma, não deveríamos reutilizar as pontas, principalmente quando usamos líquidos viscosos. O princípio de funcionamento das pipetas requer o controle de velocidade ao succionarmos ou expelirmos o líquido. Esta ação de forma constante faz a diferença nas medidas.
Para termos bons resultados com a pipeta, precisamos nos atentar a alguns cuidados como, aspirar o líquido apenas após constatarmos que a ponta esteja fixada de forma correta. Qualquer vazamento entre a ponta e o cone da pipeta altera o volume. A consistência na velocidade dos movimentos garantirá uma repetibilidade maior.
Basicamente temos duas formas de pipetar, a forma direta e a forma inversa. Ambas deverão ser executadas com a pipeta na posição vertical, e não levemente inclinada como acostumamos ver.
A forma direta consiste das seguintes etapas:
1- Pressione o êmbolo até o primeiro ponto de paragem;
2- Mergulhe a ponta a uma profundidade aproximada de 1 cm, alivie lentamente a pressão do êmbolo, aguarde um pouco e retire-a do líquido;
3-Pressione o êmbolo até o primeiro ponto de paragem, um segundo após, pressione o êmbolo até o segundo ponto de paragem, desta forma o líquido escoará completamente.
A forma inversa de pipetar é recomendada para soluções viscosas, soluções com tendência para formar espuma, ou para pipetar volumes muito pequenos. A pipetagem inversa requer dos operadores uma familiarização maior com a técnica. As etapas são:
1- Pressione o êmbolo até o segundo ponto de paragem;
2- Mergulhe a ponta a uma profundidade aproximada de 1 cm, alivie lentamente a pressão do êmbolo. Esta ação encherá a ponta com um volume superior ao indicado. Aguarde de 1 a 2 segundos e a retire do líquido.
3- Dispense o líquido pressionando suavemente até o primeiro ponto de paragem. Este volume será igual ao volume indicado. Mantenha o êmbolo nesta posição. O líquido que permaneceu na ponteira não deverá ser dispensado. A ponteira deverá ser descartada com o líquido remanescente da ponta. Basicamente com estes cuidados, teremos sim, a pipeta como instrumento de precisão e exatidão.
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