O leite se tornou indigesto até para o bolso dos gaúchos. Depois que o Ministério Público apontou presença de água, ureia e formol – nesta terça-feira, também foram confirmados coliformes fecais –, o preço do litro do longa vida subiu 4,18% na Capital.
Em sete dias, o preço médio do leite saltou de R$ 2,15 para R$ 2,24. Para comparar o aumento, nos últimos 12 meses o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – principal referência de inflação no país – subiu 6,49%. Procurada por Zero Hora (ZH), a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) não deu retorno sobre o assunto.
Na semana passada, o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, dissera que, desde a revelação da fraude, o consumidor não buscava mais preço baixo, mas marcas em que pudesse confiar. Por isso, não se importaria em pagar R$ 0,10 a mais por litro.
Para o cálculo da variação do preço, Zero Hora pesquisou nove marcas à venda em quatro redes de supermercados da Capital. Os dados foram comparados com os valores colhidos anteriormente pelo Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (Iepe) da UFRGS e pelo Movimento das Donas de Casa.
Terça pela manhã, diretores da Agas se reuniram com o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat). O encontro teve como objetivo discutir a situação do setor após a divulgação da fraude. Amanhã, as entidades prometem medidas conjuntas para tentar devolver a normalidade ao mercado de produtos lácteos.
– Os supermercadistas foram muito pressionados a trocar os produtos. Mas agora não há nenhum item a ser retirado das gôndolas – afirmou o presidente do Sindilat, Wilson Zanatta.
Segundo o dirigente, até o fim do período de entressafra, que se estende até agosto, o leite está sujeito a novas elevações de preço, de acordo com a oferta e a demanda. Nas semanas anteriores ao escândalo da adulteração, porém, os aumentos semanais mal passavam de 1%. Na última semana, quase quadruplicaram.
Depois da informação divulgada por Zero Hora na sexta-feira passada de que crianças sob a tutela do Estado vinham consumindo leite com venda proibida há mais de um mês, a Fundação de Proteção Especial recolheu 1.174 litros do produto UHT da marca Latvida de abrigos da Capital. Esse leite foi servido a crianças e adolescentes em Porto Alegre, onde estão 41 dos 43 abrigos, mas não era consumido nas unidades de Taquari e Uruguaiana. De acordo com a fundação, o fornecedor está realizando a substituição do produto por marcas liberadas para o consumo.
Subindo, subindo, subindo
O preço médio do leite longa vida integral em Porto Alegre teve forte alta:
Última semana de abril: R$ 2,10
Primeira semana de maio: R$ 2,11 (alta de 0,47%)
Segunda semana de maio: R$ 2,15 (alta de 1,89%)
Terça-feira desta semana: R$ 2,24 (alta de 4,18%)
O preço mais barato do longa vida na Capital na comparação entre 30 de abril e 14 de maio:
Supermercado A: R$ 1,98 e R$ 1,99, com variação de 0,5%
Supermercado B: R$ 1,85 e R$ 1,89, com variação de 2,16%
Supermercado C: R$ 1,67 e R$ 1,98, com variação de 18,56%
R$ 1,89 foi o valor mais baixo encontrado no levantamento de Zero Hora de terça-feira (15), que envolveu nove marcas e quatro redes de supermercado, enquanto R$ 2,75 foi o mais alto.
FONTE: A reportagem é do Zero Hora, adaptada pela Equipe MilkPoint.
Para adicionar comentários, você deve ser membro de Rede de Pesquisa e Inovação em Leite.
Comentários
Para complementar a matéria acima, vejam o vídeo sobre a fraude na produção de leite em Ibirubá (RS), clicando no link abaixo! Vale a pena assistir!
Link:http://migre.me/eAwIt
(FONTE: globo.tv)