A pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Mariana Campos, aborda o uso de leite de descarte para alimentar bezerras. O leite de descarte provém de vacas doentes em tratamento com antibióticos ou no período de carência dos medicamentos. Apesar de ser uma prática comum, a pasteurização deste leite reduz apenas a carga microbiana e não elimina resíduos de antibióticos.
Mariana destaca que o leite de descarte possui menor teor de sólidos totais, menor lactose e maior nitrogênio não proteico, além de uma contagem bacteriana significativamente maior comparado ao leite integral. Em estudo recente, observou-se que o uso de leite de descarte, mesmo pasteurizado, leva a maior seleção de bactérias resistentes no trato gastrointestinal das bezerras.
Ela enfatiza que a alimentação com leite de descarte não deve ser praticada, devendo-se utilizar leite livre de contaminantes. A solução proposta é descartar corretamente o leite de descarte e reduzir o número de animais doentes na fazenda, utilizando antimicrobianos de forma estratégica.
A pesquisadora alerta para o aumento da resistência aos antibióticos em bactérias e destaca a importância da saúde única, abrangendo a saúde animal, ambiental e humana, ressaltando que até 2050, as mortes por superbactérias podem superar as causadas por câncer.
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