Resumo: Introdução A área cultivada com forrageiras no território brasileiro supera 150 milhões de hectares (IBGE, 2017), com predomínio de cultivares das espécies do gênero Brachiaria (sinonímia Urochloa) (B. brizantha, B. decumbens, B. humidicola, B. ruziziensis) e de Panicum maximum (Sinonímia Megathyrsus maximus), as quais respondem por aproximadamente 90% das áreas com forrageiras tropicais e uso predominante em sistemas pastoris com médio a alto nível de intensificação e de produtividade animal. As demais áreas são ocupadas por cultivares de gramíneas e de leguminosas forrageiras de outras espé- cies também relevantes pelas particularidades adaptativas em relação aos ambientes de cultivo e à função nos diversos sistemas de produção animal. Nesse contexto, o capim-andropogon (Andropogon gayanus Kunth) reúne atributos forrageiros necessários para o cultivo e o uso em ambientes mais desafiadores em relação ao clima, à fertilidade do solo e às principais pragas das pastagens. Devido a sua adaptação e resistência à cigarrinha-das-pas- tagens e nematoides de solo, seu cultivo também ocorre de forma alternativa ou complementar às cultivares de Brachiaria e de Panicum em uso nos sis- temas extensivos de produção animal a pasto, mais notadamente em locali- dades com oferta ambiental marginal, seja no âmbito de uma propriedade ou de uma região. Também tem desempenhado relevante papel para a diversifi- cação funcional e ecológica das pastagens e o seu cultivo tem se expandido para regiões com pluviosidade menor ou instável, a exemplo do semiárido nordestino. Adicionalmente, as cultivares das espécies de forrageiras com maior participação no mercado e nas pastagens são predominantemente de reprodução apomítica, nas quais, as plantas são clones propagados por se- mentes, resultando em baixa variabilidade genética que pode aumentar a sua susceptibilidade a eventuais problemas fitossanitários. Essa concentração de poucas espécies e cultivares em áreas tão extensas, associada a pouca va- riabilidade dentro de cada espécie, representa uma situação de alto risco para os sistemas de produção da pecuária nacional.
Ano de publicação: 2021
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