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As oito novilhas com melhor desempenho leiteiro na 5ª edição da Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto do Zebu Leiteiro da Embrapa Cerrados foram premiadas nesta segunda-feira (13). Mais que o troféu, os produtores que tiveram suas vacas avaliadas saíram com a garantia de que há uma boa genética em seus rebanhos.

Os dois animais que apresentaram os melhores índices gerais pertencem ao rebanho do Centro de Tecnologia em Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL), fazenda experimental da Embrapa Cerrados (DF). A BRGY 87 Freda da Cerrados, que ficou em primeiro lugar, com uma produção de 3,7 mil litros de leite em 305 dias, além de vários outros atributos com a avaliação positiva. A média de produção do Gir leiteiro foi de 3,6 mil quilos nesse período, o que corresponde a três vezes a média nacional, atualmente de 1,2 mil quilos. 

A Freda da Cerrado é filha de um animal já avaliado na prova e com boa produção. “Nós vemos que houve um ganho genético nessa linhagem”, destaca a pesquisadora Isabel Ferreira, supervisora do CTZL. A segunda colocada, BRGY 77 Fortuna da Cerrados, também se destacou em persistência de lactação e menor escore de células somáticas.

Essa é a única prova de leite a pasto de todo o Brasil. O objetivo é identificar animais geneticamente superiores para produção de leite. Para Sebastião Pedro, chefe-geral da Embrapa Cerrados, o leite produzido a pasto é o mais sustentável do mundo. “O Brasil precisa de genética melhorada própria para as condições dos trópicos [...] Esse é o quinto passo nessa direção de identificar animais com genética para esse desafio de produção de leite a pasto no Cerrado”. 

Durante os 305 dias que os animais ficam no pasto, mês a mês, é feito o controle leiteiro, seguindo as normas da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Um diferencial da prova é que as mensurações são feitas sem uso de fármacos exógenos para indução da lactação. A lactação é estimulada apenas pela presença do bezerro.

Além da produtividade, outros atributos são considerados: persistência da lactação; conformação racial; teores de proteína e gordura no leite; contagem de células somáticas; idade ao primeiro parto; intervalo entre parto e concepção. Também é feita a genotipagem dos animais para alelos A1 e A2 da beta caseína para os pecuaristas que têm interesse em produzir a bebida com menos teor alergênico.

A pesquisadora explica ainda que apesar de a prova ter o foco principal na quantidade de leite produzido, esses outros parâmetros também são muito importantes para o pecuarista. Por isso, além das novilhas com o melhor desempenho na produção de leite, foram destacadas as que apresentaram maior persistência de lactação, menor idade do primeiro parto, maiores teores de sólidos totais do leite e menor intervalo entre parto e concepção.  

Animais com classificação elite e superior

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Seu Hamilton Nunes é participante assíduo da prova de leite organizada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Associação dos Criadores de Zebu do Planalto (ACZP). Para o pecuarista de Luziânia (GO), o diferencial dessa atividade é que a Embrapa avalia parâmetros que os criadores não conseguem avaliar na fazenda. Ele explica que só a observação não é suficiente: “Em geral, avaliamos os animais pela sua cor, pela aparência física. Mas a filha da melhor vaca, às vezes, não é o que a gente espera”. Ele aconselha todos os produtores a testarem seus animais para garantir bons resultados econômicos em sua atividade. “Tem gente que desiste da atividade porque falta uma avaliação técnica e responsável”, lamenta. 

Ele conta ainda que depois que começou a participar da prova passou a valorizar mais seus animais e entendeu que o gado rústico é o melhor para produção de leite a pasto na região. Na 4ª edição da prova, que foi finalizada em 2020, sua novilha, a Caiana, terminou em segundo lugar, com classificação Elite. 

Após a premiação, Marcelo de Toledo, superintendente técnico da ACZP, conduziu o público até o curral, onde explicou os critérios relacionados à conformação racial. “Se a gente pensa em produzir leite a pasto, vamos necessariamente precisar desse material genético”, afirma, apontando para as novilhas premiadas. E completa: “Temos que seguir selecionando essa base, nas condições dos trópicos, para ter um leite economicamente viável e sustentável”. 

José Eduardo dos Anjos, produtor rural e veterinário, participante da 5ª edição da prova, lembra que o importante nessa avaliação é descobrir e multiplicar a boa genética. “A Embrapa consegue disponibilizar para os pequenos, médios e grandes produtores uma avaliação com dados fidedignos”, o que possibilita a melhoria dos rebanhos da região.

Assista aqui ao evento de premiação na íntegra. 

Expoabra 2021

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A apresentação dos resultados da prova de leite ocorreu durante a Expoabra Digital 2021, que acontece entre os dias 13 e 18 de setembro, em Brasília (DF), realizada pelo Parque de Exposição Granja do Torto. O evento marcou a reabertura desse espaço.

Durante a solenidade de abertura, Alysson Paolinelli destacou o potencial brasileiro no cenário agropecuário, afirmando que a agricultura brasileira é a mais competitiva e mais produtiva que o mundo tem hoje. 

O superintendente Federal de Agricultura do Distrito Federal, William Barbosa, enfatizou a boa fase da agropecuária da região: “Nós estamos vivendo um momento muito especial no Distrito Federal, com projetos acontecendo, com avanços que estão acontecendo. Hoje o Ministério da Agricultura vê o Distrito Federal como uma grande vitrine tecnológica para todos os outros estados da federação”. 

Já Sebastião Pedro, chefe-geral da Embrapa Cerrados, ressaltou a importante função desse tipo de evento: “Exposições agropecuárias são veículos de transferência de tecnologia, de troca de ideias e, através delas, a agropecuária evolui”. Ele enfatiza que a função da Empresa é transferir tecnologias e levar ao setor produtivo soluções tecnológicas que proporcionem sustentabilidade. “Dentro das fazendas, precisamos ter [sustentabilidade]; no mercado, precisamos demonstrar e provar que temos”. 

O secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Candido Teles, informa sobre os andamentos do plano de desenvolvimento rural sustentável para o Distrito Federal para os próximos 20 anos e da revitalização da cadeia leiteira. Segundo Teles, é um projeto audacioso, que tem a participação da Embrapa e de todas as entidades ligadas à agricultura. “Como diz o Sebastião [Pedro], nós temos tecnologia para produzir quase todas as commodities no Brasil, mas infelizmente não somos autossuficientes no leite. E agora com esse projeto que é nosso [...], Brasília certamente será uma vitrine. Eu acredito na ciência, na biotecnologia, eu acredito na inovação, eu sei que a Embrapa tem essa tecnologia [...]”. 

Assista aqui à solenidade de abertura. 

A programação da Expoabra conta atividades virtuais e presenciais, como palestras e painéis, mini cursos, a Semana Nacional de Orgânicos e provas equestres. Para participar ou assistir aos eventos é preciso preencher um cadastro no site. https://expoabra.com.br/

Juliana Miura (MTb 4563/DF)

Embrapa Cerrados

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As importações brasileiras de leite totalizaram 74,8 milhões de litros em agosto, 46,6% inferior a agosto do ano passado.

O aumento no preço do leite ao produtor está ajudando na recuperação das margens, que se encontram apetadas pela elevação em insumos como milho e farelo de soja.

Veja essa análise na nova edição do Boletim Indicadores Leite e Derivados disponível no Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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A Embrapa Cerrados (DF) fará, na próxima segunda-feira (13), a partir das 14h, a divulgação dos resultados da “5ª Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto do Zebu Leiteiro no Centro de Tecnologias de Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL)”, além das premiações das novilhas mais bem classificadas nessa avaliação e dos melhores animais da edição anterior da Prova.

O evento integra a programação da Expoabra Digital 2021, exposição on-line com transmissão na página oficial (https://expoabra.com.br/) diretamente do Parque de Exposições da Granja do Torto, em Brasília, de 13 a 18 de setembro. A apresentação da Embrapa Cerrados será realizada no Tatersal Joaquim Roriz. Cerca de cinco das novilhas premiadas na 5ª Prova serão exibidas no curral ao lado do auditório montado para o evento. 

“Vamos conversar com os criadores e mostrar como a análise morfológica participa do índice fenotípico e como ela pode ser utilizada para a mensuração e identificação de animais com aptidão leiteira”, informa o pesquisador Carlos Frederico Martins, coordenador da avaliação zootécnica.

Sobre a Prova

Promovida desde 2015 e coordenada pela Embrapa Cerrados e pela Associação Criadores de Zebu do Planalto (ACZP), a prova zootécnica busca o melhoramento genético das raças zebuínas com aptidão leiteira por meio da identificação de matrizes em grupos de animais contemporâneos de cada raça que apresentem potencial genético para a produção de leite a pasto.

Com duração e 12 meses, sendo dois de adaptação e 10 de avaliação, a prova identifica as melhores novilhas das raças zebuínas leiteiras participantes e seus cruzamentos que, em 305 dias de lactação em pasto rotacionado com suplementação, se destacarem nos atributos produção de leite, reprodução, idade ao parto, qualidade do leite, persistência de lactação e avaliação morfológica. Assista ao vídeo: https://youtu.be/1hM9g8jN5bE.

Na 5ª edição da prova, participaram 17 novilhas da raça Gir Leiteiro de criadores do Brasil Central. Os animais pariram entre janeiro e fevereiro de 2020 e foram avaliados entre fevereiro e novembro daquele ano. Já a 4ª Prova foi realizada em 2019 e os resultados apresentados em setembro de 2020 (saiba mais em https://bit.ly/3E25oL5). Mas a premiação dos animais não foi realizada devido à pandemia da Covid-19.

No momento, a 6ª edição da Prova está em andamento no CTZL e a 7ª edição ainda está com inscrições abertas. Acesse o regulamento aqui: https://bit.ly/3zTmN6m.

Serviço

Divulgação dos resultados da 5ª Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto do Zebu Leiteiro CTZL/Embrapa Cerrados e premiação dos animais da 4ª e da 5ª prova
Data: 13/09/2021
Horário: 14h
Transmissão: https://expoabra.com.br/

Breno Lobato (MTb 9417-MG)

Embrapa Cerrados

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Conceito tem como fundamento o uso de mais de uma espécie forrageira, na mesma área, sobrepondo plantas e curvas de produção ao longo do tempo

Danilo Sant’anna, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, apresentou nesta quarta-feira (08/09) a palestra "Pasto sobre Pasto: estratégias de manejo para redução de vazios forrageiros". O evento ocorreu em formato virtual, com transmissão pelo canal da Embrapa no YouTube e integrou a programação da 44ª Expointer. O Pasto sobre Pasto é um conjunto de princípios e práticas de manejo associadas ao uso de mais de uma espécie forrageira, na mesma área, sobrepondo plantas e curvas de produção ao longo do tempo.

Diversos são os benefícios possíveis com a aplicação do conceito, como ganhos produtivos, melhorias ao ambiente de produção, controle de plantas invasoras, benefícios na integração da pecuária com a agricultura, maior estabilidade na produção de pastagens para os animais e também a possibilidade de redução dos vazios forrageiros, períodos críticos que ocorrem principalmente na transição de estações quentes e frias nas condições do Sul do Brasil.

Acesse aqui uma publicação sobre o Pasto sobre Pasto

“É a sistematização de ideias, conceitos e técnicas que já são usadas há muito tempo, e tem como modelo a própria natureza, principalmente nos sistemas campestres aqui do Sul do Brasil, no Conesul da América do Sul, onde plantas de verão e inverno convivem no mesmo espaço, no mesmo metro quadrado, vegetando no mesmo momento. Isso proporciona um ambiente diverso, que não só fornece comida de forma mais estável para os animais, como também explora melhor o solo”, exemplificou Sant’anna.

Acesse aqui um vídeo sobre o Pasto sobre Pasto

Acesse aqui mais informações sobre o tema

A moderação da live foi feita pelo pesquisador Gustavo Silva, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sul. A gravação da live está disponível no canal da Embrapa no Youtube. Acesse aqui.

Felipe Rosa (14406/RS)

Embrapa Pecuária Sul

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Simpósio, nos dias 15 e 16, vai discutir prestação de serviços ambientais pelos sistemas integrados entre os temas

As vantagens dos sistemas integrados já são bem conhecidas, como bem-estar animal, por conta da sombra das árvores, diversificação das fontes de renda para o produtor rural, maior produtividade. O que muitas pessoas desconhecem são os serviços ambientais promovidos pela presença de árvores.

A integração com o componente arbóreo reverte-se em melhorias para o solo e para a conservação da água, devido ao aumento de matéria orgânica, da atividade biológica e da ciclagem de nutrientes. De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), isso influencia na qualidade do solo, com melhoria na fertilidade e maior infiltração e retenção de água no solo.

Esses sistemas mais conservacionistas, como a integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta (ILPF), ainda proporcionam maior diversidade de organismos. Essa fauna mais diversa auxilia no controle de pragas e de doenças.

Nos dias 15 e 16 de setembro, o VII Simpósio de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) do estado de São Paulo vai trazer especialistas para discutir um pouco dos serviços ambientais prestados pela ILPF.

O evento será no formato virtual. As inscrições estão abertas para técnicos, produtores, pesquisadores e estudantes.

O objetivo é discutir as principais metodologias, inovações e soluções para sistemas de produção integrados e com isso aumentar a adoção e o adequado manejo da ILP e da ILPF.

A iniciativa é organizada pela Embrapa Pecuária Sudeste e Grupo de Estudos Luiz de Queiroz (GELQ – Esalq/USP).

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui.

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)

Embrapa Pecuária Sudeste

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A quinta edição do Simpósio de reprodução, produção e nutrição de bovinos - Repronutri 2021 está marcada para os dias 13 e 14 de setembro. Desta vez, o evento será realizado no formato 100% online e gratuito, transmitido pelo Canal da Embrapa no Youtube e também pelo Canal do Boi.

O evento é de abrangência nacional e internacional, já foram realizados quatro eventos (2015, 2016, 2017 e 2019), em que o grupo Repronutri, juntamente com as instituições EMBRAPA, UFMS, UCDB, UEMS e UNIDERP, com os profissionais das empresas de consultoria e os patrocinadores, proporcionam a cada evento, palestras abrangentes com profissionais renomados do Brasil.

O Repronutri abordará temas variados relacionados à reprodução, genética, produção e nutrição animal, bem como, a apresentação de dados locais, por profissionais vinculados a propriedades rurais e empresas, além de mesa redonda com debates entre palestrantes e público são o foco do grupo.

O Grupo de Pesquisa em Reprodução, Produção e Nutrição Animal (Repronutri) discute os sistemas de produção pecuária aliando campo e ciência, e trazendo aos produtores resultados recentes de pesquisas que podem ser imediatamente aplicadas em suas propriedades, impactando positivamente seus sistemas de produção, contribuindo para o desenvolvimento da pecuária nacional.

A edição de 2021 é uma realização da Embrapa, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Anhanguera-UNIDERP, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Cia Pecuária Assessoria, FertPlan, InovaGen, Melhore Animal, Fundapam, Grupo Repronutri e outras empresas.

Site para mais informações: repronutri.com.br/

Carga horária | 4h

Congresso | Restrição de público: Aberta

Horário | confira a programação

Rosilene Gutierrez

Embrapa Pantanal

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Telefone: 673234-5875

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As perdas de solo, água e nutrientes devido à erosão são menores em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) do que em áreas de rotação de culturas agrícolas. A constatação foi feita por meio de uma pesquisa realizada em Sinop (MT), em uma das principais regiões produtoras de grãos do País. O trabalho foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril (MT) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e contou com participação de Rattan Lal, vencedor dos prêmios Food Prize (2020) e Nobel da Paz (via IPCC em 2007) e professor da Ohio State University, nos Estados Unidos.

A pesquisa mediu a perda de água e solo pelo escoamento superficial causado pelas chuvas e as quantidades de carbono e nitrogênio nos sedimentos desse escoamento em áreas com ILPF, lavoura de soja e milho em sistema de plantio direto, pastagem de braquiária, floresta de eucalipto em crescimento e no solo descoberto. Os dados mostraram que o sistema ILPF teve as menores perdas. No momento da avaliação, o sistema integrado contava com árvores de eucalipto com um ano de plantio, lavoura de soja na safra e de milho com braquiária na segunda safra. 

De acordo com o pesquisador da Embrapa Cornélio Zolin, as avaliações mostraram que, mesmo com as árvores ainda pequenas, a ILPF se mostrou como uma alternativa mais eficiente em termos de conservação de água e solo, elementos determinantes para o sucesso da produção agropecuária. 

“A escolha pela conservação do solo, e consequentemente da água, favorece o maior aproveitamento dos nutrientes e redução de custos ao produtor. Para que essa região tão importante tenha longevidade, frente a cenários climáticos cada vez mais adversos, o olhar atento para a conservação do solo, da água e manutenção dos nutrientes no solo será imperativo”, afirma Zolin.

Outro aspecto importante é a possibilidade de melhorar as práticas de conservação do solo a curto prazo. Com apenas um ano de instalação do sistema, com as árvores ainda em pequeno porte, a ILPF já se mostrou mais conservacionista que as demais formas de uso do solo estudadas.

Publicação científica

Os resultados do estudo foram publicados no periódico Acta Amazonica, no artigo Short-term effect of a crop-livestock-forestry system on soil, water and nutrient loss in the Cerrado- Amazon ecotone (Efeito da integração lavoura-pecuária-floresta em fase inicial sobre as perdas de solo, água e nutrientes no ecótono Cerrado-Amazônia). Assinam o artigo os pesquisadores da Embrapa Cornélio Zolin, Eduardo Matos, Ciro Magalhães, Sílvio Spera e Maurel Behling; a professora da UFMT Janaína Paulino; e Rattan Lal, da Universidade do Estado de Ohio.

 

9847011073?profile=originalILPF com menores perdas 

Os resultados da pesquisa mostraram que, em relação às perdas de solo, os números da ILPF foram estatisticamente semelhantes aos da pastagem e da silvicultura, porém, foram melhores que os da lavoura. A ILPF perdeu 238 kg de solo por hectare, enquanto a rotação de soja e milho perdeu 856 kg. A perda do solo exposto, sem qualquer tipo de cobertura, foi de 16 toneladas por hectare.

Já em relação às perdas de água pelo escoamento superficial, a ILPF obteve o melhor resultado, perdendo 34,5 litros por hectare. A lavoura perdeu 48,1 litros, índice estatisticamente semelhante ao da pastagem e da silvicultura. O solo nu, por sua vez, chegou a perder 675 litros por hectare. 

“Os sistemas que conservam mais água no solo são mais resilientes, uma vez que as plantas poderão explorar melhor o ’adicional‘ de água armazenada, deixando as lavouras menos sensíveis a situações de veranicos e consequentemente às quedas de produtividade decorrentes do déficit de água no solo”, explica o pesquisador. 

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Fonte: Short-term effect of a crop-livestock-forestry system on soil, water and nutrient loss in the Cerrado- Amazon ecotone

 “Os sistemas que conservam mais água no solo são mais resilientes, uma vez que as plantas poderão explorar melhor o ’adicional‘ de água armazenada, deixando as lavouras menos sensíveis a situações de veranicos e consequentemente às quedas de produtividade decorrentes do déficit de água no solo”, explica o pesquisador. 

 A mensuração foi feita por meio de um sistema de calhas que direcionava o escoamento superficial para caixas d’água instaladas em trincheiras. Sacos de algodão filtravam os sedimentos, nos quais foram mensuradas as quantidades de carbono e de nitrogênio perdidas. Nesse quesito, a ILPF também se saiu melhor que a lavoura. Foram perdidos 0,36 kg de nitrogênio (N) e 4,27 kg de carbono (C) por hectare, contra 1,34kg de N e 20,48 kg de C na rotação soja e milho. Os dados da pastagem e da silvicultura não diferiram estatisticamente da ILPF. Já o solo nu teve perdas de 29,23 kg de N e 428,17 kg de C. 

“Observamos na ILPF uma redução da perda de carbono de quase 99% em relação ao solo descoberto e cerca de quatro vezes menor comparada com o plantio direto. Isso significa que o sistema tem capacidade de evitar perdas e, aliado ao maior potencial de aportar mais carbono por meio dos resíduos gerados pelo sistema, contribui para manter ou mesmo aumentar o conteúdo de matéria orgânica no solo”, analisa o pesquisador da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa (Sire) Eduardo Matos.

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Parceria científica

Os dados da pesquisa foram coletados em um experimento de longa duração instalado na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT). O trabalho multidisciplinar teve início em 2011 e as avaliações sobre as perdas de água ocorreram de 2012 a 2015. 

Em 2016 o premiado cientista Rattan Lal ministrou um curso de duas semanas na Embrapa Agrossilvipastoril e ficou entusiasmado com as pesquisas com sistemas ILPF. Desde então, vem colaborando na interpretação dos dados relacionados à conservação de solo. 

Recentemente, Lal fez a palestra de abertura do II Congresso Mundial sobre sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta. Na ocasião, ele reforçou o papel da ILPF para a produção sustentável, dizendo que a agricultura precisa ser uma solução para as questões de meio ambiente e que os sistemas integrados são as opções para isso.

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Gabriel Faria (MTb 15.624/MG)
Embrapa Agrossilvipastoril

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Em Naviraí, MS, as árvores em sistema ILPF protegeram 100% da pastagem.  

Depois das fortes ondas de frio ocorridas em junho e julho de 2021, quando foram atingidas temperaturas negativas em muitas partes do Centro-Sul do País, as pastagens sofreram danos severos com as geadas. Visualmente é fácil perceber seus efeitos, já que a paisagem se tornou “amarelada” e muito vulnerável à ocorrência de incêndios.

O clima mais seco no inverno, como ocorre em grande parte da região atingida pelo frio, naturalmente, resulta em queda na produção e qualidade da pastagem nesta época do ano, prejudicando o desempenho animal. Em regiões onde ocorrem as geadas, além das perdas pela seca, ainda há perdas severas por consequência do frio extremo.  

 

Sistemas integrados de produção ajudam

Qual estratégia poderia ser utilizada para amenizar os efeitos das geadas em pastagens? Essa é uma pergunta relevante para muitas regiões no Centro-Sul do Brasil, pois elas experimentam, com alguma frequência, os problemas decorrentes dos eventos de geadas.

Uma das estratégias é ter as áreas cultivadas com pastagem nova, o que é viável no sistema de integração lavoura-pecuária (ILP), quando após safra de soja, implanta-se a braquiária em sequência. Desta forma, sempre se tem área com pasto novo durante o outono-inverno e esse tem maior capacidade de tolerar o frio se comparado aos pastos velhos.

Em pesquisas da Embrapa feitas na Unidade de Referência Tecnológica (URT) em Naviraí-MS, em uma parceria com a Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul) e a Rede ILPF, vários sistemas de produção estão sendo avaliados. Nas geadas de ocorridas em 2021, a temperatura chegou a atingir valores negativos, com mínima de -1,2 °C. Mesmo assim, a pastagem nova, com três meses em área de ILP, ainda permaneceu com 40% a 50% de massa verde. Porém, as áreas com pasto velho, de dois anos ou mais, foram muito mais afetadas, mantendo, no máximo, 10% de massa verde.

A inserção do componente florestal no sistema de produção minimiza também o efeito negativo das baixas temperaturas tanto para os animais como para a pastagem.

Em Naviraí, MS a Embrapa Agropecuária Oeste identificou que a proteção foi de praticamente 100% quando a pastagem era nova e cultivada dentro da ILPF. Esse efeito protetor se deve às mudanças de ordem microclimáticas que são proporcionadas na área de produção pelo componente florestal, o qual cria uma espécie de “bolsão térmico” que mantém o ar mais quente no ambiente.

Nesta área experimental, que já vem sendo monitorada desde 2015, sempre que ocorreram eventos de geadas as temperaturas dentro do ambiente do ILPF foram de 1 °C a 3 °C maiores do que nas pastagens cultivadas a céu aberto. Isso foi suficiente para manter a pastagem nova livre dos males das geadas. Até mesmo o pasto velho se beneficiou quando cultivado entre as árvores no ILPF, permanecendo com 50% da massa verde.

Portanto, em regiões consideradas susceptíveis a geadas, o uso do sistema ILPF, pode ser uma alternativa para proteger a pastagem e assegurar, pelo menos em parte da área, uma opção para garantir forragem de melhor qualidade para o gado.

Parcerias: Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Gado de Corte, Copasul, Rede ILPFMichely Tomazi, Júlio Cesar Salton, Danilton Luiz Flumignan, Éder Comunello (Pesquisadores)

Embrapa Agropecuária Oeste

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Em julho de 2021, o indicador internacional de preço ao produtor recuou 5,5% em relação a junho, mas segue acima do valor histórico.

No mesmo período, o custo da mistura concentrada recuou apenas 1,8%, reduzindo a margem do produtor de leite. Ainda assim, a margem segue 11,8% superior à média histórica.

Veja essa análise na nova edição do Boletim Radar Internacional disponível no Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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O custo de produção de leite registrou alta de 0,26% em julho, sendo a menor variação dos últimos 14 meses. A maior elevação foi na produção e compra de volumosos, em função da valorização dos fertilizantes.

No acumulado de doze meses o ICPLeite subiu 38,58%. A alimentação do rebanho foi o grupo que mais contribuiu para este aumento.

Veja essa análise na nova edição do Boletim ICPLeite/Embrapa disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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No município de Francisco Badaró-MG (no Vale do Jequitinhonha), o produtor rural Jorge Gonçalves não precisa mais comprar ração para o gado. Nas últimas duas safras, com a implantação de áreas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), ele tem produzido alimento suficiente para seu rebanho e até para ajudar vizinhos.

A propriedade de Jorge sedia uma das Unidades Demonstrativas (UDs) do projeto “Tecnologias Agropecuárias para o Semiárido Mineiro”. O produtor conta como o trabalho teve início. “Esse projeto foi nascido em 2019, em Sete Lagoas, junto com a Embrapa, a Emater e a parceria com a prefeitura. Nós tivemos palestras lá na Embrapa e foi decidido colocar UDs nos municípios que aceitassem uma parceria para incentivar os produtores sobre como tratar do gado na época da seca com silagem de sorgo. Eu implantei aqui e estou satisfeito. Tive como manter o gado sem precisar comprar ração e ainda passei para os outros amigos meus que ficaram precisando”.

Na safra 2019/2020, além da produção de sorgo para silagem em sistema ILP, também foi feito o cultivo de milheto para ração em integração com capim Massai. Após a colheita do milheto, o produtor ficou com a pastagem formada e tem recebido orientações dos profissionais da Emater-MG para fazer o manejo adequado da área. “A gente vem com essa tecnologia e com a Emater dando assistência, visitando, passando como é que tem de usar, o ponto de pôr o gado e de tirar o gado da pastagem”, conta Jorge.

Na safra 2020/2021, foram implantados dois hectares de ILP com cultivares desenvolvidas pela Embrapa, sendo dois tipos de sorgo e dois de capim (sorgo BRS 658 e BRS Ponta Negra, capim BRS Quênia e BRS Piatã).  

“Nessa área de dois hectares, estima-se que vamos colher em torno de 100 toneladas de silagem. Isso faz com que o produtor não precise sofrer com a alimentação do rebanho no período seco do ano”, afirma Ismael Mansur Furtado, que é coordenador técnico regional de pecuária da Emater-MG.

Paulo Deniz Oliveira, extensionista local da Emater-MG, faz o acompanhamento da propriedade e conta que ocorreu uma mudança na realidade do produtor. Além disso, o projeto busca expandir os benefícios para toda a região. “O principal propósito desse trabalho é socializar o conhecimento de tecnologias inovadoras. É um jeito diferente de fazer. Aqui, com a recuperação de pastagem, estamos trazendo uma tecnologia mais aperfeiçoada e a intenção é levar essa tecnologia ao conhecimento de todos os produtores ou, pelo menos, da maioria dos produtores aqui do semiárido”.

 

Parcerias

O projeto “Tecnologias Agropecuárias para o Semiárido Mineiro” é coordenado pela Embrapa Milho e Sorgo e conta com uma rede de parcerias, que envolve Emater-MG,  AnaterSenarSebraeEpamigInstituto Federal do Norte de Minas Gerais, sindicatos rurais e os consórcios de municípios das três regiões atendidas: Ameje (Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Jequitinhonha), Comar (Consórcio Público Intermunicipal Multifinalitário do Alto Rio Pardo) e Nova Ambaj (Nova Associação dos Municípios da Microrregião do Baixo Jequitinhonha).

Marina Torres (MTb 08577/MG)

Embrapa Milho e Sorgo

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Os preços dos lácteos no mercado atacadista voltaram a registrar valorização no início de agosto. Os altos custos de produção e o frio intenso restringiram ainda mais a oferta doméstica de leite neste momento de entressafra.

Veja essa análise completa na Nota de Conjuntura, disponível no Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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A Embrapa Gado de leite lançou na sexta-feira (13) o livro Na era do consumidor – uma visão do mercado lácteo brasileiro. O lançamento ocorreeu em live transmitida ao vivo pela internet às 10h. A obra é uma coletânea de artigos originalmente publicados em veículos de comunicação especializados na cadeia produtiva do leite. São 43 artigos escritos por 30 autores, especialistas no setor.

Os artigos estão divididos em cinco seções que fazem um panorama do consumo de lácteos no Brasil; analisam o consumo de derivados lácteos; apontam fatores que afetam o consumo; investigam o consumo de leite e derivados durante a pandemia de Covid-19 e refletem a respeito do mercado consumidor sob a ótica das redes sociais. A publicação tem a editoria técnica da pesquisadora da instituição Kennya Beatriz Siqueira.

Para a publicação, a Embrapa contou com a parceria da Abraleite. Segundo o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, “os artigos são textos curtos e leves, mas que não perdem o rigor científico”.  Martins comentou ainda que a publicação faz parte das ações que marcam os 45 anos de fundação da Embrapa Gado de Leite e que que a instituição já está inserida nesta nova era: “a era do consumidor”.

Para Kennya, a obra foi criada com a finalidade de abordar o comportamento do consumidor brasileiro de leite e derivados e as tendências deste mercado. Os artigos foram publicados originalmente no site Milkpoint e nas revistas Indústria de LaticíniosLeite Integral e Balde Branco entre dos anos de 2019 e 2021.

Martins e Kennya participaram da live de lançamento, que também contou com a presença do pesquisador Glauco Carvalho. A live foi transmitida pelo canal da Embrapa no YouTube (https://cutt.ly/lancamentolivronaeradoconsumidor)  e pela Repileite (http://www.repileite.com.br/page/palestras-recentes), além do canal da Embrapa Gado de Leite no Facebook.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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9847009483?profile=original*Lenita Ramires dos Santos 

**Emanuelle Baldo Gaspar

No século XVIII a Europa foi devastada pela varíola. Naquela ocasião Edward Jenner, um médico inglês do interior do país, observou que mulheres que ordenhavam vacas costumavam ter uma forma branda da doença (a varíola bovina) e não adoeciam nem morriam de varíola humana. Jenner então decidiu testar na prática sua teoria, a de que o contato prévio com a varíola bovina pudesse proteger as pessoas contra a varíola humana. Assim, ele inoculou material de pústulas de varíola bovina em um menino de oito anos. 

Posteriormente, Jenner inoculou pústula de varíola humana no menino e este não adoeceu (sim, naquele tempo não havia qualquer regulamentação ética para uso de seres humanos como “cobaias”). Assim surgiu a vacinação (do latim vaccinus ou “a partir de vacas”).

Desde a publicação do tratado de Jenner sobre a vacinação, em 1798, até a erradicação da varíola no Brasil em 1971 e no mundo em 1980, houve um longo percurso, no qual foram desenvolvidos os mais diversos tipos de vacinas, tanto para humanos quanto para os animais.

Essa disponibilidade de vacinação seguida de imunização (ou seguida de proteção) levou também ao registro da erradicação mundial da peste bovina, considerada a segunda doença erradicada no mundo e a primeira em animais, graças aos programas massivos de vacinação empregados.

Hoje a comunidade científica concorda com a importância da vacinação tanto para assegurar o direito à saúde humana quanto para resguardar a segurança alimentar, por evitar grandes perdas de animais de produção e transmissão de doenças zoonóticas.

Brucelose, raiva, rinotraqueíte infecciosa bovina, diarreia viral bovina, doenças respiratórias, mastite e muitas outras, a lista de doenças de bovinos que podem ser prevenidas com vacinas é longa. Algumas têm eficácia maior, outras nem tanto. Mas, com tantas opções, como saber quais aplicar e montar um calendário de vacinação? 

Em primeiro lugar, as vacinas obrigatórias, como o próprio nome sugere, devem ser aplicadas impreterivelmente e com regularidade. A vacina de brucelose em todas as fêmeas bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade, sob os cuidados de um médico veterinário cadastrado no serviço veterinário oficial de seu estado de atuação e a vacina de febre aftosa, a depender do calendário oficial, amplamente divulgado anualmente.

No caso da raiva, a vacina é obrigatória em todos os animais de propriedades com foco e perifoco da doença (propriedades vizinhas). Neste caso vale lembrar que a raiva é uma zoonose (pode ser transmitida aos humanos) com praticamente 100% de mortalidade em humanos.

Já com relação às demais vacinas, é importante que as doenças de ocorrência na propriedade sejam identificadas pelo médico veterinário, para se introduzir a devida vacina e evitar perdas de animais ou quedas nos índices produtivos e reprodutivos. A opção pelo uso de um produto polivalente (protege contra várias doenças) ou monovalente (protege contra uma doença) também vai depender do custo-benefício baseado na ocorrência da doença na propriedade.

O esquema de vacinação pode variar um pouco dependendo da vacina e da marca, mas é comum que haja a necessidade de duas doses com intervalo de três a cinco semanas na primeira vacinação e depois, reforços anuais. Desta forma, a definição de estação de monta e concentração dos nascimentos é muito importante, para sincronizar os manejos de vacinação. Outras vacinas são aplicadas no final da gestação e a estação de monta também facilita estes manejos de vacinação de fêmeas prenhes, por permitir uma certa sincronização nos partos. 

Identificadas as doenças de ocorrência, deve-se montar um calendário de vacinação https://cloud.cnpgc.embrapa.br/calendario-manejo/files/2020/01/Calendario-de-Manejos-2020_atualizado.pdf, e, importantíssimo, manter-se o registro dos manejos, inclusive anotando nome e marca da vacina, para posterior conferência.

Este calendário de vacinação deve fazer parte do calendário sanitário, que, deve conter também esquemas de vermifugação, tratamento de ectoparasitas, cura do umbigo, e qualquer procedimento que vise a melhoria do status sanitário do rebanho. 

Algumas doenças evitáveis por vacina, dentre elas as clostridioses (doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium) são muito graves e não têm tratamento. Embora outras medidas de controle, tais como o descarte de carcaças de forma correta (por exemplo, enterrando em covas profundas e longe de cursos d'água) e o uso de bebedouros (evitando-se açudes) possam minimizar a ocorrência de certas doenças e devam ser adotadas, a vacinação é extremamente importante para evitar perdas de animais. Apenas para se ter uma ideia de quão grande é o prejuízo, estima-se que cerca de 20% da produção animal é perdida devido aos impactos negativos das doenças, segundo dados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Vale mencionar ainda que o uso regular e racional de vacinas têm o impacto de reduzir o uso de antibióticos, tornando a produção animal mais sustentável. Então, é imprescindível aderir aos programas existentes. Quer seja para a prevenção de doenças humanas ou de animais de produção, vamos dizer sim às vacinas. 

*Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte

** Pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul

Embrapa Gado de Corte
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O preço do leite ao produtor manteve sua trajetória de alta em julho fechando em R$2,31 por litro na média nacional, alta de 5% sobre junho. Entretanto, com os aumentos nos preços do milho e do farelo de soja, a relação de troca leite/mistura ficou praticamente estável em relação ao mês anterior.

Veja essa análise, além dos dados do IPCA, da balança comercial e dos preços internacionais do leite no Boletim Indicadores Leite e Derivados disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

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O projeto “Tecnologias Agropecuárias para o Semiárido Mineiro” tem promovido melhorias em propriedades rurais no Vale do Jequitinhonha e na região do Alto Rio Pardo. Práticas agrícolas e materiais adaptados para as regiões são usados para garantir a produtividade de lavouras e a geração de alimentos para os animais. Nesse cenário, uma tecnologia adotada é a Integração Lavoura-Pecuária (ILP).

O agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Marco Aurélio Noce explica como funciona o sistema e por que utilizá-lo no semiárido mineiro. “Essa tecnologia nada mais é do que o plantio de duas ou mais culturas de forma sucessiva ou simultânea, possibilitando uma sustentabilidade maior e uma maior viabilidade de produção. No projeto, uma das principais demandas levantadas pelos produtores rurais e também pelos técnicos diz respeito à produção de forragem para alimentação de bovinos e também à recuperação de pastagens degradadas. E nós entendemos que esse sistema de ILP talvez seja uma das tecnologias mais viáveis econômica e ambientalmente para suprir essas demandas. Isso porque aliamos numa mesma área a produção de grãos ou silagem à renovação de pastagem”.

Nas propriedades rurais que são Unidades Demonstrativas do projeto tem sido utilizado o sorgo, por ser uma cultura com maior tolerância às condições de déficit hídrico que ocorrem na região. Além disso, a renovação das pastagens garante um alimento de melhor qualidade para o gado.

Resultados de pesquisas desenvolvidas na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, são validadas em Unidades de Referência Tecnológica no Norte e Nordeste de Minas Gerais (no Alto Rio Pardo, no Baixo e no Médio Jequitinhonha). As tecnologias agropecuárias viáveis para essas regiões são implantadas em Unidades Demonstrativas instaladas em propriedades rurais, de forma a divulgar as boas práticas para os produtores e técnicos locais.

Parcerias

O projeto “Tecnologias Agropecuárias para o Semiárido Mineiro” é coordenado pela Embrapa Milho e Sorgo e conta com uma rede de parcerias, que envolve Emater-MGAnaterSenarSebraeEpamigInstituto Federal do Norte de Minas Gerais, sindicatos rurais e os consórcios de municípios das três regiões atendidas: Ameje (Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Jequitinhonha), Comar (Consórcio Público Intermunicipal Multifinalitário do Alto Rio Pardo) e Nova Ambaj (Nova Associação dos Municípios da Microrregião do Baixo Jequitinhonha).

Marina Torres (MTb 08577/MG)

Embrapa Milho e Sorgo

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O mercado lácteo andou de lado no mês de julho, com enfraquecimento das vendas e maior dificuldade de repasses de preços. Todavia, a ocorrência das geadas em julho, gerou uma maior preocupação sobre a disponibilidade interna atual de leite e sustentou as cotações na segunda quinzena do mês.

Veja esses e outros dados sobre o mercado de leite e insumos no Boletim de Preços disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

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Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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Foi lançado durante o Encontro Virtual da Raça Girolando, ocorrido entre os dias 13 e 15 de julho, o AppGirolando, que pode ser baixado em dispositivos móveis por meio do Play Store, por enquanto apenas para aparelhos com sistema Android. Em breve será disponibilizado também para versão IOS. O aplicativo permite acessar de forma rápida e segura os dados do Sumário 2021 da raça, com os resultados do Teste de Progênie dos Touros e os resultados de reprodutores e vacas provados. O chefe-geral, Paulo Martins, participou do lançamento durante o evento, que também fez uma homenagem ao pesquisador Ari Ferreira de Freitas, que foi um dos pioneiros do programa de melhoramento genético brasileiro, falecido este ano.

Desenvolvido em uma parceria entre a Embrapa e a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. O aplicativo também possibilita ter acesso a cursos, serviços laboratoriais e o “fale conosco” da Embrapa Gado de Leite, além de informações atualizadas sobre mercado do leite e insumos, melhoramento animal, forrageiras, entre outras soluções tecnológicas para o pecuarista. De acordo com o pesquisador da Unidade, Marcos Vinícius Barbosa da Silva, com o aplicativo é possível escolher o animal apenas por raça, pela característica de produção de leite, idade ao primeiro parto, por acurácia ou por todas essas informações combinadas. “O criador ainda pode ler e compartilhar os certificados por WhatsApp, SMS e e‑mail,  complementou.

Para baixar clique aqui.

Vídeo de lançamento do App Girolando. Desenvolvido pela Embrapa - Gado de Leite

O evento virtual que marcou o lançamento da novidade, também apresentou os sumários de touros e vacas de 2021. Pela primeira, a publicação traz o Índice de Longevidade do Girolando (ILG), referente ao tempo em que a vaca permanece no rebanho, evitando o seu descarte involuntário. Com esse novo índice, será possível selecionar touro cujas filhas tenham maior taxa de permanência no rebanho, o que pode reduzir os gastos com a recria e aumentar os lucros da atividade. “Quando a longevidade é aumentada, abre-se a oportunidade para o maior descarte de vacas menos produtivas, gerando impacto positivo na lucratividade da atividade leiteira, em virtude da redução dos custos de reposição e do aumento da produtividade por animal, que é obtido em sua maturidade”, explica o pesquisador.

O Sumário de Vacas 2021 traz as Top 1000 para cada uma das diferentes composições raciais do Girolando. Uma novidade deste ano é a divulgação dos valores genômicos e genéticos para as características de intervalo de parto e idade ao primeiro parto na avaliação de vacas Girolando, classificadas de acordo com a composição racial. “Isso facilitará a escolha das vacas doadoras para a produção de touros jovens”, afirmou Marcos Vinícius.

Marcos La Falce

Embrapa Gado de Leite

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No próximo dia 30 de julho, a Embrapa Clima Temperado promove a live Azevém BRS Integração - A opção ideal para ILP ?  O evento acontece das 14h às 16h pelo canal da Embrapa no YouTube. O Azevém BRS Integração é uma alternativa de pastagens de inverno, de ciclo mais curto, com alta produtividade de forragem, adaptada ao sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP),, destacando a sua possibilidade  de entrar em rotações com culturas  de grãos, como o arroz, a soja e o milho.
 
A cultivar BRS Integração é um material lançado em 2017, e segundo, a pesquisadora Andréa Mittelmann, uma das painelistas da atividade,  é uma cultivar de alta produtividade e maior tolerância às doenças. Além disso, também apresenta menor custo de sementes em comparação aos tetraplóides. O material produz 5% mais, com 20 dias a menos de ciclo, em comparação à BRS Ponteio, uma das cultivares mais adotadas pelos produtores. Mas, conforme ela, a precocidade da BRS Integração possibilita um bom aproveitamento da forragem antes do estabelecimento de culturas de verão, o que indica sua vocação para o sistema de ILP. O mês de outubro é indicado para produção de sementes. 
 
A pesquisadora irá apresentar na live como a cultivar foi desenvolvida e quais as suas características que a diferenciam de outras cultivares de azevém.
 
A agenda abordará também as recomendações de manejo com a cultivar e resultados obtidos, tanto em estudos desenvolvidos pela Universidade quanto no estado do Paraná.
 
O professor da UFPel Carlos Eduardo Pedroso é um dos painelistas que vai contar como tem sido o estudo com a cultivar, especialmente quanto ao manejo de desfolha da BRS Integração. Ele explica que esta nova cultivar apresenta uma taxa de perfilhamento superior a BRS Ponteio. “Em resposta ao maior perfilhamento inicial, a BRS Integração se estabelece um pouco antes comparado ao Ponteio, aproximadamente uma semana”, destaca.
 
O professor diz que a nova cultivar apresenta elevada taxa de surgimento de folhas, de expansão de folhas, mas também apresenta alta taxa de expansão do colmo. “Para que seja aproveitada esta alta produção de folhas vivas com mínimo alongamento dos entrenós, as desfolhas precisam ser mais frequentes, em comparação às outras cultivares”, explica. 
 
O terceiro painelista do evento será o  pesquisador e coordenador do Setor de Forragens e Grãos da Fundação ABC, Richard Paglia de Mello, que irá falar sobre a adaptação da cultivar ao Paraná. “Realizamos ensaios com esta cultivar desde 2013, e por suas características agronômicas, adaptação e composição bromatológica, contamos com essa cultivar em nossas sugestões para a assistência técnica e aos cooperados das Cooperativas de leite Capal, Frísia e Castrolanda, todas atuando no Paraná”, comentou. Para ele, o azevém é uma excelente fonte proteica para o inverno, sendo estratégica para os pecuaristas ao alavancar a produção leiteira na região Sul do país.

Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)

Embrapa Clima Temperado

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