Unidade Demonstrativa de Produção de Leite
Já houve alguma avaliação sobre o impacto da implantação de unidades demonstrativas para adoção de técnicas de produção de leite e transferência de tecnologias em uma comunidade, município ou região?
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4- Para evitar que, eventualmente, um produtor de qualidade abaixo dos padrões da normativa, penalizado, troque de laticínio devido uma oferta financeira desconsiderando a qualidade, o laticínio que recebe o novo produtor se responsabiliza em comprovar a mudança da qualidade do mesmo. Isso resolve parte da questão de perda de leite de um laticínio para outro que bloqueia as iniciativas de pagamento por qualidade. Para esse controle usa-se o serviço dos conselheiros do MAPA que por necessidade orçamentária podem ser subsidiados pelos laticínios.
5- Com essas formas de trabalho tem havido muito incentivo. Os produtores estão se profissionalizando com otimismo. Por via de regra alguns estão saindo da atividade por não se adaptarem ao padrão. Mas isso é necessário e sadio!
Mas espera aí... uma INFELICIDADE!!! Como estava bom o meu sono e meu sonho! Acabei de acordar e ver que tudo acima descrito era somente um SONHO! Fruto de inúmeras discussões que já tivemos em nosso grupo de informal de profissionais ligados ao leite e que realiza todo ano os ENCONTROS REGIONAIS DE PRODUTORES DE LEITE DA ZONA DA MATA MINEIRA.
Mas quem sabe você que nos assiste nessa leitura pode também contribuir com idéias exeqüíveis, mesmo que por muitos consideradas utópicas. Vamos enriquecer e completar esse funcionamento da nossa CADEIA PRODUTIVA IDEAL – TÃO SONHADA!!
Abraços.
Nessa noite de 1º de julho de 2012, primeiro dia do novo calendário agrícola e pecuário (2012/2013) resolvi descrever a política de produção e mercado do leite de nossa região, especificamente na micro-região de Muriaé, Zona da Mata Mineira. Após ajustes que necessitaram de muitos esforços e apoio de toda cadeia atingimos o seguinte patamá em alguns detalhes:
1- Há um desconto no valor do leite do produtor na proporção de R$0,005 (meio centavo de real) por litro de leite, e uma contribuição de igual valor por parte dos laticínios. Os descontos são determinados por lei, portanto em toda captação já está considerado indiferente se o laticínio ou produtor deseja fazê-lo – tipo compulsório. A soma desse valor é repassado mensalmente para uma Associação dos Produtores de Leite do Estado especializada em MARKETING que estimula o consumo apresentando todas as faces desde a família produtora ao consumidor, mostrando minúcias da industrialização, distribuição, valor nutricional e social, situação de mercado, políticas governamentais para o setor, etc. O material é divulgado em mídia diversa. A referida associação inicialmente só se preocupa com o marketing, mercado e institucional (setor). Essa contribuição total (R$0,01) gera recurso da ordem de R$150 mil por mês ou R$1.800.000,00 por ano, numa micro-região que produz 500 mil litros por dia. Imaginem o Estado de Minas! E o Brasil!
2- Todos os meses pelo menos uma amostra do leite de cada produtor ou tanque coletivo é enviada para o laboratório oficial da Embrapa, que repassa o resultado ao produtor, laticínio e MAPA, eletronicamente. Quando uma amostra está fora dos padrões da normativa o laticínio se responsabiliza a rastrear o problema. Quando o problema está com o produtor e laticínio o acompanha orientando e notificando ao MAPA os cuidados tomados. Na reincidência o produtor é visitado pelo próprio MAPA, ou outro por este designado, a fim de observar a aptidão a produção de leite de qualidade e incluí-lo em programa de treinamento. Criado o Conselho de Qualidade do Leite, os laticínios subsidiam o custo de um conselheiro por laticínio. Cada produtor possui um cadastro completo, com mapeamento de localização e glebas utilizadas no MAPA.
3- Por enquanto, o pagamento do leite é feito através do preço do CEPEA (http://www.cepea.esalq.usp.br) para o Estado, mas aguarda-se um novo indicador que reflita melhor a proporção de mercado e sazonalidade. O preço por litro fica fragmentado da seguinte forma: a) 90% do valor é o preço base que todos recebem indiferente da qualidade (desde que o leite tenha sido recebido pelo laticínio). B) 10% do valor é pago pela qualidade de cada produtor (ou tanque coletivo) amostrado, calculado por uma expressão matemática envolvendo volume, UFC, CCS, Gordura e Proteína. Na conta cada indicador é multiplicado por um coeficiente de peso (ou importância) de forma que se o produtor tem seu leite dentro do padrão mínimo, ele receberá o valor referente ao “preço base” (90% do CEPEA-MG). O valor dos 10% de qualidade é calculado e distribuídos na mesma “expressão matemática” com a mudança de que a diferença a menor que 100% que um produtor não recebe é passada para o outro de melhor qualidade. Assim o laticínio NÃO fica com a diferença que um produtor NÃO recebeu. Exemplo: O laticínio captou 3 milhões de litros no mês. O preço do CEPEA-MG é R$0,88/litro. Assim o laticínio pagará aos fornecedores R$0,80 /litro como preço base e distribuirá proporcionalmente, de acordo com a “expressão matemática”, o montante de R$240 mil (10% = R$0,08 x 3 milhões de litro). Seria como se o produtor com qualidade recebesse bônus vindo de um que não teve melhor qualidade, mas que não deixou de receber o que lhe era devido. No final, o laticínio desembolsou o valor corretamente calculado, não usa a má ou ótima qualidade para desonerar ou onerar seu custo, e a quem é devido é premiado.
Esqueci de detalhar Projeto Ouro Branco www.miradouro.mg.gov.br. Vencedor do premio Sebrae MG 2010 e 2012.
Bom dia a todos! trabalho com consultoria. Especificamente temos um programa chamado Projeto Ouro Branco, em Miradouro-MG. Hoje abraça a questão de produção juntamente com questões sociais. Tivemos semana passada um evento com coordenação do núcleo de TT CNPGL-JF. O desejo é que a difusão da tecnologia passe as portas do governamental e muitos outros profissionais liberais e empresas particulares tenham acesso facilitado a ela. Isto somando-se as oficiais, ou braços do governo, que já procedem com o pleiteado. Nossa região tem pouca participação em eventos de TT. A cultura ainda não está implantada nos produtores ditos "formadores de opinião". Assim o acesso a tecnologias vindas direto de empresas vendedoras, cujos aportes lhes permitem agressividade na oferta, muitas vezes são privilegiados. Estamos para transformar!!!
Olá, Myrian. Agradeço a opotunidade de participar desse grupo que possui um tema que nos envolve diretamente. Abraço
Bom dia a todos. É um prazer fazer parte deste grupo. Este é um tema que carece de muitas discussões, pois vemos algumas inovações na forma de fazer TT, mas não temos ainda mensurados os impactos dessas ações junto aos produtores. Vejo isto como um grande desafio: mensurar o nível de adoção das tecnologias transferidas e o impacto das mesmas no setor produtivo.
Abraço.
Olá Myriam e demais participantes! Obrigado pelo convite. Terei o maior prazer em participar das discussões, pois este é um tema que me ocupa constantemente.
abraço