Criei esse tópico para que todos os interessados possam discutir, entender e desenvolver meios de melhorar a relação entre as pessoas que trabalham na atividade leiteira, uma vez que esta relação pode ser um gargalo na produção de propriedades em qualquer modalidade de produção animal.
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Respostas
Muito interessante esse tópico pessoal...durante minha formação em zootecnia na UFMG, eu tive a opção de realizar uma formação complementar em administração e marketing. Essa alternativa esta nascendo em algumas universidades, e na minha opinião, e algo deveria realmente ser realmente implantado em todas universidades. Hoje em dia o mercado procura um profissional mais interligado com a administração e a relação com todos os elos da produção, seja o tratador, vendedor, representante, etc...Sendo assim..saber ligar com todos esses elos não é facil..e deve ser muito bem trabalhado!
Att
O debate em torno do assunto está bem interessante e aproveito para acrescentar dados de 2 estudos que vi recentemente que corroboram algumas posições destacadas nos posts anteriores.
Segundo artigo do Marcelo Carvalho no Milkpoint intitulado "Características de um novo produtor de leite", um dos fatores de sucesso desses produtores de leite é a baixa rotatividade da mão-de-obra e a preocupação com a qualificação e gestão da equipe.
Relacionado a isso, em palestra do prof. Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho, da ESALQ/USP, que estudou a relação dos salários e qualificação profisional nos diferentes setores da economia brasileira, destaca-se que a agricultura é a atividade com menores salários e que concentra mão-de-obra com menor capacitação. E esse cenário tem se agravado porque os "trabalhos da cidade grande" como na construção civil, atualmente exigem qualificação, que os trabalhadores do meio rural não tem. Os trabalhos com pá e enxada, comuns no meio rural, e que existiam na contrução civil, por exemplo, não existem mais, visto que o concreto já chega pronto às obras.
Esses dados reforçam o grande desafio que é a mão de obra nas atividades primárias no meio rural, que ainda é mais preocupante na atividade leiteira, que demanda comprometimento diário, sem domingos e feriados.
Voltando ao citado por Sergio e Claudia, concordo sobre as dificuldades que temos com mão de obra em sistemas de produção, e sobre a dificuldade que temos ao que se refere-se a comunicação, mas a mão de obra tornou um grande limitante para nós, um dos motivos é porque a agropecuaria está competindo essa mão de obras com empreendimentos urbanos, como industria e comercio, mesmo por que as empresas urbanas oferecem mais beneficios aos operarios com salario, beneficios e horarios, se contar que nas cidades tem disponivel recursos para as esposas e filhos desses funcionarios, como escola e trabalho, logo essa competição por mão de obra entre a zonas rurais e urbana leva o problema de falta de empregados rurais. Para amenizar esse fato cabe aos empregadores rurais criarem beneficios aos seus funcionários para que eles não sujão, como por exemplo dito pela Claudia, valorização do potencial das pessoas (treinamento) e oferecer um ambiente social mais favorável para os funcionários criar suas famílias, fornecendo benefícios para que o homem continue no campo, assegurando também que as futuras crianças e jovem fique no campo tambem, mesmo por que esse problema tende a piorar, não se vê jovem em fazendas mais.
O desafio está dado, cabe a criatividade do empregador construir forma de assegurar mão de obra na sua propriedade.
obrigado
concordo com a opnião, a cultura enraigada de que uma fazenda não é uma empresa limita muito a implantação de técnicas administrativas que potencializa o lucro e a eficiência produtiva, logo cabe a essa nova geração e proprietários mais abertos a essa praticas mostrarem a nova realidade no setor agropecuário. Sendo essa barreira conceitual dos velhos modos de produção diminui a produtividade do produtores e força esse perfil, que por sinal tem muito valor, a se retirar do campo para entrada de capital estrangeiro ou capital de grandes empresas, as usina canavieiras por exemplo, logo isso se torna um problema muito amplo dentro de um contexto social.
Eu admiro e espelho muito em sistemas eficientes de produção, principalmente quando se fala de bovino de corte e leite, que é um ramo zootecnico muito definhado pela visão dos produtores com antigos conceitos de produção.
Obrigado, Wanderson Bahia
Bom, concordo com tudo o que o Sérgio e a Claudia. Apenas faço a ressalva de que, no segundo depoimento, na minha opinião, não podemos esquecer da diferença entre patrão e funcionário, pois existe em minha região inúmeros exemplos de que este estreitamento de laço pode ser um tiro pela culatra, uma vez que o funcionário pode acabar "confundindo" as coisas, e se tornando mais um amigo do que um relacionamento profissional. Não acho que seja uma má idéia, mas creio que deve se ter cuidado para que isto não venha a ser um problema futuro se caso este "relacionamento" não der certo.
Agradecimento ao Sergio e a Claudia pela participação.
Olá Francisco, pensando no que ouvi toda a vida – “não é fácil encontrar pessoas que queiram trabalhar, este tipo de serviço depende muito de alguém que tenha disposição responsabilidade e, claro, manejo; o difícil é arrumar gene para trabalhar...” Pensando nisso e avaliando o grau responsabilidade, dedicação e comprometimento do trabalhador rural (gado leiteiro) X remuneração e a satisfação, cheguei à conclusão de que temos que inovar e tentar fazer do empregado um parceiro. Um sócio, melhor dizendo. Se ele tiver um percentual de lucro o interesse dele vai girar como o nosso. Estou amadurecendo a idéia e já comecei. Só está faltando estabelecer os parâmetros, mas, não teremos outra saída, e achei o resultado ótimo!
Acredito nesta afirmativa. Tanto em se tratando dos proprietários, quanto de empregados.
Em minha opinião, isto acontece por vários fatores:
cultural - as pessoas trazem consigo uma história no método de trabalhar, o que, muitas vezes, impede que ocorram mudanças na atividade.
econômica - por se tratar de produto primário, onde o produtor não agrega valor, as remunerações são baixas ( proprietários e trabalhadores), o que dificulta o desenvolvimento.
trabalhoso- por se tratar se uma atividade diária e rotineira, faz com que as pessoas não tenham como primeira opção a produção de leite.
Por isso, creio que onde conseguirmos utilizar novas tecnologias que venham a diminuir custos, diminuir mão de obra e aumentar a remuneração, podemos diminuir os problemasda atividade.
abraço
Sergio