Alternativas para a produção de forragem na entressafra e a formação de palhada para o plantio direto

Resumo:  Em regiões de produção de bovinos, a forte estacionalidade da produção de forragem, no outono/inverno, resulta em queda na disponibilidade de pasto para o rebanho. A produção de silagem de milho tem sido uma das estratégias mais usadas, visando atenuar esse problema. Além do milho, o uso de outras espécies forrageiras mais tolerantes ao déficit hídrico pode ser uma opção viável para o cultivo da segunda safra. Foi avaliado o desempenho de três espécies forrageiras para produção de silagem, implantadas em monocultivo ou em consórcio, quanto à produção e o valor nutritivo da forragem e à formação de palhada para o plantio direto. O ensaio foi conduzido em blocos casualizados, com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiram das forrageiras BRS Integra (Urochloa ruziziensis), milho (Zea mays) e milheto (Pennisetum glaucum) em monocultivo e das quatro combinações possíveis entre essas espécies. O plantio foi realizado na época de segunda safra (final do verão). A menor produção de massa seca (MS) de forragem foi observada no monocultivo de BRS Integra (2.241 kg/ha), quando comparada aos demais tratamentos, que foram semelhantes entre si (9.464 kg/ha, em média). O milheto foi a espécie com maior participação nos consórcios, sendo predominante, especialmente, na combinação com a BRS Integra, onde participou com 99% da massa total. Além disso, os sistemas com o milheto apresentaram as menores quantidades de plantas daninhas. Os teores de proteína bruta e fibras em detergente neutro e ácido não variaram com os sistemas, mas a digestibilidade in vitro da MS (DIVMS) foi maior nos tratamentos com BRS Integra em monocultivo (51,2%), nos consórcios do milho com milheto (50,6%) e na combinação das três espécies (50,1%). Os sistemas com milheto em monocultivo (44,0%) e seu consórcio com a BRS Integra (41,8%) apresentaram as menores DIVMS. A produção de massa seca para formação de palhada foi maior no monocultivo de BRS Integra (3.113 kg/ha), intermediária no consórcio de BRS Integra com o milho (2.401 kg/ha) e menor nos tratamentos com o milheto (1.910 kg/ha, em média). Embora o milheto tenha apresentado elevado potencial para produção de forragem na safrinha, seu uso em consórcio não se justifica, por sua acentuada dominância e dificuldade de conciliar seu ponto de colheita com as outras duas espécies envolvidas, principalmente com o milho. A BRS integra apresentou a menor produtividade na entressafra, mas seu cultivo é fundamental para produção de biomassa visando a obtenção de palhada para o plantio direto. Os resultados desse trabalho vão ao encontro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) contidos na Agenda 2030, proposta pela Organização das Nações Unidas, da qual o Brasil é signatário, sobretudo nos seguintes objetivos específicos: ODS 1: Erradicação da pobreza; ODS 2: Fome Zero e Agricultura Sustentável. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho de três espécies forrageiras, implantadas em monocultivo ou em consócio, quanto à produção e valor nutritivo da forragem na entressafra e à formação de palhada para o plantio direto.

Ano de publicação: 2025

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