Todos os posts (1124)

Classificar por

9846995099?profile=original

Em dezembro, os custos de produção do leite subiram 3,93% na comparação com o mês anterior.

Com este resultado, o custo de produção fechou 2020 com alta acumulada de 24,63%. A alimentação concentrada foi a principal responsável por puxar o índice, com aumento de mais de 50% no ano.

Veja a análise completa na nova edição do boletim ICPLeite/Embrapa, disponível no site do Centro de Inteligência do Leite. No informativo estão apresentadas as variações para cada grupo componente do custo de produção. Confira!

Acesse o site do Centro de Inteligência do Leite e aproveite.

Saiba mais…

9846993090?profile=original

Em 2020, a média de preços do leite ao produtor foi 22,6% maior que em 2019. Entretanto, o expressivo aumento de preços dos grãos piorou a relação de troca para o produtor que precisou de 8 litros de leite a mais para aquisição de uma saca de mistura concentrada a base de milho e farelo de soja em relação a 2019.
 
Acesse o site do Centro de Inteligência do Leite e aproveite.
Saiba mais…

9846993299?profile=originalO Núcleo de Transferência, Treinamento e Capacitação em Pecuária de Leite (Nutttec) da Embrapa Gado de Leite conferiu cerca de 17 mil certificados a produtores, técnicos e estudantes que concluíram seus cursos de EAD (Ensino à distância) em 2020. Esse número é 1.000% maior, comparado à 2019, quando foram emitidos 1.700 certificados. O principal motivo deste crescimento, como explica William Bernardo, supervisor do Nutttec, foi a iniciativa de oferecer cursos gratuitos, logo quando a Organização Mundial de Saúde declarou a pandemia pelo novo coronavírus: “Registramos 20.717 matrículas, sendo 11.051 certificados emitidos nesses cursos gratuitos motivados pela pandemia”.

Outra grande fonte de atração de interessados nos cursos EAD da Embrapa foi o Programa Jovens do Leite, instituído no ano passado, que atraiu 3.041 pessoas com 6.047 inscrições, com a emissão de 4.795 certificados. Já os demais cursos da Embrapa Gado de Leite (incluindo os cursos pagos) contabilizaram 1.749 inscrições, com 1.086 certificados emitidos.

Jovens do Leite – A Embrapa Gado de Leite oferece seis cursos presenciais, que estão temporariamente suspensos devido à pandemia. Quanto ao EAD, em 2020 foram oferecidos sete cursos. Em 2021, o EAD começa com a oferta de oito cursos (veja no quadro abaixo a relação com todos os cursos) além de outros que estão em elaboração e serão disponibilizados em breve no site da Embrapa Gado de Leite.

“Com relação a 2020, pode-se considerar que o Programa Jovens do Leite foi a grande novidade”, diz Bruno Carvalho, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Gado de Leite. Segundo ele, “o objetivo do Programa foi capacitar jovens do meio rural a se tornarem empreendedores de sucesso no agronegócio do leite, aumentando o desempenho técnico e econômico do empreendimento”. Ainda segundo Carvalho, “o Programa contribui também para a sucessão rural, fazendo com que os jovens permaneçam na atividade”.

Além dos sete cursos no formato EAD, totalizando 260 horas, os jovens (35 anos é o limite de idade para participar) puderam acompanhar sete “lives tira-dúvidas”, de duas horas cada, com especialistas. Para enriquecer o conteúdo técnico apresentado, o programa proporciona aos matriculados a oportunidade de participar de webinars com analistas e pesquisadores da Embrapa (atividade que será realizada em fevereiro deste ano).

Bernardo conclui que  neste ano serão disponibilizados novos cursos no formato EAD. “Iremos agregar inovações à plataforma para atender às demandas dos participantes”. Além disso, a Embrapa utilizará novas ferramentas de comunicação voltadas para o ensino à distância.

Cursos em pecuária de Leite – Além de oferecer cursos personalizados, atendendo às demandas do setor, A Embrapa Gado de Leite disponibiliza oito cursos em EAD e outros seis, presenciais. Veja a seguir:9846994301?profile=original

Para mais informações sobre os cursos da Embrapa Gado de Leite, acesse o site: www.embrapa.br/gado-de-leite/cursos

Rubens Neiva (MTb 5445)
Embrapa Gado de Leite

Contatos para a imprensa

Telefone: (32) 99199-4757



Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9846992476?profile=original

A intensificação das chuvas nesse período é propícia para a proliferação de diferentes microrganismos causadores de doenças, como a leptospirose, que acomete diversas espécies de animais, incluindo os bovinos. A infecção causa abortamentos em vacas no final da gestação na forma crônica da doença. Já na fase aguda, em bovinos jovens e adultos, ocorrem lesões renais que podem levar à falência renal e à morte.

 

De acordo com o médico veterinário Raul Mascarenhas, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), os prejuízos para o pecuarista estão associados principalmente ao abortamento. “Como ocorre apenas ao final da gestação, muito provavelmente a vaca irá permanecer mais de um ano sem produzir leite. Outro prejuízo é a perda do bezerro, que pode ser uma fêmea leiteira ou um animal de elevado valor genético”, explica Mascarenhas. O veterinário ressalta que ao evitar casos de abortamento, o produtor já paga o investimento de um ano em medidas preventivas adotadas.

A leptospirose é causada pela bactéria Leptospira spp, transmitida aos animais pela ingestão de pastagem contaminada ou contato com água ou solo encharcado contaminados. Em condições de baixa umidade ambiental e incidência direta de raios solares, essa bactéria só permanece viva por 30 minutos. Já em condições de alta umidade e de pH neutro ou levemente alcalino, a Leptospira pode sobreviver por semanas ou meses. Em meio aquoso, ela é capaz de se locomover até encontrar um hospedeiro, por esse motivo a leptospirose bovina é mais frequente nesta época de chuvas.

O veterinário recomenda fazer o diagnóstico de forma rotineira no rebanho em casos da presença da Leptospira spp nos animais de uma propriedade e também conhecer qual sorogrupo é predominante. Isso é feito por meio de exames de sangue.

“Por que isso é importante? Suponha que ao fazer exames de sangue nos animais, o sorogrupo mais comum encontrado seja o ‘Icteriohaemorrhagiae’, comum de roedores. Portanto, os ratos possuem um papel importante na transmissão da doença nesse rebanho. Ou pode ser que o sorogrupo predominante seja o "Hardjo", mais comum de bovinos. Nesse caso, a transmissão da doença ocorre principalmente por meio dos próprios bovinos”, esclarece.

Com essas informações o produtor poderá definir a melhor estratégia de controle e prevenção. Se o problema for a Leptospira transmitida por ratos, o pecuarista terá que fazer um controle mais eficiente de roedores, mantendo os ambientes limpos de restos de comida, uso de armadilhas, acondicionamento e proteção da ração em depósitos, higienização frequente das instalações, etc. Se a transmissão estiver ocorrendo entre os próprios bovinos, Mascarenhas aconselha que o produtor foque em medidas que evitem a infecção, como redução e cercamento de áreas alagadas, vacinação e tratamento dos animais.

A vacinação contra a leptospirose não impede a infecção, mas reduz os sintomas. Quando necessária, essa medida de prevenção deve ser adotada no mínimo a cada seis meses. No entanto, dependendo da média mensal de casos de abortamentos no rebanho, essa aplicação deve ser realizada em intervalos menores, a cada quatro ou três meses. Além disso, como existe associação de leptospirose com a época chuvosa, é recomendado programar uma das vacinações para um mês antes do início desse período. Já o tratamento é feito com a aplicação do antibiótico estreptomicina.

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)

Embrapa Pecuária Sudeste

Contatos para a imprensa

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

2RHS2Nx?profile=RESIZE_710x

Em dezembro, os custos de produção do leite subiram 3,93% na comparação com o mês anterior.

Com este resultado, o custo de produção fechou 2020 com alta acumulada de 24,63%. A alimentação concentrada foi a principal responsável por puxar o índice, com aumento de mais de 50% no ano.

Veja a análise completa na nova edição do boletim ICPLeite/Embrapa, disponível no site do Centro de Inteligência do Leite. No informativo estão apresentadas as variações para cada grupo componente do custo de produção. Confira!

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

Saiba mais…

9847014889?profile=original9847015889?profile=original

As perdas de produtividade de animais expostos a altas temperaturas e umidade não são tão silenciosas quanto parecem. E foi literalmente escutando as vacas que uma pesquisa liderada pela Embrapa Rondônia utilizou a bioacústica, ou seja, os sons emitidos pelos animais, para medir a frequência respiratória (FR). A equipe de cientistas validou um método inédito de avaliação desse parâmetro de conforto térmico, que utiliza gravadores digitais fixados ao cabresto dos animais, para mensurar de maneira prática, precisa e não invasiva o comportamento dos bovinos em pastejo.

O trabalho, realizado em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade Federal de Rondônia (Unir), conta com o auxílio de um software gratuito para as análises. Com isso, é possível obter dados acústicos por um período de até 48 horas e sem a interferência humana. A metodologia foi validada para rebanho leiteiro Girolando – cruzamento entre as raças Holandês e Gir – tanto para novilhas como para vacas em lactação.

Segundo o professor da UFPel Eduardo Schmitt, trata-se de uma metodologia que pode se tornar forte aliada em avaliações de sistemas como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sendo possível identificar o nível de conforto ao qual os animais estão submetidos. Ao escutar a respiração dos animais, é possível saber se estão gastando mais energia com os mecanismos de dissipação de calor e, posteriormente, correlacionar essas informações com o desempenho. “Numa visão prática, essa medida pode auxiliar em pesquisas que ajudem a definir, por exemplo, quantos metros quadrados de sombra devem ser ofertados para os animais produzirem mais, de que forma essa sombra deve estar disposta na pastagem, entre outros fatores”, afirma Schmitt.

O professor explica que quando os bovinos são expostos a altas temperaturas eles precisam acionar mecanismos para dissipação de calor, como aumento da circulação de sangue na pele, aumento do suor e da frequência respiratória. Tudo isso representa um custo energético para o animal, que acarreta diminuição de produtividade, aumento de susceptibilidade a doenças, podendo resultar também em interferências na fertilidade. “Para avaliar as perdas e se precisamos interferir para melhorar as condições ambientais dos animais, a avaliação da frequência respiratória das vacas pode dizer muita coisa”, complementa Schmitt.

9847016080?profile=original

Método traz inovação à medição do conforto animal

A frequência respiratória é usada há décadas como um indicador de estresse térmico nos animais, fator que influencia diretamente na produção e reprodução do rebanho.  Mas a dificuldade sempre foi manter o monitoramento ao longo de todo dia, já que pelo método tradicional (visual), isso é feito observando os animais com a contagem dos movimentos do flanco. A avaliação visual apresenta algumas limitações, tais como dificuldade de avaliações no período noturno ou em áreas extensas de pastagem com a presença de obstáculos (como árvores, por exemplo) para visualização. Existe ainda a possibilidade de haver interferência dos observadores durante o período de avaliação.

A bioacústica também já tem sido utilizada para a caracterização do comportamento de bovinos, como quantificação do tempo de pastejo, ruminação, descanso e de ingestão de água. Mas essa é a primeira vez que a metodologia é validada para medir a frequência respiratória. Segundo a pesquisadora da Embrapa Rondônia Ana Karina Salman, é uma ferramenta valiosa para os pesquisadores que estudam o efeito do estresse térmico em bovinos em situação de pastejo. “Validamos com sucesso um método novo e sem precedentes, em que a frequência respiratória é mensurada a partir de áudios dos animais captados por gravadores de MP3, muito prático e simples de usar. O método acústico pode substituir o convencional de contagem dos movimentos do flanco por observação visual”, afirma Salman. 


9847015496?profile=original  A pesquisadora explica que para avaliar o conforto térmico dos animais é preciso monitorar, simultaneamente, parâmetros ambientais, como temperatura e umidade relativa do ar, e parâmetros fisiológicos, como temperatura corporal e frequência respiratória. Segundo ela, há poucos estudos sobre as respostas fisiológicas de bovinos ao estresse térmico e com resultados pouco confiáveis, dada à dificuldade do acompanhamento visual contínuo ao longo do dia. Outros métodos foram desenvolvidos para medir automaticamente a frequência respiratória, mas eles se restringiram a animais em estábulos e com equipamentos que exigem a conexão com a internet, ou seja, não serviam para animais na pastagem ou em locais sem acesso à internet. 

Outro ponto interessante é que para a raça Girolando, responsável por aproximadamente 80% do leite produzido no Brasil, ainda não há definição científica da zona de termoneutralidade, ou seja, a faixa de temperatura ambiente na qual os bovinos se encontram em conforto térmico. Esse cenário demonstra a necessidade de mais estudos e dados para que pesquisadores, técnicos e produtores, a partir de indicadores mais precisos, possam realizar as tomadas de decisão na propriedade, sobre quais medidas adotar e como minimizar o estresse térmico no sistema de produção, tornando-o mais eficiente.  

9847016477?profile=original

9847016268?profile=original

9847016882?profile=original

Renata Silva (MTb 12361/MG)
Embrapa Rondônia

Contatos para a imprensa

Telefone: (69) 3219-5011

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9847014693?profile=original

Embrapa contribuiu diretamente para a formulação da proposta. Projeto vai para sanção presidencial

O Congresso Nacional aprovou nesta segunda-feira (21/12) a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA) que institui o Programa Nacional de Compensação por Serviços Ambientais (PNCSA) e o Fundo Federal de Compensação por Serviços Ambientais (FFCSA). O objetivo da medida é incentivar proprietários rurais a promoverem ações de conservação ambiental e ampliação da provisão de serviços ambientais, estabelecendo critérios para a implantação das iniciativas e pagamento ou compensação.

De autoria do deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), o substitutivo ao Projeto de Lei 5.028 foi relatado no Senado por Fabiano Contarato (Rede-ES) e retornou para a Câmara dos Deputados onde foi relatado pelo Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), sendo aprovado por 298 votos a 2.

A Embrapa participou da elaboração, fornecendo subsídios técnicos às discussões para a criação da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais. A contribuição da Empresa ocorreu por meio de notas e pareceres técnicos e participação em audiências públicas relativos a diversos PLs relacionados a PNPSA, desde 2015. A posição técnica da Embrapa se concretizou por meio de Nota Técnica encaminhada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), sendo acolhida por todos os ministérios envolvidos e, com a participação das secretarias do Mapa, constituiu posição de governo.

O projeto tramitou na Câmara como PL 312/2015, recebendo aprovação em setembro de 2019, quando seguiu para apreciação do Senado Federal, se tornando o PL 5028/2019, sendo aprovado no dia 16/12/2020 e retornando para a Câmara dos Deputados para validação das alterações e inclusões feitas pelos senadores. No dia 21/12, o projeto foi aprovado pelos deputados na forma do substitutivo do Senado, seguindo agora para sanção presidencial.

A PNPSA institui pagamento, monetário ou não, a prestadores de serviços que ajudem a promover no âmbito de suas propriedades ações destinadas à preservação ambiental. De acordo com o texto, serviços ambientais são atividades individuais ou coletivas que favorecem a manutenção, a recuperação ou a melhoria de ecossistemas.  

A PNPSA considera como instrumento de pagamento pelos serviços ambientais: a elaboração de um plano ou programa de pagamento, assistência técnica e capacitação para que o agricultor consiga utilizar a política, permite a possibilidade de captação de recursos monetário ou não voltados para o pagamento de serviços ambientais, criação de um cadastro nacional de pagamento.

Participação e visão da Embrapa

A Embrapa participou da elaboração da PNPSA por meio de pareceres técnicos elaborados pelo Portfólio de Serviços Ambientais, processo intermediado pela Gerência de Relações Institucionais e Governamentais (GRIG) e Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento (SPD).

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, destacou que a Embrapa tem contribuído com formulação e implementação de políticas públicas e marcos regulatórios, cumprindo seu papel de provedora de informações qualificadas. “Esta foi mais uma importante oportunidade de contribuição da ciência à atividade legislativa, com resultados para os produtores e para a sociedade. Os parlamentares reconhecem a capacidade da Embrapa em dialogar com os diversos atores, contribuindo para a busca do entendimento”, afirmou.

Moretti parabenizou as lideranças parlamentares envolvidas nesse processo: autores, relatores, frentes parlamentares e deputados e senadores que votaram pela aprovação do PL. “Esta política pública vem ao encontro de uma das agendas estratégicas da Empresa – a pesquisa e o desenvolvimento de soluções tecnológicas que contribuam para a Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, no âmbito do Plano ABC e dos acordos internacionais”, complementou o presidente da Embrapa.

Para Rachel Bardy Prado, pesquisadora da Embrapa Solos e presidente do Portfólio, a aprovação da PNPSA é considerada um avanço para o desenvolvimento sustentável do país, pois estabelece um diálogo e alinhamento entre agricultura e meio ambiente, seguindo o exemplo de diversos países da América Latina que possuem uma lei para regulamentar e nortear o Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA). Esse mecanismo faz a compensação monetária ou não para produtores que, de forma associada à produção agropecuária, atuam em prol da conservação ambiental.

“No âmbito municipal e estadual o país já possuía leis assegurando este tipo de compensação por serviços ambientais prestados, mas agora, por ser uma lei nacional, terá um impacto maior e poderá alavancar de vez no país este mecanismo que já ocorre em algumas regiões, como na Amazônia, com foco no carbono, e no Sudeste com foco na água, a partir do Programa Produtor de Água, da Agência Nacional de Águas (ANA)”.

A pesquisadora destaca alguns pontos positivos do PL como o fato de se tratar de um dos mais abrangentes apresentados no Congresso. Além disso, levou em conta recomendações de diferentes setores da sociedade, incluindo ministérios, como o do Meio Ambiente e o da Agricultura, organizações não-governamentais e setor empresarial. Também contou com o apoio das Frentes Parlamentares da Agricultura e Ambientalista.

Em termos mais específicos, a pesquisadora destaca a importância do Programa Nacional de Compensação por Serviços Ambientais (PNCSA) e do Fundo Federal de Compensação por Serviços Ambientais (FFCSA). “Em relação ao pagamento, por exemplo, prevê diferentes fontes de recursos pagadores como o Poder Público, organizações da sociedade civil ou agentes privados, pessoa física ou jurídica, de âmbito nacional ou internacional”, exemplifica. “É positivo também o fato de prever, além do pagamento monetário, a modalidade de melhorias sociais às comunidades rurais e urbanas,” acrescenta.

Mônica Matoso Campanha, da Embrapa Milho e Sorgo, secretária-executiva do Portfólio, destaca alguns pontos fortes do Projeto: a questão de considerar as populações de agricultores rurais e urbanos, a existência de um conselho para fazer a gestão do programa de pagamento e ter diferentes formas de se fazer o pagamento incluindo a participação dos agentes privados no processo. “As mudanças que tiveram nessa reformulação - o substitutivo do Senado, só contribuíram para melhorar mais o entendimento do PL, que foi aprovado rapidamente, por contemplar interesses tanto da agricultura quanto do meio ambiente”, explicou a pesquisadora.

 

Ações previstas na PNPSA

Entre as ações previstas estão a conservação e a recuperação da vegetação nativa, da vida silvestre e do ambiente natural em áreas rurais, de matas e florestas situadas em áreas urbanas e dos recursos hídricos (principalmente nas bacias hidrográficas com cobertura vegetal crítica).

Também terão prioridade, segundo o projeto, a formação de corredores de biodiversidade e o combate à fragmentação de habitats. A política trata ainda do manejo sustentável de sistemas agrícolas, agroflorestais e agrossilvipastoris que contribuam para captura e retenção de carbono.

Podem ser objetos da política as áreas cobertas com vegetação nativa; as áreas sujeitas a restauração ecossistêmica; a recuperação da cobertura vegetal nativa ou o plantio agroflorestal; as unidades de conservação de proteção integral; as áreas silvestres das unidades de conservação de uso sustentável, das zonas de amortecimento e dos corredores ecológicos; os territórios quilombolas e outras áreas legitimamente ocupadas por populações tradicionais; as terras indígenas, mediante consulta prévia aos povos indígenas; as paisagens de beleza cênica, prioritariamente em áreas especiais de interesse turístico; e áreas de exclusão de pesca.

Saiba mais sobre as contribuições da Embrapa ao PL acessando:

Embrapa contribui para a formulação da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais

 

Contribuições da Embrapa na formulação de outras proposições legislativas

Pesquisadores da Embrapa também contribuíram para chamado Marco Legal das Startups, que busca a desburocratização do setor. A Câmara dos Deputados aprovou, por 361 votos a 66, o texto-base do Marco Legal das Startups (Projeto de Lei Complementar 146/19), na forma do substitutivo do Deputado Vinicius Poit (Novo-SP).

De autoria do Deputado JHC (PSB-AL) e outros, o projeto enquadra como startups as empresas, mesmo com apenas um sócio, e sociedades cooperativas que atuam na inovação aplicada a produtos, serviços ou modelos de negócios.

As startups devem ter receita bruta de até R$ 16 milhões no ano anterior e até dez anos de inscrição no CNPJ. Além disso, precisam declarar, em seu ato constitutivo, o uso de modelos inovadores ou se enquadrarem no regime especial Inova Simples, previsto no Estatuto das Micro e Pequenas Empresas (Lei Complementar 123/06).

Outro resultado considerado positivo foi o Projeto de Lei Complementar (PLP) 137/20 que libera R$ 177,7 bilhões, atualmente retidos no Tesouro Nacional em 29 fundos setoriais, para o combate à pandemia e para a mitigação dos efeitos econômicos do novo coronavírus. Com atuação da Embrapa, CNA e Frente Parlamentar da Agricultura, um destaque aprovado pelos deputados excluiu da relação de 29 fundos públicos o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (Fesr). A votação do PLP foi concluída no dia 18/12 e a matéria segue agora para aprovação no Senado Federal.

“Todos eles constituem instrumentos importantíssimos de política pública e setorial, ao financiarem a atividade produtiva e contribuírem para sua comercialização, além de prover garantias às exportações de todos os setores de atividade econômica”, diz a CNA em parecer técnico.

Saiba mais em: Câmara mantém recursos de fundos públicos para o agro

Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)

Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire)

Contatos para a imprensa


Telefone: 61 3448 1516

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9847013257?profile=original9847014066?profile=original

Doença responsável por 25% das perdas econômicas na produção de caprinos e ovinos, a verminose é causa de mortalidade de animais e aumenta os custos de produção com medicamentos para vermifugação. Pesquisas da Embrapa estão em busca de uma alternativa de produto que possa ser usado como adubo orgânico nematicida, ou seja: provocar redução da contaminação de parasitas como o Haemonchus contortus nas pastagens e ainda favorecer o desenvolvimento do pasto.

A procura por bioinsumos para o controle da verminose nos caprinos e ovinos é motivada para reduzir o uso indiscriminado dos vermífugos químicos, que têm provocado surgimento de resistência dos parasitas e risco de contaminação aos produtos de origem animal e ao meio ambiente por resíduos da medicação. Como 95% da população parasitária está fora do organismo dos animais, no chamado ciclo de vida livre no solo e nas pastagens (na forma de ovos ou larvas), a estratégia de um produto aplicado ao solo para controle no pasto, sem danos ao ambiente, pode representar uma alternativa promissora em relação às estratégias de vermifugação.

Testes com resíduos agroindustriais foram realizados em diferentes etapas, com análise em laboratório (in vitro) e em avaliação com a forragem no solo, em casa de vegetação, onde é possível simular condições ambientais. A torta de mamona, resíduo da indústria de extração de óleo daquele vegetal, foi selecionada por possuir maior quantidade de nitrogênio por grama de amostra - pré-requisito para um bom adubo de forrageiras -, além de se apresentar in vitrocomo um bom nematicida. Diante dos bons resultados ela foi levada para uso no campo com animais sob pastejo. Com a utilização da torta de mamona, foi possível reduzir em 60% a contaminação dos animais em relação a um rebanho que pastejava em área não tratada.

Segundo a médica veterinária Hévila Salles, pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), a estratégia de um adubo com propriedades nematicidas pode favorecer um sistema de controle de verminose em diferentes vertentes: “Aumenta a biomassa vegetal diluindo-se a quantidade de larvas na vegetação; melhora a qualidade das pastagens em termos de teor proteico, o que repercutirá em melhor aporte nutricional para os animais, melhorando sua imunidade; pelo potencial efeito nematicida direto sobre os estágios de vida livre”, afirma. 

9847013893?profile=original

De acordo com a cientista, que nos últimos anos tem coordenado projetos de pesquisa para gerar alternativas biotecnológicas para produção de insumos, há vantagem no uso de produtos naturais em relação aos medicamentos sintéticos por serem, geralmente, de menor toxicidade e mais facilmente degradáveis no meio ambiente. 

“De maneira geral, as pesquisas têm buscado reduzir o uso de produtos sintéticos na pecuária objetivando avanços em diversos aspectos. E um deles é a redução da presença de resíduos de medicamentos nos produtos de origem animal a serem consumidos pelo homem, como a carne, o leite e seus derivados. Essa redução, além de contribuir para obtenção de alimentos mais seguros, também auxilia para melhor qualidade e preservação do meio ambiente, uma vez que os resíduos gerados são lançados no solo via fezes e urina dos animais tratados, podendo, por exemplo, levar à contaminação de águas subterrâneas. Assim, alternativas de controle da verminose que venham a reduzir o uso de vermífugos são bem-vindas, e o uso de produtos naturais é mais uma delas e que deve ser incorporada na estratégia de controle integrado de verminose”, ressalta. 

Após os testes, subprodutos da mamona, moringa e também de abacaxi entrarão em período de experimentos em campo em propriedades rurais, que deverão acontecer no período de 2021 e 2022. Essa última etapa de desenvolvimento da solução tecnológica já tem um incentivo: a proposta de desenvolvimento de um adubo orgânico nematicida foi selecionada, em setembro, entre as 28 vencedoras, no Ceará, do Programa Centelha, destinado a estimular a criação de empreendimentos inovadores - e receberá recursos de R$ 80 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), via Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Bioquímica no controle da verminose

Outro experimento foi conduzido com moringa, para verificação de propriedades nematicidas. Em uma descoberta pioneira, foram identificadas moléculas responsáveis pela atividade ovicida (capaz de eliminar ovos de parasitas)naquela espécie, o que pode contribuir com futuros medicamentos bioativos contra a verminose.

“Uma maneira de avaliar mais profundamente a qualidade das matérias-primas a serem utilizadas no desenvolvimento de bioinsumos é conhecer as moléculas responsáveis pela atividade desejada. No caso da moringa, conseguimos avançar na identificação de peptídeos ativos, responsáveis pela atividade ovicida da moringa”, informa a bióloga Márjory Sousa, que conduziu o experimento na Embrapa Caprinos e Ovinos, como atividade de seu doutorado em Biotecnologia pela Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio). “Assim, identificar essas moléculas permitiu também a seleção de ensaios de atividades mais específicas para o monitoramento da qualidade do processo de produção dos bioinsumos”, explica ela.

Para Hévila Salles, as pesquisas para identificação de moléculas naturais têm ótimo potencial para soluções tecnológicas que dificultem a resistência dos parasitas aos medicamentos anti-helmínticos. “Uma vantagem no uso de produtos naturais, em relação aos sintéticos, é que os sintéticos apresentam composição complexa e geralmente há mais de um princípio ativo envolvido com as propriedades observadas, o que dificulta o processo de seleção para resistência. Há também a possibilidade de associação de moléculas naturais a produtos sintéticos, melhorando a eficiência das drogas existentes no mercado o que pode representar o uso de doses menores de vermífugos”, explica a pesquisadora.

Outro potencial da identificação de moléculas com atividade anti-helmíntica, de acordo com a cientista, é o desenvolvimento de dietas bioativas, nas quais essas moléculas estariam presentes nos alimentos, que poderiam então ser indicados nas épocas do ano mais desafiadoras para a verminose, compondo uma estratégia nutricional para o controle da doença nos rebanhos.

9847014278?profile=original

Controle integrado de verminose

A estratégia de uso de bioinsumos no solo para controle da verminose no pasto, chamada Econemat, poderá se somar a outras recomendações necessárias para minimizar a doença, que abrangem cuidados com as instalações, nutrição animal, avaliação dos animais para aplicação adequada dos vermífugos. O chamado controle integrado da verminose é recomendado pela Embrapa para os rebanhos de caprinos e ovinos. Um detalhamento desse controle pode ser visto no portal Paratec, desenvolvido pela Embrapa, com apoio de instituições parceiras, para orientar produtores sobre os cuidados referentes a parasitoses nos rebanhos. 

Adilson Nóbrega (MTb 01269/CE)

Embrapa Caprinos e Ovinos

Contatos para a imprensa

Telefone: (88) 3112.7413

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9847007700?profile=original9847008870?profile=original

Pesquisa sobre as características dos queijos artesanais da região do Serro, que reúne 11 municípios localizados a cerca de 300 km a nordeste de Belo Horizonte, apresentou dados inéditos sobre sua qualidade, tipicidade e identidade. 

O estudo avaliou aspectos de queijos artesanais do Serro ao longo do seu processo de maturação, em condições ambientais. As cientistas realizaram análises físico-químicas, entre elas, a proteólise – que avalia as alterações proteicas que ocorrem durante a maturação dos queijos – considerada importante para avaliação da qualidade do produto. Da mesma forma, foram analisados parâmetros de umidade, relacionados às características particulares dos queijos e das condições dos locais de maturação do produto. “Os resultados foram surpreendentes: indicaram que cada propriedade rural da região possui um microclima diferente, que influencia na maturação e no terroir do queijo. Além disso, com a variação de temperatura e umidade ao longo do ano, os queijos produzidos no inverno se mostraram diferentes daqueles fabricados no verão”, conta Juliana Carneiro, doutora em Alimentos e Nutrição pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Carneiro conduziu a pesquisa sob orientação da professora Maria Gabriela B. Koblitz, da Unirio, e da pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) Ana Carolina S. Doria Chaves.

Também foi avaliada a influência da etapa de lavagem da casca nas características finais do produto, em termos de segurança e qualidade para o consumo. “As análises microbiológicas indicaram que não houve variação ao longo do tempo de maturação, ou seja, os queijos que já estavam seguros para o consumo desde o primeiro dia  continuaram assim ao longo do tempo”, afirma a pesquisadora da Embrapa Ana Carolina Chaves. 

De acordo com a legislação estadual vigente, o queijo minas do Serro, por ser produzido com leite cru, deve ser maturado na propriedade de origem por, pelo menos, 17 dias. 

9847009661?profile=original

9847009863?profile=original

9847010053?profile=original

Combinação de soro e coalho confere sabor único

O queijo minas artesanal do Serro, em geral, é produzido em pequenas propriedades rurais distribuídas por 11 municípios da região, seguindo um “saber-fazer” transmitido de geração para geração, com leite bovino cru, “pingo” e coalho. O “pingo” é um soro-fermento salgado que contém diferentes bactérias láticas, obtido da dessoragem dos queijos fabricados nos dias anteriores. Cada propriedade tem o seu próprio “pingo”, que pode ser influenciado pelas condições ambientais e características. O coalho é responsável pela coagulação enzimática do leite e influência na proteólise. A combinação particular do coalho com o “pingo” e as etapas de produção e maturação desses queijos de leite cru conferem atributos sensoriais únicos que permitiram a sua notoriedade por parte dos consumidores e consequente registro de indicação geográfica (IG). 

9847010457?profile=original

Outra característica marcante é o processo de maturação, que deve ser realizado na propriedade rural, e provoca alterações bioquímicas e físicas ao longo do tempo, podendo ultrapassar 60 dias. “É o que dá o diferencial do queijo do Serro, um produto com alto valor agregado, bem diferente de um produto agroindustrial”, esclarece Túlio Madureira, da grife de queijos Trem-ruá, localizada no centro histórico da cidade do Serro. 

Nos queijos típicos do Serro, a casca do queijo é lavada e escovada a cada três dias, em um processo artesanal chamado de “ralação ou grossagem”, conduzido pelo affinneur (afinador, em francês), conhecido como “mestre queijeiro”. Tipicamente, os queijos do Serro possuem aparência amarela e seca, e isso tem uma explicação histórica. Antigamente, a maturação dos queijos produzidos nas propriedades rurais do Serro ocorria nos lombos de burros, em uma viagem que levava mais de 40 dias até os grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro. 

9847011100?profile=original

9847010882?profile=original

Fungos e premiação na França

Recentemente, já superada a dificuldade logística histórica e em busca de inovação, alguns produtores rurais têm optado por não realizar a lavagem regular da casca, resultando em um queijo diferenciado, com maior valor agregado. “Observamos que, por estarmos localizados em uma região úmida, de Mata Atlântica, há um favorecimento natural de surgimento e crescimento de fungos. Então, começamos a dominar os fungos para que desenvolvam um produto diferenciado em aroma, sabor, textura e aparência (casca escura e enrugada), muito apreciado pelos consumidores”, revela o produtor rural Túlio Madureira. Esse tipo de queijo de casca fungada pode ser vendido a um preço até seis vezes superior ao produto tradicional de cor amarela, de casca lavada. E foram esses queijos, de casca fungada, que conquistaram prêmios em um concurso internacional na França em 2019.  

9847010692?profile=original

Os queijeiros franceses, considerados entre os melhores do mundo, atuam com esses fatores ambientais para produzir mais de 400 tipos de queijos na França. “Fungos, ácaros e bactérias de grau alimentício, que se multiplicam nas cascas dos queijos, produzem enzimas que alteram o sabor, o aroma e a textura dos queijos. Na França, ocorre a maturação de queijos dentro de rochas e cavernas, que mantém a temperatura amena e a umidade adequada, favorecendo a multiplicação de fungos que conferem características sensoriais particulares”, explica Chaves. Segundo ela, em Minas Gerais já estão ocorrendo algumas experimentações similares.  

9847011668?profile=original

A pesquisadora conta também que as alterações na tradição de produção artesanal de queijo na região do Serro recebem críticas e resistências dos mais conservadores. No entanto, as mudanças devem ser consideradas como algo próprio do processo sociocultural, conforme defende o pesquisador da Embrapa Rodrigo Paranhos, um dos editores do livro Queijo Minas Artesanal: Valorizando a Agroindústria Familiar. “A indicação geográfica não é estática. Podem ocorrer inovações nas tradições”, afirma o cientista. Para ele é natural que, ao logo do tempo, os produtores rurais, detentores do “saber-fazer”, aprimorem o processo de produção adaptando-se às mudanças sociais e culturais. 

Resultado desse processo inovativo, os queijos com casca fungada da região do Serro (MG) foram os mais apreciados pelos consumidores em análise sensorial realizada na Embrapa Agroindústria de Alimentos. No teste, foram avaliadas amostras provenientes de três propriedades rurais com 17, 30 e 60 dias de maturação. A caracterização sensorial foi realizada por meio de testes de aceitação, de aparência e de sabor-aroma-textura. Também foi aplicado questionário Cata para levantar os atributos de sabor, cor, textura e aparência para caracterizar as diferentes amostras de queijo. 

“A ausência da lavagem da casca ocasionou modificações significativas nas características dos queijos, tanto nas relacionadas ao perfil de proteólise, quanto em relação às características sensoriais e análises instrumentais”, aponta Chaves. Na avaliação global, os queijos fungados foram os mais bem aceitos pelos provadores devido ao seu sabor, aroma e textura agradáveis. Em termos de aparência e cor, os consumidores preferem o queijo tradicional amarelo e de casca lisa, mas em questão de aroma, textura e sabor os queijos fungados foram mais apreciados. As cascas dos queijos foram retiradas na análise sensorial para não influenciar no resultado.  

9847012257?profile=original

Em geral, também foi observada a diminuição de umidade e o aumento de firmeza dos produtos ao longo da maturação. No inverno, os queijos mais aceitos foram os maturados por 17 dias, descritos como "macio", "cremoso" e " úmido", enquanto no verão, os queijos maturados por 60 dias – similares a um queijo Parmesão –  tiveram maior aceitação e foram descritos pelos avaliadores como “ressecados”, “firmes” e de “casca grossa”. 

As variações identificadas nos queijos produzidos na região do Serro dependem não apenas da estação do ano e do tempo de maturação, segundo a pesquisa realizada. As condições de temperatura e umidade do espaço de maturação dos queijos nas propriedades, as características do leite cru utilizado, do controle do rebanho, da alimentação dos animais, entre outros aspectos, interferem no produto final. Por serem artesanais, esses queijos são únicos e apresentam pequenas variações na produção nas diferentes propriedades.

9847012477?profile=original

9847012861?profile=original

Aline Bastos (MTb 31.779/RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos

Contatos para a imprensa
Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9847006288?profile=originalO processo de urbanização brasileiro não é apenas um inchaço das cidades e esvaziamento dos campos. É muito mais do que isto, pois desencadeia fortes e nítidas mudanças, tanto nos aspectos sociais/educacionais, quanto nos econômicos e ambientais.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em décadas sucessivas a relação população urbana versus população rural mostra uma grande inversão de cenários, causando inúmeras dificuldades para quem vive da agricultura, como os jovens rurais.

Assim, os autores desse estudo avaliaram a evolução dessa relação, utilizando material bibliográfico e documental de diferentes bases de dados, principalmente da Capes, IBGE e Embrapa, o que permitiu uma visão em diferentes contextos. O método adotado constou de análise, interpretação e dedução técnica sobre uma base descritiva, visando identificar os principais problemas relacionados, sobretudo com o “êxodo rural” e a educação de jovens rurais.

A partir do levantamento realizado pelo senso agropecuário do IBGE de 2017, foram encontrados em cinco milhões de estabelecimentos rurais os dados: escolaridade  – 1,2 milhões de estabelecimento com pessoas que não sabem ler e nem escrever; 3,8 milhões de estabelecimentos que sabem ler e escrever e, destes, apenas 116 mil possuem 2° grau completo/ensino médio; idade (gestor do estabelecimento)  – 535 mil são jovens com idade inferior a 35 anos; assistência técnica  – um milhão recebe assistência técnica direta ou indireta, enquanto quatro milhões não recebem nenhuma assistência técnica; origem da renda das famílias  – 2,9 milhões possuem renda das atividades agropecuárias menor que de outras rendas não agropecuárias, e 2,1 milhões possuem renda de atividade agropecuária maior que a outras rendas não agropecuárias.

Conforme os autores, mais dois fatos são igualmente preocupantes: um se deve ao nível de escolaridade que, sendo predominantemente baixa, impede ou limita fortemente o acesso às novas tecnologias e/ou pacotes tecnológicos, o que restringe a adoção de práticas agrícolas mais eficientes, resultando numa agricultura de baixa produtividade; o outro, é a carência de assistência técnica que atinge os estabelecimentos rurais, ou seja, cerca de 80% destes, não recebem o aporte de técnicas de uso e manejo, assim como de boas práticas agrícolas.

Há diversos fatores que contribuem para o problema do “êxodo rural” e do ensino dos jovens rurais. Como alternativas para minimizar e/ou contornar tais gargalos, recomenda-se, além da educação formal, ampliar o apoio de assistência técnica e promover cursos técnicos direcionados para os produtores e jovens rurais (focados em práticas conservacionistas do solo, técnicas de manejo, controle da erosão, entre outros).

Tudo isso combinado pode elevar o nível de escolaridade e tecnológico no meio rural, propiciar a efetiva sustentabilidade da agricultura, com ganhos econômicos, sociais e ambientais, além de melhorar a capacitação dos jovens rurais e fixar o homem à terra, enfatizam os cientistas.

Os autores do estudo são Lauro Pereira, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente; Angélica Pagliarini Santos, estudante de agronomia da Universidade Tuiuti, PR; Andreia de Bem Machado, professora no Curso de Engenharia de Produção na UNIASSELVI e; Alessandra Pinezi, chefe de Unidade de Conservação na Fundação Florestal do Estado de São Paulo.

Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)

Embrapa Meio Ambiente

Contatos para a imprensa

Telefone: 19-99262-6751

Saiba mais…

9847007264?profile=original

Milk Farm, com o aplicativo Eco Teste, foi a vencedora da final do Desafio de Startups da Embrapa Gado de Leite, disputando com outras 47 concorrentes e chegando à finalíssima com outras seis startups. O Eco Teste se apresenta como uma solução para o controle de resíduos de antibiótico no leite, oferecendo resultados em tempo real. Segundo Bruno Machado, um dos responsáveis pela Milk Farm, o Eco Teste é um equipamento automático para detecção de oito diferentes grupos de antibióticos, podendo ser operado por qualquer pessoa por meio de celular ou tablet. “Os benefícios do Eco Teste incluem a conectividade e rastreabilidade, garantindo a segurança alimentar em toda a cadeia produtiva do leite”, diz Machado.

As sete startups finalistas foram avaliadas por 128 especialistas no agronegócio. As demais vencedoras foram:

- 2ª colocada: Uai Cup – dispositivo para medir a qualidade do leite (contagem de sólidos e identificação de resíduos de antibióticos);

3ª colocada: Projeto Q – aplicativo que agiliza o processo de certificação de queijos, conectando produtores e órgãos de regulação.

As demais finalistas foram (em ordem alfabética): Cow company (participante da Angola), Moo pocket, Nutrilac QR cattle (acesse o site www.ideasformilk.com.br e veja as soluções apresentadas).

Prêmio Ideas for Milk de Inovação – A Embrapa Gado de Leite também premiou as empresas que apresentaram inovações de impacto em produtos ou em processos, que contribuíram para o dinamismo do Setor de Leite e Derivados, inseridos na ótica do FoodTech. Os processos premiados foram:

Laticínios Verde Campo – Processo que estabelece o pagamento aos produtores por quantidade de sólidos no leite, em vez da quantidade em litros. O diretor de captação da Verde Campo, Sávio Santiago, afirma que a empresa já tinha o projeto de realizar um pagamento ao produtor compatível com o rendimento industrial há algum tempo: “Vários países já adotam esse modelo e os primeiros produtores brasileiros a aderirem estão muito empolgados com o processo, com resultados bastante positivos”, diz Santiago.

Sooro Renner Nutrição SA – pela solução para o soro do leite, valorizando o produto e esclarecendo o público, por meio de um blog, sobre os suplementos proteicos feitos com o soro. O diretor comercial da empresa, Claudio Hausen, explica a solução: “Trata-se de um site no qual há um blog chamado “Mundo Whey” cuja grande finalidade é explicar para as pessoas o que são os concentrados proteicos de soro, conhecidos como Whey”.

Nestlé – pelo canal interativo de relacionamento com fornecedores (Canal Leiteria), surgido no início da pandemia para se comunicar com o produtor. Barbara Sollero, responsável pelo relacionamento e desenvolvimento dos produtores da Nestlé, afirma que “o objetivo do Canal é aproximar a empresa dos seus produtores, mas é um canal aberto ao público”. Ela completa dizendo que o prêmio Ideas for Milk de Inovação é extensivo aos produtores da Nestlé, “afinal de contas, é para eles que o Canal foi criado”.

Os produtos premiados foram:

Queijo fresco Camponesa – Primeiro queijo em caixinha do país, produzido pela Embaré. A gerente de Marketing da Embaré, Adriana Antunes fala sobre o produto: “O queijo fresco Camponesa alia duas características que os consumidores priorizam, o sabor e a saudabilidade. É um produto prático e seguro, com durabilidade de 60 dias, além de ser leve e sem conservantes, com embalagem 100% reciclável”.

Manteiga gourmet da Piracanjuba – Manteiga com cristais de flor de sal, que acentua o sabor do produto. A gerente de Marketing dos Laticínios Bela Vista, Lisiane Guimarães fala a respeito do produto: “A manteiga Piracanjuba foi nosso primeiro produto, lançado em 1955, e para nós, simboliza a tradição da marca. Com o novo lançamento, levamos ao consumidor um produto com um sabor diferenciado. Os cristais de flor de sal são sensorialmente percebidos pelo consumidor, numa manteiga tradicionalmente já saborosa”.

- Letti – A2 – Linha completa de derivados lácteos A2, cuja proteína A2 ajuda evitar desconfortos ao ser consumida. Diana Jank, gerente de marketing da Letti. Fala sobre a linha de produtos: “É uma linha completa de produtos, de fácil digestão, provenientes de vacas selecionadas para produzir leite A2A2. O mais importante para nós é receber o depoimento de pessoas que voltaram a consumir produtos lácteos a partir dos nosso produtos A2”.

Homenagens – Ao final do Desafio de Startups, a Embrapa homenageou as seguintes personalidades que contribuíram para a realização do Ideas for Milk: - Ariel Maffi  (vice-presidente da área de ruminantes da DSM no Brasil), Roberta Züge (diretora administrativa do Conselho Científico Agro Sustentável) e Margarida Salomão (deputada federal).

Desafio de Startups marca o encerramento da quinta edição do movimento Ideas for Milk, que este ano foi realizado totalmente de forma digital, devido à pandemia de Covid-19. Além do Desafio, o Ideas for Milk é composto da Caravana 4.0, cuja missão é levar o debate sobre a criação de ideias inovadoras para agronegócio do leite para as universidades, e o Vacathon, que reúne equipes de universidades em um hackathon, apresentando soluções para os problemas do setor. A experiência digital fez com que a Embrapa Gado de Leite criasse este ano o Ideas for Milk Lives – lives transmitidas pelo Youtube, em que foram debatidas grandes questões do agronegócio do leite.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, a quinta edição do Ideas for Milk foi o movimento mais robusto realizado pela instituição, apesar da pandemia. “Houve uma intensa participação das universidades, inclusive de outros países (Angola e Argentina)”, diz Martins, que conclui: “As soluções apresentadas pelas startups foram maduras e em consonância com os problemas do setor”.

O Ideas for Milk é uma realização da Embrapa Gado de Leite, em parceria com Agripoint, Bovcontrol, Ciatécnica, Texto Comunicação. Conta com o Patrocínio Diamante do Sebrae; Patrocínio Ouro da Tetrapak, Boehringer Ingelheim, TIM; Lactalis. Patrocínio Prata da Vaccinar,FAEMG/Inaes, Sistema Ocemg, Sistema OCB, Silemg e Patrocínio Bronze da Nestlé, CLAAS, DSM/Tortuga, ABDI, JA Saúde Animal, Piracanjuba, Vivalácteos, Belgo Bekaert, SENAR/GO, ABIQ, Alta Genetics, Verde Campo e Vivare. Apoio da Microsoft, KER Innovation, Abraleite e Revista Balde Branco.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

Contatos para a imprensa


Telefone: (32) 99199-4757

Saiba mais…

2RHS2Nx?profile=RESIZE_710x

Em novembro, o custo de produção de leite apresentou um novo aumento, de 5,08%.

No acumulado de janeiro a novembro de 2020, o custo de produção já acumula alta de 19,92%, com a alimentação concentrada sendo a principal responsável, com aumento de 43,63% no período.

Veja a análise completa na nova edição do boletim ICPLeite/Embrapa, disponível no site do Centro de Inteligência do Leite. No informativo estão apresentadas as variações para cada grupo componente do custo de produção. Confira!

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

Saiba mais…

9846993090?profile=original

As importações brasileiras de leite continuam em patamares elevados. Nos últimos três meses, os volumes importados ficaram acima dos 180 milhões de litros, que correspondem a 8,6% da produção inspecionada em cada mês. 
 
Veja essa análise, além de dados de preços do leite no mercado nacional e internacional  e de relação de troca no Boletim Indicadores Leite e Derivados em sua edição de dezembro no site do Centro de Inteligência do Leite.
 
Acesse o site do Centro de Inteligência do Leite e aproveite.
Saiba mais…

9847005082?profile=original

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estabeleceu o dia 5 de dezembro como o Dia Mundial do Solo. Podemos nos perguntar por que celebrar o solo? Muitas pessoas ainda não conhecem ou percebem a importância dos solos, e não sabem os riscos que correm se este recurso não for conservado. Para começar, o solo é um recurso natural não renovável. Ou seja, o solo que estamos perdendo por erosão, desertificação ou salinização não recuperamos mais, pois o processo de formação do solo é muito lento.

Normalmente nos preocupamos muito com a disponibilidade e qualidade da água, com a qualidade do ar, mas não podemos esquecer do solo! Esta fina camada que recobre a Terra é a responsável pela produção da maior parte do nosso alimento, das fibras e da bioenergia. Além disso, o solo tem funções básicas e muito importantes para nossos ecossistemas.

O solo fornece nutrientes essenciais para as nossas florestas e lavouras, filtra a água e ajuda a regular a temperatura e as emissões dos gases de efeito estufa. Os solos das florestas e das nossas pastagens e lavouras têm o potencial de contribuir para mitigar as emissões por meio do sequestro de carbono da atmosfera na forma matéria orgânica. Os solos são um grande reservatório global de carbono, armazenando mais carbono orgânico do que a vegetação. 

Mas, infelizmente, os solos nem sempre são manejados da maneira mais adequada para favorecer o clima e a qualidade da água. Muitos solos que poderiam sequestrar o carbono da atmosfera estão liberando-o, adicionando dióxido de carbono na atmosfera e intensificando as mudanças climáticas. Mas o solo contém cerca de três vezes mais carbono do que a atmosfera, o que significa que fazer mudanças estratégicas na forma como os sistemas de solo são usados pode desempenhar um papel importante no combate às mudanças climáticas. Além disso, solos bem manejados têm sua estrutura preservada, favorecendo a infiltração de água, aumentando a recarga dos lençóis freáticos e evitando o escorrimento superficial e enxurradas, levando à diminuição das enchentes e da erosão.

O solo em sua condição natural exerce muito bem estas funções. E o grande desafio está em preservar o meio ambiente (e o solo é parte dele), garantindo a produção de alimentos, fibras e bioenergia para uma população que cresce e se torna cada vez mais exigente em qualidade.

Preocupada com isso, e equipe de pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) tem desenvolvido estudos para indicar as melhores práticas de manejo dos sistemas de produção agropecuários, que possam juntar altas produções com a preservação ambiental e com o bom funcionamento do solo. Para isso, a recuperação de pastagens degradadas é um dos pontos chave, pois pastagens mal manejadas levam a perdas de qualidade, produtividade, deixam o solo exposto e abrem caminho para a degradação pela erosão.

A integração lavoura-pecuária-floresta é um sistema de cultivo em consórcio ou rotação que permite o cultivo de culturas anuais (como soja, milho, por exemplo), com pastagens e com árvores, tudo na mesma área e na mesma safra. Vários resultados de pesquisa indicam que estes sistemas são tecnicamente adequados e podem contribuir com a intensificação sustentável. Mas nossas pesquisas estão indo além, e estamos unindo os princípios da física, biologia e química para entender como os solos funcionam com estas novas formas de cultivo.

Para desenvolver estas pesquisas multidisciplinares foram feitas parcerias com UFSCar, USP, UFPR e CENA, além de outros centros de pesquisa da Embrapa, como a Embrapa Florestas e Instrumentação. Os resultados têm mostrado que os solos sob sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) podem incorporar grande quantidade de carbono na forma de matéria orgânica, e esta matéria orgânica tem excelentes características químicas que indicam que está estocada de forma estável com poucas chances de perda.

As pesquisas com a biologia do solo indicam que há grande diversidade de organismos nos solos de cultivos integrados. Estudos da área de física têm demonstrado que estes solos apresentam uma excelente estrutura, proporcionando infiltração de água em quantidade e, com isso, reduzindo o potencial de erosão do solo. Há melhoria na química do solo, especialmente por esse maior conteúdo de matéria orgânica, com maior disponibilidade de nutrientes para as plantas.

Todas estas propriedades indicam que, sob cultivos integrados, há solos de qualidade e saudáveis, pois estão desempenhando todas as suas funções e ainda garantindo a produção de plantas, animais e a o abastecimento de seres humanos. Mas, além das pesquisas, é necessário também divulgar estes resultados para a os produtores, técnicos e para sociedade.

Por isso, a Embrapa Pecuária Sudeste tem atuado fortemente na capacitação técnica, por meio de cursos, palestras e dias de campo para demostrar estes resultados. E na quinta-feira (03/12) realizamos mais uma etapa da capacitação de técnicos da Cocamar (Maringá-PR) e o tema abordado foi a “Qualidade do solo em sistemas ILPF”, para celebrar a data e despertar, cada vez mais, a importância de cuidarmos dos nossos solos. 

Alberto Bernardi

Embrapa Pecuária Sudeste

Contatos para a imprensa
Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9847004685?profile=original

Promover a geração de renda na propriedade durante o ano inteiro é objetivo da família Kudiess, em Chiapetta, no noroeste do RS, que aposta na Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF) para otimizar a estrutura produtiva. A área também vai gerar resultados de pesquisas para orientar a adoção dos sistemas integrados.

Desde a fundação na década de 60, a propriedade da família Kudiess trabalha de forma integrada com lavoura de grãos e pecuária em Chiapetta, no Rio Grande do Sul. Nos anos 2000, os irmãos Manfred e Ruben Kudiess passaram a atuar no mercado de sementes, como primeiros multiplicadores do trigo de duplo propósito, com cultivares desenvolvidas pela Embrapa destinadas ao pastejo dos animais com posterior colheita de grãos. O uso da tecnologia exigiu a profissionalização para trabalhar com sistemas integrados, com a atualização constante dos conhecimentos diante da necessidade de validar o produto para os clientes da Sementes Cometa.

Após quase 20 anos trabalhando com integração lavoura-pecuária (ILP), o produtor Ruben Kudiess decidiu apostar também no componente florestal e, em 2019, destinou 54 hectares para integrar lavoura de grãos com engorda de bovinos e produção de madeira. O sistema ILPF corresponde a 5% da propriedade e conta com 18 renques de árvores, cada renque com três fileiras de eucaliptos, totalizando 600 árvores por hectare.

No primeiro ano, a integração iniciou no verão, com milho para grãos e engorda dos animais com pastagem perene de Aruana (espécie de Panicum maximum). No inverno, o produtor investiu em pastagem de trigo duplo propósito e trevo vesiculoso em sobressemeadura no Aruana. “A ideia é utilizar a área com ILPF principalmente no verão, trazendo os animais para a pastagem com conforto térmico das árvores e liberando as outras áreas para a lavoura de soja. No inverno, vamos aproveitar a integração para produzir pasto, ajudando também a reduzir o vazio forrageiro nos meses de primavera e outono. É um planejamento que movimenta toda a propriedade”, conta Ruben.

No total dos 54 hectares com ILPF, 14% da área foi destinada às árvores, cobrindo cerca de 8 ha. A aposta do produtor no eucalipto se deve ao maior conhecimento sobre o manejo da espécie e ao crescimento rápido da árvore. A partir do quinto ano, deverá começar o raleio com a extração de lenha, que deverá suprir parte do secador de grãos, com excedente para comercialização.

O potencial de produção de lenha foi estimado em 80 m³/ha/ano, mas como a lenha representa menor valor agregado, grande parte das árvores serão manejadas visando qualidade na produção da madeira. “O principal desafio no componente florestal é o manejo, de forma a equilibrar a penetração da luz para o desenvolvimento das pastagens”, conta Kudiess, lembrando que o trabalho de raleio deve se intensificar entre o quarto e o quinto ano.

Entre as vantagens do sistema ILPF, Ruben Kudiess faz questão de destacar o bem estar-animal: “O gado gosta de SPA: Sombra, Pasto e Água. Em função do conforto térmico, estimo o aumento no ganho de peso dos animais entre 15 a 20%, melhorando também a conversão alimentar”.

O microclima criado pelas árvores favorece tanto o solo quanto os animais, protegendo das geadas no inverno e do sol no verão. “Com as árvores atuando como quebra-vento e sombra, a umidade do solo também deve melhorar, o que pode representar um aumento de até 60% no crescimento das pastagens, especialmente em anos de estiagem”, estima o produtor. Segundo ele, o benefício também pode ser observado no inverno, quando as árvores podem reduzir o impacto das geadas, garantindo a oferta de pastagens por mais tempo.

Conheça o trabalho de ILPF no vídeo com o produtor Ruben Kudiess:

Interação no aprendizado

O trabalho do produtor é acompanhado por uma equipe da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS). A base de conhecimentos é a Rede ILPF, que reúne profissionais das mais diversas especialidades com o objetivo de acelerar a adoção das tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta por produtores rurais visando a intensificação sustentável da agricultura brasileira.

“Cada propriedade tem particularidades de solo, clima, perfil de produção que exigem a adaptação dos conhecimentos sobre sistemas integrados. A participação ativa e até a ousadia do produtor são decisivos nesse processo de adoção do ILPF, já que não existe receita pronta, é experimentar e ajustar o que temos disponível para cada região de forma a atender as necessidades do produtor”, explica o pesquisador Renato Fontaneli.

Para Ilvandro Barreto de Melo, engenheiro agrônomo da Emater/RS, as dificuldades do produtor em trabalhar com sistemas integrados também representam oportunidades de aumentar a renda: “Tiramos as árvores para a entrada das lavouras no RS na década de 1950, mas não abandonamos o gado. Agora precisamos recolocar as árvores, tanto por demanda legal quanto pela consciência dos benefícios do componente florestal para o sistema. Mas trabalhar de forma integrada aumenta os desafios no manejo. Não basta entender só de lavoura, ou só de árvores ou só de pastagens. É preciso ver a propriedade no todo, um sistema produtivo mais complexo, mas também com maior possibilidade de ganhos e maior estabilidade financeira, já que não depende de apenas um fator de produção”.

 

Impactos no solo

Uma das atividades de acompanhamento da pesquisa na área com ILPF na propriedade da família Kudiess busca avaliar possíveis alterações na qualidade do solo ao longo dos anos.Definido como marco zero na implantação do sistema ILPF, em julho de 2020, foi realizada a amostragem em 12 trincheiras abertas no solo para coletas estratificadas de 5 em 5 cm até 40 cm de profundidade. As análises apontaram um solo já com boa qualidade, presumidamente em função da integração da lavoura com pecuária que já era realizada nesta área.

“Observamos nas amostras bons índices para nutrientes importantes como potássio, cálcio, magnésio e fósforo”, conta o analista de transferência de tecnologias Marcelo Klein. As coletas deverão ser realizadas novamente no período de cinco anos para avaliar os atributos de fertilidade que sofreram alterações na área: “Acreditamos que os ácidos orgânicos gerados pelo esterco e pela urina dos animais serão capazes de neutralizar o alumínio tóxico do solo, aumentando a saturação de bases e dispensando correções com calagem. Vamos tentar confirmar esta hipótese com este experimento de ILPF nas condições de clima e solo do noroeste do Rio Grande do Sul”.

Conheça mais produtores que estão investindo em ILPF no site https://www.redeilpf.org.br/index.php/quem-ja-usa

Joseani Antunes (MTb 9693/RS)

Embrapa Trigo

Contatos para a imprensa

Telefone: +55 54 3316-5800

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9847000896?profile=original

O Ideas for Milk 2020 - Desafio de Startups entra em sua fase final com a disputa de 7 finalistas de 4 estados brasileiros e Luanda, na Angola. A competição foi acirrada! Os 181 avaliadores, representantes de toda a cadeia do leite brasileira, analisaram 47 projetos, vindos de 13 estados brasileiros, além de propostas da Argentina e Angola. Os selecionados disputarão o título de melhor solução para a cadeia do leite na final da competição que acontecerá dia 10 de dezembro, no canal da Embrapa no Youtube, em transmissão ao vivo, às 15h. Conheça os finalistas:

 

A equipe Enactus propõe um site que funcione como ponte entre produtores de queijo e órgãos de regulamentação. A ideia é facilitar o acesso à informação e reduzir o tempo de certificação de 5 para 2 anos. Já a UAICUP é uma caneca para análise da qualidade do leite. O dispositivo faz a contagem de células e ainda identifica a presença de resíduos de antibióticos. Também para controle da qualidade do leite, o Milk FARM ECO Teste tem foco no controle de resíduos de antibiótico. O equipamento detecta 8 diferentes grupos de antibióticos com alta sensibilidade e é controlado por aplicativo que guarda dados na nuvem. Nutrilac é um app que elabora uma formulação de dieta específica para o rebanho e calcula as quantidades cada alimento e o custo. A MooPocket é um app capaz de extrair medidas biométricas de bezerros e novilhas a partir de imagens, estimar o seu peso, e transmitir os dados ao sistema de gestão da fazenda. Já o QR Cattle é um software que faz a biometria sem contato. O programa é capaz de identificar o animal por meio da leitura dos pontos nodais do focinho e funciona como o CPF do animal. De Luanda, na Angola, veio a Cows Company, um sistema integrado para melhorar a organização dos produtores de leite e promover a criação de associações comunitárias de monitoramento do gado de leite.

 

O Ideas for Milk é uma realização da Embrapa Gado de Leite, em parceria com Agripoint, Bovcontrol, Ciatécnica, Texto Comunicação. Conta com o Patrocínio Diamante do Sebrae; Patrocínio Ouro da Tetrapak, Boehringer Ingelheim, TIM; Patrocínio Prata da Vaccinar,FAEMG/Inaes, Sistema Ocemg, Ssistema OCB, Silemg e Patrocínio Bronze da Nestlé, CLAAS, DSM/Tortuga, ABDI, JA Saúde Animal, Piracanjuba, Vivalácteos, Belgo Bekaert, SENAR/GO, ABIQ, Alta Genetics, Verde Campo e Vivare. Apoio da Microsoft, KER Innovation, Abraleite e Revista Balde Branco.

Imprensa Ideas For Milk:

Élida Ramirez

Fone: (31) 9 9526-0189

9847001487?profile=original

Saiba mais…

9847002254?profile=original9847003071?profile=original

Cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP) aprimoraram um método capaz de detectar múltiplos resíduos de produtos químicos por meio de uma única análise. O procedimento é voltado a identificar a presença e a quantidade de herbicidas usados para controlar plantas daninhas em cultivo de capim-elefante. Conhecida por produzir grande quantidade de biomassa, a gramínea é usada na geração de energia e muito empregada na alimentação de gado leiteiro. Por isso, é importante saber se os animais estão consumindo alimento seguro. De olho nessa aplicação, o método deve ser empregado em um projeto em parceria com a Embrapa Gado de Leite (MG).

Publicado em uma edição especial sobre herbicidas do periódico internacional Austin Environmental Science, o método multiresíduo é capaz de detectar resíduos dos sete herbicidas estudados (metsulfurom-metilico,atrazina, clorimurom-etilico, halossulfurom-metilico, metsulfurom-metilico, nicossulfurom e S-metolacloro). “Pelo que sabemos, esse é o primeiro artigo sobre a determinação de resíduos desses herbicidas nesse tipo de planta. O método poderá ser utilizado por cientistas que trabalham nessa linha de pesquisa,” conta a analista da Embrapa Marcia Assalin.

O capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum) é uma forragem tradicionalmente utilizada na alimentação animal e matéria-prima na produção de álcool, carvão e geração de eletricidade, devido ao fato de sua biomassa possuir elevado poder energético. 

9847003489?profile=original

9847004468?profile=original

O desenvolvimento

Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Alexandre Brighenti, a produtividade e a qualidade da forragem de capim-elefante são afetadas diretamente pela interferência de plantas daninhas. Essa perda pode chegar a 42% de matéria seca, caso não sejam empregadas as práticas adequadas de controle de plantas daninhas. Embora o controle químico, utilizando herbicidas, seja uma das estratégias eficientes para o controle das plantas daninhas, não existem produtos registrados específicos para capim-elefante no Brasil. 

Por isso, pesquisas visando o controle químico de espécies infestantes em cultivos desse capim são extremamente importantes a fim de evitar perdas de produtividade e de qualidade de forragem. Além disso, esses estudos poderão subsidiar os trabalhos visando a obtenção de registros de herbicidas para capim-elefante no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Entretanto, quando se faz a aplicação de herbicidas no campo, há a necessidade de realizar o monitoramento de seus resíduos nas pastagens para evitar a possível contaminação de alimentos derivados da pecuária, como leite e carne, afirma a pesquisadora da Embrapa Sonia Queiroz. Além disso, o uso inadequado deagroquímicos é uma ameaça potencial ao meio ambiente e a organismos não alvo, reforçando a necessidade de pesquisas para conhecer o destino desses produtos e estabelecer doses seguras de aplicação.

A maioria dos herbicidas avaliados nesse estudo é aplicada sobre o solo (pré-emergentes) e não diretamente sobre o capim-elefante. Isso, de acordo com a pesquisadora, implica menor risco de deixar resíduos em comparação aos herbicidas pós-emergentes, que são aplicados diretamente sobre as culturas. A aplicação de herbicidas sobre o solo possibilita que as moléculas sejam degradadas, principalmente por microrganismos. 

Além disso, existe um intervalo de aproximadamente 120 dias entre a aplicação dos herbicidas e a colheita do capim-elefante. Queiroz explica que, durante esse período, outros processos de degradação dos herbicidas, além do microbiano, estariam também atuando. Desse modo, as chances de não mais haver resíduos são grandes. Por outro lado, caso algum resíduo de determinado herbicida ainda persista nas plantas no momento da colheita, o método desenvolvido irá revelar a quantidade presente do químico, sendo possível avaliar se é segura para o consumo animal.

De acordo com a Assalin, o objetivo foi otimizar e validar um método multiresíduo confiável para a  determinação e quantificação de resíduos de herbicidas em capim-elefante utilizando cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas de alta resolução (LC-QTof-MS). A implementação de um método analítico envolve um processo de avaliação que estima a sua eficiência na rotina do laboratório e assim garante que as análises reproduzam valores consistentes se comparadas a um valor de referência.

Segundo os parâmetros de validação avaliados no estudo, o método mostrou ser adequado para a determinação dos resíduos dos herbicidas estudados. Para o metsulfurom-metílico, o método mostrou ser capaz de determinar quantidades menores que o limite máximo de resíduos (LMR) estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 0,1 mg/Kg, sendo esse o único que apresenta registro para aplicação em pastagem no Brasil. 

Assim, foi possível analisar amostras de capim-elefante coletadas no campo experimental após a aplicação dos produtos e, com isso, selecionar os herbicidas mais eficientes e que deixam menos resíduos na planta. Isso permitiu o controle das plantas daninhas com segurança em relação ao consumo de alimentos de origem bovina.

Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)

Embrapa Meio Ambiente

Contatos para a imprensa

Telefone: (19) 99262-6751

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9846995086?profile=original

Para saber se a água é utilizada de maneira eficiente no meio rural, a Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) reuniu seus pesquisadores Maria Sônia Lopes, Rachel Bardy Prado e Silvio Lucena Tavares em live transmitida no dia 18 de novembro. A moderação ficou a cargo de Fabrício De Martino, consultor em inovação e criatividade O evento foi a quarta edição da série Diálogos para Conservação do Solo e da Água, e a última de 2020.

Para Rachel, que é especialista em planejamento e gerenciamento de águas, com mais de 20 anos de experiência, não andamos cuidando bem da nossa água, “talvez até pela abundância de recursos hídricos do Brasil”. Alguns números atestam isso: 16% da população não tem água tratada e 47% não possui acesso à rede de esgoto. “A questão do saneamento no nosso País é muito séria, com reflexos na qualidade da água. É inadmissível que na era da informação em que vivemos ainda vejamos tanta erosão e pastagens degradadas”.

Então quais seriam as soluções, como cuidar da água? Em primeiro lugar, é necessário lembrar que manejo do solo e qualidade da água andam juntos. “Práticas conservacionistas da terra, como plantio em nível, bacias de contenção de sedimentos e terraceamento, por exemplo, resultam em uma diminuição de processos erosivos e em uma maior infiltração da água nas bacias hidrográficas”, salienta Rachel.

Falando sobre recursos hídricos na agricultura, não podemos deixar de lado o tema irrigação. Vale lembrar que existem quatro métodos de fazê-la: por aspersão, gravidade, pivô central e localizada. 40% da comida que chega às nossas mesas vem da agricultura irrigada, usando apenas 16% da terra. “A situação no Brasil não é a ideal, mas nossa média de eficiência, que chega quase a 60%, é superior a mundial, que é de 37%”, revelou Silvio Tavares, especialista em engenharia de irrigação. “Se você melhorar em 1% a eficiência no uso da água, você gera uma economia enorme para expandir as áreas irrigadas e o tempo de irrigação”.

Uma das “armas” desenvolvidas pela Embrapa Solos para tornar a irrigação mais eficiente é o Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação (SiBCTI), que define o potencial do ambiente para desenvolver culturas sob determinado tipo de irrigação.

O SiBCTI procura classificar as terras segundo a interação de vários planos de informação, de modo que o ambiente seja avaliado de forma integrada, maximizando o manejo da agricultura irrigada.

O Sistema evita que terras que não possuem aptidão para irrigação sejam incluídas no processo produtivo, minimizando o impacto ambiental e perda de recursos financeiros, ele também possibilita o uso racional da água, além de prevenir a salinização dos solos manejados, grave problema ambiental e econômico, principalmente no bioma semiárido.

Barragem subterrânea

Um importante aliado do pequeno produtor na captação de água também no semiárido é a barragem subterrânea, uma tecnologia de captação e armazenamento da água de chuva para produção de alimentos. Ela possui a função de reter a água da chuva que escoa em cima e dentro do solo, por meio de uma parede impermeável construída dentro da terra e que se eleva a uma altura de cerca de 50 cm acima da superfície, no sentido contrário à descida das águas. A barragem subterrânea forma uma vazante artificial temporária na qual o terreno permanece úmido por um período de dois a cinco meses após a época chuvosa, permitindo a plantação mesmo em época de estiagem. A barragem é uma tecnologia popular, a Embrapa começou a pesquisá-la mais a fundo a partir dos anos 80 do século passado.

“As barragens têm proporcionado a estocagem de água para uso das famílias após o período chuvoso. Até seis meses após o fim das precipitações o agricultor ainda consegue tirar seu cultivo”, afirma Maria Sônia, uma das maiores autoridades do Brasil no tema.

A barragem foi uma das práticas finalistas da primeira edição do prêmio Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) Brasil e a primeira entre as 28 técnicas selecionadas pela Embrapa para participar da premiação.

Um pouco de arte

Nas lives promovidas pela Embrapa Solos procura-se trazer também um pouco de arte. O mapa mental que ilustra a matéria foi elaborado pela artista plástica Milena Pagliacci, durante o evento.  

A íntegra da live pode ser assistida aqui.

Carlos Dias (20.395 MTb RJ)

Embrapa Solos

Contatos para a imprensa

Telefone: (21) 2179-4578

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9846994494?profile=original

O movimento Ideas for Milk 2020 só se encerra no dia 11 de dezembro, quando serão realizados o Desafio de Startups e a entrega do prêmio Ideas for Milk de Inovação. No entanto, a última reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite em 2020, realizada na semana passada, teve como destaque o movimento, idealizado pela Embrapa e realizado de forma totalmente virtual, devido à pandemia de Covid-19. O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, apresentou à Câmara os números dos eventos Caravana 4.0 Vacathon, que integram o movimento.

A Caravana 4.0 tem a missão de debater a necessidade da criação de tecnologias inovadoras, por meio da reunião de competências de diferentes áreas de conhecimento das instituições de ensino e pesquisa. Num só lugar, são reunidos estudantes e professores dos cursos de agronomia, medicina veterinária, zootecnia, biologia, ciência da computação, engenharias, economia, administração, nutrição e outras. O propósito é mostrar as oportunidades para empreender que a cadeia produtiva do leite oferece para a criação de soluções inovadoras e resultante de conhecimentos multidisciplinares. Neste ano, chegou a oito estados de quatro regiões do país: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Pernambuco. No Brasil, 27 universidades foram “visitadas” pela Caravana, que também chegou a instituições de outros dois países: Argentina e Angola. Diferente das outras edições, quando as instituições eram visitadas de forma presencial.

Este ano, com a pandemia, para criar um ambiente de mobilização, o movimento teve se adaptar e criou o Ideas for Milk Lives, transmitindo doze lives inspiradoras pelo Canal da Embrapa no Youtube, que reuniram 40 especialistas dos Estados Unidos, Portugal, Angola, Argentina e Brasil, tratando de assuntos relacionados a todos os elos da cadeia produtiva. As lives já somam 18.900 visualizações. Foram realizadas também lives orientadoras: Como convencer alguém a acreditar no meu negócio; Design Sprint: da ideia ao propósito; Esse tal negócio de thinking e Criando modelos inovadores e conscientes. A audiência média de cada live ficou em torno de mil internautas.

Vacathon digital – O Vacathon, que em anos anteriores reunia, durante uma semana, mais de 100 estudantes e professores de várias as partes do país, acampados nas dependências da Embrapa Gado de Leite, em regime de imersão total, também teve que ser virtual neste ano de pandemia. “Mas não foi menor”, garante Martins: “Pela primeira vez tivemos participação internacional, com representantes de três universidades argentinas e uma angolana, totalizando 30 universidades entre nacionais e internacionais”. O evento trouxe como novidade o Milktube, uma coletânea de 57 vídeos curtos temáticos, gravados por 37 pesquisadores da Embrapa Gado de Leite e da Epamig/ILCT, que tem o propósito de inspirar os jovens empreendedores, que desejam gerar soluções para o setor de lácteos.

“Pessoas proeminentes, que representam importantes instituições do agronegócio, enviaram mensagens para os participantes do Vacathon, entre eles os que o movimento denominou de ‘os três tenores do agronegócio nacional’: Alysson Paulinelli, Roberto Rodrigues e José Luiz Tejon (dois ex-ministros da agricultura e uma das maiores autoridades do marketing em agronegócio no Brasil)”. Entre os “presentes” no Vacathon, também estavam três diretores da Embrapa e um secretário de estado de agricultura (Goiás), além de várias entidades como, ABIQ, ABDI e os presidentes da Câmara Setorial do Leite e Derivados do Mapa e o presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira.

Martins resume assim, os números do movimento Ideas for Milk, que ainda não acabou: 106 mentores voluntários, 126 avaliadores efetivos, nove entidades participantes e o apoio de empresas de sete segmentos da cadeia. “Reunimos nesta edição o primeiro time do leite brasileiro, percorrendo três grandes trilhas: foodtech, transformação digital e empreendedorismo e inovação”. A final aconteceu no dia 30 de outubro ao longo do dia e já somou 9638 visualizações no Canal Embrapa do Youtube.

Próximos eventos – No próximo dia 11, o Desafio de Startups e a entrega do Prêmio Ideas for Milk de Inovação encerram a edição 2020 do movimento. Participarão do Desafio empreendedores que desenvolveram soluções inovadoras, focadas em recursos digitais (softwares, hardwares, IOT e sensores) e não digitais (design industrial ou de embalagens, equipamentos, processos, tratamento ou aproveitamento de resíduos, etc). A finalíssima será transmitida ao vivo no canal do Youtube da Embrapa e no Repileite (rede social da Embrapa Gado de Leite). O evento é uma importante vitrine para as startups participantes: “Trata-se da melhor oportunidade do empreendedor apresentar sua solução para a sociedade e os tomadores de decisão da cadeia produtiva do leite”, diz Martins. Já o prêmio de inovação visa reconhecer produtos e processos de empresas com propósitos alinhados ao desejo do novo consumidor e que estão inseridas na ótica do foodtech.

 O Ideas for Milk é uma realização da Embrapa Gado de Leite, em parceria com Agripoint, Bovcontrol, Ciatécnica, Texto Comunicação. Conta com o Patrocínio Diamante do Sebrae; Patrocínio Ouro da Tetrapak, Boehringer Ingelheim, TIM; Patrocínio Prata da Vaccinar, FAEMG/Inaes, Sistema Ocemg, Sistema OCB, Silemg e Patrocínio Bronze da Nestlé, CLAAS, DSM/Tortuga, ABDI, JA Saúde Animal, Piracanjuba, Vivalácteos, Belgo Bekaert, SENAR/GO, ABIQ, Alta Genetics, Verde Campo e Vivare. Apoio da Microsoft, KER Innovation, Abraleite e Revista Balde Branco. Além do Ideas for Milk Lives, o evento é formado pela Caravana 4.0, Vacathon, Desafio de Startups e pelo Prêmio Ideas for Milk de Inovação.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

Contatos para a imprensa

Telefone: (32) 99199-4757

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9846995897?profile=original9846996475?profile=original

Quatro anos após o seu lançamento, em 2016, a nova variedade de capim-elefante BRS Capiaçu, desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite (MG), já garantiu o seu lugar na preferência dos pecuaristas de leite de norte a sul do Brasil (veja mais detalhes no quadro abaixo). Essa expansão em tempo recorde se deve, em grande parte, à parceria com redes de viveiristas credenciados, que garantem o fornecimento da cultivar aos produtores nacionais, além de contribuir para combater a pirataria de mudas. 

Recentemente, com a inclusão de mais quatro viveiristas credenciados, a BRS Capiaçu passa a contar com fornecedores certificados pela Embrapa em toda a região do bioma Mata Atlântica. A Região Nordeste, que não tinha nenhum viveirista, passou a ter (veja relação dos viveiristas credenciados ao fim desta reportagem). O pesquisador da Embrapa Gado de Leite Samuel Oliveira diz que a instituição está fazendo um esforço para disponibilizar viveiristas em todas as regiões do País. “Isso ainda não foi possível porque dependemos da conclusão do teste de Valor de Cultivo e Uso (VCU) para estender a recomendação da cultivar para os biomas Cerrado e Amazônia, questão que em breve estará resolvida”, diz.

O teste VCU é uma das exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o registro de novas cultivares. Os registros são feitos por biomas. Até  agora, a cultivar BRS Capiaçu só possui o VCU para o bioma Mata Atlântica, embora já existam viveiristas interessados em comercializá-la nos estados do Cerrado e da Amazônia.

“A BRS Capiaçu é um grande sucesso entre os produtores de leite. Além de já estar sendo cultivada em todo o Brasil, a forrageira vem despertando também o interesse de produtores de fora do País. Recentemente, um pecuarista da Angola, na África, berço da maior parte das gramíneas usadas em nossa pecuária, adquiriu o produto”, conta Oliveira. 

Segundo o chefe-adjunto de Transferência e Tecnologia da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho, há também demanda para que o capim seja introduzido em outros países da América Latina, com negociações avançadas junto à República Dominicana.

“Com o bônus do sucesso, surge também o ônus da pirataria”, preocupa-se Oliveira. Segundo ele, há um comércio de mudas sendo vendidas por pessoas que não têm qualquer registro ou autorização da Embrapa. Ele chama a atenção para o problema: “A Embrapa Gado de Leite não se responsabiliza por mudas de BRS Capiaçu que não foram adquiridas por viveiristas credenciados”. O produto pode ser adquirido de três formas diferentes: mudas em estacas, germinadas ou micro propagadas (feitas a partir de tecido da planta). Quanto ao preço, isso irá depender do tipo de muda e dos ditames do mercado.

9846997079?profile=original

Viveiristas: produção e combate à pirataria de norte a sul do País 

Os viveiristas desempenham importante papel ao fazer com que as cultivares da Embrapa cheguem ao mercado, atuando indiretamente no combate à pirataria de mudas. É o que faz o pequeno produtor de leite na região do Vale do Paraíba José Cabello, que testou na propriedade dele a BRS Capiaçu como alternativa para alimentar o gado durante o inverno. A tecnologia o ajudou a descobrir uma nova atividade econômica: a de produtor de mudas. Para saber mais sobre a forrageira, manteve contatos com a equipe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Gado de Leite. Ao identificar o potencial da cultivar decidiu integrar a lista de licenciados para produção e comercialização de mudas e hoje já vai para a quarta safra, que ocupa cerca de cinco hectares da fazenda.

“Muitas mudanças ocorreram desde o plantio das primeiras mudas: do manejo correto até a embalagem e o atendimento de pós-venda aos clientes”, conta Cabello, da Mater Genética, localizada em São José dos Campos (SP). O produtor abandonou a venda de leite e agora comercializa bezerros, tendo como atividade principal a de viveirista. E não reclama: “A demanda tem sido crescente ano a ano e 2020 superou as expectativas nos meses de junho e julho, costumeiramente mais fracos de venda”, relata, destacando também os bons resultados com a silagem utilizada para alimentar o rebanho.  “Nossa relação com a Embrapa é bastante sólida. Recebemos o apoio técnico quando precisamos e levamos o nome da Empresa e a tecnologia a todos que procuram pela cultivar”, acrescenta.

Com um jardim clonal de cerca de 600 metros quadrados, credenciado desde 2016, a Agro Comercial Afubra vende mudas da BRS Capiaçu de norte a sul do País. Embora localizada em Rio Pardo (RS), região que fica com 70% da produção, o viveiro comercializa o produto em 16 estados brasileiros, informa o gerente do departamento de produção agroflorestal da empresa, Juarez Pedroso Filho. “Nos surpreendemos com o aumento da demanda, que começou a chegar de Roraima, Tocantins, Amazonas e estados do Nordeste e Centro-Oeste. Na última safra, atendemos cerca de 300 agricultores familiares com a produção de 60 mil mudas rastreadas de ponta a ponta, com nota fiscal e atestado de origem genética para assegurar que estão recebendo uma cultivar da Embrapa”, diz.

Casos de compra e venda de mudas da BRS Capiaçu sem a mediação de um licenciado como a Afubra começam a acontecer. “Clientes contam até sobre venda de sementes da cultivar, coisa que não existe no mercado”, diz o engenheiro florestal. O viveiro atende sob encomenda e não ampliou a área de multiplicação de mudas, a despeito da demanda crescente pela cultivar e dos bons resultados comerciais. 

“O agricultor está habituado a chegar no balcão e pedir um saco de sementes. A muda não está na prateleira e isso é uma mudança de paradigma à qual o produtor precisa se adaptar. A cada cliente que nos procura, explicamos que a entrega não é imediata, que a produção respeita os ciclos da planta e reforçamos ainda a importância de conhecer a origem da cultivar. Esse boca a boca é a nossa contribuição contra a biopirataria”, destaca Pedroso. 

9846998269?profile=original

Potencial de produção e valor nutritivo

A BRS Capiaçu se destaca pela alta produtividade e qualidade da forragem, quando comparada a outras cultivares de capim-elefante. Veja abaixo os índices de produção e nutritivos para plantas com 60 dias de crescimento:

9846999882?profile=original

Silagem - A silagem da cultivar BRS Capiaçu apresenta valor nutritivo comparável ao do milho, com menor valor energético. É indicada para vacas secas e animais jovens. Se utilizada para animais em lactação, a alimentação deve ser suplementada com uma fonte de energia, de acordo com a produção da vaca.

9847000077?profile=original

9847000291?profile=original

Rubens Neiva (MTB 5445/MG)
Embrapa Gado de Leite

Contatos para a imprensa
Valéria Cristina Costa (MTb. 15533/SP)

Secretaria de Inovação e Negócios (SIN)

Contatos para a imprensa

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…