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Embrapa e a empresa Agreenvir Soluções Biotecnológicas estão desenvolvendo um produto com dupla finalidade, apto a adubar as plantas forrageiras, ao mesmo tempo em que controla a infecção por vermes. O adubo nematicida já passou por testes em casa de vegetação e em campo experimental e foi capaz de reduzir a contaminação em 60%, quando comparada a um pasto não adubado, e em 71,84% em relação a um pasto onde foi utilizado adubo químico à base de ureia. Como adubo orgânico, o produto já está pronto para ir ao mercado, mas ainda precisa ser avaliado em área com animais sob pastejo.

O pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) Roberto Pompeu, que integra a equipe do projeto, explica que a verminose é um dos piores problemas enfrentados por produtores de caprinos e ovinos. Na Região Nordeste, onde se concentram os maiores rebanhos do País, cerca de 90% dos animais estão infectados por esses parasitos. A forma mais comum de tratamento é o uso de vermífugos, o que, além de demandar custos com mão de obra, pode causar resistência nos vermes quando utilizados sem os critérios adequados.

A estratégia de controle da verminose com o novo produto possibilita quebrar o ciclo dos vermes no ambiente, reduzindo o desenvolvimento dos ovos até o estágio de larva infectante. Nesse último estágio, as larvas possuem alta motilidade e migram para a pastagem, onde são ingeridas pelos animais. Como passam muito tempo no pasto, os caprinos e ovinos infectados recontaminam o ambiente com suas fezes. Fazendo o uso do adubo nematicida os animais irão pastejar em locais sem contaminação, reduzindo a reinfecção, e, ao longo do tempo, as larvas serão eliminadas do sistema. 

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Normalmente, controla-se a verminose nos rebanhos fazendo o uso intensivo, e por longos períodos, de vermífugos sintéticos. Esse tratamento apresenta diversas desvantagens, como o alto custo com mão de obra para exame e aplicação do medicamento; desenvolvimento de resistência dos vermes aos vermífugos; além de riscos de contaminação da carne e do leite dos animais, e do meio ambiente, por resíduo dessas medicações. 

O produtor Francisco Coelho de Macedo, que cria ovinos desde 1997 e hoje possui um rebanho de 150 ovinos no sítio Barro Branco, município de Betânia do Piauí (PI), já teve prejuízos por causa da verminose, inclusive com a morte de animais. “Esse é um dos nossos principais desafios. Atualmente faço o uso de uma medicação para o controle, mas exige muito cuidado porque o uso incorreto pode acabar criando uma resistência no rebanho”, explica. 

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O uso de adubação na pastagem é uma prática ainda pouco frequente nas propriedades onde são criados caprinos e ovinos, mas apresenta muitas vantagens, principalmente quando se trata de adubo orgânico, que ajuda a manter a umidade do solo e a recuperar áreas degradadas. “O adubo é importante porque melhora o solo e aumenta a produção de biomassa verde ampliando a capacidade de suporte dos animais (taxa de lotação) sem prejudicar a área. Tudo isso beneficia o rebanho porque animais bem alimentados são mais resistentes à verminose”, pontua a também pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos Hévila Salles, líder do projeto. 

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Empresas buscam parceiros do setor de fertilizantes

Na atual fase da pesquisa, a equipe busca parceria com empresas do setor de produção de fertilizantes para aprimorar a eficiência do produto por meio de testes de granulometrias, por exemplo, e para produção do composto numa escala maior, a fim de testá-lo em propriedades e com a presença de animais no pasto. O objetivo final é disponibilizá-lo nos pontos de venda de produtos agropecuários facilitando o acesso para os criadores.

Adriana Brandão (MTb 01.067/CE)

Embrapa Caprinos e Ovinos

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