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A Embrapa Gado de leite lançou na sexta-feira (13) o livro Na era do consumidor – uma visão do mercado lácteo brasileiro. O lançamento ocorreeu em live transmitida ao vivo pela internet às 10h. A obra é uma coletânea de artigos originalmente publicados em veículos de comunicação especializados na cadeia produtiva do leite. São 43 artigos escritos por 30 autores, especialistas no setor.

Os artigos estão divididos em cinco seções que fazem um panorama do consumo de lácteos no Brasil; analisam o consumo de derivados lácteos; apontam fatores que afetam o consumo; investigam o consumo de leite e derivados durante a pandemia de Covid-19 e refletem a respeito do mercado consumidor sob a ótica das redes sociais. A publicação tem a editoria técnica da pesquisadora da instituição Kennya Beatriz Siqueira.

Para a publicação, a Embrapa contou com a parceria da Abraleite. Segundo o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, “os artigos são textos curtos e leves, mas que não perdem o rigor científico”.  Martins comentou ainda que a publicação faz parte das ações que marcam os 45 anos de fundação da Embrapa Gado de Leite e que que a instituição já está inserida nesta nova era: “a era do consumidor”.

Para Kennya, a obra foi criada com a finalidade de abordar o comportamento do consumidor brasileiro de leite e derivados e as tendências deste mercado. Os artigos foram publicados originalmente no site Milkpoint e nas revistas Indústria de LaticíniosLeite Integral e Balde Branco entre dos anos de 2019 e 2021.

Martins e Kennya participaram da live de lançamento, que também contou com a presença do pesquisador Glauco Carvalho. A live foi transmitida pelo canal da Embrapa no YouTube (https://cutt.ly/lancamentolivronaeradoconsumidor)  e pela Repileite (http://www.repileite.com.br/page/palestras-recentes), além do canal da Embrapa Gado de Leite no Facebook.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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9847009483?profile=original*Lenita Ramires dos Santos 

**Emanuelle Baldo Gaspar

No século XVIII a Europa foi devastada pela varíola. Naquela ocasião Edward Jenner, um médico inglês do interior do país, observou que mulheres que ordenhavam vacas costumavam ter uma forma branda da doença (a varíola bovina) e não adoeciam nem morriam de varíola humana. Jenner então decidiu testar na prática sua teoria, a de que o contato prévio com a varíola bovina pudesse proteger as pessoas contra a varíola humana. Assim, ele inoculou material de pústulas de varíola bovina em um menino de oito anos. 

Posteriormente, Jenner inoculou pústula de varíola humana no menino e este não adoeceu (sim, naquele tempo não havia qualquer regulamentação ética para uso de seres humanos como “cobaias”). Assim surgiu a vacinação (do latim vaccinus ou “a partir de vacas”).

Desde a publicação do tratado de Jenner sobre a vacinação, em 1798, até a erradicação da varíola no Brasil em 1971 e no mundo em 1980, houve um longo percurso, no qual foram desenvolvidos os mais diversos tipos de vacinas, tanto para humanos quanto para os animais.

Essa disponibilidade de vacinação seguida de imunização (ou seguida de proteção) levou também ao registro da erradicação mundial da peste bovina, considerada a segunda doença erradicada no mundo e a primeira em animais, graças aos programas massivos de vacinação empregados.

Hoje a comunidade científica concorda com a importância da vacinação tanto para assegurar o direito à saúde humana quanto para resguardar a segurança alimentar, por evitar grandes perdas de animais de produção e transmissão de doenças zoonóticas.

Brucelose, raiva, rinotraqueíte infecciosa bovina, diarreia viral bovina, doenças respiratórias, mastite e muitas outras, a lista de doenças de bovinos que podem ser prevenidas com vacinas é longa. Algumas têm eficácia maior, outras nem tanto. Mas, com tantas opções, como saber quais aplicar e montar um calendário de vacinação? 

Em primeiro lugar, as vacinas obrigatórias, como o próprio nome sugere, devem ser aplicadas impreterivelmente e com regularidade. A vacina de brucelose em todas as fêmeas bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade, sob os cuidados de um médico veterinário cadastrado no serviço veterinário oficial de seu estado de atuação e a vacina de febre aftosa, a depender do calendário oficial, amplamente divulgado anualmente.

No caso da raiva, a vacina é obrigatória em todos os animais de propriedades com foco e perifoco da doença (propriedades vizinhas). Neste caso vale lembrar que a raiva é uma zoonose (pode ser transmitida aos humanos) com praticamente 100% de mortalidade em humanos.

Já com relação às demais vacinas, é importante que as doenças de ocorrência na propriedade sejam identificadas pelo médico veterinário, para se introduzir a devida vacina e evitar perdas de animais ou quedas nos índices produtivos e reprodutivos. A opção pelo uso de um produto polivalente (protege contra várias doenças) ou monovalente (protege contra uma doença) também vai depender do custo-benefício baseado na ocorrência da doença na propriedade.

O esquema de vacinação pode variar um pouco dependendo da vacina e da marca, mas é comum que haja a necessidade de duas doses com intervalo de três a cinco semanas na primeira vacinação e depois, reforços anuais. Desta forma, a definição de estação de monta e concentração dos nascimentos é muito importante, para sincronizar os manejos de vacinação. Outras vacinas são aplicadas no final da gestação e a estação de monta também facilita estes manejos de vacinação de fêmeas prenhes, por permitir uma certa sincronização nos partos. 

Identificadas as doenças de ocorrência, deve-se montar um calendário de vacinação https://cloud.cnpgc.embrapa.br/calendario-manejo/files/2020/01/Calendario-de-Manejos-2020_atualizado.pdf, e, importantíssimo, manter-se o registro dos manejos, inclusive anotando nome e marca da vacina, para posterior conferência.

Este calendário de vacinação deve fazer parte do calendário sanitário, que, deve conter também esquemas de vermifugação, tratamento de ectoparasitas, cura do umbigo, e qualquer procedimento que vise a melhoria do status sanitário do rebanho. 

Algumas doenças evitáveis por vacina, dentre elas as clostridioses (doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium) são muito graves e não têm tratamento. Embora outras medidas de controle, tais como o descarte de carcaças de forma correta (por exemplo, enterrando em covas profundas e longe de cursos d'água) e o uso de bebedouros (evitando-se açudes) possam minimizar a ocorrência de certas doenças e devam ser adotadas, a vacinação é extremamente importante para evitar perdas de animais. Apenas para se ter uma ideia de quão grande é o prejuízo, estima-se que cerca de 20% da produção animal é perdida devido aos impactos negativos das doenças, segundo dados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Vale mencionar ainda que o uso regular e racional de vacinas têm o impacto de reduzir o uso de antibióticos, tornando a produção animal mais sustentável. Então, é imprescindível aderir aos programas existentes. Quer seja para a prevenção de doenças humanas ou de animais de produção, vamos dizer sim às vacinas. 

*Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte

** Pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul

Embrapa Gado de Corte
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O preço do leite ao produtor manteve sua trajetória de alta em julho fechando em R$2,31 por litro na média nacional, alta de 5% sobre junho. Entretanto, com os aumentos nos preços do milho e do farelo de soja, a relação de troca leite/mistura ficou praticamente estável em relação ao mês anterior.

Veja essa análise, além dos dados do IPCA, da balança comercial e dos preços internacionais do leite no Boletim Indicadores Leite e Derivados disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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O projeto “Tecnologias Agropecuárias para o Semiárido Mineiro” tem promovido melhorias em propriedades rurais no Vale do Jequitinhonha e na região do Alto Rio Pardo. Práticas agrícolas e materiais adaptados para as regiões são usados para garantir a produtividade de lavouras e a geração de alimentos para os animais. Nesse cenário, uma tecnologia adotada é a Integração Lavoura-Pecuária (ILP).

O agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Marco Aurélio Noce explica como funciona o sistema e por que utilizá-lo no semiárido mineiro. “Essa tecnologia nada mais é do que o plantio de duas ou mais culturas de forma sucessiva ou simultânea, possibilitando uma sustentabilidade maior e uma maior viabilidade de produção. No projeto, uma das principais demandas levantadas pelos produtores rurais e também pelos técnicos diz respeito à produção de forragem para alimentação de bovinos e também à recuperação de pastagens degradadas. E nós entendemos que esse sistema de ILP talvez seja uma das tecnologias mais viáveis econômica e ambientalmente para suprir essas demandas. Isso porque aliamos numa mesma área a produção de grãos ou silagem à renovação de pastagem”.

Nas propriedades rurais que são Unidades Demonstrativas do projeto tem sido utilizado o sorgo, por ser uma cultura com maior tolerância às condições de déficit hídrico que ocorrem na região. Além disso, a renovação das pastagens garante um alimento de melhor qualidade para o gado.

Resultados de pesquisas desenvolvidas na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, são validadas em Unidades de Referência Tecnológica no Norte e Nordeste de Minas Gerais (no Alto Rio Pardo, no Baixo e no Médio Jequitinhonha). As tecnologias agropecuárias viáveis para essas regiões são implantadas em Unidades Demonstrativas instaladas em propriedades rurais, de forma a divulgar as boas práticas para os produtores e técnicos locais.

Parcerias

O projeto “Tecnologias Agropecuárias para o Semiárido Mineiro” é coordenado pela Embrapa Milho e Sorgo e conta com uma rede de parcerias, que envolve Emater-MGAnaterSenarSebraeEpamigInstituto Federal do Norte de Minas Gerais, sindicatos rurais e os consórcios de municípios das três regiões atendidas: Ameje (Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Jequitinhonha), Comar (Consórcio Público Intermunicipal Multifinalitário do Alto Rio Pardo) e Nova Ambaj (Nova Associação dos Municípios da Microrregião do Baixo Jequitinhonha).

Marina Torres (MTb 08577/MG)

Embrapa Milho e Sorgo

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O mercado lácteo andou de lado no mês de julho, com enfraquecimento das vendas e maior dificuldade de repasses de preços. Todavia, a ocorrência das geadas em julho, gerou uma maior preocupação sobre a disponibilidade interna atual de leite e sustentou as cotações na segunda quinzena do mês.

Veja esses e outros dados sobre o mercado de leite e insumos no Boletim de Preços disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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Foi lançado durante o Encontro Virtual da Raça Girolando, ocorrido entre os dias 13 e 15 de julho, o AppGirolando, que pode ser baixado em dispositivos móveis por meio do Play Store, por enquanto apenas para aparelhos com sistema Android. Em breve será disponibilizado também para versão IOS. O aplicativo permite acessar de forma rápida e segura os dados do Sumário 2021 da raça, com os resultados do Teste de Progênie dos Touros e os resultados de reprodutores e vacas provados. O chefe-geral, Paulo Martins, participou do lançamento durante o evento, que também fez uma homenagem ao pesquisador Ari Ferreira de Freitas, que foi um dos pioneiros do programa de melhoramento genético brasileiro, falecido este ano.

Desenvolvido em uma parceria entre a Embrapa e a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. O aplicativo também possibilita ter acesso a cursos, serviços laboratoriais e o “fale conosco” da Embrapa Gado de Leite, além de informações atualizadas sobre mercado do leite e insumos, melhoramento animal, forrageiras, entre outras soluções tecnológicas para o pecuarista. De acordo com o pesquisador da Unidade, Marcos Vinícius Barbosa da Silva, com o aplicativo é possível escolher o animal apenas por raça, pela característica de produção de leite, idade ao primeiro parto, por acurácia ou por todas essas informações combinadas. “O criador ainda pode ler e compartilhar os certificados por WhatsApp, SMS e e‑mail,  complementou.

Para baixar clique aqui.

Vídeo de lançamento do App Girolando. Desenvolvido pela Embrapa - Gado de Leite

O evento virtual que marcou o lançamento da novidade, também apresentou os sumários de touros e vacas de 2021. Pela primeira, a publicação traz o Índice de Longevidade do Girolando (ILG), referente ao tempo em que a vaca permanece no rebanho, evitando o seu descarte involuntário. Com esse novo índice, será possível selecionar touro cujas filhas tenham maior taxa de permanência no rebanho, o que pode reduzir os gastos com a recria e aumentar os lucros da atividade. “Quando a longevidade é aumentada, abre-se a oportunidade para o maior descarte de vacas menos produtivas, gerando impacto positivo na lucratividade da atividade leiteira, em virtude da redução dos custos de reposição e do aumento da produtividade por animal, que é obtido em sua maturidade”, explica o pesquisador.

O Sumário de Vacas 2021 traz as Top 1000 para cada uma das diferentes composições raciais do Girolando. Uma novidade deste ano é a divulgação dos valores genômicos e genéticos para as características de intervalo de parto e idade ao primeiro parto na avaliação de vacas Girolando, classificadas de acordo com a composição racial. “Isso facilitará a escolha das vacas doadoras para a produção de touros jovens”, afirmou Marcos Vinícius.

Marcos La Falce

Embrapa Gado de Leite

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No próximo dia 30 de julho, a Embrapa Clima Temperado promove a live Azevém BRS Integração - A opção ideal para ILP ?  O evento acontece das 14h às 16h pelo canal da Embrapa no YouTube. O Azevém BRS Integração é uma alternativa de pastagens de inverno, de ciclo mais curto, com alta produtividade de forragem, adaptada ao sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP),, destacando a sua possibilidade  de entrar em rotações com culturas  de grãos, como o arroz, a soja e o milho.
 
A cultivar BRS Integração é um material lançado em 2017, e segundo, a pesquisadora Andréa Mittelmann, uma das painelistas da atividade,  é uma cultivar de alta produtividade e maior tolerância às doenças. Além disso, também apresenta menor custo de sementes em comparação aos tetraplóides. O material produz 5% mais, com 20 dias a menos de ciclo, em comparação à BRS Ponteio, uma das cultivares mais adotadas pelos produtores. Mas, conforme ela, a precocidade da BRS Integração possibilita um bom aproveitamento da forragem antes do estabelecimento de culturas de verão, o que indica sua vocação para o sistema de ILP. O mês de outubro é indicado para produção de sementes. 
 
A pesquisadora irá apresentar na live como a cultivar foi desenvolvida e quais as suas características que a diferenciam de outras cultivares de azevém.
 
A agenda abordará também as recomendações de manejo com a cultivar e resultados obtidos, tanto em estudos desenvolvidos pela Universidade quanto no estado do Paraná.
 
O professor da UFPel Carlos Eduardo Pedroso é um dos painelistas que vai contar como tem sido o estudo com a cultivar, especialmente quanto ao manejo de desfolha da BRS Integração. Ele explica que esta nova cultivar apresenta uma taxa de perfilhamento superior a BRS Ponteio. “Em resposta ao maior perfilhamento inicial, a BRS Integração se estabelece um pouco antes comparado ao Ponteio, aproximadamente uma semana”, destaca.
 
O professor diz que a nova cultivar apresenta elevada taxa de surgimento de folhas, de expansão de folhas, mas também apresenta alta taxa de expansão do colmo. “Para que seja aproveitada esta alta produção de folhas vivas com mínimo alongamento dos entrenós, as desfolhas precisam ser mais frequentes, em comparação às outras cultivares”, explica. 
 
O terceiro painelista do evento será o  pesquisador e coordenador do Setor de Forragens e Grãos da Fundação ABC, Richard Paglia de Mello, que irá falar sobre a adaptação da cultivar ao Paraná. “Realizamos ensaios com esta cultivar desde 2013, e por suas características agronômicas, adaptação e composição bromatológica, contamos com essa cultivar em nossas sugestões para a assistência técnica e aos cooperados das Cooperativas de leite Capal, Frísia e Castrolanda, todas atuando no Paraná”, comentou. Para ele, o azevém é uma excelente fonte proteica para o inverno, sendo estratégica para os pecuaristas ao alavancar a produção leiteira na região Sul do país.

Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)

Embrapa Clima Temperado

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A menor oferta de leite deu fôlego aos preços, com alta ao produtor em junho e julho. Isso ajudou um pouco nas margens.

Os preços dos derivados lácteos apresentaram boa recuperação a partir de maio, mas nas últimas duas semanas houve dificuldades para novos repasses.

Veja essa análise na Nota de Conjuntura disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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O custo do alimento concentrado para rebanhos leiteiros tem apresentado forte elevação internacional. A mistura concentrada (milho mais farelo de soja na relação de 70% e 30%) chegou a US$ 0,34 por kg em maio, uma elevação de 51,4% em relação a média de 2018-2020. Considerando que milho e soja são commodities, cotados em dólar, a cotação atual da moeda americana no Brasil não alivia o problema. O dólar chegou a ficar abaixo dos R$ 5,00 em junho, abrindo uma janela interessante para compra, mas retornou ao patamar anterior, encarecendo novamente os insumos. Dados do ICPLeite (Índice de Custo de Produção de Leite da Embrapa) apontam que, em junho, a compra e produção de volumosos apresentou uma variação de 7% e a alimentação concentrada, 3,85%. Alimentar o rebanho está mais caro nesta entressafra.

Durante a reunião mensal de conjuntura do Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa, pesquisadores e analistas da instituição se viram diante da pergunta: “quando os preços que integram os custos de produção irão começar a cair?” A conjunção de commodities agrícolas em alta com desvalorização do Real não tornam fácil esta resposta. O ICPLeite contabilizou uma alta de 39% nos últimos 12 meses finalizados em junho. O concentrado subiu 68%. “Para agravar a situação, a falta de chuva  no Centro-Sul do país comprometeu a produção do milho safrinha”, diz o pesquisador da Embrapa, Glauco Carvalho. Ele demonstra preocupação com a alta significativa e diz não ver perspectivas de os custos de produção começarem a cair. “Além do atraso no plantio da safra de grãos e das poucas chuvas, mais recentemente, geadas em importantes regiões produtoras de milho safrinha afetaram a oferta”.

A alta nos custos, além de pressionar as margens de lucro do produtor, prejudicando a produção de leite, encarece os preços dos produtos lácteos, que naturalmente na entressafra apresentam cotações mais elevadas. No mercado atacadista, o leite UHT (de caixinha) estava sendo vendido na primeira quinzena de junho a R$ 3,55. O queijo muçarela chegou a ser cotado a R$ 27,81. “Após os preços registrarem alta no atacado, o mercado perdeu força nos últimos dias, mas ainda há uma sustentação em função da entressafra, que termina em agosto/setembro”, diz o pesquisador. De todo modo o cenário é de cautela, devido às incertezas sobre a demanda e o aperto nas margens do produtor e indústria.

Quanto ao produtor, o analista Denis Rocha diz que as margens lucro continuam apertadas, mas houve uma melhoria no último mês. Em junho, o produtor recebeu R$ 2,20 pelo litro de leite, com registro de altas consecutivas desde abril. “Essa tendência de alta é explicada pela menor disponibilidade do produto no mercado atacadista, devido à entressafra, o alto custo de produção e a menor entrada de leite via importações”, explica Rocha. Em relação a 2020, o analista lembra, no entanto, que nesse período do ano passado, o governo pagava um valor maior de auxílio emergencial, devido à pandemia, o que acabou elevando o consumo e aumentando o preço dos produtos, garantindo uma melhor margem de lucro para o setor produtivo naquele momento. O momento atual, segundo Rocha, é mais complexo devido às altas taxas de desemprego, embora o mercado de trabalho siga em recuperação devido ao arrefecimento da pandemia.

Carvalho vê com otimismo o cenário macroeconômico do pais: “Os investimentos no PIB do primeiro trimestre vieram bons e o consumo das famílias está em recuperação”.  O pesquisador ainda afirma que apesar do fraco desempenho no mercado de trabalho, os indicadores de rendimento tendem a ser melhores neste segundo semestre, causando um impacto positivo no setor. A pesquisadora Kennya Siqueira constata que o comercio, de modo geral, apresentou uma melhora, com o consumo domiciliar voltando aos níveis pré-pandemia. “Ainda há um consumo reprimido muito grande, que o comércio vem absorvendo aos poucos. Ela ainda acredita que a volta do movimento nos restaurantes poderá contribuir para a elevação do consumo de lácteos.

Entrevista – Glauco Carvalho

Após um ano e meio de pandemia, o pesquisador Glauco Carvalho concedeu uma entrevista ao Anuário Leite, da Embrapa Gado de Leite, na qual fala sobre o comportamento do setor neste período:

Como o sr. avalia o comportamento do setor lácteo nesse tempo de pandemia?

O setor como um todo fez um excelente trabalho durante a pandemia, sobretudo em seu início, quando tudo era muito novo e desconhecido. Não houve ruptura na produção e nem na distribuição. E o setor foi ágil em realocar leite de laticínios com maior dificuldade em vendas para outros com menores problemas de logística e distribuição. Dessa forma, a cadeia produtiva conseguiu manter a oferta de leite e derivados em todo o país, atendendo às necessidades de consumo dos brasileiros.

Houve mais impacto no segmento de produção de leite ou no de consumo?

Houve um crescimento do setor como um todo. Crescemos na produção de leite e crescemos no consumo. Mas como a nossa balança comercial foi negativa, ou seja, importamos mais do que exportamos, eu diria que o impacto no consumo foi maior. Mas neste caso foi um impacto positivo. Se olharmos a produção de leite formal, ou seja, com inspeção, houve um aumento de 2,1% no ano passado. Já a disponibilidade, que é o volume absorvido internamente no consumo direto ou indireto, registrou um crescimento de 2,8%. Por isso, digo que o impacto sobre o consumo foi maior e muito impulsionado pelo efeito renda que ocorreu na população via Auxílio Emergencial. Mas também tivemos novos hábitos de consumo que ajudou nas vendas.

No primeiro ano da pandemia, houve crescimento do setor, devido ao auxílio emergencial. Este ano, o auxílio é menor. O ano de 2021 pode fechar com uma crise estabelecida na cadeia produtiva, que se estenderá para 2022?

A cadeia do leite é muito resiliente a crises e, em geral, se ajusta rápido. Mas o cenário de curto prazo não é dos melhores, por uma série de fatores. Do lado macroeconômico estamos com elevada taxa de desemprego, queda na renda e uma inflação e juros subindo. Além disso, o crescimento econômico previsto é baixo, ficando bem aquém da expansão mundial. Especificamente em relação ao setor, estamos com uma enorme pressão de custos e com dificuldade para repassar preços ao consumidor final pela própria fragilidade macroeconômica. É uma conjuntura bastante desafiadora e, pode sim, se arrastar para além de 2021, sobretudo no âmbito dos custos. Portanto, é um ano que sugere decisões mais conservadoras. Mas não podemos esquecer que a economia está em recuperação, com reflexos positivos sobre renda e consumo ao longo dos próximos meses.

Como o senhor explica a alta nos custos de produção de leite, que se arrasta desde o princípio da pandemia?

Essa alta está relacionada a um conjunto de fatores, internos e externos. Externamente, podemos destacar: a desvalorização do dólar frente a outras moedas, o que elevou os preços das commodities em dólar; o forte crescimento do consumo global; as importações chinesas de milho que geralmente ficavam entre 3 e 5 milhões de toneladas/ano e agora devem superar 25 milhões de toneladas; o recuo nos estoques globais de milho e soja, com forte queda nos estoques dos Estados Unidos. Um outro fator, não muito falado, foi a migração de fundos de hedge para os mercados de commodities. Os fundos estão com uma posição comprada historicamente alta, o que acaba colocando mais pressão nas cotações. Mas tivemos fatores internos também. Além de problemas climáticos que afetaram plantio e colheita, houve uma desvalorização do real que tem forte impacto nos custos de produção de leite. Enfim, o fato é que temos uma demanda firme por milho e soja e com produtores bastante capitalizados, cadenciando a venda.

Além do preço das commodities, o que mais tem elevado os custos de produção de leite?

As principais altas foram no custo de concentrado como já falamos. Mas também estamos observando elevação no custo do alimento volumoso, com encarecimento de combustíveis, fertilizantes e defensivos. São insumos afetados pela taxa de câmbio, pelo preço do petróleo, pelo frete marítimo internacional, e todos estes fatores sugerem elevação.

A elevação do câmbio torna o leite brasileiro mais barato comparado aos preços internacionais. No entanto as importações estão em alta. Qual o papel do câmbio na atual crise?

No agronegócio geralmente a desvalorização cambial é positiva. Mas isso quando pensamos nas cadeias agroexportadoras como soja, café, laranja, etc. No caso do leite, apesar do câmbio segurar a importação, há um efeito direto em custos. No segundo semestre de 2020 o câmbio não foi suficiente para segurar a importação. A alta dos preços domésticos e a competitividade dos produtos lácteos oriundos da Argentina e do Uruguai elevou muito nossas importações. E isso ocorreu também no início de 2021, mas com volumes decrescentes. Neste início de ano, estamos vendo uma importação perdendo força e uma exportação crescendo. A alta dos lácteos no mercado internacional contribuiu para esse movimento.

Com relação à indústria, o que tem preocupado os laticínios?

A grande preocupação é a dificuldade em aumentar as margens e a agregação de valor. Por termos uma indústria muito fragmentada e sem poder de negociação junto aos varejistas, o setor acaba ficando pressionado em determinados momentos. A existência de baixas barreiras à entrada no setor acaba gerando esse resultado de pouco poder de mercado. Quando a economia cresce de forma mais acentuada esse efeito é mitigado, pois há uma expansão da renda e do consumo. Mas quando crescimento econômico é baixo, os problemas se agravam. O consumo de leite tem uma forte relação com a renda e o Brasil parou de crescer em 2014. Com isso, estamos praticamente estagnados no leite também. E quando você tem crises sequenciais o resultado é muito perigoso. O Brasil encolheu em 2015 e 2016, depois tivemos crescimento muito baixo no período 2017-2019. Em 2020 veio a pandemia e mais crise econômica. Isso vai minando a capacidade de investimento das empresas nos diversos setores, afeta emprego, renda, consumo e assim por diante. No primeiro ano da pandemia tivemos uma forte contribuição fiscal, o que gerou um consumo importante de lácteos. Mas é algo que não se sustenta por si e acaba aumentando o endividamento público, que tem outras consequências econômicas negativas, como aumento de juros, por exemplo.

Houve um aumento do consumo de leite no primeiro ano da pandemia, como o consumidor está se comportando neste momento?

A situação neste início de 2021 está mais complicada. Ano passado tivemos um grande consumo das classes D/E com a liberação do Auxílio Emergencial. Mas perdemos boa parte dessa parcela da população por falta de renda. Começamos 2021 com um crescimento tímido de consumo e que está limitando aumentos mais robustos de preços e pressionando negativamente as margens de rentabilidade no setor.

O sr. consideraria que o setor leiteiro foi o que menos sofreu com a pandemia dentro do agro?

Não vejo isso. No primeiro ano, o setor foi beneficiado com o aumento do consumo e melhoria das margens. Mas isso não se sustentou e já no final de 2020 o cenário piorou. O fato é que o mundo está crescendo rápido e as cadeias agroexportadoras estão aproveitando o momento, com maior remessa de produtos e a preços mais elevados. Ou seja, uma combinação perfeita. Não é o caso do leite, que depende quase que exclusivamente da renda interna para crescer. Deveremos ter um ajuste de oferta para melhorar a condição atual de preços.

Quais lições que o setor lácteo, dentro e fora da fazenda, pode tirar desse período tão atípico e qual a tendência daqui para frente?

Vejo que existem várias lições, como a própria adaptação exigida pela pandemia, de como lidar com as incertezas e de como lidar com a expectativa de má notícia, está última muito presente no cotidiano da pandemia. Nesse sentido, os maiores aprendizados estão relacionados a ação e cooperação. Ficar reclamando não ajuda em nada, mas agir sim. E vejo que o setor seguiu essa linha no primeiro ano da pandemia. Todos enfrentamos inúmeros desafios e o importante é buscar soluções para seguir adiante e com sucesso. No caso da cooperação, buscar boas parcerias no negócio é fundamental para lidar com a complexidade do mundo atual. E a pandemia mostrou que a cooperação entre indivíduos, empresas e nações foi a arma mais poderosa para a busca de soluções, como a vacina da Covid-19. Para o futuro, essa cooperação será fundamental nos negócios para produzir com mais eficiente, para realizar melhores compras de insumos, para melhorar a comercialização e para agregar valor. Existem também tendências relacionadas à segurança dos alimentos, saudabilidade, meio ambiente, responsabilidade social, todos temas que precisam estar na agenda do setor.

Com menos pessoas frequentando bares e restaurantes, sua opinião, a pandemia foi capaz de modificar hábitos de consumo de lácteos?

Certamente que sim. Houve a substituição de alimentação fora do lar pela alimentação domiciliar, o que impulsionou a demanda por lácteos utilizados na culinária. Mas as mudanças de hábitos não ocorreram apenas pela menor presença em bares e restaurantes, e sim por uma série de mudanças que vivenciamos. Com a pandemia, as famílias privilegiaram os gastos com alimentos. Além disso, ao passo que uma parcela da população teve ganhos de renda e passou a gastar mais com alimentos, outras tiveram crescimento de poupança devido a economias de outros gastos, como viagens e mesmo bares e restaurantes. Essas famílias acabaram privilegiando uma alimentação mais elaborada e mais prazerosa. Enfim, tem sido um período com diferentes experiências de consumo. E vejo também que a pandemia acelerou algumas tendências como as compras online. É uma forma de comercialização que o setor lácteo precisa explorar mais. Existem outros temas relacionados a segurança do alimento e origem que tendem a ganhar força nos próximos anos.

O sr. tem citado que é bem provável que uma nova ordem se estabeleça no agro brasileiro e mundial quando a nossa vida voltar ao normal. O que devemos esperar?

É crescente a cobrança por práticas de ESG (Ambiental, Social, Governança) no campo. A sociedade e os investidores buscam um modelo de desenvolvimento sustentável que considere essas questões, ou seja, a proteção ambiental, a responsabilidade social e maior transparência. São questões que ganham peso na análise do investidor, no comércio global, e o Brasil tem um potencial enorme nessa direção, com agricultura de baixo carbono e produção de alimentos para abastecer grande parte da população mundial, sem subsídio. Essa é a sinalização que estamos vendo para o futuro. As cadeias agroalimentares se movem no sentido de ganhos de produtividade para segmentação de mercado e customização do consumo e aí estamos falando de agregação de valor aos produtos. No caso do leite, a forma como ele é produzido, e por quem, ganhará cada vez mais importância. Com isso, surgem as demandas por rastreabilidade, bem-estar animal, pegada de carbono, resíduo e reciclagem, sustentabilidade, produtos locais, produtos naturais, entre outras tendências. O consumidor busca essas informações e o setor pode utilizá-las como uma importante fonte de valor.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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O aumento no preço do leite combinado com as reduções nos preços do milho e do farelo de soja contribuíram para melhora na relação de troca leite/mistura. Em junho foram necessários 48,6 litros de leite para aquisição de 60 kg de mistura a base de milho e farelo de soja, 8,6 litros a menos que no mês anterior.
 

Veja esses e outros dados atualizados dos principais indicadores para a cadeira do leite no Boletim Indicadores Leite e Derivados disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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Uma aposta certeira traz ganhos para o produtor de carne e leite

Os produtores de gado leiteiro e de corte estão na fase da escolha do capim. A época de plantio para implantação de pastagens é ampla, vai desde as primeiras chuvas, setembro e outubro, até março, dependendo da região. Quanto antes se planejar, melhores resultados na implantação da pastagem, com bom estabelecimento, desenvolvimento, cobertura de solo e produção animal, o produtor terá.

Segundo estudos da Embrapa é possível elevar de seis a oito vezes a capacidade produtividade da pastagem com estratégias adequadas. O primeiro passo é intensificar a produção adotando um dos vários modelos intensivos existentes no Brasil. Um deles é a combinação de tecnologias para uso no período das águas e da seca.

Baseado em resultados de pesquisa, na Embrapa Gado de Corte, com a adoção da proposta “a lotação da propriedade sai de uma média de 0,9 para 2,8 arroba/hectare/ano, com produção ao redor de 1.000/1.050 kg de peso vivo/hectare/ano, refletido em 530 kg de equivalente de carcaça, com redução na idade de abate, entre 20 e 24 meses a pasto”, revela o pesquisador Rodrigo Barbosa (Campo Grande-MS).

Para as águas, o especialista em manejo de pastagem, afirma que a estratégia é identificar o tamanho da área a ser intensificada, os materiais com potencial produtivo para esse modelo e a adubação correta. Ele lembra que uma análise de solo eficiente determina o potencial produtivo durante o período das águas, e a adubação determina a velocidade de crescimento da planta e de utilização, o que reflete no produto final.

Já para o período seco, a recomendação é a vedação do pasto, com plantas de florescimento precoce, preferencialmente, e que tenha capacidade produtiva no período das chuvas. Outro ponto é a época para vedação de pasto, entre janeiro e marco, para utilização na seca. Por fim, escolher o tipo de suplementação (proteinada, confinamento, semi), que depende do sistema produtivo da propriedade, e pode ser usado com o pasto vedado.

 

Resultados em produção leiteira

Os índices positivos também são evidentes na produção de gado de leite. Em experimentos na Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), a escolha pela BRS Paiaguás (brachiaria brizanta), em pastejo rotacionado “conseguiu trabalhar com até 7 vacas/hectare, no período chuvoso, produzindo 13-14 litros/vaca e produção diária em torno de 100 litros/hectare/dia, entrando bem na entressafra, e diminuindo o uso de concentrados, o que impacta nos custos”, conta o pesquisador Carlos Gomide. A tolerância da cultivar ao período seco é um de seus diferenciais.

Em ensaios na Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), José Ricardo Pezzopane e André Novo utilizaram a BRS Paiaguás em produção leiteira, em modalidades de integração. Na opção BRS Paiaguás com milho + eucalipto para produção de silagem (milho), “produzimos cerca de 57 a 60 toneladas de matéria verde de silagem por hectare, o que pagou a implantação do sistema (plantio de arvores e pasto). Apontamos como vantagens não somente esse pagamento da implantação, mas as árvores proporcionaram diversificação de renda para o produtor e promovem benefícios aos animais, além de aumentar o sequestro de carbono.”

Os resultados são otimistas, igualmente, quando a opção é a BRS Quênia, cultivar de panicum maximum, com taxa de lotação ao redor de 10 vacas/hectare, 15 litros/vacas/dia e 145 litros/hectare/dia. A “maior facilidade de manejo, devido ao porte intermediário, e o maior valor nutritivo, são pontos a considerar quando se pensa em intensificar”, aponta Gomide.

Outro panicum com desempenho considerável é a BRS Zuri, “gramínea com diferencial, potencial produtivo e adequada para sistemas intensivos de produção animal”, afirma Domingos Paciullo, pesquisador da Embrapa (Juiz de Fora-MG). Nos ensaios a campo, para produção de leite, se obteve até 10 vacas por hectare, em torno de 13-15 kg/vaca/dia e uma produção por área de 140 kg/leite/hectare.

 

Na Amazônia

O capim Zuri ainda apresenta índices inspiradores no bioma amazônico, que representa 30% do rebanho bovino brasileiro, e ao longo das últimas décadas, com investimento e pesquisa, modernizou-se. Características como produtividade, vigor, capacidade de suporte, ganho de peso e tolerância ao encharcamento levaram esse panicum maximum ao solo amazônico.

Carlos Maurício de Andrade, pesquisador da Embrapa (Rio Branco-AC), comenta que “no Acre, novilhas cruzadas em pasto de Zuri teve ganho de peso entre 520 e 540 gramas/dia, ao longo de dois anos de experimentos na Embrapa Acre, somente com suplementação mineral. A boa tolerância ao encharcamento – não alagamento - para a Amazônia, clima equatorial quente e úmido, com estação chuvosa intensa e prolongada, traz a BRS Zuri com excelente aceitação e números entre os produtores.”

 

Implantação da pastagem

Para chegar aos índices revelados pelos pesquisadores, a implantação da pastagem é ponto-chave, assim como a qualidade da semente. Para a implantação, o pesquisador Ademir Zimmer elenca fatores que o produtor precisa observar, como escolha da forrageira, adaptada para os solos da propriedade; preparo de solo; época de semeadura; taxa de semeadura; plantio e profundidade de plantio. Por exemplo, a profundidade de semeadura recomendada para “panicuns é de 2 a 5 cm e para braquiária, entre 3 e 6 cm. As sementes incorporadas nesta profundidade terão melhor contato com a umidade, com o solo, rápida emergência e estabelecimento e isso faz toda diferença”.

“Os atributos da semente, o preparo e os cuidados com a semeadura vão formar, adequadamente, a pastagem e a produtividade, afetando todo o sistema de produção e, infelizmente, as sementes comercializadas no País ainda são de baixa qualidade. É uma questão cultural, a qualidade e a pirataria”, completa Jaqueline Verzignassi, especialista em tecnologia de sementes de forrageiras tropicais da Embrapa. Verzignassi e Zimmer enfatizam que as pastagens precisam ser tratadas como uma cultura e isso exige cuidados semelhantes.

No combate a essa qualidade inferior e pirataria, a Unipasto (Associação para Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras) lançou uma plataforma para rastreabilidade segura de sementes, baseada em um aplicativo e um selo de segurança aplicado à sacaria. A Semente Legal, parceria com a Ceptis Agro, segundo Marcos Roveri, gerente-executivo da Unipasto, chegou para coibir a pirataria de sementes, mostrando para os agropecuaristas os materiais produzidos conforme as regras, as normativas, com qualidade e avaliação adequadas, oferecendo segurança ao produtor na hora da compra.

A Embrapa e a Unipasto são parceiras no desenvolvimento de cultivares forrageiras desde 2002. Prestes a completar 20 anos, o convênio já lançou três braquiárias, três panicuns e um feijão-guandu, o que permitiu a diversificação dos pastos brasileiros e a melhoria da produtividade. Na última sexta-feira, as duas empresas reuniram especialistas para o primeiro Dia de Campo Virtual - produção intensiva de leite e carne em pasto (8). As Unidades - Acre, AgrossilvipastorilCerrados, Gado de Leite, Gado de Corte, Pecuária Sudeste - e a Secretaria de Inovação e Negócios (SIN) trouxeram os mais recentes resultados das pesquisas e apresentaram para o público como é possível diminuir o risco de ter uma única cultivar de pastagem, 'quase como monocultura'. 

Dalízia Aguiar (MTb 28/03/14/MS)

Embrapa Gado de Corte

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A equipe do PNMGuL (Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá Para Leite) apresentou, em live realizada no dia sete de julho, o 22º Sumário de Touros e Matrizes da Raça Guzerá. O evento teve início com a fala do chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, saudando os pesquisadores e produtores envolvidos. ”A raça avançou muito nestas quase três décadas e que há muito a avançar”, afirmou Martins.

Em seguida, o presidente do Centro Brasileiro de Melhoramento Genético do Guzerá (CBMG²), Paulo Roberto Menicucci, saudou os 27 anos de trabalhos junto à Embrapa. O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Frank Ângelo Tomita Bruneli iniciou a apresentação do Sumário homenageando criadores e profissionais envolvidos no programa que faleceram recentemente, entre eles o também pesquisador da Embrapa, Fernando Madalena.

Segundo Bruneli, desde o princípio do Programa, a raça Guzerá vem ganhando em progresso genético tanto em relação aos machos quanto pelas fêmeas. O pesquisador fez um breve relato das informações contidas na publicação, como produção de leite, idade ao primeiro parto e eficiência na produção de leite para touros e matrizes, além de relacionar os novos touros incluídos no Sumário 2021.

Outro destaque para os touros, foi o mérito genético para a produção e o teor de constituintes do leite, como gordura, proteína e sólidos totais e a reação ao ambiente produtivo, uma avaliação que considera a interação genótipo X ambiente sobre o desempenho das filhas dos touros. A publicação traz ainda a lista de touros que tem exames laboratoriais para marcadores moleculares de importância para a produção de leite e derivados como caseínas (beta e kappa), beta-lactoglobulina, diacilglicerol aciltransferase 1, prolactina e tireoglobulina. Quanto ao mérito genético de matrizes Guzerá, Bruneli destacou que no Sumário são apresentadas apenas as que obtiveram DEP acima de 300 quilos de leite com confiabilidade acima de 60%. Muitos criadores selecionam dentre essas fêmeas as que serão doadoras de oócitos para produção in vitro de embriões, devido ao potencial genético que apresentam. Além disso, após o lançamento do Sumário surgem diversas oportunidades de negócio e parceria entre os proprietários desses animais.

Nesse ano de 2021, o PNMGuL ultrapassou a marca de 760 touros provados e publicados no Sumário. Com essa ferramenta em mãos, o produtor rural dispõe de uma ampla variedade de reprodutores para incrementar o desempenho de seu rebanho para uma ou mais características, dentre as 23 disponíveis no documento. E o Programa segue na busca por novos fenótipos e metodologias modernas que trarão benefícios à cadeia produtiva do leite.

Há ainda uma série de informações a respeito da raça contidas na publicação. Desde o ano passado, o Sumário da raça Guzerá vem sendo disponibilizado em 3 idiomas (português, espanhol e inglês) o que , segundo o pesquisador, amplia o alcance da publicação e contribui para o desenvolvimento da pecuária leiteira em outros países tropicais que também utilizam o sêmen exportado do Guzerá. Para ver a live no Youtube, acesse o site: https://www.youtube.com/watch?v=quxMkeV3z3w .

Os interessados poderão acessar a versão digital do sumário pelos sites dos links abaixo:

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Em junho, a inflação do custo de produção de leite, calculada pelo ICPLeite/Embrapa, foi de 3,14%. Os grupos Produção e compra de volumosos e Alimentação concentrada apresentaram as maiores altas no mês.
 

Somente nesse primeiro semestre de 2021, o ICPLeite acumula alta de 16,02%.

Veja esses dados no Boletim ICPLeite disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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O primeiro dia de campo virtual da Embrapa, em parceria com a Unipasto, será realizado na próxima quinta-feira (8) e poderá ser acompanhado ao vivo, a partir das 18h, no canal da Embrapa no Youtube (cutt.ly/embrapadiadecampovirtual). Além de técnicos da Unipasto, o evento contará com a participação de pesquisadores de sete unidades da Embrapa: Embrapa Acre, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Cerrados, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Gado de Leite, Embrapa Pecuária Sudeste e Secretaria de Inovação e Negócios (SIN).

Farão a abertura do evento o Presidente da Unipasto, Pierre Patriat e da Diretora Executiva de Inovação e Negócios da Embrapa, Adriana Regina Martin. O dia de campo contará com três estações e será moderado pelo consultor criativo, Fabrício Di Martino.

Segundo o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho, a oportunidade de um dia de campo virtual, além de ser uma forma segura de promover “encontros” em meio à pandemia, “é uma oportunidade de ultrapassar as barreiras regionais, tornando possível levar os ricos conhecimentos da Embrapa a todos os interessados no Brasil e no Mundo.”

“Esse Dia de Campo Virtual marca o início das celebrações dos 20 anos de parceria de sucesso entre a Embrapa e a Unipasto”, destaca Presidente da Unipasto. Pierre Patriat. Segundo ele, várias soluções desenvolvidas pelas instituições foram lançadas e incorporadas pelo setor produtivo.  “Além de trazer conteúdos relevantes sobre origem e qualidade de sementes, manejo do pastejo e práticas de rotina de sistemas de produção em pasto, o evento também traz o componente forrageiro dentro do sistema de integração lavoura-pecuária”, afirma.

 “A Embrapa cumpre sua meta de estar sempre próxima da cadeia produtiva, disponibilizando conteúdos de qualidade e tirando as dúvidas. Mesmo em tempos de pandemia, busca formas de continuar a cumprir com o seu papel junto aos produtores, extensionistas e estudantes”, conclui Vitor Del Alamo Guarda, pesquisador da Secretaria de Inovação e Negócios.

Será emitido certificado para os participantes.

Confira abaixo os temas e apresentadores de cada uma das estações:

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Após cada uma das estações, haverá debates no quais os participantes poderão fazer perguntas.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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Os interessados em conhecer mais sobre ILPF já podem fazer suas inscrições

As inscrições para o VII Simpósio de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) do estado de São Paulo já estão abertas. O evento será nos dias 15 e 16 de setembro no formato virtual. Técnicos, produtores e pesquisadores terão a oportunidade de conhecer e discutir as principais metodologias, inovações e soluções para sistemas de produção integrados.

A iniciativa, organizada pela Embrapa Pecuária Sudeste e Grupo de Estudos Luiz de Queiroz (GELQ – Esalq/USP), busca aumentar a adoção e o adequado manejo da ILP e da ILPF por meio do acesso a informações e conhecimentos.

Temas como pecuária de baixo carbono e efeito poupa terra estarão em foco durante o simpósio. Especialistas também vão falar sobre indicadores de saúde do solo em ILPF, novos mercados, biodiversidade e controle biológico em sistemas integrados, o papel do técnico na implantação, entre outros assuntos.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui.

Serviço

VII Simpósio de ILPF de SP

15 e 16 de setembro de 2020

Horário: 17h às 19h

Local: virtual

Inscrições e mais informações: aqui

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)

Embrapa Pecuária Sudeste

Press inquiries

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A Embrapa Gado de Leite e a Nestlé iniciam uma parceria pioneira para o desenvolvimento de uma pecuária de leite “Net Zero” no Brasil. O projeto integra o compromisso global da empresa de neutralizar as emissões de carbono de suas operações até 2050, já prevendo uma redução de 20% até 2025 e 50% em 2030.

Com duração de três anos, o trabalho se divide em quatro eixos principais: plano de adequação para conversão de 20 propriedades leiteiras em produção “Net Zero” em diversos biomas e sistemas de produção; cursos de capacitação presenciais e à distância (EAD, vídeos e podcasts) sobre práticas para mitigação da emissão de carbono e adoção de agricultura regenerativa na produção de leite; transformação de dois sistemas de produção da Embrapa (confinamento e a pasto) em carbono neutro e estimulo à criação de soluções inovadoras por greentechs e cleantechs, focadas nos desafios da conversão.

“Nosso propósito é contribuir para que os produtores brasileiros adotem técnicas sustentáveis visando à produção de leite carbono neutro. Este desafio será compartilhado entre os pesquisadores da Embrapa, os técnicos da Nestlé e os produtores participantes”, explica Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite.

Segundo Bárbara Sollero, gerente de Desenvolvimento do Fornecedor e Qualidade da Nestlé, há o compromisso assumido de levar oito das 20 fazendas ao balanço neutro de carbono e a reduzir a emissão nas demais. “Além do trabalho de analisar os cenários da fazenda, o processo será validado, garantindo que de fato foi neutralizado. Outro ponto importante é que, dessa parceria, vai se originar o primeiro grupo de especialistas em pecuária leiteira de baixo carbono do Brasil”, explica.

Ao todo, 20 propriedades leiteiras fornecedoras da Nestlé no Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais vão receber recomendações técnicas e o acompanhamento da evolução do processo de adequação “Net Zero”. Estarão envolvidos pequenos, médios e grandes produtores, além de diferentes sistemas de produção: compost barnfree stall, sistema intensivo em pasto e semiconfinado. Os pesquisadores da Embrapa e os técnicos da Nestlé irão avaliar o perfil tecnológico e as emissões de carbono nas propriedades. Desse marco zero será feito o planejamento individualizado e, por meio do acompanhamento mensal, serão feitas sugestões de adequações.

“Nos dois sistemas de produção da Embrapa, vamos medir os impactos gerados com animais girolando e holandês, em ambiente fechado e aberto. Esta parceria vai gerar conhecimento que será compartilhado com pequenos, médios e grandes produtores”, finaliza Paulo Martins.

O pesquisador Inácio de Barros, da Embrapa, pontua que, hoje, a sociedade está mais preocupada com a pauta sustentabilidade: “As pessoas estão demandando produtos que não impactem ou impactem menos o meio ambiente. Por isso, é preciso demonstrar que a produção de leite pode ser feita de forma sustentável, com mínimo impacto ao meio ambiente. Desenvolver tecnologias para isso é missão da Embrapa".

Como vai funcionar...

Nas fazendas serão avaliadas as emissões de gases de efeito estufa e desenvolvidos planos de adequação para cada uma delas pela melhor combinação de tecnologias e com o objetivo de reduzir as suas emissões de carbono. Esse plano de adequação terá por finalidade converter essas propriedades, a partir da situação atual, para uma situação com emissões neutras ou de baixo carbono. “É um processo complexo que vamos acompanhar com balanços periódicos para avaliarmos se estão em direção à neutralização”, explica Inácio.

A Embrapa Gado de Leite terá duas vitrines, que vão mostrar as tecnologias disponíveis para a redução das emissões de carbono: Compost barn (confinado) e Leite Verde (produção a pasto). Será feita a avaliação da pegada de carbono. Serão implantadas as melhores tecnologias para converter esses sistemas em carbono neutro e realizadas ações para divulgar as tecnologias para técnicos e produtores, além de produção de vídeos e podcasts.

Luciana Peralta (MTb 13000)

Embrapa Gado de Leite

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O movimento de valorização dos lácteos, iniciado em maio, se manteve em junho, mas com certa acomodação dos preços nas últimas semanas. Nesse contexto, os Conseleites projetam elevação de preços para julho, a quarta alta do ano.

No mercado de insumos, os preços de milho e soja recuam com maior oferta e valorização do Real.

Veja esses dados no Boletim de Preços de junho de 2021 disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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9847000491?profile=originalA Embrapa Cerrados montou, em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, seis vitrines tecnológicas com cultivares geneticamente superiores de milho, sorgo e milheto desenvolvidas pela empresa e parceiros. Os campos demonstrativos foram formados em Planaltina (DF), sede da Embrapa Cerrados (foto), e no Riacho Fundo II (DF), onde se localiza o Centro de Inovação em Genética Vegetal (CIGV), ligado ao centro de pesquisa. No total, os visitantes podem conhecer no campo 32 cultivares, sendo 16 de milho, 14 de sorgo e duas de milheto.

 “Queremos apresentar a potencialidade agronômica dessas cultivares, algumas já lançadas e outras em fase final de desenvolvimento”, explica Fábio Faleiro, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados. A ideia, segundo ele, foi montar um espaço para visitação de técnicos, consultores, extensionistas, produtores e potenciais parceiros na região para produção e comercialização de sementes. 

As vitrines também servirão para avaliar os materiais com relação à resistência a pragas e doenças na região do Cerrado do Planalto Central com vistas aos sistemas de produção na safrinha. “É uma ótima oportunidade para unir os esforços da transferência de tecnologia com a pesquisa no sentido de otimizar os nossos recursos”, afirma Lineu Rodrigues, chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Cerrados. 

“Vamos promover cursos de capacitação de agentes multiplicadores com relação à genética Embrapa. O que queremos com as vitrines é aproximar cada vez mais o setor produtivo da pesquisa”, afirmou Faleiro. Ele também explicou que, com as vitrines tecnológicas, busca-se ainda desenvolver o mercado por meio de ações de promoção dessas cultivares, tendo em vista a recomendação delas para o plantio no Cerrado, principalmente para a produção de segunda safra (safrinha). “A Embrapa está a procura de licenciados que não só produzam e comercializem sementes mas, também, ajudem a divulgar a tecnologia para os produtores”, explica. 

 “Nossa ideia é apoiar os centros de produto da empresa, como a Embrapa Milho e Sorgo, no trabalho de pós-melhoramento dos materiais no bioma Cerrado”, explicou Sebastião Pedro, chefe-geral da Embrapa Cerrados. Para ele, é preciso que os materiais desenvolvidos pela instituição de pesquisa tenham cada vez mais visibilidade para que possam gerar demanda no mercado. Esse é considerado um projeto piloto. “Queremos fomentar essa iniciativa de transferência de tecnologia fazendo uma sinergia com outras unidades da Embrapa. Precisamos tornar nossas tecnologias cada vez mais visíveis”, afirmou. 

“Adorei tanto a ideia quanto a execução desse projeto das vitrines”, afirmou o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Cícero Beserra. Segundo ele, o que o melhoramento precisa é justamente de pontos de demonstração como esses. “Essas vitrines são excelentes para mostramos o nosso trabalho. Dessa forma, dá para ver a nítida diferença de um material para o outro”, afirmou.

O pesquisador destacou também que, no caso das vitrines do sorgo, elas ainda cumprem outro importante papel: divulgar a cultura para os produtores. “O sorgo é um complemento ao milho. É uma alternativa importante para a safrinha, por ser uma cultura mais tolerante a condições de estresse hídrico e demandar investimentos relativamente menores que o de outras culturas. Quando apresentamos o sorgo para o produtor estamos tratando de segurança”, alerta. 

Lauro Guimarães, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, ressaltou a importância da interação entre unidades de pesquisa tanto para a apresentação dos avanços científicos, em termos de produtos, práticas, processos e serviços, úteis diretamente aos produtores rurais e a sociedade, quanto para a promoção de novas oportunidades de relacionamento com empreendedores do setor privado, por meio do estabelecimento de parcerias que disponibilizarão essas tecnologias em diferentes regiões do país.

Segundo ele, a região de Brasília e do entorno representa um ambiente de alto potencial de produção de grãos, de modo que as culturas de milho, sorgo e milheto estão entre as melhores alternativas para composição de sistemas de produção, juntamente com soja e forrageiras, a depender de manejo e “janelas de plantio” na segunda safra.

“A  instalação das vitrines com cultivares BRS, na região do Planalto Central, permite a demonstração da genética Embrapa para essas três importantes culturas agrícolas, sendo uma oportunidade para divulgação de cultivares adaptadas e para estímulo à produção de sementes localmente, potencializando benefícios produtivos, econômicos e sociais, principalmente no contexto de alta demanda e bons preços de grãos”, afirma. 

Informações sobre os materiais apresentados na vitrine já lançados podem ser obtidas no www.embrapa.br/cultivares 

Juliana Caldas (MTb 4861/DF)

Embrapa Cerrados

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Em maio de 2021, o indicador internacional de preço ao produtor ficou 47,7% acima da média de 2018-2020. Mesmo com a forte elevação do custo da mistura concentrada no mesmo período, a margem do produtor fechou o mês 21% acima da média histórica.

Veja esses dados no novo Boletim “Radar Internacional” disponível no site do Centro de Inteligência do Leite

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A variação do custo de produção de leite em maio foi 2,89%, conforme o ICPLeite/Embrapa. Os grupos ligados à alimentação animal continuam como os principais responsáveis pelas altas nos custos.

Veja esses dados e as variações acumuladas no ano e em 12 meses, no Boletim ICPLeite disponível no CILeite.

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