O cálculo da proporção das matérias-primas utilizadas nas misturas de compostagem geralmente causa dúvidas entre quem começa a fazer o processo em sua casa ou propriedade rural. Para sanar o problema, o pesquisador Marco Leal, da Embrapa Agrobiologia, desenvolveu a planilha eletrônica CompostCalc, disponível em Excel e Libre Office, que faz esse cálculo considerando as diferentes matérias-primas possíveis, de forma que a mistura do composto tenha a relação Carbono-Nitrogênio (C/N) escolhida. “A ferramenta apresenta tabelas com os valores de relação C/N de diversos materiais, orienta como calcular a densidade seca dos materiais e possibilita o cálculo de proporções de várias misturas, além de possibilitar a apresentação dos resultados também com base no volume das matérias-primas. Também contém links para vídeos e outras informações sobre compostagem”, explica o pesquisador.
A ideia de fazer uma planilha surgiu a partir dos sucessivos cursos de compostagem ministrados por Marco Leal, tanto presencialmente quanto em EAD. “É nítida a dificuldade que muitas pessoas encontram para calcular as proporções das matérias-primas, e por isso tentamos ajudar”, conta. Segundo ele, algumas atualizações ainda devem ser feitas, como a ampliação da tabela que contém informações sobre a relação C/N de diversos materiais e a inserção de textos e vídeos explicativos sobre sua utilização.
Marco explica, no entanto, que o uso de uma proporção exata é importante apenas no caso da realização de experimentos ou de compostagens em larga escala, quando é indicado que a divisão entre a quantidade de carbono e a de nitrogênio tenha um valor próximo de 30. “A compostagem é um processo simples, que apenas acelera os processos de decomposição e de humificação que ocorrem de forma espontânea na natureza. Por isso, não é necessário que a mistura tenha relação C/N exatamente igual à recomendada. Mesmo com relações C/N próximas de 20 ou de 40 é possível realizar a compostagem de forma eficiente”, diz.
A planilha foi disponibilizada inicialmente apenas para os alunos do curso de compostagem em EAD, com o intuito de ter um feedback sobre sua utilização. Após alguns ajustes, ela passa a estar disponível para qualquer interessado. “Algumas pessoas revelaram certa dificuldade em usá-la, especialmente porque ela exige certo conhecimento técnico. Mas percebemos que, apesar disso, a aceitação foi boa”, comemora o pesquisador.
“Achei interessante a ferramenta, pois facilita no dia a dia os cálculos para formulação de composto. Minha sugestão é que as fontes de matéria-prima sejam continuamente atualizadas”, destacou um aluno do curso de compostagem. “É uma ferramenta muito útil e interessante para auxiliar no trabalho em campo”, apontou outro. Alguns também indicaram sugestões para melhoria, como cálculos de misturas ou análise da relação Carbono-Nitrogênio de resíduos orgânicos comuns.
Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia
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