Realizado na Embrapa Gado de Leite, o 1º Workshop SAF Leite e Mel teve como objetivo trocar conhecimentos e experiências sobre sistemas agroflorestais (SAF) para o planejamento do projeto SAF Leite & Mel da Embrapa Gado de Leite. O projeto visa integrar a criação de bovinos ao manejo racional de abelhas nativas sem ferrão (meliponicultura) em sistemas agroflorestais biodiversos e será implantado no campo experimental da Unidade, em Coronel Pacheco/MG.
Com a proposta de construção coletiva e participativa do sistema, o workshop teve a participação de agricultores familiares, extensionistas da Emater-MG, pesquisadores de seis Unidades da Embrapa (Embrapa Agrobiologia, Embrapa Cerrados, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Solos, Embrapa Milho e Sorgo e Diretoria de Negócios – DENE), professores da UFJF e UFV, representantes das ONGs The Nature Conservancy Brasil e GAAS, dos movimentos sociais MST e Fetaemg, da startup Nativa, além de apresentações de experiências de produtores em agroecologia (Fazenda Ecológica, Projeto Ecoleite e Mangalô Agroflorestal).
Segundo a pesquisadora Fernanda Samarini, a Embrapa Gado de Leite tem uma atuação consolidada nos sistemas integrados de produção, como o ILPF, comprovando os benefícios das SAFs para a produção e conforto dos animais. “A ideia com esse projeto é incrementar esses sistemas, tornando-os mais biodiversos e sustentáveis”, diz a pesquisadora.
Ainda segundo a pesquisadora, o projeto visa também fortalecer as conexões entre os diferentes elos da cadeia agroalimentar para a consolidação de um território agroecológico na região. “Queremos construir de forma conjunta um sistema mais biodiverso, provendo espécies de árvores e arbustos que forneçam alimentos pra os bovinos, reduzindo a dependência de insumos externos, além dos produtos oriundos da criação de abelhas nativas.”, diz.
Diferente da apicultura, que utiliza abelhas exóticas com ferrão, a meliponicultura, que será adotada no projeto, é a criação racional de abelhas nativas sem ferrão. O Brasil possui mais de 300 espécies desse tipo de abelha. O pesquisador Ricardo Camargo, da Embrapa Meio Ambiente, que proferiu a palestra de abertura do workshop, diz que as abelhas nativas são uma alternativa de produção sustentável de baixo investimento e bom rendimento e, por não terem ferrão, não oferecem riscos aos animais e às pessoas. “As abelhas são polinizadoras efetivas e contribuem para a biodiversidade, além integrarem ao sistema produtos de alto valor agregado, contribuindo para a renda do produtor”, afirma o pesquisador.
O evento contou com palestras de pesquisadores de outras cinco unidades da Embrapa. Também proferiram palestras professores de duas universidades federais (UFJF e UFV) e representantes do The Nature Conservancy Brasil (ONG), Emater-MG, Instituto Estadual de Florestas, Nativa (eco cosméticos), GAAS (adubação verde) e associações agroecológicas (Projeto Ecoleite e Mangalô Agroflorestal).
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