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Podcast – episódio 3 – BRS Capiaçu

9846986870?profile=originalNesse terceiro episódio, o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulino José Melo Andrade, fala sobre o capim elefante – BRS Capiaçu, destacando as vantagens dessa cultivar. Além de fornecer dicas de manejo para se obter melhores resultados, já que ela possui boa tolerância ao estresse hídrico.

 

A cada ano, a BRS Capiaçu tem conquistado a preferência de vários produtores no Brasil, devido a sua produção de matéria seca a um menor custo em relação ao milho e a cana-de-açúcar.

 

A BRS Capiaçu foi registrada no RNC (Registro Nacional de Cultivares) em 08/01/2015, sob o nº33503, e protegida no SNPC (Serviço Nacional de Proteção de Cultivares) em 23/01/2015, certificado nº20150124.

 

Confira esse e outros podcasts da Embrapa sobre as inovações da cadeia produtiva do leite! 

Clique aqui!

Ficha Técnica:

Entrevistado: Pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulino José Melo Andrade 

Entrevistadora: Rosangela Zoccal

Produção: Rosângela Zoccal e Eliane Hayami

Edição: Eliane Hayami

Criação: Adriana Barros Guimarães

Web design: Luiz Ricardo da Costa e Vanessa Maia Aguiar de Magalhães

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9846986281?profile=originalO Pasto Certo é um aplicativo para dispositivos móveis que permite o acesso, de forma rápida e integrada, às características das principais cultivares de forrageiras tropicais lançadas pela Embrapa e outras de domínio público. Esse aplicativo contribuirá para identificar/diferenciar cultivares e informar as principais recomendações e restrições de cada cultivar. Ademais, o usuário poderá enviar dúvidas, sugestões e críticas à equipe responsável e com isso auxiliar na melhoria do aplicativo. O aplicativo Pasto Certo será um veículo de comunicação e de orientação técnica, possuindo uma aplicação Mobile, de fácil acesso, gratuita e dinâmica. Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições.

Onde Encontrar:
O aplicativo para dispositivos móveis encontra-se disponível nas lojas virtuais dos principais sistemas operacionais existentes. Inicialmente o aplicativo foi desenvolvido para Google Android, uma vez que este sistema operacional compreende a maior fatia do mercado (cerca de 87%). Em um segundo momento, o aplicativo será desenvolvido também para Apple iOS.

Link para baixar o aplicativo:

https://play.google.com/store/apps/details?id=br.embrapa.pastocerto

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Podcast – episódio 2 – Leite 4.0

9846986074?profile=originalNesse segundo episódio, o Chefe-Geral e pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, fala sobre o Leite 4.0.

 

Atualmente, a cadeia leiteira tem investido em inovações, por meio de pesquisas aliadas às tecnologias em prol de avanços para facilitar a gestão e para promover o bem estar animal.

 

A Embrapa engajada e atuante na cadeia produtiva do leite!

Para ouvir: Clique aqui!

Ficha Técnica:

Entrevistado: Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins

Entrevistadora: Rosângela Zoccal

Produção: Rosângela Zoccal e Eliane Hayami

Edição: Eliane Hayami

Criação: Adriana Barros Guimarães

Web design: Luiz Ricardo da Costa e Vanessa Maia Aguiar de Magalhães

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A Embrapa Gado de leite elaborou um curso, ”Silagem de milho e de sorgo para o gado de leite” na modalidade a distância. Gostaríamos de convidá-lo a participar da capacitação.

Objetivo: Neste curso você terá informações sobre a importância do uso da silagem, o planejamento da quantidade e da área necessária para a sua produção, os tipos de silo, como calculá-los e sua capacidade de armazenamento. Conhecerá as características das cultivares de milho e de sorgo, para a produção silagem, preparo para implantação da lavoura, tratos culturais e influências de fatores climáticos na sua produtividade. Saberá também dos corretos procedimentos para a produção de uma boa silagem e suas fases. Por fim, poderá avaliar física e quimicamente a silagem antes de ser fornecida aos animais e cuidados para sua correta retirada do silo. Este curso é ministrado por técnicos e pesquisadores da Embrapa.

Público-alvo: Produtores de leite, profissionais de ciências agrárias, de assistência técnica e extensão rural.

Conteúdo: Planejamento e importância da silagem para a produção de leite
                 Implantação da lavoura de milho e de sorgo
                 Práticas de ensilagem
                 Avaliação e utilização da ensilagem

Carga Horária: 40h

Próxima turma: 05/11/2019 a 15/12/2019 (inscrições até 30/10)

Para se inscrever: clique aqui

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A IN76 e IN77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) entrou em vigor no dia 30 de maio de 2019 e, entre as regras dispostas no documento, a que tem mais preocupado os produtores no atual momento diz respeito à interrupção da coleta do leite daqueles que não atenderem aos requisitos mínimos para a Contagem Padrão em Placas (CPP), também conhecida por Contagem Bacteriana Total (CBT).

De acordo com o artigo 7º da IN 76, o leite cru refrigerado de tanque individual ou de uso comunitário deve apresentar médias geométricas trimestrais de CPP de no máximo 300.000 UFC/mL (trezentas mil unidades formadoras de colônia por mililitro). As médias geométricas devem considerar as análises realizadas no período de três meses consecutivos e ininterruptos com no mínimo uma amostra mensal de cada tanque. As três primeiras médias geométricas trimestrais consecutivas, que serão consideradas para efeito de interrupção da coleta do leite, serão referentes aos meses de agosto, setembro e outubro de 2019.

Para o cálculo da primeira média geométrica trimestral, o produtor deve levar em conta os resultados das análises oficiais dos meses de junho, julho e agosto de 2019. Dessa forma, em agosto o produtor terá formado a primeira média geométrica trimestral referente à qualidade microbiológica do seu leite. A coleta do leite pelo laticínio permanece inalterada nesse mês, independente do resultado obtido. Porém, se o resultado estiver acima do limite máximo definido pela legislação, medidas de correção deverão ser tomadas rapidamente para que o valor da CPP retorne a níveis satisfatórios o quanto antes e, assim, não comprometa o resultado da próxima análise que será realizada em setembro. A segunda média geométrica trimestral será formada pelos resultados dos meses de julho, agosto e setembro de 2019. Por fim, a terceira e última média geométrica trimestral será formada pelos meses de agosto, setembro e outubro de 2019.

Conforme disposto no Artigo 45º da IN 77, o estabelecimento deve interromper a coleta do leite na propriedade que apresentar, por três meses consecutivos, resultado de média geométrica fora do padrão estabelecido em Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do leite cru refrigerado para Contagem Padrão em Placas - CPP. Portanto, a decisão de interromper a coleta do leite por parte do laticínio em função do não atendimento aos requisitos microbiológicos da IN 77 somente ocorrerá a partir de outubro de 2019, quando cada produtor terá formado uma sequência de três médias geométricas trimestrais.

Veja abaixo alguns exemplos para melhor entendimento:

Exemplo 1: Em agosto, a primeira média geométrica trimestral (formada pelos resultados oficiais dos meses de junho, julho e agosto) foi de 342.000 UFC/mL (fora do padrão), porém, a coleta do leite não é interrompida nesse momento. Com o resultado mensal de setembro, a segunda média geométrica trimestral diminuiu para 267.000 UFC/mL e, em outubro esse valor ficou em 150.000 UFC/mL. Nesse caso, o leite desse produtor não terá a sua coleta interrompida pelo laticínio. Com a manutenção de resultados mensais subsequentes satisfatórios, as médias geométricas trimestrais permanecem sempre abaixo do limite máximo permitido na legislação, evitando a interrupção da coleta do leite pelo laticínio. Nesse exemplo, a significativa diminuição da contagem bacteriana total do leite no mês de agosto e a partir de outubro, provavelmente em função da adoção de boas práticas de ordenha e higiene na produção, foi fundamental para a manutenção de valores abaixo do limite máximo permitido pela legislação.

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Exemplo 2: Em agosto, a primeira média geométrica trimestral (formada pelos resultados oficiais dos meses de junho, julho e agosto) foi de 881.000 UFC/mL (fora do padrão), porém, a coleta do leite também não é interrompida nesse momento. Com o resultado mensal de setembro muito alto, a segunda média geométrica também permanece muito alta (803.000 UFC/mL) e, em outubro esse valor ficou em 420.000 UFC/mL. Apesar da melhora do resultado mensal em outubro (147.000 UFC/mL), esse resultado não foi suficiente para diminuir a média geométrica trimestral que leva em conta no cálculo os resultados dos dois meses anteriores (agosto e setembro). Nesse caso, o leite desse produtor terá a sua coleta interrompida pelo laticínio já no mês de outubro.

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No parágrafo único do artigo 45º da IN 77, o documento dispõe sobre o restabelecimento da coleta do leite: “Para restabelecimento da coleta do leite, deve ser identificada a causa do desvio, adotadas as ações corretivas e apresentado 1 (um) resultado de análise de Contagem Padrão em Placas - CPP - dentro do padrão, emitido por laboratório da RBQL”.  É importante observar nesse exemplo 2 que, provavelmente, se o produtor apresentar um resultado satisfatório ainda no mês de outubro, retomará rapidamente a entrega do leite e, ainda, mantendo as ações corretivas e as boas práticas de ordenha e higiene na produção ao longo dos meses subsequentes (novembro, dezembro, etc.), obterá resultados mensais e médias geométricas trimestrais dentro dos limites aceitáveis pela legislação, evitando a interrupção da coleta do leite pelo laticínio.

 

Uma vez entendido como funcionará a normativa ministerial, produtores e laticínios deverão focar no treinamento e capacitação dos seus funcionários.

Produtores devem focar na capacitação do ordenhador, enquanto os laticínios devem priorizar o treinamento dos seus técnicos sobre os principais procedimentos que podem afetar negativamente a qualidade microbiológica do leite na fazenda.

Os fatores associados à alta CBT estão relacionados principalmente à não adoção das boas práticas agropecuárias; à precária limpeza e higiene do ambiente das vacas, do equipamento de ordenha e tanque de refrigeração; à não adoção de hábitos higiênicos do ordenhador e, à qualidade da água utilizada na produção e, ao maior tempo para diminuição da temperatura do leite após a ordenha.

O ordenhador tem um papel muito importante na rotina da fazenda, mas muitas vezes sem a capacitação necessária, passa a desempenhar suas atividades de forma ineficaz. O processo de ordenha depende da interação harmoniosa entre a vaca, o equipamento de ordenha e o ordenhador. A escolha do ordenhador dependerá do seu perfil, habilidades e vontade para realizar essa atividade. O treinamento é muito importante, porém a ordenha só será eficiente se o ordenhador atender a alguns pré-requisitos, como: gostar de vacas e interagir com elas de forma natural, cuidadosa e tranquila; gostar de ordenhar e ter ciência da importância do seu trabalho, seguir procedimentos padronizados de ordenha e possuir hábitos higiênicos.

A água pode ser uma fonte importante de contaminação microbiana. A água utilizada na produção deve ser de boa qualidade bacteriológica. Caixas de abastecimento de água não tratadas ou de fontes naturais como poços perfurados, tanques e rios, também podem estar contaminados com microrganismos fecais. Além disso, uma grande variedade de bactérias saprófitas também podem estar presentes na água e podem contaminar o leite.

A limpeza do equipamento e do tanque deve seguir sempre o protocolo indicado pelos fabricantes, utilizando produtos registrados no MAPA ou ANVISA e próprios para essa finalidade. O produtor deve sempre seguir a recomendação de dosagem do fabricante, assim como as recomendações de tempo e temperatura de cada ciclo para minimizar os riscos relativos às falhas na limpeza dos equipamentos, que acarretam: aumento da contaminação bacteriana e podem ocasionar a presença de resíduos químicos para o leite.

Tanques de refrigeração bem dimensionados à capacidade produtiva da fazenda permitem que o leite seja refrigerado à 4°C em até 3 horas após a ordenha, diminuindo significativamente o crescimento bacteriano durante o período de armazenamento. Portanto, um bom dimensionamento do tanque ajustado ao volume de produção da propriedade faz parte do planejamento da atividade.

Para maiores informações sobre os bons hábitos de um ordenhador, procedimentos padrão de rotina de ordenha, limpeza dos equipamentos de ordenha e tanque de refrigeração, e refrigeração adequada do leite, acesse os links abaixo:

Manejo de ordenha mecânica:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/89985/1/COT-72-Manejo-de-Ordenha-Mecanica.pdf

Higienização do tanque de refrigeração:

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/930349/1/COT65HigienizacaodotanquederefrigeracaoLeticiaMendoncan65.pdf

Refrigeração adequada do leite:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/89854/1/COT-69-Refrigeracao-adequada-do-leite.pdf

Hábitos do ordenhador:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/89983/1/COT-70-Os-Bons-Habitos-do-Ordenhador-Competente-Leticia-Mendonca-n-70.pdf

Manejo de ordenha manual:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/89984/1/COT-71-Manejo-de-Ordenha-Manual.pdf

Higienização do equipamento de ordenha mecânica:

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/930341/1/COT64HigienizacaodoequipamentodeordenhamecanicaLeticiaMendoncan64.pdf

 

 

Cláudio Antonio Versiani Paiva

Médico Veterinário – Dsc. Ciência Animal

Analista da Embrapa Gado de Leite

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EMBRAPA GADO DE LEITE LANÇA PODCAST

9846982298?profile=originalPodcast é uma forma de transmissão de arquivos multimídia na Internet criados pelos próprios usuários.


Nestes arquivos, as pessoas disponibilizam listas e seleções de músicas ou simplesmente falam e expõem suas opiniões sobre os mais diversos assuntos.
Pense no podcast como um blog, só que ao invés de escrever, as pessoas falam.

A Embrapa Gado de Leite lança o seu canal de Podcast voltado para pessoas físicas, profissionais e empresas que tenham interesse em assuntos
relacionados à cadeia leiteira.

Nesse primeiro episódio, o Chefe-Geral e pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, fala um pouco sobre o Ideas for Milk e destaca a importância dessa rede de parceiros para se promover avanços para a cadeia leiteira.

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Pesquisadores desenvolveram um novo fertilizante à base de hidrogel modificado, capaz de reunir em um único produto água e nutrientes e fazer a liberação de forma gradual. Seu uso racionaliza o emprego dos nutrientes, que são disponibilizados às plantas paulatinamente, ação obtida por meio de nanotecnologia. Desse modo, o produto reduz as perdas geradas por carreamento, que provocam impactos ambientais e financeiros. Além disso, a tecnologia é um modo de aumentar os intervalos de irrigação, uma vez que a água também é liberada aos poucos pelo produto, promovendo manejo hídrico mais eficiente e reduzindo custos.

Outra vantagem para o agricultor é que o custo de produção é cerca de 50% menor comparado aos produtos convencionais que, em média, custam em torno de R$ 45,00 o quilo, são exclusivos para a retenção hídrica e não fazem a liberação controlada dos nutrientes.

Nomeado de Fertgel, o produto pode ser aplicado em culturas anuais e sazonais de lavouras de pequeno ou grande porte, com formulações próprias para cada cultura. A aplicação no solo pode ser em pó ou em formato de gel. A proposta é atender também grandes cadeias produtivas, como soja, milho e laranja, entre outras. Os ensaios preliminares mostraram o potencial de produção em larga escala, de forma sustentável e economicamente competitiva.

O desenvolvimento realizado no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), da Embrapa Instrumentação (SP), gerou uma spin off (derivada), a empresa Fertgel.

Para desenvolver a solução, os pesquisadores usaram nanotecnologia para adicionar modificantes no material. Com a incorporação de um argilomineral, foi possível aumentar a capacidade de armazenar água, carregar os nutrientes e liberá-los de maneira gradativa. Modificantes contidos na fórmula são os responsáveis pela liberação controlada e pela redução do custo de produção. “A formulação diferenciada do hidrogel abre uma nova fronteira no mercado de fertilizantes”, afirma o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Instrumentação, José Manoel Marconcini.

A atual fase da pesquisa de escalonamento da síntese dos materiais conta com apoio do programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por meio do projeto “Produção de hidrogéis para aplicações agrícolas”, coordenado pelo proprietário da empresa Fertgel, o químico Adriel Bortolin.

Nessa etapa, pretende-se avaliar a qualidade do material sintetizado em quantidades diferentes em um projeto-piloto em planta industrial. Bortolin disse que também quer identificar possíveis fornecedores, nacionais e internacionais, de matéria-prima para a produção dos hidrogéis nanocompósitos.

Produto retém mil vezes o seu peso em água

“Atualmente o uso de hidrogel na agricultura está apenas relacionado ao fornecimento de água em períodos de seca, com a finalidade de aumentar o intervalo de irrigação. Por isso, espera-se que o hidrogel tenha um alto grau de intumescimento, que é a capacidade de o material absorver água”, diz Bortolin.

Em ensaios preliminares, o hidrogel elaborado com a técnica alternativa de produção demonstrou absorver até mil vezes o seu peso em água. Segundo ele, os hidrogéis convencionais são capazes de intumescer entre 200 e 400 vezes o próprio peso em água. "Basicamente, são formulações copoliméricas que fazem com que o hidrogel perca a água armazenada para o solo de maneira bastante rápida e apresente uma baixa interação com nutrientes", explica.

Versatilidade para culturas de diferentes portes

De acordo com o pesquisador, com a nova metodologia de tratamento de hidrólise foi possível obter duas granulometrias diferentes de hidrogéis. "Esses materiais podem ser aplicados em setores agrícolas distintos: produção de mudas, aditivo de substratos, hortaliças, bem como em larga escala para a produção de citros, eucalipto e cana-de-açúcar, por exemplo”, revela.

Após definir as etapas de síntese, o projeto pretende calcular o custo de produção do material final, considerando os processos de secagem e moagem, além dos custos da matéria-prima importada e da comercialização no Brasil. Esses cálculos vão apoiar os estudos de viabilidade do produto.

As formulações que se destacarem nessas etapas de caracterização serão testadas em casas de vegetação. A proposta é desenvolver hidrogéis incorporados a nutrientes específicos para cada tipo de cultura-teste. Os ensaios em campo vão compreender cadeias produtivas importantes para o País, como milho, café, citros e cana-de-açúcar.

“Tivemos que buscar um caminho muito diferente para tornar a tecnologia disponível, que envolvia encontrar uma empresa do ramo químico, mas muitas sem experiência na área agro, para iniciar o processo de produção”, conta o pesquisador da Embrapa Caue Ribeiro. “Nossa expectativa hoje é que a empresa nascente possa se consolidar no mercado agro, com a possibilidade de explorar no futuro outras aplicações do hidrogel nanocomposito, principalmente no mercado de saúde (health care), onde está hoje o maior consumo de produtos similares”, revela o pesquisador.

"Sistemas de liberação devem ser baseados em materiais biodegradáveis, facilmente incorporáveis ao solo e, preferencialmente, capazes de carregar quantidades elevadas da fonte do nutriente de interesse, no intuito de minimizar custos", defende Marconcini.

Mas Bortolin alerta para o fato de o hidrogel carregado com nutriente não substituir totalmente a fertilização convencional. "Há indícios de que o uso de hidrogel carregado, concomitantemente com a fertilização, otimiza a ação dos macro e micronutrientes, o que pode resultar em lucro para o produtor", esclarece.

O nascimento de uma empresa

O novo fertilizante desenvolvido no LNNA envolve esforços de uma equipe multidisciplinar, empenhada há mais de uma década em diversos estudos que resultassem em um material capaz de absorver mais água, carregar, reter e liberar, de forma controlada, macro e micronutrientes.

Com a dificuldade de encontrar uma instituição que reunisse todas as competências em conhecimento químico, de materiais e de aplicação no agro, a solução foi criar uma empresa nascente.

Assim nasceu a spin off Fertgel, com foco na finalização e exploração do produto, que recebeu o mesmo nome da empresa. À frente do empreendimento está Bortolin, que já havia abordado a aplicação de hidrogéis para uso agrícola na dissertação de mestrado. Naquela etapa, foram realizados ensaios em pimentão e tomate em parceria com a Embrapa Hortaliças (DF), com resultados promissores.

No doutorado, realizado no programa no Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Bortolin avançou na pesquisa iniciada em 2006 por Fauze Ahmad Aouada, atualmente professor da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus Ilha Solteira (SP), nas ações da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (Rede AgroNano) e do Programa Embrapa Labex.

Bortolin foi acompanhado por especialistas no desenvolvimento de novos materiais, como o pesquisador Luiz Henrique Capparelli Mattoso, responsável pela introdução do tema na Embrapa Instrumentação, além dos cientistas Marconcini e Caue Ribeiro, da mesma unidade de pesquisa.

Joana Silva (MTb 19.554/SP)

Embrapa Instrumentação

Contatos para a imprensa
instrumentacao.imprensa@embrapa.br
Telefone: (16) 2107-2901

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/46540736/produto-com-nanotecnologia-libera-agua-e-nutrientes-gradualmente-na-lavoura

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Cautela é a palavra que define o comportamento do consumidor brasileiro em 2018. Isso é o que diz o estudo Consumidores e Categorias, desenvolvido pela Kantar, que avaliou o consumo de 70 categorias de produtos, consideradas categorias de alto giro, comercializadas no autosserviço brasileiro (inclusive derivados do leite). Para isso, foram acompanhados semanalmente 11,3 mil domicílios em todo o Brasil.

Em 2018, em média, o brasileiro foi 83 vezes aos pontos de venda, uma queda de 28% em relação ao ano anterior, mas aumentou o seu tíquete médio (valor gasto em cada compra) de R$ 37,00 para R$ 50,00. Com isso, o gasto médio anual manteve-se relativamente estável: R$ 4.251,00 em 2017 e R$ 4.149,00 em 2018.

Os produtos lácteos analisados neste estudo foram: creme de leite, leite condensado, iogurte funcional, iogurte grego, iogurte líquido, requeijão e leite longa vida. Na Tabela 1 são apresentadas algumas características do consumo desses produtos.

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*O iogurte líquido foi incluído na pesquisa apenas em 2018 e por isso não apresenta dados para 2017.
Fonte: Abras. Elaborado pela autora.

Na Tabela 1 pode-se observar que o leite longa vida (UHT), o leite condensado e o creme de leite são os derivados do leite que estão presentes em quase todos os lares brasileiros, ou seja, todos eles têm mais de 89% de penetração. Já, os iogurtes funcional e grego apresentam taxas mais baixas de penetração por serem produtos lançados mais recentemente no mercado brasileiro.

Quando se analisa a classe econômica que mais comprou esses itens em 2018, nota-se que o iogurte funcional, o iogurte grego e o requeijão são produtos mais consumidos pela população de renda mais elevada (classe A/B), ao passo que todos os outros produtos tiveram na classe C o seu maior volume de compras. Aliás, considerando-se todas as 70 categorias analisadas no estudo, a classe C foi a responsável pelo maior percentual de compras (49%).

Já os dados referentes às famílias evidenciam que o iogurte funcional é mais consumido em lares com menor número de pessoas (1 a 2 pessoas) e, geralmente, sem crianças. Todos os outros derivados do leite são mais comprados por famílias com 3 a 4 pessoas, sendo que o iogurte líquido e o leite UHT estão mais presentes em casas que têm crianças. Essa informação corrobora um resultado de pesquisa do Milkpoint, realizada em 2009 que mostrou que a população brasileira via o leite como um alimento para crianças.

Quando se analisa o gasto médio com as categorias de lácteos, o leite longa vida se destaca fortemente, com gasto médio anual de R$ 250,00. Aliás, de todas as categorias de produtos analisados, o gasto médio anual com leite UHT perde apenas para fraldas descartáveis (R$ 412,00) e cerveja (R$ 338,00), estando à frente inclusive de refrigerantes (R$ 186,50) e café torrado (183,50).

O brasileiro manteve estável a frequência de compras para creme de leite e reduziu para leite longa vida. Ao contrário da maioria das 70 categorias analisadas no estudo, os demais produtos tiveram aumento na frequência de compras entre 2017 e 2018. As maiores frequências de compras ocorreram para leite longa vida, creme de leite e leite condensado.

O leite condensado foi o único produto com queda no tíquete médio (-4,3%) e o requeijão manteve o tíquete médio estável. Já os outros produtos tiveram incrementos que variaram de 2,7% (iogurte grego) a 7,4% (iogurte funcional). Outra informação interessante que se pode tirar da Tabela 1 é que os produtos lácteos que tiveram incremento tanto na frequência de compra quanto no tíquete médio são produtos mais consumidos pela classe A/B, ou seja, menos suscetíveis a crises econômicas.

Os três últimos indicadores analisados (gasto médio anual, frequência de compras e tíquete médio) mostram que, no geral, os lácteos tiveram um bom desempenho, destacando-se mais do que outros produtos típicos da dieta brasileira. Apesar do cenário econômico intimidador que provocou redução na frequência de compras da maioria dos produtos pesquisados, os lácteos, especialmente aqueles que têm um apelo para a saúde e bem-estar, ampliaram tanto a frequência de compras quanto o tíquete médio, evidenciando que esta tendência da busca por alimentos saudáveis, nutritivos e funcionais deve continuar.

Kennya B. Siqueira - Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite
Coautor: Glauco R. Carvalho - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

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Com a Caravana 4.0, evento que integra o Ideas for milk, teve início o esforço de pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite na mobilização de professores e estudantes para o Vacathon, que acontece de 28 de outubro a primeiro de novembro. Trocadilho com as palavras “vaca” e “hackathon” (maratona de programação), o Vacathon reunirá cerca de 100 estudantes e professores de instituições de ensino visitadas pela Caravana 4.0. Eles ficarão acampados na sede da Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora – MG e, nos quatro dias do evento receberão mentoria de especialistas renomados em vários aspectos da atividade leiteira, além de visitar o Campo Experimental da instituição e a fábrica do Instituto de Laticínios Cândido Tostes/Epamig.

Participar do Vacathon é ponta pé inicial para jovens que buscam crescer no mercado da tecnologia. “Os estudantes têm a rara oportunidade de conhecer mais sobre como funciona a cadeia produtiva do leite por meio do contato com profissionais que serão fontes de conhecimento no desenvolvimento de soluções digitais para o setor”, diz o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins. Vários participantes chegam à maratona sem nunca ter tido contato com uma fazenda e saem aptos a empreender no Agtech, dando continuidade aos projetos iniciados no Vacathon. A isso, Martins chama de criar um ecossistema favorável ao surgimento de startups para o agronegócio do leite.

Um exemplo é a estudante de Ciência da Computação do IF Sudeste campus Rio Pomba, Marcella Menezes, que formou a startup AISAD. Ela participou do Vacathon em 2018 e conta que conhecer todas as etapas da atividade leiteira a ajudou a encontrar um importante problema no setor. “Quando explicaram como os fazendeiros cuidavam das bezerras, as anotações que eram feitas em papel e a demora para tomada de decisões, vimos a necessidade de criar um aplicativo para ajudar na organização da rotina”, conta. Foi então que ela, junto com sua equipe, sugeriu a criação de um aplicativo que avisasse as tarefas do dia relacionadas às bezerras, como alimentação, pesagem, medição, medicamentos, etc. Os produtores poderiam controlar online do que acontecia e ganhar tempo na tomada de decisões.

Segundo o chefe de Transferência e Tecnologia da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho, o mercado de startups ligadas ao agronegócio é cada vez mais atrativo, graças à melhoria da internet no campo. A internet rural evoluiu para o 4G e a conexão via satélite a preços acessíveis. “Os empreendedores começaram a se interessar por uma área que gera muita riqueza e a concorrência ainda é pequena, com poucas startups no campo”, afirma Carvalho. Mas o setor rural ainda é uma novidade para os desenvolvedores de tecnologias digitais. Mais do que no meio urbano, para se estabelecer no mercado, um projeto precisa passar por incubadoras e aceleradoras de empresas. “Os meninos têm ótimas ideias, querem inovar, mas não sabem empreender. Então passam por aceleradoras para transformar a ideia em negócio”, explica.

Esse foi o caso da Volutech, startup que criou um dispositivo capaz de medir a temperatura e o volume do leite nos tanques de resfriamento. Sávio da Cruz, estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa, um dos membros da Volutech, conta que após a participação no Vacathon, a equipe voltou para a Universidade e continuou trabalhando no projeto. Atualmente a startup está pré-incubada na Centev/UFV. “Já estamos com cara de empresa, temos produto estabelecido, processo de patente finalizado e fechamos nossa primeira parceria com a Laticínios Viçosa”, comemora.

Ideas for Milk – O Vacathon é um dos eventos que integra o Ideas for Milk, uma ação da Embrapa Gado de Leite, criada em 2016 que entra este ano em sua quarta edição. Segundo o chefe-geral da Instituição, Paulo do Carmo Martins, “o objetivo é fomentar o surgimento de um ecossistema, reunindo empresas, universidades, pesquisa agropecuária e o setor produtivo, capaz não apenas de apresentar soluções, mas de empreender, transformando as soluções em novas startups para a cadeia produtiva do leite”. Além do Vacathon, o Ideas for Milk conta com o desafio de Startups e a Caravana 4.0.

A Caravana 4.0 teve início no mês passado e as inscrições para o Desafio de Startups já estão abertas. Os interessados em participar do Desafio podem se inscrever, gratuitamente, no site do evento (http://www.ideasformilk.com.br/desafio). A edição deste ano traz novidades, abrindo novas oportunidades para os empreendedores. Além dos trabalhos voltados para a inovação digital, serão aceitos projetos inovadores em designer industrial, embalagem e em processos e produtos lácteos. Os projetos inscritos serão avaliados e selecionados nacionalmente. Os vencedores que participarão da final serão conhecidos no dia oito de novembro. A grande final ocorrerá em São Paulo, no Cubo, espaço de empreendedorismo do Banco Itaú, no dia 22 de novembro.

Rubens Neiva(Com colaboração de Juliany Atílio) (MTb 5445)
Embrapa Gado de Leite

Contatos para a imprensa
rubens.neiva@embrapa.br
Telefone: (32) 3311-7532

Fontehttps://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/46485560/hackathon-da-embrapa-e-oportunidade-para-o-surgimento-de-startups-no-setor-agropecuario

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O curso Controle estratégico de carrapato está com inscrições abertas até o dia 15 de setembro. 

O participante que fizer o curso vai aprender sobre o ciclo de vida do carrapato, as recomendações para um controle estratégico e como proceder para realizar o teste de sensibilidade do carrapato a carrapaticidas. Vai aprender também os dez passos para obter sucesso no controle do parasita. A segunda turma poderá cumprir a emanta do curso até 20 de outubro. 

A coordenadora do E@DLeite, Rosângela Zoccal, afirma que, apesar de o curso ser voltado principalmente para técnicos da extensão rural e produtores, qualquer pessoa interessada na atividade pode participar. Segundo ela, o ensino a distância é uma realidade cada vez mais presente no meio rural. “A internet chegou ao campo e o produtor está cada vez mais conectado. Em Minas Gerais, por exemplo, 94% dos fazendeiros já possuem telefone celular”, diz Rosângela. 

Ao final do curso, desde que sejam cumpridas todas as etapas, o aluno recebe um certificado eletrônico. A taxa de inscrição para ter acesso às aulas é de R$ 29,00. Outras informações podem ser obtidas no site da Embrapa (https://www.embrapa.br/gado-de-leite/cursos) ou por e-mail (cnpgl.ead@embrapa.br).

 

Marcos La Falce 
Embrapa Gado de Leite 

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Tecnologia é usada em 23 milhões de hectares no País, que é exportador de conhecimentos da área

O Brasil é líder mundial em controle biológico, com aplicação desse tipo de manejo em mais de 23 milhões de hectares e está exportando tecnologias da área para outros países. Alexandre de Sene Pinto, professor do Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto (SP), destaca o pioneirismo brasileiro no ramo. “Toda a tecnologia que os outros países estão usando para grandes áreas está vindo do Brasil. O drone para liberação, as técnicas para quantificar os parasitoides, o momento e a frequência de liberação, tudo é brasileiro. Passamos a ser exportadores de tecnologia de controle biológico para campos abertos”, afirma.

Sene Pinto palestrou no 2º Curso de Controle Biológico de Pragas no Brasil, promovido pela Embrapa e pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), realizado entre os dias 27 a 29 de agosto na Embrapa Cerrados (DF). O evento reuniu 50 profissionais interessados nas novidades do mercado e em aperfeiçoar as técnicas de controle biológico de pragas para o setor agropecuário.

Mercado mundial cresce 9% ao ano, o brasileiro, 15%

De acordo com estimativa da empresa de consultoria Dunhan Trimmer, o mercado mundial de bioagentes movimentará em 2020 mais de US$ 5 bilhões, sendo mais de US$ 800 milhões na América Latina. E enquanto o mercado de biológicos do mundo está crescendo 9% ao ano, no País o aumento é de mais de 15%.

O professor aponta ainda as tendências mundiais para a área: adaptação de tecnologias na África; migração para sistemas de produção orgânica na Europa; investimentos da China para substituição de produtos químicos por biológicos; nos Estados Unidos, mudança nas empresas de químicos e instalação de filiais de empresas brasileiras.

Para chegar a esse ponto, a pesquisa científica continua sendo fundamental. Essa é a opinião de Marcelo Ayres, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados. Ele destaca que o controle biológico está no DNA do centro de pesquisa, que, desde sua criação, tem contribuído com o desenvolvimento de produtos para o controle das cigarrinhas da raiz e das pastagens, bem como de brocas.

Segundo o vice-presidente da Febrapdp no Distrito Federal, José Guilherme Brenner, a grande procura pelo curso é devido à busca de alternativas para a agricultura: “Isso reflete o atual momento. Vários players da agricultura brasileira estão unidos em torno desse ideal. Acredito que o controle biológico, que é uma tecnologia sustentável, tem um futuro muito grande pela frente”, acredita.

John Landers, vice-presidente honorário da Febrapdp, aponta paralelos entre o controle biológico no Brasil e o início da adoção do Sistema de Plantio Direto no País, destacando a necessidade de mudança de mentalidade dos produtores, já que não se trata de um controle químico. “É preciso auferir a força do controle natural, ver se é necessário introduzir um agente biológico e entender que não é algo imediato, porque você não vai ver insetos mortos no chão no dia seguinte. Você tem que prever o desenrolar da situação bem antes do ponto crítico para a lavoura”, explica.

A primeira forma de controle biológico relatada remonta ao século III antes de Cristo, na China. “É o método racional de controle de pragas mais antigo que se tem na humanidade”, destaca o professor do Centro Universitário Moura Lacerda, e agora ele é uma das bases da 4ª revolução agrícola, também chamada de “agricultura 4.0” ou “agricultura digital”. Alexandre Pinto completa: “O controle biológico passou a ser tecnologia com o advento de formulações para microrganismos e o uso tecnificado de macrorganismos, com a aplicação via drones em grandes áreas, em mesmo nível que os agroquímicos”.

Tratamento reduziu em 60% presença de falsa-medideira

Uma tendência apontada pelo professor é o uso de bioagentes no tratamento de sementes. Ele cita uma pesquisa com sementes de soja tratadas com os fungos B. bassiana, Metarhzium anisopliae e Isaria fumosorosea. Até 60 dias depois do tratamento, houve a diminuição de 60% de lagartas falsa-medideira, 30% de Helicoverpa armigera e 60% de mosca-branca na parte aérea, além da redução de 50% no consumo das folhas pelas pragas. Resultados semelhantes foram obtidos com hortaliças e feijoeiro. “A planta com sementes tratadas com qualquer desses microrganismos produz tanta peroxidase, que fica impalatável a essas pragas”, informa.

Outra tendência é o manejo externo, que utiliza bioagentes no entorno das áreas-alvo, o que diminui o custo do controle, já utilizado em citros para o controle do psilídeo e em desenvolvimento para o manejo-da-broca e do Sphenophorus sp. em cana-de-açúcar.

Mercado de ativos biológicos

Os prejuízos causados por insetos-praga são enormes. Uma área com 25 insetos por metro quadrado reduz a produção de pasto e afeta sua capacidade de suporte de animais. Um pasto saudável poderia suportar 6,65 animais por hectare. Quando atacado pela cigarrinha-da-pastagem, seu rendimento reduz para 4,65 animais. Ou seja, a cada dez dias, são produzidos 59 quilos a menos de carne no mesmo espaço. “Mas o fungo, quando aplicado, não fica na pastagem só por esse período. Seu efeito será sentido por mais tempo”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados, Roberto Alves, e coordenador do curso.

O mercado de micoinseticidas tem registrado grande crescimento. Para o controle da cigarrinha-da-pastagem, existem, 37 produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com Metarhizium anisopliae. Já para mosca-branca, cigarrinha-do-milho, broca-do-café, psilídeo do citrus, moleque-da-bananeira e outras pragas que podem ser combatidas com o fungo Beauveria bassiana, existem 26 produtos disponíveis no Brasil.

E existe tecnologia para atender outras culturas que hoje não têm opção de defensivos biológicos. “Já temos indicação de microrganismos capazes de controlar até 99% do percevejo-da-renda em seringueira. Mas como é um mercado pequeno [140 mil hectares], ainda não há empresas interessadas em produzir um defensivo biológico para essa cultura”, informa Alves.

A maior oferta de produtos reflete também a maior adesão a práticas sustentáveis pelos produtores rurais. “O aumento do uso do controle biológico ocorre porque hoje as pessoas estão buscando alimentos mais saudáveis, que sejam produzidos de forma sustentável, sem contaminar o meio ambiente, e os insumos biológicos oferecem isso”, explica o pesquisador.

Se depender dos participantes do curso, a procura por produtos biológicos deve crescer ainda mais. “Eu já vinha usando o biológico no tratamento de sementes. Esse curso abriu mais uma fronteira para mim, porque é uma coisa sustentável. Vou difundir bastante o que aprendi aqui. As pessoas precisam saber que o controle biológico não é utopia. Hoje saio daqui ciente que vou conseguir fazer esse trabalho”, afirma Armando Azevedo Romero, consultor que atua no estado de Goiás.

Outro fator que também justifica o crescimento da adoção do controle biológico é a resistência que as pragas desenvolvem aos produtos químicos disponíveis, que deixam de ser efetivos. Segundo levantamento apresentado pelo professor Alexandre Pinto, 29% dos produtores que utilizam o controle biológico o fazem por ineficácia dos agrotóxicos e transgênicos, e 26% devido ao surgimento de novas pragas.

Mas apesar de o Brasil ter registrado um crescimento de 70% na comercialização de insumos biológicos em 2018, em relação a 2017, os biodefensivos representam apenas 2% do mercado. Ou seja, 98% das vendas ainda é de defensivos químicos, conforme observa Alves.

Manejo Integrado de Pragas

O pesquisador Edson Hirose, da Embrapa Soja (PR), apresentou o Manejo Integrado de Pragas (MIP) como uma prática mais sustentável do ponto de vista econômico e ambiental para a produção brasileira. Hirose explica que um dos pilares do MIP é justamente a integração dos métodos de controle, como resistência de plantas (com o uso de transgenia), controle químico (buscando-se aplicar o produto no alvo e a reduzir a pressão de seleção) e controle biológico, conservando os inimigos naturais das pragas.

Os resultados do MIP são comprovados pela pesquisa. Um trabalho da Emater-PR, comparando o uso da estratégia com o manejo convencional (somente controle químico) em áreas com soja, mostroa que nas áreas com MIP, o custo de produção foi 1,9 sacas/ha inferior, sendo que as produtividades foram iguais. O mesmo trabalho foi realizado em Silvânia (GO), com resultado semelhante. Já em Mato Grosso, o custo com o MIP foi a metade do observado no controle convencional.

O pesquisador enfatiza que o MIP é basicamente conhecimento: “Fazer MIP depende de conhecimento, de ir ao campo, reconhecer a praga e decidir que não é preciso pulverizar. Isso vai fazer você ganhar em produtividade, reduzir seu custo e ter mais sustentabilidade”, afirma.

Sobre o futuro, o pesquisador defendeu que as práticas do manejo integrado serão facilitadas, mais rápidas e precisas a partir da convergência de tecnologias e da internet das coisas. Hirose cita exemplos de equipamentos com alta tecnologia embarcada, como monitoramento digital da mosca-branca em estufas para tomates; escaneamento dos talhões para identificação de pragas; armadilha para captura de pragas com GPS; câmara de vídeo que gera imagens em alta definição para a contagem de mariposas, que facilitarão a adoção do MIP.

Foco na mosca-branca

Tomate, soja, feijão, algodão, melão, melancia – mais de 70 culturas agrícolas podem ter grandes prejuízos causados pela mosca-branca. “Esse é inseto de difícil controle”, alerta a pesquisadora Eliane Dias Quintela, da Embrapa Arroz e Feijão. Por isso a importância de o produtor agir logo quando a praga começar a aparecer na lavoura. “Em regiões com 30°C, uma única fêmea, após três gerações de reprodução, gera insetos suficientes para cobrir uma quadra de tênis inteira”, ressalta. A especialista alerta que nem os defensivos químicos conseguem um ótimo resultado em relação ao inseto adulto.

Eliane apresentou resultados de experimentos que mostraram maior eficiência quando foram associados o controle biológico e o químico. No caso da mosca-branca, chegou-se a 100% de mortalidade dos insetos, sendo que 55% das mortes foram ocasionadas por parasitismo natural, ou seja, pela atuação do fungo. “Em nenhum dos experimentos o uso de apenas inseticidas teve melhor resultado do que o uso do fungo associado ao inseticida. Essa é uma opção que o produtor deve considerar”, destaca a pesquisadora.

Outra novidade foi anunciada aos participantes presentes no curso. A pesquisa isolou diversos fungos e selecionou aquele com maior resistência a altas temperaturas, facilidade de reprodução e virulência. A especialista completa: “Chegamos ao fungo Isaria javanica, que apresentou o melhor resultado quanto a essas características. Já desenvolvemos um produto com esse microrganismo, que está em fase de registro. Uma única aplicação do I. javanica equivale a três com o Beauveria bassiana [o fungo hoje utilizado no controle da mosca-branca]”.

A pesquisadora explica ainda que, na sua opinião, usar parasitoides é o melhor e mais barato tipo de controle de pragas. São inimigos naturais que já existem na natureza. “Basta manejar o ambiente para favorecer sua reprodução e já existem recomendações para isso”, finaliza.

Manejo e controle da cigarrinha-do-milho

Apesar de estarem presentes no Brasil desde a década de 1970, nas últimas safras, as doenças do milho denominadas enfezamentos têm se agravado e causado danos expressivos. “Em surtos epidêmicos, a quebra de produção pode chegar a 70%”, afirma o pesquisador da Embrapa, Charles Oliveira. Uma planta infectada produz espigas pequenas com reduzida quantidade de sementes e com qualidade comprometida.

A cigarrinha-do-milho é o único inseto que transmite os patógenos causadores dessas doenças vasculares e sistêmicas: o espiroplasma, que causa o enfezamento pálido; e o fitoplasma, que causa o enfezamento vermelho. Elas provocam uma desordem fisiológica nas plantas, para as quais não existem medidas curativas. Dessa forma, os produtores devem ficar atentos às orientações de manejo para que a ocorrência dos enfezamentos nas lavouras de milho possa ser minimizada. “Nenhuma medida tomada de forma isolada será eficaz e tampouco 100% eficiente”, alerta o especialista.

O manejo dessas doenças pode ser feito tanto com foco no inseto-vetor quanto nas doenças em si. No primeiro caso, o controle pode ser direto, com a utilização de inseticidas – químicos ou biológicos. Segundo o pesquisador, existem no mercado 24 produtos registrados no Mapa para o manejo do inseto-vetor, sendo cinco biológicos. Um deles é a Beauveria bassiana (bioinseticida fúngico). Outros estudos, no entanto, estão sendo conduzidos para o desenvolvimento de novos produtos utilizando parasitoides dos ovos da cigarrinha, como conta Oliveira.

Em estudos recentes foram observadas populações da cigarrinha-do-milho em outras espécies de gramíneas – até então se acreditava que o milho era a única planta hospedeira. Oliveira antecipa que agora pesquisas deverão ser conduzidas para saber como eliminar as cigarrinha que ficam nesses hospedeiros alternativos. (Assista aqui ao vídeo sobre os enfezamentos do milho)

Sobre vírus e bactérias

A bactéria Bacillus thuringienses (Bt) é um dos agentes de controle biológico mais utilizados no mundo. No Brasil, há cerca de 20 produtos biológicos registrados que possuem Bt em sua formulação. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Rose Monnerat, uma das grandes vantagens desse microrganismo no controle de insetos é que ele é inofensivo ao homem, assim como aos animais domésticos e aos insetos benéficos.

Por outro lado, quando comparado a um produto químico, o Bt possui ação mais lenta, já que o inseto precisa comer a bactéria para se intoxicar e morrer. A pesquisadora chama atenção para os cuidados que se deve ter na produção desses microrganismos, na chamada produção “on farm”, quando os produtores fabricam dentro das fazendas caldos fermentados contendo Bt. Essa forma caseira de fabricação aumentou de forma considerável nos últimos anos.

Para orientar os produtores nesse sentido, foi lançado no final de 2018 o manual Produção e controle de qualidade de produtos biológicos à base de Bacillus thuringiensis para uso na agricultura. O objetivo é incentivar a utilização de bioinseticidas e orientar empresas e agricultores na produção eficaz e segura desses produtos. Além disso, a Embrapa está desenvolvendo em parceria coma iniciativa privada um kit de controle de qualidade, anuncia Rose Monnerat.

Em relação ao uso de vírus no controle de insetos-praga, o pesquisador da Embrapa Soja, Daniel Gomez, explica que cada um atinge uma praga-chave: “Eles, em geral, são específicos de cada espécie, o vírus da falsa-medideira (lagarta-da-soja) infecta apenas esse tipo de lagarta”.

Dentre as vantagens de se utilizar vírus no combate aos insetos-praga, Gomez destaca a eficiência, seletividade, estabilidade dos produtos, que podem ser conservados sob baixas temperaturas por longos períodos de tempo, custo reduzido, quando o inseto é fácil de se criar, e persistência por multiplicação do inóculo. Sobre essa questão, o especialista explica a vantagem do biodenfesivo: “Como o depósito natural dos vírus é o solo, quando em várias safras seguidas o produtor se utiliza deles, eles acabam se depositando no solo. Assim, podem infectar lagartas na safra seguinte sem necessidade de reaplicação”.

Vitor Tinazo, sócio-diretor da empresa Agro TNZ, que produz grãos em Anápolis (GO), confirma o efeito residual dos produtos biológicos. “Eu me formei em 2009 e achei que nunca ia usar isso aí. Hoje é o que eu mais uso na lavoura. Reduzi demais o inseticida e agora estou tentando reduzir fungicida. Percebi que nossa produção está mais resiliente a diferentes doenças. Quando elas ocorrem, parece que vêm com menor severidade, que a lavoura tem mais equilíbrio”, informa.

Breno Lobato (MTb 9417-MG)
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Juliana Caldas (MTb 4861/DF)
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A quarta edição do Desafio de Startups do Ideas for Milk traz novidades, abrindo novas oportunidades para os empreendedores. Além dos trabalhos voltados para a inovação digital, serão aceitos projetos inovadores em designer industrial, embalagem e em processos e produtos lácteos. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 20 de outubro no site do evento (http://www.ideasformilk.com.br/desafio). Os projetos inscritos serão avaliados e selecionados nacionalmente. Os vencedores que participarão da final serão conhecidos no dia oito de novembro. A grande final ocorrerá em São Paulo, no Cubo, espaço de empreendedorismo do Banco Itaú, no dia 22 de novembro.

O Ideas for Milk é uma ação da Embrapa Gado de Leite, criada em 2016. Segundo o chefe-geral da Instituição, Paulo do Carmo Martins, “o objetivo é fomentar o surgimento de um ecossistema, reunindo empresas, universidades, pesquisa agropecuária e o setor produtivo, capaz não apenas de apresentar soluções, mas de empreender, transformando as soluções em novas startups para a cadeia produtiva do leite”. Além do Desafio de Startups, o Ideas for Milk conta com outros dois eventos paralelos: Caravana 4.0 e Vacathon.

A Caravana 4.0 teve início no dia 20 de agosto. Pesquisadores e analistas da Embrapa visitam instituições de ensino, onde conversam com professores e estudantes sobre a cadeia produtiva do leite, a revolução digital no agronegócio e o mercado de agtech. Além de contribuir para a ampliação do ecossistema de inovação do leite, um dos objetivos da caravana é atrair empreendedores para o Vacathon (nome dado pela Embrapa ao seu Hackaton), uma maratona de programação que visa desenvolver softwares e hardwares para a solucionar os problemas da cadeia do leite.

A Caravana tem uma programação intensa. A expectativa do chefe-adjunto de Transferência de Tecnologias da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho, é que sejam visitadas 30 instituições até o final do evento. “Esta é uma grande oportunidade de unirmos a pesquisa agropecuária com instituições de ensino superior, debatendo juntos os problemas do setor e focando nas soluções”, ressalta.

O Vacathon será realizado dos dias 28 de outubro a primeiro de novembro, na sede da Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora-MG. A maratona contará com visitas ao Instituto de Laticínios Cândido Tostes e ao campo experimental da Embrapa. Os estudantes terão mentoria 24 horas feita por pesquisadores renomados em áreas como genética animal e vegetal, nutrição, sistemas de produção, saúde e bem-estar animal e qualidade do leite. A inscrição para o Vacathon é feita por professores, que montam um time para representar as instituições de ensino. Podem participar estudantes do ensino técnico, graduação e pós-graduação.

Este ano o Ideas for Milk esteve entre os cinco projetos premiados na categoria “Destaque Nacional” do concurso Learning & Performance Brasil 2019/2020. O Prêmio busca promover o compartilhamento das melhores práticas em desenvolvimento de talentos e gestão de performance, selecionando projetos de transformação digital de negócios. O projeto da Embrapa foi agraciado na modalidade Governamental, com foco em Business Digital Transformation.  A iniciativa tem rendido frutos. Outras unidades da Embrapa já possuem ações semelhantes para outras cadeias produtivas, como a Embrapa Suínos e Aves (Inova Pork), Embrapa Meio Norte (Ideas for Farm) e Embrapa Café (Avança Café). Fora da empresa, o Ideas for Milk serviu de modelo para o Desafio Agro Startup, do Senar Goiás.

Rubens Neiva (MTb 5445) 

Embrapa Gado de Leite 

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Neste dia, lembramos que, com o uso de tecnologias que intensificam a produção nos espaços já abertos, é possível produzir mais e melhor na mesma área, evitando assim o avanço sobre a floresta, seja para expansão agrícola, pecuária ou atividade florestal. Conheça algumas publicações da Embrapa que tratam dessas tecnologias:

- Recuperação de pastagens degradadas na Amazônia:

http://bit.ly/2m1uLcE

- Recuperação de áreas degradadas com a utilização das técnicas do Sistema Bragantino para implantação de sistemas agroflorestais com açaizeiros:

http://bit.ly/2kjQFaG

Fonte: Facebook Embrapa

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As práticas de correção de solos conhecidas como calagem e gessagem são importantes para assegurar índices mais altos de produtividade tanto para o plantio de pastagens e florestas, quanto para o cultivo de grãos como soja, milho e sorgo. As medidas são indicadas para os solos ácidos, mais comuns no Cerrado brasileiro, e são consideradas baratas em função dos benefícios para o produtor.

Calagem é aplicação de corretivo (calcários, cal, carbonato de cálcio etc) no solo com o objetivo de neutralizar o alumínio, que é tóxico para as plantas. A aplicação de nutrientes como cálcio, magnésio, potássio, fósforo, nitrogênio etc nos solos ácidos favorece o melhor desenvolvimento das culturas.

A gessagem consiste em empregar gesso para corrigir o perfil do solo em camadas mais profundas, entre 20 e 60 cm de profundidade, e suprir a necessidade das plantas de cálcio e enxofre. “Isso possibilita que as raízes cresçam e busquem água e nutrientes mais profundamente e resistam melhor aos períodos de estiagem”, explica o pesquisador da Embrapa, Alexandre Agiova.

O pesquisador afirma que, por terem objetivos diferentes, as duas práticas são complementares. Ambas requerem a gradagem pesada do solo para a incorporação dos nutrientes e, posteriormente, gradagens intermediárias para nivelar a terra antes da semeadura. As quantidades de corretivo adequadas devem ser indicadas por um técnico, após o exame de análise do solo, que também define melhor momento da aplicação. As doses do corretivo são prescritas considerando o grau de exigência da cultura que será introduzida, além da situação do solo.

Agiova explica que a calagem deve ser feita com antecedência em relação ao período de plantio porque são necessários três meses para que ocorram as reações químicas que proporcionam o desenvolvimento das gramíneas. Em relação às leguminosas esse prazo é de seis meses.

Adriana Brandão (MTB CE01067JP) 
Embrapa Caprinos e Ovinos 

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9846976655?profile=originalA Embrapa Gado de Leite produz cartilhas com linguagem adaptada a públicos específicos. Como consequência, favorece o aprendizado, o desenvolvimento tecnológico do campo, valoriza a atividade agropecuária e influencia no produto de melhor qualidade.

O conteúdo é trabalhado para atender, prioritariamente, o produtor de leite.

Para conhecer a mais nova cartilha: Higienização de tanques de resfriamento e armazenamento do leite cru, CLIQUE AQUI.

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Variação dos preços do leite ao longo da cadeia produtiva

João Cesar de Resende – Pesquisador da Embrapa Gado de Leite
Denis Teixeira da Rocha – Analista da Embrapa Gado de Leite
Glauco Rodrigues Carvalho – Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

Considerando o caminho percorrido pelo leite a partir das fazendas até o consumidor final, de maneira simplificada, a cadeia produtiva leiteira pode ser dividida em três segmentos: produção primária, onde estão as fazendas; indústria na qual encontram-se os laticínios que compram a matéria prima do produtor e fazem seu processamento; e varejo que adquire o produto processado da indústria e o leva até o consumidor. Desse modo, três níveis de preços são formados nestes segmentos da cadeia: o preço recebido pelo produtor (pago pela indústria); o preço recebido pela indústria (preço de atacado pago pelo varejo) e o preço recebido pelo varejo (pago pelo consumidor final). Neste texto será mostrado o comportamento dos preços para estes três segmentos nos últimos cinco anos. A ideia é verificar em quais momentos cada agente da cadeia (produtor, indústria e varejista) teve seus preços mais valorizados em comparação com os demais. Para a análise dos preços no atacado e no varejo foi escolhido o leite UHT como referência, pois é este o principal produto processado pelos laticínios. Em média, cerca de 27% do leite adquirido pelos laticínios é processado e comercializado neste formato.

A Figura 1 ilustra a evolução percentual dos preços recebidos pelos agentes de cada um dos segmentos da cadeia (produtor, indústria e varejo) a partir de janeiro de 2015. Importante destacar que os valores apresentados não são monetários e sim percentuais de variação dos respectivos preços em relação ao mês anterior. Sendo assim, nos períodos em que a curva do produtor se encontra acima das curvas do atacado ou do varejo mostram crescimento percentual maior para o produtor e não de preços mais elevados em relação a indústria e varejo.

Desta forma, considerando o período de análise pode-se ressaltar as seguintes observações.

De maneira geral, a movimentação de preços nos três segmentos ocorre sempre no mesmo sentido. Quando o preço muda em um segmento (crescimento ou queda), muda também nos demais, mas não necessariamente no mesmo mês. Isso deixa claro a interdependência dos preços ao longo da cadeia produtiva, como era de se esperar pela lei da transmissão de preços. Percebe-se, no entanto, as variações não acontecem de forma simultânea nos três segmentos e, de maneira geral, começam no atacado.

Ao longo destes últimos cinco anos, na média nacional, o preço recebido pelos produtores apresentou um crescimento acumulado de 74,5%, contra 37,2% nos preços do atacado e 32,2% no varejo. Uma clara indicação de perdas de margens no setor industrial e, mais relevantes ainda, no varejo. Estas perdas, no entanto, podem ter sido compensadas em parte por um crescimento menor dos demais custos suportados por estes dois setores, tendo em vista que a inflação acumulada (medida pelo IPCA) no mesmo período foi de 25,4%. Bem menor, portanto.

Somente entre janeiro de 2015 e agosto de 2016, os preços do leite UHT no atacado (recebidos pela indústria) apresentaram crescimento destacadamente mais elevado em relação aos preços pagos aos produtores e aos preços de venda no varejo. Essa situação indica que desde setembro de 2016, com exceção de casos pontuais em 2018 (janeiro a maio e em julho), os ajustes nos preços foram maiores para o produtor e para o varejista, em detrimento da indústria. Desta forma, tanto a indústria (ao comprar sua matéria prima mais cara do produtor) e o varejo (com preço final de venda ao consumidor proporcionalmente menor) perderam margens de rentabilidade.

Focando os últimos dez meses (agosto/2018 a maio/19), apesar da significativa queda de preços nos três segmentos observada até dezembro, os preços para os produtores ainda acumularam um aumento de 3%. Mesmo que aparentemente baixo, neste período para a indústria os preços caíram 37% e no varejo 31%.

Olhando apenas os seis últimos meses da série avaliada (dezembro/2018 a maio/2019), os preços voltam a subir nos três setores da cadeia. Para os produtores, a rentabilidade continuou melhorando, pois o aumento acumulado dos preços no campo foi mais significativo (20,9%), comparativamente ao verificado na indústria (12,2%) e no varejo (7,3%). Foi mais um período de retração de margens para a indústria e para o varejo. O aumento de rentabilidade para os produtores foi ainda reforçado pelo comportamento do custo de produção da atividade que se manteve estabilizado e até mesmo com ligeira queda (-0,2%) no período.

Apesar de ter apresentado a maior valorização de preços no período analisado neste estudo, para inferir sobre o comportamento da margem de lucro dos produtores é necessário verificar também a variação dos custos de produção do setor (Figura 2). Observa-se que, com exceção de dois momentos (janeiro e fevereiro de 2016 e janeiro de 2018), o crescimento do preço recebido pelos produtores foi sempre mais acentuado do que a elevação dos custos de produção da atividade. Na média nacional, nestes cinco últimos anos, o preço recebido pelos produtores acumulou um aumento de 74,5%, enquanto o custo de produção da atividade, estimado pelo ICPLeite da Embrapa, cresceu 31,5%. Um indicativo de que a margem de rentabilidade dos produtores pode ter melhorado substancialmente no período, motivado pelo crescimento no preço recebido e reforçado pelo simultâneo crescimento menor dos custos de produção da atividade.

Por último é importante lembrar que a recente retração de preços na indústria e no varejo é resultado principalmente da crise econômica atual e do enfraquecimento geral da demanda. Como os preços ao longo da cadeia produtiva apresentam forte ligação, permanecendo o cenário econômico atual, pode-se esperar que em futuro breve esses preços menores estarão pressionando também os preços recebidos pelos produtores.

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Fonte: Revista Balde Branco - Leite em Números - Julho de 2019

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A edição 2019 do Ideas for Milk, que agrega o maior desfio de startups da cadeia produtiva do leite foi lançado durante o Interleite Brasil, em Uberlândia-MG. As ações do Ideas for Milk têm início já em agosto, com a Caravana 4.0, quando a organização do evento visita universidades e outras instituições de ensino, além de eventos de inovação e comunidades de startups em todo o Brasil, para conversar sobre a cadeia produtiva do leite, a revolução digital no agronegócio e o mercado agtech. Um dos objetivos dessa Caravana é atrair propostas para o Desafio de Startups.

 Até a edição passada, o Desafio era voltado para empreendedores que possuíam projetos em inovação digital, voltados para a cadeia produtiva do leite. Para este ano, há mais oportunidades. Além da inovação digital, serão aceitos projetos de inovação em design industrial, embalagens, produtos e equipamentos. Os projetos inscritos serão avaliados numa etapa classificatória e a final, que ocorrerá em São Paulo, no dia 28 de novembro. As inscrições para o desafio serão abertas em breve, sendo feitas no site do evento de forma gratuita: http://ideasformilk.com.br.

O Ideas for Milk conta ainda com um hackathon (ou Vacathon, como é chamado), uma maratona de programação cujo objetivo é debater ideias para o desenvolvimento de softwares e hardwares voltados para a solução de problemas da cadeia produtiva do leite. O Vacathon será realizado dos dias 28 de outubro a primeiro de novembro, na sede da Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora-MG. A maratona de programação contará com a visita ao campo experimental da Embrapa, em Coronel Pacheco-MG, e a mentoria 24 horas feita por pesquisadores renomados em áreas como genética animal e vegetal, nutrição, sistemas de produção, saúde e bem-estar animal e qualidade do leite. A inscrição para o Vacathon é feita por professores, que montam um time para representar as instituições de ensino. Podem participar estudantes do ensino técnico, graduação e pós-graduação de todas as áreas.

Ideia premiada – O Ideas for Milk, é um projeto desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite, que está entre os cinco projetos premiados na categoria “Destaque Nacional” do concurso Learning & Performance Brasil 2019/2020. O Prêmio busca promover o compartilhamento das melhores práticas em desenvolvimento de talentos e gestão de performance, selecionando projetos de transformação digital de negócios.

O Ideas for Milk foi agraciado na modalidade Governamental, com foco em Business Digital Transformation. As práticas do projeto da Embrapa destacadas pelo Institute for Learning & Performance foram:

- Promoção da mudança do mindset da Embrapa, que é a principal empresa de geração de Soluções Tecnológicas do Agro, no mundo Tropical;

- Criação de um único Ecossistema do Agronegócio Brasileiro;

- Crescente atuação em rede, que vai possibilitar que o Brasil continue competitivo na produtividade de alimentos no Mundo 4.0.

 “Nosso objetivo é fomentar o surgimento de um ecossistema, reunindo empresas, universidades, pesquisa agropecuária e o setor produtivo, capaz não apenas de apresentar soluções, mas de empreender, transformando as soluções em novas startups para a cadeia produtiva do leite”, diz Paulo do Carmo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite. A iniciativa rendeu frutos. Outras unidades da Embrapa já possuem ações semelhantes para outras cadeias produtivas, como a Embrapa Suínos e Aves (Inova Pork), Embrapa Meio Norte (Ideas for Farm) e Embrapa Café (Avança Café). Fora da empresa, o Ideas for Milk serviu de modelo para o Desafio Agro Startup, do Senar Goiás.

Rubens Neiva (MTb 5445) 
Embrapa Gado de Leite 

Contatos para a imprensa 
 
Telefone: (32) 3311-7532

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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Começam as caravanas do Ideas for Milk 2019

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A Caravana 4.0, série de eventos de mobilização que compõe o Ideas for Milk, tem início no dia 20 de agosto. Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite irão visitar instituições de ensino superior em todo o país e o primeiro local será o Instituto Granbery, em Juiz de Fora - MG. A equipe da caravana vai conversar com professores e estudantes da instituição sobre a cadeia produtiva do leite, a revolução digital no agronegócio e o mercado agtech. Além de contribuir para a ampliação do ecossistema de inovação do leite, um dos objetivos da Caravana 4.0 é motivar o desenvolvimento de propostas de startups voltadas para a solução de problemas da cadeia do leite.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, até o final de setembro, serão realizadas cerca de 30 caravanas, percorrendo dez estados brasileiros. Na primeira semana, o Ideas for Milk estará no Congresso Brasileiro de Agronomia, realizado no dia 22, no Rio de Janeiro; no Instituto de Laticínios Cândido Tostes, dia 23, em Juiz de Fora-MG e no evento Brasil Empreende, dia 24, também em Juiz de Fora.

Além da Caravana 4.0, o Ideas for Milk é formado pelo Desafio de Startup, que chega à sua quarta edição. Até a edição passada, o Desafio era destinado a empreendedores que possuíam projetos em inovação digital, voltados para a cadeia produtiva do leite. Para este ano, há mais oportunidades. Além da inovação digital, serão aceitos projetos voltados para a inovação em designer industrial, embalagem e produtos lácteos. 

A final do Desafio de Startups ocorrerá em São Paulo, no Cubo, no dia 22 de novembro. As inscrições para o Desafio de Startups estarão abertas a partir de dia 19 de agosto e podem ser feitas no site do evento: http://www.ideasformilk.com.br. Outras informações podem ser obtidas no mesmo site.

Outro evento vinculado ao Ideas for Milk é o Vacathon, uma maratona de programação com uma semana de duração, realizada na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora. Participam times de estudantes universitários, reunindo alunos de diversos cursos de ciências agrárias, exatas e humanas.  

O Ideas For Milk é uma ação da Embrapa Gado de Leite, criada em 2016. Segundo Martins, “o objetivo é fomentar o surgimento de um ecossistema, reunindo empresas, universidades, pesquisa agropecuária e o setor produtivo, capaz não apenas de apresentar soluções, mas de empreender, transformando as soluções em novas startups para a cadeia produtiva do leite”. A iniciativa rendeu frutos. Outras unidades da Embrapa já possuem ações semelhantes para outras cadeias produtivas, como a Embrapa Suínos e Aves (Inova Pork), Embrapa Meio Norte (Ideas for Farm) e Embrapa Café (Avança Café). Fora da empresa, o Ideas for Milk serviu de modelo para o Desafio Agro Startup, do Senar Goiás.

Rubens Neiva (MTb 5445) 
Embrapa Gado de Leite 

Contatos para a imprensa 
 
Telefone: (32) 3311-7532

Mais informações sobre o tema
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