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Novo método é capaz de prever a ocorrência de geada em Mato Grosso do Sul.

Danilton Flumignan, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (MS), desenvolveu um método capaz de prever com bastante antecedência a ocorrência de geadas da região sul do estado de Mato Grosso do Sul. É possível saber ainda em dezembro a temperatura mínima aproximada que será atingida em junho. Essa informação é atualizada no mês de maio, quando é confirmada ou não a ocorrência de geada. O pesquisador revela que, segundo dados coletados até o momento, a região não deverá sofrer com geadas este ano (veja mais abaixo).

Flumignan salienta que, especialmente no mês de junho, as geadas são motivo de grande preocupação dos produtores de milho safrinha. “Naquele mês, o milho ainda se encontra em uma fase sensível de seu desenvolvimento e a geada pode ser prejudicial à cultura”, esclarece o cientista, frisando que a extensão do prejuízo está associada à intensidade da geada.

Sem geada este ano

Segundo o pesquisador, para 2019 o sistema específico de previsão de geadas para o sul de Mato Grosso do Sul demostrou que a temperatura mínima prevista para junho é de 10,9 ºC. “Considerando-se a incerteza associada ao modelo matemático que faz a previsão, estima-se que a temperatura poderá ficar entre 8,6 ºC e 13,2 ºC. As geadas geralmente ocorrem com temperaturas abaixo de 4ºC, e somente abaixo desse patamar é que podem vir a ser classificadas como fraca, moderada ou forte”, explica Flumignan.

Em 2018, a previsão divulgada foi a de risco de geada moderada em junho, com temperatura mínima prevista de 5º C, podendo oscilar entre 2,7 e 7,3 ºC. Os dados divulgados pela previsão se confirmaram e a temperatura mínima registrada em junho de 2018, foi de 6 ºC, em Dourados, e 5,2 ºC, em Rio Brilhante.9846977055?profile=originalComo é o método

O sistema usa dados de chuva medidos na estação agrometeorológica Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste, localizada em Dourados (MS), e da temperatura da superfície do mar fornecidos pela agência americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).

Com índice de confiança de 95%, o sistema é capaz de prever em dezembro, e com uma margem de erro conhecida de ±2,3ºC, qual a temperatura mínima deverá ocorrer em junho, no sul do Mato Grosso do Sul. Baseando-se nessa temperatura prevista e na escala da Tabela 1, é possível prever se ocorrerá a geada e com qual intensidade.

9846976878?profile=originalComo as geadas representam um fator de risco à produtividade no campo, a Embrapa Agropecuária Oeste vem analisando alguns métodos de previsão.

Dados históricos

O Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste mantém informações organizadas dos últimos 40 anos do município de Dourados. A série histórica mostra que 25,4% das geadas na região ocorreram em junho. “Dessas, a maioria, 77,8%, foram de intensidade média ou forte, provocando danos às lavouras e prejuízos aos produtores”, conta Flumignan. Desde 1979, em junho, ocorreram geadas em 21 anos, totalizando 38 episódios.

Em outros meses, os riscos de geadas não chegam a preocupar os produtores de milho safrinha. É o caso de julho que, apesar apresentar geadas mais frequentes (51% dos registros), é uma época em que as lavouras estão em fase final de ciclo ou já foram colhidas, o que reduz potencial de dano. Em maio, por sua vez, as geadas são raras (4% dos registros) e, quando ocorrem, costumam apresentar intensidade fraca.

Protegendo o milho safrinha

O milho de segunda safra é a principal cultura de inverno de Mato Grosso do Sul. Em 2018, foram cultivados no estado cerca de 1,7 milhão de hectares de milho safrinha. Aproximadamente 70% dessas lavouras estavam na região sul de Mato Grosso do Sul.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) estabelece que, nessa região, o milho safrinha deve ser semeado até 10 de março a fim de minimizar os riscos de perdas nas lavouras.

O engenheiro agrônomo da Embrapa Gessi Ceccon, especialista em cultivo de milho safrinha, explica que existem três tipos de ciclos de híbridos de milho: superprecoce, precoce e normal. No caso de lavouras com híbridos de milho superprecoce, a geada em junho não causa prejuízos porque o milho já terá formado grãos, prontos para colheita. “Entretanto, para os de ciclo precoce e normal, a geada em junho acarreta menor enchimento dos grãos e, consequentemente, menor produtividade”, destaca Ceccon.

De uma maneira geral, o analista salienta que é muito difícil prever os potenciais danos que a geada pode causar ao milho, caso ela ocorra em junho. “Muitas variáveis estão envolvidas, como relevo da propriedade, época de plantio e ciclo do híbrido. Porém, de maneira geral, é possível afirmar que ainda que a geada ocorra em junho e que venha a ser forte, não haverá uma perda completa da lavoura, pois o milho safrinha é semeado de forma escalonada nas propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, ou seja, ocorre gradativamente conforme vai sendo realizada a colheita da soja”, acrescenta.

Ele chama atenção para a amplitude do prejuízo em situações específicas. “No caso de ocorrer uma geada forte, em uma lavoura localizada em uma baixada, com um hibrido de ciclo normal, a perda certamente será grande.” Ele frisa que mesmo ocorrendo perdas severas na plantação, o cereal pode ser colhido e fornecido como alimento para os animais, pois é uma rica fonte de energia. Dessa forma, é possível minimizar os prejuízos.

Christiane Congro Comas (MTb 00825/9/SC)
Embrapa Agropecuária Oeste

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A margem de rentabilidade dos produtores de leite brasileiros nesses três primeiros meses de 2019 foi melhor que no mesmo período de 2018. Na média nacional, o preço nominal bruto recebido pelos produtores foi 32,3% mais elevado do que em igual período do ano passado. Enquanto isso, o custo de produção, estimado pelo ICPLeite/Embrapa, aumentou 9,3%. Portanto, uma situação favorável aos produtores.

O primeiro trimestre de 2019 também foi de margens mais atraentes os varejistas, mas de aperto para a indústria. Nesse período, o preço real ao produtor subiu e o indicador de margem do varejista ficou estável. Enquanto isso, o indicador de margem da indústria recuou, dificultando a manutenção de preços mais altos para os produtores nos próximos meses.

Na balança comercial de lácteos, após dois meses de crescimento, as importações voltaram a cair em março. Alguns fatores que podem explicar esta queda estão relacionados às incertezas na economia que levaram à desvalorização cambial; a valorização dos lácteos no mercado internacional; e a desaceleração dos preços internos do leite UHT, leite spot e queijo muçarela.

Confira essa análise completa com mais detalhes na NOTA DE CONJUNTURA da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de abril de 2019, que está disponível no Centro de Inteligência do Leite e pode ser acessada no link: http://www.cileite.com.br/content/nota-conjuntura

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O preço do leite ao produtor manteve a trajetória de valorização nesse primeiro trimestre, com aumento de 4,4% em março sobre o mês anterior, alcançando a marca de R$1,58, na média nacional. Na comparação anual, as cotações de março foram R$0,40 superiores aos valores pagos no mesmo mês de 2018. Nos Estados, as maiores médias de preço em março foram registradas em Goiás (R$1,62) e no Paraná (R$1,61). Já a menor média ficou no Rio Grande no Sul com R$1,50.

Outro fato positivo para os pecuaristas foi a melhora na relação de troca entre preço do leite/preço do concentrado que fechou em 32 litros de leite para aquisição de uma saca de 60 kg de concentrado. Em março de 2018 eram necessários 45 litros de leite para compra da mesma saca de concentrado. Por outro lado, o custo de produção de leite inverteu sua trajetória de queda, que vinha desde novembro de 2018 e registrou leve alta em março, de 0,55%.

No varejo, o preço do leite UHT continuou valorizando em março, mas com aumento menor que nos dois meses anteriores. Em relação a um ano atrás, os preços de fevereiro do UHT ficaram 11% maiores.

Esses dados estão apresentados no boletim mensal de INDICADORES LEITE E DERIVADOS da Plataforma de Inteligência Intelactus na sua edição de abril de 2019 que também traz os dados das maiores empresas de laticínios do Brasil em 2018, divulgados recentemente pela Leite Brasil. A publicação está disponível no site do Centro de inteligência do Leite e pode ser acessada pelo link> http://www.cileite.com.br/content/indicadores-leite-e-derivados-1

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Após quatro quedas consecutivas, o custo de produção subiu em março de 2019. O Índice de Custo de Produção de Leite – ICPLeite / Embrapa apresentou elevação de 0,55%, na comparação com o mês anterior.  Os grupos “Concentrado” e “Energia e combustível” foram os principais responsáveis por esse aumento.

No acumulado desses três primeiros meses de 2019, o ICPLeite/Embrapa ficou praticamente estável com variação negativa de 0,07%. Já no acumulado de doze meses, a variação no índice de custo ainda está positiva, com alta de 6,24%. Nesse período, somente o grupo “Qualidade do leite” apresentou deflação (- 0,42%). Todos os demais grupos apresentaram aumentos, com destaque para os grupos ligados à alimentação do rebanho e de energia.

Mais detalhes sobre essas variações por períodos e por grupos, bem como a metodologia de cálculo, estão disponíveis na publicação ICPLeite / Embrapa da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de março de 2019. A publicação está disponível no site do centro de Inteligência do Leite e pode ser acessada no link> http://www.cileite.com.br/content/%C3%ADndice-de-custo-de-produ%C3%A7%C3%A3o-de-leite-4

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BOAS PRÁTICAS PARA TUDO

*PEDRO BRAGA ARCURI

Na internet, a Enciclopédia Wikipedia define “Boa Prática” como um método ou técnica que tenha sido aceita de um modo geral como superior a outras alternativas, porque produz resultados melhores, ou, porque tenha se tornado um padrão para se fazer determinada atividade.

Tudo relacionado à atividade leiteira pode, e deve ser adaptado a este conceito. Um exemplo: boas práticas de manejo na cria de bezerras diminuem a mortalidade das bezerras durante a fase de aleitamento, porque há melhoras na lida do tratador com as bezerras, na higiene e no conforto do bezerreiro, seja este de que tipo for. Outro exemplo, boas práticas incluem a escrituração zootécnica e o exame clínico como ferramentas de monitoramento permanente dos animais, garantindo seu bem-estar. Especialmente em sistemas intensivos de produção, sem perder de vista que o bem-estar cresce de importância, pois os consumidores querem consumir carne e leite de animais mantidos em conforto, com seus hábitos naturais respeitados.

“Rezando a missa para o Vigário”, qualidade do leite tem origem em vacas sadias e no controle permanente da higiene na ordenha, na manutenção da limpeza e no correto funcionamento de ordenhadeiras e do tanque de armazenamento do leite.  Para garantir a qualidade, as boas práticas de produção são recomendadas e reforçadas com cursos e acompanhamentos, em alguns casos são exigidas por cooperativas e indústrias comprometidas com o seus produtos e seus consumidores.  O seu comprador ou cooperativa lhe auxilia dessa forma, para atender às novas Instruções Normativas de qualidade do Leite do MAPA?

Nas indústrias de laticínios, o uso de boas práticas para a fabricação é obrigatório tanto para grandes como para pequenas.  Aquelas que não sigam boas práticas podem ser multadas e até fechadas pelos órgãos de fiscalização. A ANVISA, Agência de Vigilância em Saúde, estabeleceu que as indústrias realizem e façam  anotações da aplicação de boas práticas para garantir aos consumidores a segurança do alimento, isto é, que o seu consumo não trará riscos para sua saúde.

As vantagens das boas práticas vão além de se evitar penalidades. Adotá-las evita desperdícios de insumos, água, e energia por exemplo.  Acidentes de trabalho vão ocorrer menos.  E, como dizem os ingleses, “por último, mas não menos importante”, boas práticas garantem qualidade, que mantém o consumidor fiel a uma marca.

Mas é necessário ampliar as boas práticas, de modo a fazer delas parceiras da sustentabilidade da atividade, mantendo a qualidade do ambiente. Embalagens e materiais não degradáveis em fazendas ou fábricas precisam ser dispensados conforme as recomendações, mais uma boa prática.  Porém, a maior parte da poluição causada pela produção animal é causada por resíduos ou dejetos.  Neste termo eu incluo o esterco, perdas da ensilagem, restos de adubos ou fertilizantes, água de lavagem, etc. É necessário valorizar o reúso ,  Ao mesmo tempo, evitar contaminações.  Para isso, uma das boas práticas é o uso de biodigestores, cada tipo tem uma recomendação específica e muita informação está disponível. 

Para fazer jus à minha afirmativa de que tudo relacionado à atividade leiteira pode, e deve ser adaptado ao conceito de boa prática, finalizo com o incômodo descarte de carcaças de animais adultos.  Usando o método da compostagem, a prática desenvolvida pela Embrapa permite eliminar carcaças sem necessidade de enterro, sem odores e sem contaminação. Os bons resultados permitem que essa prática possa ser usada para auxiliar produtores interessados no abate autorizado de javalis e Java porcos, animais exóticos, selvagens, cuja população está se expandindo e que causam grandes prejuízos.

*Agrônomo, PhD Cornell University, Animal Science, Pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Publicado originalmente na Revista Balde Branco - março 2019

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Uma estimativa realizada pela Embrapa Pecuária Sul (RS) chegou ao valor aproximado gasto anualmente pelo pecuarista gaúcho com a miíase, popularmente conhecida como bicheira: R$ 171.420.022,00. O estudo levou em conta apenas os gastos com medicamentos e mão de obra, deixando de fora outros aspectos de difícil mensuração, como a perda de peso dos animais e a depreciação do couro dos bovinos e da lã dos ovinos.

O problema é provocado pela mosca Cochliomyia hominivorax, que deposita ovos nas feridas dos animais (veja texto abaixo).

Causada por moscas

A bicheira ou miíase é a infestação de animais vertebrados vivos por larvas de moscas. As larvas se alimentam do tecido vivo ou morto do hospedeiro. A etimologia da palavra vem de myie=mosca e ase=doença. Existem diversos tipos de miíases, dependendo da localização, biologia da mosca que a causa e tipo de tecido (morto ou vivo) do qual o inseto se alimenta.

As miíases obrigatórias ou primárias são aquelas em que a larva se alimenta de tecido vivo. Nesse grupo, está incluída a mosca Cochliomyia hominivorax, muito importante na criação de bovinos. Porém, pertencem a esse grupo também as míiases causadas pelo berne (Dermatobia hominis) e pela mosca Oestrus ovis (específica para ovinos).

Além da miíase obrigatória, pode ocorrer a miíase secundária, ocasionada por larvas de moscas que se alimentam de tecido morto (seja em animais mortos ou no animal vivo, mas que tenha ferimento com tecido necrosado)

Por esse motivo, os especialistas recomendam preservar o rebanho de ferimentos, com a utilização de cercas adequadas, e sempre tratar cicatrizações geradas por procedimentos cirúrgicos como castrações, por exemplo (veja no fim do texto).

A pesquisa avaliou dois cenários: um com propriedades que têm apenas criação de bovinos e outro com a criação conjunta de bovinos e ovinos, contexto em que ocorreram os maiores gastos para controle do problema, segundo explica o pesquisador da área de socioeconomia da Embrapa Jorge Sant’anna dos Santos, que conduziu os estudos.

Dois estabelecimentos rurais modelo foram usados para fazer a estimativa de custo mínimo para tratar a bicheira: um com rebanho de 120 terneiros (pressupondo 150 vacas de cria); e outro com 100 ovinos e 250 bovinos.

“Fazem parte da composição desse custo mínimo os medicamentos adquiridos e o tempo da mão de obra alocado no enfrentamento do problema. A perda de animais revelou-se pouco expressiva em todos os produtores consultados, razão pela qual excluímos esse item da composição desse gasto mínimo. Igualmente excluímos do cálculo a perda de peso dos animais, em função da dificuldade dos informantes em estimá-la, o que poderia introduzir uma imprecisão no objetivo de se alcançar o custo mínimo médio por propriedade”, explicou Sant’anna.

Somadas as despesas com medicamentos e o custo com a mão de obra, o valor gasto no estabelecimento-modelo somente com bovinos foi de R$ 1.504,80 ao ano. Na propriedade com bovinos e ovinos o número chegou a R$ 2.816,93.

De acordo com Sant’anna, com dados da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, foi possível estimar um número de 87 mil propriedades gaúchas nas quais o produtor investe para controlar a bicheira, sendo 47 mil estabelecimentos com a criação concomitante de bovinos e ovinos, e 40 mil apenas com bovinos.

“Tomadas as 47 mil propriedades com ovinos e bovinos, é possível alcançar um total de gastos com a bicheira da ordem de R$ 116.349.400,00. Os 40 mil estabelecimentos apenas com bovinos realizam gastos na ordem de R$ 55.070.622,00, mostrando que nos estabelecimentos em que existem ovinos, os gastos representam mais que o dobro das despesas para prevenir e tratar a bicheira do que nos estabelecimentos somente com bovinos”, pontua o pesquisador.

Com a soma dos dois modelos de propriedade se chegou ao valor estimado de gastos com a bicheira no Rio Grande do Sul. “Pode-se indicar que o total das perdas econômicas dos produtores de bovinos e ovinos ocasionadas em função da incidência da bicheira nos seus rebanhos ultrapassa a cifra de R$ 170 milhões”, analisa o pesquisador.
Produtor estima 7,8% do custo só para tratar a bicheira

O produtor de bovinos e ovinos Antonio Silvano Oliveira, do município de Pedras Altas (RS), calcula que 7,8% de todo o custo de sua propriedade está comprometido apenas com o controle da bicheira. “É um percentual bem significativo, considerando que nos últimos anos a margem líquida do setor pecuário vem encolhendo. Sem contar as perdas com manejo e estado corporal dos animais que não estão sendo mensuradas, mas que acredito ter um valor bem considerável, aumentando ainda mais o custo provocado por essa enfermidade”, destaca.

De setembro a abril, quando cessa o frio no Rio Grande do Sul, é a época crítica para aparecimento do problema. Mas na fazenda de Silvano, o problema tem aparecido todos os meses do ano, até mesmo no inverno. “O manejo dos potreiros é realizado duas vezes por semana. Se não tivéssemos essa enfermidade, com certeza o custo com manejo se reduziria praticamente pela metade. Devido à ocorrência de bicheiras se tem necessidade de dois funcionários para serviço de campo. Se fosse erradicada a bicheira, se teria necessidade de apenas um funcionário para o cuidado dos animais. E auxílio de mais uma pessoa apenas para realizar as dosificações, o que ocuparia quatro dias do mês em média”, pontua.

Como tratar o problema

Conforme a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Cláudia Gomes, para as miíases causadas pela mosca Cochliomyia hominivorax, o produtor deve fazer uso de boas práticas agropecuárias, como cuidado no manejo dos animais, manutenção de centros de manejo e cercas para evitar ferimentos que atrairão as moscas. “As moscas são atraídas pelo odor do ferimento e depositam ovos sobre a ferida, da qual saem as larvas. O tratamento preventivo é necessário em casos de cura de umbigo em bovinos recém-nascidos ou em procedimentos cirúrgicos, como a castração”, recomenda.

Uma vez instalado o problema, a bicheira causada pela mosca Cochliomyia hominivorax deve ser tratada com aplicação de produtos conhecidos por mata-bicheira ou larvicidas no local infestado. “Em sequência, deve ser feita a remoção das larvas, limpeza da ferida e tratamento com produtos de efeito cicatrizante e repelente. A cicatrização deve ser acompanhada e, se necessário, o tratamento da ferida deve ser repetido a fim de evitar novas infestações”, completa a pesquisadora.

O tratamento exige que os animais doentes sejam apartados e levados para um estábulo (potreiro) onde são ministrados os medicamentos recomendados. No caso dos ovinos, a detecção não é muito simples, devido ao fato de que as lesões podem estar, muitas vezes, encobertas pela lã.

A prevenção das miíases deve fazer parte do planejamento do controle sanitário do rebanho e, para tanto, é necessário o acompanhamento técnico constante. Mais detalhes sobre prevenção e tratamento da bicheira podem ser encontrados no Comunicado Técnico 40, disponível no Portal da Embrapa.

Felipe Rosa (14.406/RS)
Embrapa Pecuária Sul

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O ano começou com cenário positivo em termos de preço do leite para os produtores brasileiros. A média dos preços reais, nesses dois primeiros meses de 2019, foi a maior desde 2011, sendo 19% superior aos valores de 2018. Os preços do leite no atacado e no varejo também iniciaram o ano em patamares superiores à 2018.

Outro fato positivo para os produtores é que o custo de produção, apesar de ainda elevado, está em queda desde novembro de 2018, conforme o ICPLeite/Embrapa. Nesse período, o custo caiu 2,6%. Com isso, a relação de preços leite/concentrado vem melhorando para o pecuarista.

Na balança comercial, o volume de importação foi elevado nos dois primeiros meses de 2019, ficando cerca de 64% superiores aos observados em janeiro e fevereiro de 2018. Apesar do preço valorizado do leite no mercado interno, um fator que pode ajudar a segurar o ritmo das importações é a recente valorização dos preços internacionais.

Para os próximos meses no mercado interno, a expectativa é de custo de produção mais baixo. Já para os preços do leite pagos ao produtor as sinalizações são de que as cotações já estão próximas do teto, apesar de ser um período típico de valorização com o final da safra. Os sinais de alerta para os produtores vêm do atacado e do leite spot.

Confira essa análise completa com mais detalhes na NOTA DE CONJUNTURA da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de março de 2019 que pode ser acessada no link: http://www.cileite.com.br/content/nota-conjuntura

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Dicas para uso de sal mineral

Dicas para uso de sal mineral

 

Use sempre um bom sal mineral. Caso prefira misturar o sal na própria fazenda, convém consultar um técnico para fazer o balanceamento da mistura que deve ser de acordo com as exigências nutricionais dos animais.

 - Com relação aos cochos onde se coloca o sal mineral, o ideal é que sejam cobertos, que fiquem bem localizados e que não fiquem ilhados por acúmulo de água.

- Ofereça no mínimo seis centímetros lineares de cocho para cada unidade animal atendida por esse cocho, pois o pior cenário não é ter o sal mineral molhado pela chuva, mas a falta de espaço linear mínimo de cocho. No entanto, ao usar cochos não cobertos, é aconselhável ter um monitoramento e abastecimento mais intensivo, uma vez que a umidade ajuda a empedrar o sal, o que prejudica seu consumo.

@Apoio_Oficial

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Saiu o resultado do sorteio de vagas para o E@D Leite:

Utilizamos o site sorteioGo!

Os sorteados foram:

Curso: Amostragem, Transporte e Coleta do Leite

1 - Fernanda dos Anjos Souza
2 - Luara dos Santos Silva

Para assistir o vídeo do sorteio: clique aqui

Curso: Melhoramento genético e controle zootécnico

1 - Marcus Alves Conceição Cordeiro
2 - Sandy Daniela de Carvalho

Entraremos em contato com os sorteados através de e-mail.

Para assistir o vídeo do sorteio: clique aqui

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O custo de produção continuou em queda no segundo mês de 2019. O Índice de Custo de Produção de Leite – ICPLeite / Embrapa apresentou deflação de 0,06% em fevereiro, na comparação com o mês anterior.  Os grupos “Energia e combustível”, “Produção e compra de volumosos” e “Sal mineral” puxaram essa queda, que só não foi maior devido ao aumento no grupo “Concentrado”.

Nesses dois primeiros meses de 2019, o ICPLeite/Embrapa acumula uma redução de 0,62%. Já no acumulado de doze meses, a variação no índice de custo ainda está positiva, + 11,28%. Nesse período, somente o grupo “Qualidade do leite” apresentou deflação (- 0,14%). Todos os demais grupos apresentaram aumentos, com destaque para os grupos ligados à alimentação do rebanho e de energia.

Mais detalhes sobre essas variações por períodos e por grupos, bem como a metodologia de cálculo, estão disponíveis na publicação ICPLeite / Embrapa da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de fevereiro de 2019, que pode ser acessada no link: http://www.cileite.com.br/content/%C3%ADndice-de-custo-de-produ%C3%A7%C3%A3o-de-leite-4

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O preço do leite manteve a trajetória de valorização nesse início de ano, com aumento de 10% em fevereiro sobre o mês anterior, alcançando a marca de R$1,52, na média nacional. Nos Estados, as maiores altas foram registradas em Santa Catarina, Goiás e Minas Gerais, todos com aumentos superiores a 10%. Já Bahia (+ 1,0%) e São Paulo (+ 2,8%) registraram altas bem mais modestas. Na comparação anual, as cotações atuais estão 35% superiores a fevereiro de 2018, quando o produtor recebeu R$1,12 por litro, em média nacional.

Outro fato positivo foi a queda no preço do farelo de soja, que contribuiu ainda mais para melhorar a relação de troca entre preço do leite/preço do concentrado que fechou em 33,6 litros de leite para aquisição de uma saca de 60 kg de concentrado. Em fevereiro de 2018 eram necessários mais de 42 litros de leite para compra da mesma saca de concentrado. O custo de produção de leite também manteve sua trajetória de queda, a quarta consecutiva, sendo esta última de 0,06% em relação a janeiro de 2019.

No varejo, o preço do leite UHT continua valorizado, enquanto que a maioria dos derivados estão em queda. Em fevereiro, o preço do UHT aumentou 2,4% depois de cinco meses de quedas consecutivas. Em relação a um ano atrás, os preços de fevereiro do UHT ficaram 12,7% maiores.

Esses dados estão apresentados no boletim mensal de INDICADORES LEITE E DERIVADOS da Plataforma de Inteligência Intelactus na sua edição de março de 2019 que também traz os dados da Pesquisa Trimestral do Leite, divulgados na última semana pelo IBGE, que registrou aumento de 0,5% na captação de leite inspecionado pelas indústrias em 2018. A publicação que pode ser acessado no link: http://www.cileite.com.br/content/indicadores-leite-e-derivados-1

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22 de março - Dia Mundial da Água

O Comitê Local de Sustentabilidade da Embrapa Gado de Leite é responsável pelas ações de gestão ambiental da Unidade, utiliza a data em que se celebra o dia Mundial da Água para fazer uma alerta e também para apresentar as ações realizadas em relação ao tema de 2019.


O dia mundial da água é comemorado no dia 22 de março em todo o mundo e foi instituído pela ONU em 1992 para alertar a população sobre a importância de preservação da água. O tema adotado em 2019 é um alerta a poluição das águas por substâncias químicas. Segundo relatório da ONU divulgado em 11/03/2019, o volume de substâncias químicas produzidas, para atender as mais diversas atividades humanas, correspondem a cerca de 2,3 bilhões de toneladas, deve dobrar até 2030.


A Embrapa tem alinhado sua atuação com o compromisso de contribuir com o atendimento do país na agenda das Nações Unidas que definiram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A gestão adequada de produtos químicos e resíduos é uma meta específica dentro do ODS 12 – “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”. Consumo e Produção, com responsabilidades ao longo do ciclo de vida dos produtos químicos desde os produtores até os consumidores finais, incluindo o descarte.


Neste contexto a Embrapa Gado de Leite está inserida e contribuindo para adoção de práticas mais sustentáveis em relação aos resíduos químicos gerados a partir das atividades de pesquisa. Em 2015 foi elaborado o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos que trata de toda a gestão de resíduos da Unidade, e em 2016 foi publicado o Manual de boas práticas de segurança no Gerecamp (https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1053849/1/DOC195ManualBPGerecampcompleto.pdf ) e em 2018 o Manual de Gerenciamento de Resíduos Químicos (http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/180405/1/Doc-215-Manual-Gerenc-Res-Quim.pdf). Esses documentos são resultados das práticas implementadas na rotina das atividades de pesquisa que geram resíduos químicos, sejam laboratoriais ou agropecuários. Todos esses resíduos químicos, assim como suas respectivas embalagens são segregadas, acondicionadas e destinadas de forma ambientalmente adequadas com a contratação de empresa especializada. Estruturas como Gerecamp e Gerelab são utilizadas para se fazer o efetivo gerenciamento destes resíduos.


Essas práticas possibilitam a prevenção e minimização de possíveis ameaças ao meio ambiente, principalmente no que tange à conservação dos recursos hídricos.

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9846983090?profile=originalPesquisa coordenada pela Embrapa para detecção e contagem de gado usando veículos aéreos não tripulados, conhecidos como vants ou drones, acaba de ser aprovada para financiamento pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto colaborativo é liderado pelo pesquisador Jayme Garcia Arnal Barbedo, da Embrapa Informática Agropecuária (SP), e foi aprovado na terceira chamada de propostas do Programa Fapesp de Pesquisa em eScience e Data Science.

A atividade de monitorar a população de gado é essencial na gestão das fazendas pecuárias. Entretanto, nas grandes propriedades que adotam a pecuária extensiva, muito comuns no Brasil, essa contagem requer tecnologia e métodos avançados. No caso das imagens de satélites, além de não apresentar resolução espacial suficiente para identificar os animais individualmente, a presença de nuvens também compromete o monitoramento.

“Os levantamentos aéreos aparecem como uma solução potencial”, explica Barbedo. Já existem algumas iniciativas sendo aplicadas em fazendas, mas ainda com várias desvantagens, como alto custo de operação, níveis de ruído elevados e risco de acidentes. Por isso, os pesquisadores querem empregar técnicas de processamento de imagens e aprendizado de máquina, aliadas ao desenvolvimento de softwares e uso de drones, buscando gerar soluções mais adequadas para o monitoramento dos animais no pasto.

Coordenada pela Embrapa Informática Agropecuária, a pesquisa tem participação da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (FEEC/Unicamp) e das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). O projeto tem vigência de dois anos, com início em fevereiro de 2019, e recebeu recursos de cerca de R$ 175 mil que serão investidos, principalmente, na aquisição de drones e equipamentos para processamento de imagens.

Testes com câmeras 360 graus

Entre os objetivos estão o desenvolvimento de uma metodologia para agrimensura pecuária usando drones equipados com câmeras de espectro visível e a criação de um algoritmo para reconhecer e contar automaticamente o gado nas imagens capturadas. Serão investigadas duas abordagens distintas: a primeira é com o uso de uma câmera convencional e a outra com uma câmera 360 graus.

A principal diferença entre as duas metodologias é que a primeira geralmente requer múltiplos voos para cobrir grandes áreas, enquanto a segunda pode ser capaz de visualizar regiões muito maiores com um único voo, embora perdendo resolução, já que os animais estão mais distantes da câmera, de acordo com o pesquisador.

Em breve, drones estimarão saúde e peso do rebanho

O projeto busca avançar na área de ciência da computação, produzindo novos algoritmos baseados em imagens para detecção de animais e para seu manejo, com abordagem inovadora para contagem de gado. “Essa metodologia também pode ser usada no futuro para trabalhar outros aspectos do monitoramento de gado como saúde animal, medidas corporais, entre outros”, conta Barbedo.

Caberá à Embrapa Informática Agropecuária, principalmente, coletar as imagens no campo e processá-las, criando e aplicando, em conjunto com a FEEC/Unicamp, algoritmos baseados em princípios de aprendizado de máquina para detecção e contagem dos animais. Os testes de campo serão feitos com o apoio de especialistas em manejo animal na fazenda Canchim, da Embrapa Pecuária Sudeste. A pesquisadora Andrea Roberto Bueno Ribeiro, da FMU, também vai apoiar os trabalhos de manejo e estudos de comportamento animal relacionados às simulações de movimentação do gado no pasto.

Contagem do gado sem precisar reunir os animais

Conhecer o número de animais é essencial para o pecuarista fazer a gestão adequada da fazenda, contribuindo para o controle interno e a quantificação dos resultados.

Na pecuária as variações no rebanho são constantes: nascimento de animais, mortes, vendas, e até roubos. Tudo isso se reflete na hora do planejamento e na rentabilidade da atividade.

Para a contagem, o pecuarista precisa reunir os animais no pasto ou levá-los até o curral. Esse processo é complexo e exige um grande esforço. As dificuldades aumentam proporcionalmente ao tamanho da fazenda e do rebanho.

O deslocamento do gado sempre é estressante e pode afetar a produtividade. No percurso, há chances de acidentes. Além disso, o bovino passa mais tempo caminhando e deixa de se alimentar, ruminar e descansar, causando prejuízos econômicos ao produtor. O estresse reduz o ganho de peso e afeta a imunidade, deixando-o mais vulnerável a doenças.

“A ideia do projeto é tentar fazer essa contagem sem reunir os animais, reduzindo o estresse. No entanto, há algumas dificuldades. É preciso treinar a máquina para enxergar o boi e contar um por um. A primeira dificuldade é que ele se movimenta. A segunda, é que o drone precisa identificar o boi lá embaixo e saber que é um bovino, não é uma pedra ou, ainda, se tiver dois animais juntos, tem que conseguir contar dois e não apenas um. A máquina precisa aprender a analisar a imagem”, explica a pesquisadora Patrícia Menezes Santos, da Embrapa Pecuária Sudeste.

Para captar as imagens, é preciso entender o comportamento dos bovinos. Dessa forma, o plano de voo e as estratégias usadas para a captação precisam levar em consideração a rotina animal, o tipo de área da fazenda, o modelo de sistema de produção, entre outras especificidades da criação e da propriedade. A interação entre os especialistas dos dois centros de pesquisa da Embrapa vai contribuir para encontrar a melhor forma para ensinar a máquina nas avaliações.

Na fazenda Canchim, base física para os testes e captação de imagens, há vários modelos diferentes de produção, como animais nos sistemas integrados, em pastos extensivos, áreas intensivas e outras. De acordo com a pesquisadora da Embrapa, essa diversidade de condições vai ajudar a treinar a máquina. “O drone precisa de muita imagem com informações reais do que ocorre na fazenda. Tudo pode se transformar em obstáculo na hora da avaliação das imagens. Então, vamos ajudar como especialistas em produção animal”, explica Santos.

O desenvolvimento de soluções tecnológicas baseadas na aplicação de sistemas inteligentes e automatizadas às pastagens pode contribuir para moldar a pecuária do futuro, já que o processo de decisão nos sistemas de produção depende cada vez mais da análise e interpretação de dados e informações, de acordo com Patrícia. “A integração de informações sobre o clima, o solo, os animais e a pastagem cria oportunidades para o uso mais eficiente dos recursos naturais e dos fatores de produção”, afirma a pesquisadora.

Decisões sobre compra e venda de animais, uso de fertilizantes e de alimentação suplementar, além de outras práticas de manejo, podem ser orientadas a partir dessas informações, reduzindo o risco associado à atividade e aumentando a sustentabilidade dos sistemas de produção animal em pastagens. Com o avanço no campo da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), caracterizada pela conexão entre diversos dispositivos que coletam e transmitem dados de forma automática, abre-se a perspectiva para uma pecuária cada vez mais baseada em tecnologia digital.

Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
Embrapa Informática Agropecuária

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Gisele Rosso (MTb 3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste

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A propriedade pecuária deve oferecer água de qualidade aos animais. Disponibilizar água em quantidade suficiente e com qualidade garante que o animal mantenha as condições ideais de sanidade e bem-estar e produza alimentos seguros.

Qualquer situação incomum relacionada à água como, por exemplo, alterações no odor, na cor e impactos negativos no desempenho e na condição de saúde dos animais, deve ser motivo para se realizar a análise da água .

A presença de substâncias em concentrações acima do permitido na água consumida pelos animais de produção representa um risco à saúde animal e à segurança dos alimentos.

No entanto, poucos países têm critérios de qualidade da água específicos para os animais de produção. O Brasil tem duas resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) que determinam os padrões da água para consumo animal.

Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) e da Unicamp (Limeira-SP) analisaram legislações de países que têm padrões definidos para o consumo de água de animais e a partir disso propuseram um protocolo para definição de padrões de qualidade da água para a pecuária brasileira.

O estudo foi publicado nesta semana na revista internacional Regulatory Toxicology and Pharmacology.

Pesquisas e informações sobre os critérios de qualidade da água para a pecuária são limitados em todo o mundo. Atualmente, o Canadá é referência nessa área.

Alguns países estabelecem valores máximos com base na ocorrência de compostos químicos em águas superficiais e subterrâneas, toxicidade para as espécies ou, ainda, aplicam os mesmos critérios de qualidade para consumo humano. O Brasil utiliza valores de outros países, que possuem realidades diferentes.

Pela importância social e econômica da atividade pecuária no Brasil e pelas constantes ameaças que as fontes de água estão expostas, é essencial estabelecer métodos para determinar padrões de qualidade que considerem as realidades produtivas e ambientais do país. O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina e de aves e o quarto maior produtor de carne do mundo.

De acordo com o pesquisador Julio Palhares, da Embrapa, o padrão de qualidade da água para consumo de animais é resultado da interação de vários fatores produtivos, ambientais e da química do elemento que está sendo considerado. Por exemplo, o nitrato está presente nas águas e na dieta dos animais. Dessa forma, para estabelecer um padrão para esse elemento, deve-se considerar a fisiologia animal, o tipo de dieta, o tempo de exposição e a dinâmica química do nitrato.

A aplicação direta dos padrões de qualidade da água para consumo humano em animais não é considerada apropriada pelos pesquisadores. Eles sugerem que os estudos toxicológicos para o estabelecimento dos padrões de qualidade da água para as espécies animais deveriam considerar as realidades da pecuária, ou seja, levar em conta o tempo de vida dos animais de produção. “Ao invés de usar padrões de qualidade da água para humanos na ausência de dados toxicológicos suficientes, os padrões poderiam ser baseados em dados toxicológicos de animais experimentais de duração menor usando a proporção de peso corporal/ingestão diária de água”, explica Simone Valente-Campos, da Unicamp.

Padrão brasileiro
O estabelecimento de padrões próprios, com base científica e transparente, seria benéfico para a saúde única do sistema, que inclui a saúde humana, animal e ambiental.

Há vários estudos brasileiros que mostram a contaminação da água por substâncias, incluindo pesticidas, hormônios, fármacos, antibióticos e fertilizantes. “A determinação de padrões de qualidade da água para os animais não é uma tarefa fácil, mas o protocolo proposto pelo grupo de pesquisa fornece a base para que estudos nacionais sejam desenvolvidos, tendo como resultados padrões específicos para o consumo de água pelos animais”, ressalta Julio Palhares.

Gisele Rosso (MTb/3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste

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O Congresso Brasileiro de Agroinformática (SBIAgro 2019) é o principal evento científico da área de informática aplicada à agricultura no Brasil promovendo o compartilhamento de resultados de pesquisas, troca de ideias sobre trabalhos em andamento e a inovação que vem ocorrendo no setor e terá como tema principal “IoT na Agricultura”, visão atual e futura.


O congresso é promovido pela Associação Brasileira de Agroinformática (SBIAgro), e este ano, em sua XII edição será realizado entre os dias 11 e 14 de novembro de 2019, na Faculdade de Tecnologia de São Paulo – Fatec, campus de Indaiatuba, SP, localizada numa região conhecida como o Vale do Silício Brasileiro, pela forte presença de empresas de alta tecnologia, faculdades e universidades de renome internacional.


O Congresso será organizado pela Fatec, Embrapa Informática Agropecuária e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A expectativa dos organizadores é que o evento atraia em média 250 participantes.


O evento é composto por painéis, palestras, apresentação de trabalhos científicos e resumos (apresentados sob a forma de pôsteres), concurso de teses e dissertações além de um concurso de Iniciação Científica. Nesta edição retoma-se a submissão de resumos, a fim de propiciar apresentações de soluções de ferramentas, processos tecnológicos ou resultados parciais de PD&I.


Para estimular a inovação e o negócio na área de Agroinformática, o SBIAgro conta com a segunda edição do Conect@, mantendo o objetivo de promover o relacionamento entre instituições e empresas, designadas como usuários (consumidores), investidores e desenvolvedores de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), ampliando o networking qualificado e o conhecimento de potenciais parceiros de pesquisa e desenvolvimento, entre outros.


Os organizadores acreditam que a integração de diferentes perfis, resultantes da interdisciplinaridade inerente à Agroinformática, irá promover um ambiente propício para o surgimento de projetos, parcerias, negócios, inovação, entre outros.

Chamada de Artigos e Tópicos de Interesse

Os tópicos de interesse incluem, mas não estão limitados, os seguintes:
    •Internet das coisas
    •Automação e Instrumentação
    •Agricultura de Precisão
    •Geotecnologia
    •Modelagem e simulação
    •Redes de sensores
    •Redes sociais no agronegócio
    •Sistemas de informação e Banco de dados
    •Sistemas inteligentes (mineração de dados, redes neurais, sistemas de suporte à decisão etc.)
    •Aplicações de Big Data
    •Tecnologias web no agronegócio
    •omunicação de dados com visualização de informações
    •Dados em Escala
    •Aprendizado de máquina
    •Integração e interoperabilidade de dados
    •TI aplicada à gestão do agronegócio
    •TI aplicada à logística de produtos agrícolas

Os trabalhos deverão ser submetidos conforme os padrões definidos pela Comissão Científica. Eles serão publicados no site do Congresso.

Serão aceitos três tipos de trabalhos: artigos, artigos para o concurso de Iniciação Científica (Concurso de IC) e resumos.

Os artigos serão apresentados em Sessão Oral e os resumos em Sessão de Pôsteres. Os finalistas do Concurso de IC farão uma apresentação em Sessão Oral e serão submetidos à arguição por uma banca de avaliadores. Todos os apresentadores deverão se inscrever no evento e cada um poderá apresentar, no máximo, dois trabalhos.

Os resumos devem ter no máximo 2 páginas; já os artigos, de 6 a 10 páginas. Serão aceitos trabalhos em português ou inglês. Todos os trabalhos deverão ter os dados dos autores e suas afiliações removidos na fase de submissão para garantir o anonimato no processo de revisão, que será às cegas.

A análise dos trabalhos será realizada por um Comitê Técnico-Científico formado por profissionais das diversas áreas de interesse, que levará em conta a originalidade, a pertinência do tema, o rigor científico, a clareza e a qualidade da apresentação. Os artigos do Concurso de IC também serão avaliados pelos critérios de relevância para o concurso, qualidade da pesquisa, qualidade da redação, clareza/compreensão, adequação metodológica, discussão dos resultados, originalidade e adequação ao formato. O Comitê Técnico-Científico do SBIAgro 2019 selecionará os melhores trabalhos, que receberão certificados e premiações.

A submissão de trabalhos poderá ser realizada por meio de sistema informatizado, disponível no site do Congresso, a partir de 1º de junho de 2019.

Para esclarecer dúvidas ou obter outras informações, envie um e-mail para: cnptia.sbiagro2019@embrapa.br

Prazos para submissão

Submissão de Artigos: 1º de junho de 2019 a 30 de junho de 2019
Submissão de Artigos para o Concurso de IC: 1º junho de 2019 a 30 de junho de 2019
Submissão de Resumos: 1º de junho de 2019 a 4 de agosto de 2019

Para mais informações: https://www.embrapa.br/sbiagro/iot-na-agricultura

Fonte: Portal Embrapa

 

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NÃO EXISTE O LEITE LIBERAL

 O novo governo começou com vários assuntos econômicos candidatos a se tornarem polêmicos, para a felicidade dos jornalistas. Estados e municípios estão quebrados e os  novos governadores exigem financiamento das dívidas e melhor divisão da arrecadação tributária. Eles têm razão. Afinal, a Constituição em vigor descentralizou a execução de uma série de obrigações, mas manteve na esfera da União a maior parte do bolo. Outro assunto candidato era o Mercosul. Boa parte dos empresários brasileiros só vê desvantagens do Brasil se submeter a regras de tarifas externas unificadas, praticadas pelos países participantes deste bloco. Preferem o modelo do Chile, país ágil em estabelecer acordos comerciais bilaterais, ou seja, eles negociam com cada país isoladamente as bases de suas relações.

Dois assuntos, todavia, despontavam como candidatos mais fortes na agenda econômica: privatização e previdência. A privatização de estatais consumiu boa parte das discussões na campanha eleitoral em 2018, gerando inflamados discursos. Já a reforma da previdência pública vem ocupando o centro das atenções desde o início do Governo Temer, levando pessoas a anteciparem seus pedidos de aposentadoria, mesmo aqueles que ainda se consideram aptos a trabalhar, por temerem que novas regras os impeçam de usufruir deste benefício com a idade que hoje possuem. Para ser sincero, minha aposta é que este seria o assunto campeão. Mas, para surpresa geral, antes de completar quarenta dias de Governo, o assunto que se tornou o mais polêmico foi o leite.

Quem assume o cargo de ministro ou ministra da Agricultura sabe que, durante o tempo que ali permanecer, irá conviver todo dia com o leite e seus percalços. No período das chuvas, a pressão é dos produtores e deputados, que reclamam por preços pouco remuneradores. Já no período da seca, quem pressiona são os consumidores e a equipe econômica, sempre de olho na taxa de inflação. Desta vez, a polêmica veio com o fim de cobrança de tarifas extras aplicadas em leite e derivados importados da Europa e da Nova Zelândia. Isso arrebatou a grande mídia. Até quem nada entende do setor pôs lenha na fogueira.  O jornalista Fernando Gabeira, mineiro naturalizado carioca, e o economista Marcos Lisboa, carioca naturalizado paulista, até esses dois articulistas da grande imprensa afirmaram que o leite estava colocando em choque as posições liberais e protecionistas, gerando conflito entre os modernos e os retrógrados. No final, venceu “a turma do atraso”, os defensores de privilégios, os produtores do leite.

Para viver em sociedade, o homem criou duas instituições fundamentais: o mercado e o Estado. É por meio da interação das habilidades pessoais que trocamos entre nós produtos e serviços que satisfazem as nossas necessidades. Mas, como esta estratégia não é perfeita, existe o Estado para cobrir as perigosas falhas de mercado. Na trajetória humana pós-industrial, ficou evidente que não é possível uma sociedade viver somente com o mercado, sem Estado, ou somente com o Estado, sem o mercado, pois ambas instituições se completam.

Quem melhor deu argumentos para a construção da visão liberal na economia foi Adam Smith, que entendeu as bases da Revolução Industrial, ocorrida há menos de 2,5 séculos e que mudou nossa maneira de viver e de pensar. Para ele ficou claro que os indivíduos precisam ter liberdade de escolher o que, quando e como produzir e consumir. Até então, o Estado controlava a vida econômica das pessoas. Mas, foi David Ricardo quem expandiu esta visão para a relação entre países, argumentando que o livre comércio é o único caminho sólido para um país se desenvolver. Simplificando, exercitar o liberalismo entre pessoas levaria à riqueza da nação. Já o liberalismo nas relações comerciais levaria à riqueza das nações.  

Ambos autores são do Reino Unido, berço da industrialização e do pensamento liberal. Pois, foi no Reino Unido que surgiu a política explícita de controlar o mercado de leite, com tabelamento de preços. Mais que isso, Churchill estatizou parte do mercado, ao eleger o carteiro e o leiteiro como os dois símbolos para manter a imagem de Estado operante, numa Inglaterra destruída pela Segunda Grande Guerra. Estes foram os únicos dois serviços mantidos intactos pelo Governo. Mas, até hoje os Estados Unidos aplicam preços discriminados para o mercado de leite. Já a Europa abusa de políticas de intervenção, visando proteger os seus mercados. E na Ásia, toda a aquisição de leite sempre exige longa e controlada negociação estatal. Portanto, o mercado de leite é resultante de um somatório de intervenções, traduzidas em subsídios e proteção. O preço internacional do leite é naturalmente artificial, por mais estranho que possa parecer estas duas palavras antagônicas juntas: naturalmente artificial! É verdade que precisamos aumentar a produtividade para melhorar a competitividade. Sem isso, não há futuro. Mas, comércio exterior não permite ingenuidade. Não existe o leite liberal!

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MORINGA OLEIFERA PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

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Foto: Árvore de moringa. Crédito: Leandro Ribeiro de Matos. 

A alimentação tem grande impacto no custo de produção animal sendo o milho e farelo de soja os ingredientes presentes em maior proporção na ração concentrada.

No período da seca, quando a qualidade das pastagens é reduzida, o uso de ração concentrada torna-se uma opção para manter a produção de leite porém, o alto custo deste insumo inviabiliza o lucro da atividade. Assim, os produtores deixam de fornecer quantidades adequadas de alimento, que permitam atender as exigências nutricionais dos animais, ocasionando a redução da produção de leite.

Em regiões onde a seca é mais intensa, a falta de alternativas para alimentação do rebanho pode levar a morte de alguns animais ocasionando um prejuízo ainda maior.

Neste contexto, o uso de forragens alternativas, de fácil cultivo e baixo custo podem contribuir significativamente para substituir os alimentos tradicionalmente utilizados e ainda suprir a necessidade de alimento para o rebanho leiteiro no período seco principalmente em propriedades familiares com produção de leite em pequena escala.  

A moringa (Moringa oleifera) planta de porte arbustivo pertencente à família Moringaceae tem sido estudada como alternativa de forragem para alimentação animal.

Originária do nordeste da Índia, sul do Himalaia, Bangladesh, Afeganistão e Paquistão, é uma planta que se adapta a uma ampla faixa de condições climáticas, desde regiões semi-áridas a regiões de clima tropical. Possui rápido crescimento atingindo 5 m de altura em pouco mais de um ano quando, em condições ideias de cultivo, começa a produção de frutos (ou vagens). Cada fruto produz, em média, 15 sementes.

A propagação da moringa é feita preferencialmente por sementes, apresentando boa taxa de germinação quando recém-colhidas, em condições de umidade adequada. A germinação ocorre entre cinco e 12 dias após a semeadura. Pode ser também propagada através de estaquia sendo recomendada a utilização de ramos com 1m de comprimento e 4 a 5 cm de diâmetro.

As folhas da moringa são ricas em proteína, caroteno, ferro e ácido ascórbico além de metionina e cistina, aminoácidos que normalmente estão deficientes na maioria dos alimentos. Outras partes da planta como as sementes, flores, raízes e frutos também são ricas em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes que fazem com que a planta seja estudada para diferentes usos.

A moringa oleifera é classificada como PANC (planta alimentícia não-convencional) e suas folhas, flores e frutos verdes são consumidos na forma de saladas, chás e em preparos de bolos, pães, sopas, etc. As folhas frescas, secas ou o pó das folhas são comercializados em feiras principalmente em países dos continentes Africano e Asiático e aqui no Brasil normalmente são encontrados em lojas de produtos naturais.

A presença de vitaminas, minerais e substâncias antioxidantes faz da moringa uma planta de interesse para saúde humana sendo que diversas partes da planta tem sido estudadas para fins medicinais com resultados promissores no controle de diabetes, de doenças cardiovasculares e para a saúde da pele. O óleo e o extrato da folha de moringa são comumente encontrados em cosméticos para pele e cabelos.

Outra propriedade bastante estudada da moringa é o uso da semente para o tratamento de águas turvas. Quando a semente é macerada e dissolvida na água, ela promove a sedimentação das partículas de sujeira e microrganismos presentes na água promovendo a redução da turbidez e de bactérias.

Na produção agrícola, as pesquisas com extrato das folhas são voltadas para o aumento da produtividade em lavouras de grãos já que as folhas contém zeatina, hormônio de crescimento. Pesquisas do uso do extrato das folhas e de outras partes da planta também são realizadas para controle de doenças causadas por fungos em lavouras de tomate e feijão-caupi, por exemplo.  

Por florescer quase o ano todo, é utilizada como árvore melífera na apicultura sendo suas flores fonte de néctar de excelente qualidade para as abelhas. Além disso, características como a fácil adaptação da planta a diferentes condições de clima e solo, o rápido crescimento, a alta produção de material fresco e a boa composição nutricional torna a planta uma alternativa interessante para uso na alimentação animal.

Existem vários estudos que avaliam o uso da moringa para alimentação de vacas leiteiras. Normalmente as partes da planta utilizadas são as folhas e ramos que são podados, triturados e fornecidos frescos, na forma de silagem ou são secos e misturados ao concentrado. Para alimentação de aves, a recomendação é utilizar a  folha seca e triturada como ingrediente da ração.

A porcentagem de proteína da moringa varia de acordo com alguns fatores como idade, parte da planta e também frequência de corte, podendo variar de 15,7 a 22,1% em intervalos de cortes de 3 meses e de 5,5 a 7,9% em intervalos de corte de seis meses (BAKKE, 2010).

Apesar de conter menores teores de proteína bruta que a gliricídia e a leucena, a folha da moringa possui maior porcentagem de proteína sobrepassante (47% contra 30% da gliricídia e 41% da leucena) (BECKER, 1995 citados por SÁNCHEZ et al. 2006) e o uso para alimentação de vacas leiteiras mostrou aumento de 32% no ganho de peso e de 43-65% na produção de leite (MATHUR, 2006).

                 Estudos conduzidos pela Embrapa Pantanal recomendam o plantio adensado da moringa em espaçamento 0,5m x 0,2m, ou seja, 100 mil plantas/ha, onde a proporção de folhas é maior e os ramos possuem talos mais finos, com elevado teor de fibra degradável no rúmen.       O corte é feito quando o tronco apresentar em torno de 1 cm de diâmetro e, dependendo das condições climáticas, são realizados de oito a nove cortes por ano.  A moringa é fornecida na dieta como suplemento proteico sendo recomendado o seu uso na agricultura familiar com a cana-de-açúcar, que é um alimento energético.  Para uso no período seco do ano, mais crítico para atividade leiteira, é necessário que seja feito feno das folhas trituradas e utilizado 1 parte do feno da moringa para 9 partes de cana-de-açúcar. Já no período das águas, 1 parte das folhas frescas da moringa são trituradas e  misturadas com 3 partes da cana-de-açúcar (LISITA et al., 2018).

 

 

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Montagem:  Produção de folhas em árvore de moringa após a poda. 

Crédito: Pricila Vetrano Rizzo

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Montagem: Comparativo de amostras de água com e sem semente de moringa.

Crédito: Pricila Vetrano Rizzo

LITERATURA CITADA:

 

BAKKE, I. A. et al. Características de crescimento e valor forrageiro da moringa (Moringa oleifera Lam.) submetida a diferentes adubo orgânicos e intervalos de corte. Engenharia Ambiental, v.7, n.2, p.133-144, 2010.

 

LISITA, F. O. Cultivo e processamento da moringa na alimentação de bovinos e aves. EMBRAPA  Pantanal. Circular Tecnica, 2018. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/183491/1/CT119-Fred-moringa.pdf

 

MATHUR, B. Moringa for cattle fodder and plant growth. Trees for life. 2006.

 

SÁNCHEZ, N.R.; SPORNDLY, E.; LEDIN, I. Effect of feeding differnet levels of foliage of Moringa oleifera to creole dairy cows on intake, digestibility, milk production and composition. Livestock Science, v.101, p.24-31, 2006.

 

 MATERIAL COMPLEMENTAR:

 

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/371079/1/CPATCDOCUMENTOS9MORINGAOLEIFERAUMAPLANTADEUSOMULTIPLOFL13127A.pdf

 

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1095864/1/178181.pdf

 

https://www.youtube.com/watch?v=aMfZUHDLm58

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A produção brasileira de grãos na safra 2018/19 deve ser 2,8% maior que a registrada na safra anterior, segundo o 5º levantamento da Conab. Já a área plantada deve crescer 1,5%. Destaques positivos para a produção de algodão caroço (+ 27,9%) e milho (+ 13,6%). Já o arroz (- 11,3%), a soja (- 3,3%) e o feijão (-1,7%) lideram as quedas.

Os números positivos têm estimulado o mercado de fertilizantes com as entregas ao produtor registrando alta de 3,9%, enquanto nos defensivos, a produção cresceu 12%, no último ano. Outro mercado que está em franco crescimento é o de máquinas agrícolas. Em 2018, esse mercado cresceu 9,8% em relação a 2017, enquanto que em janeiro de 2019, as vendas de tratores de rodas e colheitadeiras de grãos cresceram próximo a 70% sobre janeiro de 2018.  

As exportações do agronegócio, que cresceram 6,1% em 2018, continuam em expansão. Em janeiro de 2019, os números do setor foram 7,4% superiores em valores (US$), em relação ao mesmo mês de 2018. Destaques para soja (farelo e grão) e celulose.

Nos preços agrícolas no mercado brasileiro, a soja (grão e farelo) registrou quarto mês de queda consecutiva, já o milho está valorizando, com três meses de aumentos seguidos.

Esses dados estão apresentados no boletim de INDICADORES AGRÍCOLAS da Plataforma de Inteligência Intelactus. Na edição de fevereiro de 2019, veja ainda o balanço de suprimentos dos principais produtos agrícolas brasileiros no mercado interno e mundial. A publicação está disponível no site do CILeite no link: http://www.cileite.com.br/content/indicadores-agr%C3%ADcolas

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A MINISTRA E O LEITE

 

Como pesquisador em economia, atuo em políticas públicas do setor lácteo desde 1983 e já vivenciei posições muito interessantes relacionando ministros do Mapa e o leite. Nestes 36 anos, 30 personalidades ocuparam aquele importante cargo. Com alguns, tive oportunidade de interagir, como Iris Rezende. Nos anos oitenta, construímos o que ficou conhecida como a Planilha de Custos de Produção da Embrapa, um estudo que visava estabelecer critérios para reajuste de preço pago ao produtor, que era tabelado. O ministro Iris transformou o estudo em lei, em 1987, e estancou a sangria que matava o setor, num período em que o ministério da Economia usava o tabelamento para segurar a inflação, reajustando preços do leite ao produtor abaixo da inflação e transferindo renda do produtor para o consumidor, via preço.

No início dos anos noventa vi Antônio Cabrera criar um programa de estimulo à melhoria da produtividade leiteira, com base em tecnologia, ao mesmo tempo em que acabava com o tabelamento de preços e facilitava a importação de leite. Em tempos de câmbio valorizado e importação livre, o ministro Arlindo Porto percebeu que os preços de leite praticados no mercado internacional eram artificiais e acolheu a reivindicação dos produtores, criando salvaguardas à concorrência desleal com produtos vindos do Mercosul, Europa e Oceania. Essas medidas, foram fundamentais para que a produção crescesse nos anos subsequentes e se tornasse exportador durante toda a gestão de Roberto Rodrigues, que prestigiou o setor e até nos congressos anuais da Embrapa Gado de Leite fazia questão de estar presente. Foi em sua gestão que surgiu a Instrução Normativa 51, um decisivo marco regulatório para a qualidade do leite. Também em seu período foi deflagrada a grande operação contra fraudadores do produto.

Já Reinhold Stephanes fez diferença, ao viabilizar recursos para que a Embrapa gerisse a aquisição de equipamentos para os dez laboratórios de qualidade de leite credenciados junto ao Mapa. E com Kátia Abreu fizemos o Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite – SimQL, sobre amostras de leite enviadas pelos produtores e que reúne resultados de todas as análises feitas nos laboratórios de qualidade do leite do Brasil nos últimos anos. Portanto, um instrumento importante para se fazer gestão da qualidade do leite.

Governo novo, no dia 17 de janeiro do mês passado a nova ministra do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias convidou, para uma reunião de trabalho, a Associação Abraleite, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, a Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, a Associação G100, a Associação Viva Lácteos, o Sindilat/RS e nós, da Embrapa Gado de Leite. O assunto não podia ser outro, ou seja, políticas para o setor lácteo. Este ato da ministra Tereza Cristina é inusitado. Ainda nos primeiros dias de Governo, com a casa sendo arrumada ao seu estilo, convidou entidades para discutir o setor lácteo! Em 36 anos já vi e participei de reuniões com ministros para discutir o setor. Mas, nos poucos casos que isso ocorreu, foi por demanda do setor. Pois, a ministra foi quem tomou a iniciativa e o leite teve o privilégio de ser o primeiro setor a se reunir com ela.

Outro fato inusitado foi que a ministra trouxe para a reunião todo o seu staff. Lá esteve o secretário executivo Marcos Montes, o secretário de política agrícola Eduardo Sampaio, o secretário de agricultura familiar e cooperativismo Fernando Schwanke, o secretário de comércio e relações internacionais Orlando Leite e o secretário de inovação Fernando Camargo, além do Luis Rangel, que está responsável por coordenar a realização de estudos e prospecção. Ao levar todo o seu time, a ministra demonstrou que está levando a sério o nosso setor. Um terceiro fato inusitado diz respeito à composição da equipe de trabalho da ministra e que merece ser destacado. Ao vê-los reunidos ali, me dei conta que o time da ministra é eminentemente técnico e com experiência em gestão pública, um binômio necessário para que seja possível transformar demandas do setor em políticas públicas consequentes. 

Por outro lado, as entidades presentes também tiveram um comportamento inusitado, pois não promoveram um desfile de reclamações. Ao contrário, houve unânime manifestação de confiança na ministra e foi entregue um documento de uma página, em que pilares para a construção de uma agenda positiva foram apresentadas. A atitude da ministra foi imediata. Solicitou que o setor organizasse um conjunto de propostas mais detalhadas e a encaminhasse, pois deseja colocar no Plano Plurianual ações que se configurem em políticas focadas no setor.

Lembra-se das fotos da campanha Got MIlk, em que astros usam um bigode de leite, defendendo o produto nos EUA? Pois, dado o comprometimento que mostrou com o setor já nos primeiros dias de Governo, sem dúvida a ministra é a nova integrante do time que, como nós, usa o bigode do leite.

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