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O custo de produção de leite caiu em julho, após quatro meses de alta. Essa queda, de 0,30%, foi resultado da deflação nos grupos Concentrado (- 1,95%), Mão de obra (- 1,30%) e Energia e combustível (-0,35%).

Apesar desse resultado, no acumulado do ano, o ICPLeite/Embrapa registra elevação de 9,01%. Os maiores aumentos ocorreram nos grupos Energia e combustíveis (+ 21,11%), Sal Mineral (+ 14,76%), Concentrado (+ 12,87%) e Qualidade do leite (+ 11,09%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, o ICPLeite/Embrapa está 15,42% maior, impulsionado principalmente pelos grupos Energia e combustível e Concentrado. Importante notar que, nesse período todos os grupos componentes do custo registraram aumentos.

Mais detalhes sobre essas variações por períodos e por grupos, bem como a metodologia de cálculo, estão disponíveis na publicação ICPLeite / Embrapa da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de julho de 2018, que pode ser acessada no site: http://www.cileite.com.br/content/%C3%ADndice-de-custo-de-produ%C3%A7%C3%A3o-de-leite-4

Caso tenha interesse em mais informações atualizadas sobre o mercado do leite não deixe de acessar o site do Centro de Inteligência do Leite. Para receber e-mails informativos com as publicações recentes (newsletter) do Centro de Inteligência é só se cadastrar: http://www.cileite.com.br/user/register

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LEITE NA TERRA DA UVA

Meu artigo na Revista Balde Branco de Julho.

LEITE NA TERRA DA UVA

Este mês estive nas serras gaúchas, terra das vinícolas mais importantes e famosas do Brasil. Mas, o que me levou lá foi o leite. Aquela região disputa com o oeste Catarinente e o sudoeste do Paraná a liderança em densidade de produção por km, que é o que interessa para a indústria. Estive em três municípios: Veranópolis, Paraí e Carlos Barbosa participando de simpósios regionais para produtores de leite. Uma bela surpresa foi ver casais chegando de mãos dadas. Contei onze em Veranópolis, perdi a conta a partir de quinze em Paraí e em Carlos Barbosa teve casal com filhos no colo e no carrinho de bebê. Na terra da uva, o que reúne a família é o leite!

Desde 2013, desenvolvemos ali o projeto Gepleite, com a Cooperativa Santa Clara, a mais antiga do Brasil, criada há 104 anos! O foco é gestão de propriedades. O Projeto é exemplo de inovação aberta, pois o Carlos Araújo e o seu time de técnicos estão desenvolvendo conosco esta ferramenta, que começou na CCPR, com o Jacques Gontijo, o grande inspirador e mentor. Hoje, o Alexandre Guerra e João Seibel, diretores da Santa Clara, apoiam este trabalho, que possibilita ao produtor conhecer o desempenho econômico e financeiro da sua propriedade em tempo real. Nada similar há no mundo!

Assisti o produtor participante do Gepleite apresentar o desempenho da sua propriedade. Produz em oito hectares! Era desleixado com a atividade e, segundo ele, mudou sua visão, depois que começou a participar do Gepleite. Agora, fica ansioso para o fechamento da planilha mensal de desempenho financeiro, para ver se destruiu ou gerou valor naquele mês. Depois da minha palestra, um produtor me mostrou vídeos e fotos da propriedade dele com o Capiaçu, um capim que criamos na Embrapa Gado de Leite e que, se você não conhece, considere-se desatualizado. Ele esteve conosco em 2016 e levou uma muda. Aí, lembrei que, no início do mês estive na CNA e o presidente da Federação de Produtores da Paraíba fez questão de me mostrar fotos do Capiaçu na fazenda dele. O Capiaçu está tomando o Brasil.

Almocei entre os produtores para interagir com eles. Conheci uma senhora e a filha que entraram no leite há três anos, apenas. Deixaram a cultura do fumo. Perguntei qual o motivo e elas me disseram que era “por ser menos penoso e mais lucrativo”. Descobri que existe algo mais penoso que produzir leite! Na minha frente, uma nova Gizele Bündchen, loira, alta, magra e olhos absurdamente claros, me disse que ela, o marido e a sogra também haviam deixado o cultivo do fumo. Perguntei pelo marido e ela me disse que alguém precisava cuidar das vacas e alguém precisava aprender coisas novas, terminando com um belo sorriso.

Fui com Marcelo Machado e Raquel Soletti, técnicos da DSM, conhecer um produtor que está no programa Gepleite da Santa Clara, que desativou a avicultura e a horticultura para se dedicar ao leite. Começou com sistema semi-confinado e agora está no confinamento pleno. Perguntei por que trocou as duas atividades pelo leite e ele disse que a horticultura é desumana e a avicultura não dá dinheiro. O leite ganha das duas no quesito "meu tempo" e "dinheiro no bolso". Ele já esteve conosco durante uma semana em Coronel Pacheco. A mulher, ele e o tio cuidam da fazenda de 30 hectares.

No dia seguinte, estive em Paraí. Na abertura do Simpósio do Leite o prefeito, o padre, o diretor da Coopearativa, o gerente regional da Emater e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da região falaram sobre a importância de estar aberto para absorver tecnologia. Isso é muitíssimo diferente do que ocorre em outros locais no Brasil e explica por que o RS conseguiu assumir a liderança nacional de produtividade por vaca. As instituições atuam articuladas a favor da modernização constante do leite e fazem discurso sincronizado. Assim, o produtor se sente protegido e valorizado. No almoço, sentei com os produtores e todos ali cuidavam da fazenda com um ou dois membros da família, sem empregados, e tinham produção por volta de 30 litros/vaca/dia, o que os colocam com produtividade compatível com o que há de melhor no mundo do leite. Todos, produtores familiares.

Também visitei um produtor de leite participante do Gepleite que foi o primeiro do Brasil a ter ordenha robotizada. Fiquei muito bem impressionado com o que vi e pude entender os números que temos dele. Conhecia outros dois, um em MG e outro no RS. Mas, este tem a fazenda na ponta dos dedos, como piloto de fórmula um. No terceiro dia o simpósio foi na sede da Cooperativa, em Carlos Barbosa, o terceiro município com maior densidade de leite do Brasil. A produção é essencialmente familiar e ninguém pensa em abandonar a atividade para trabalhar na Tramontina, essa famosa empresa de utensílios de cozinha, que tem sede lá.

Há um Brasil novo surgindo. Um Brasil silencioso e revolucionário. Em que a produção familiar se alia ao robô. Um novo produtor está no campo, buscando tecnologia, querendo gerenciar sua propriedade de modo competente. Este é o verdadeiro Brasil.

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As variações de preços são os destaques na conjuntura do mercado lácteo neste mês de julho. No cenário internacional, os preços de quase todos os derivados negociados no primeiro leilão GDT de julho despencaram. Notadamente, parece estar havendo redução do volume comprado pelos principais importadores, ao passo que os maiores produtores continuam ampliando a oferta do produto no mercado internacional.

Já no cenário nacional, o preço do leite pago ao produtor continua em ascensão, mas houve desaceleração no ritmo dos aumentos. De maio a junho, o preço subiu 3,3%, enquanto nos meses respectivamente anteriores os aumentos foram de 8,4%, 7,7% e 5,3%. Entretanto, com a entressafra e os efeitos da greve dos caminhoneiros, a menor oferta de leite no mercado pode ainda pressionar a valorização dos preços em julho e agosto.

Nos supermercados, o aumento de preços do leite UHT tem assustado os consumidores. Dados da Abras mostram que no ano, o aumento do preço do leite longa vida foi de 11,5%. No atacado no estado de São Paulo, os preços do leite UHT parecem estar se estabilizando nesse início de julho, após os elevados incrementos verificados em junho. Neste cenário, fica evidente que se a demanda por lácteos não reagir, os preços cairão em breve. Isso porque a análise do PIB mostra uma recuperação lenta da economia brasileira no início deste ano.

Confira essa análise completa com mais detalhes na NOTA DE CONJUNTURA da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de julho de 2018 que também apresenta os resultados de pesquisa recente da Fiesp que evidenciam que os consumidores brasileiros adotaram novos hábitos de consumo em função da crise econômica e que estão dispostos a mantê-los. A publicação está disponível no site http://www.cileite.com.br/content/nota-conjuntura

No site também estão disponíveis diversas informações atualizadas sobre a cadeia produtiva do leite como o Boletim "Indicadores: Leite e Derivados", além de publicações como o Índice de Custo de Produção de leite da Embrapa (ICPLeite), de periodicidade mensal, além dos boletins com indicadores agrícolas e macroeconômicos, com atualização bimestral. Caso tenha interesse em receber e-mails informativos com as publicações recentes (newsletter) é só cadastrar no site: http://www.cileite.com.br/user/register 

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Mitos sobre a calagem do solo

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Foto: Carlos Kurihara

O plantio de soja no Mato Grosso do Sul deve ter início no dia 1º de outubro, de acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). E o mês de agosto é tradicionalmente um momento oportuno para os agricultores se dedicarem ao manejo da fertilidade do solo, por meio da aplicação de calcário e gesso agrícola.

A calagem é fundamental para os solos naturalmente ácidos, que é uma característica dos solos de regiões tropicais. A tomada de decisão para a correção da acidez do solo deve ser embasada nos resultados de análises de solo, feitas em laboratório credenciado, que indicarão o tipo (calcítico ou dolomítico) e a quantidade adequada de calcário a ser aplicado em cada talhão.

Apesar de ser uma prática corriqueira dos produtores rurais, alguns agricultores não têm obtido o retorno esperado quando o assunto é calagem. Para esclarecer algumas dúvidas quanto ao assunto, o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Carlos Hissao Kurihara esclarece alguns mitos e verdades sobre a calagem, que poderão contribuir com um resultado positivo em relação a esse tema.

1. A aplicação simultânea de calcário e gesso pode prejudicar a correção da acidez do solo?
Mito. Experimentos conduzidos na Embrapa Agropecuária Oeste revelaram que é possível realizar a distribuição de gesso a lanço, associado à calagem, sem prejudicar a correção da acidez do solo. Esse é uma estratégia de manejo recomendada para se obter a melhoria do ambiente radicular em profundidade, reduzindo os impactos negativos dos veranicos e/ou estiagens.

O gesso agrícola é um subproduto da fabricação de ácido fosfórico, utilizado na produção dos fertilizantes fosfatados, constituído por cálcio, enxofre, fósforo e flúor. Este insumo tem sido utilizado como melhorador do ambiente radicular no perfil do solo, em doses que variam de 700 a 3.200 kg/ha, conforme a textura do solo. Aplicado superficialmente, sem a necessidade de incorporação com implementos agrícolas, o gesso é dissolvido facilmente, em condições adequadas de umidade. Como resultado desta dissolução, há liberação de sulfato, que tem a propriedade de se deslocar facilmente para as camadas mais profundas, carregando consigo nutrientes importantes para o crescimento das plantas, tais como o cálcio, o magnésio e o potássio. Desta forma, a aplicação de gesso permite a melhoria da fertilidade do solo (saturação por bases) em profundidade. Indiretamente, o aumento nos teores de cálcio, magnésio e potássio nas camadas subsuperficiais do solo, resulta na diminuição dos efeitos tóxicos do alumínio sobre as raízes das plantas. Isso ocorre porque a presença destes nutrientes, denominados catiônicos, faz com que o alumínio fique relativamente “diluído” nas fases líquida e sólida do solo (diminuição da saturação por alumínio).

Como resultado, há maior crescimento do sistema radicular. Em teoria, se o gesso for aplicado junto com o calcário, poderia haver diminuição da velocidade de reação deste último, resultando no prolongamento do tempo necessário para que este insumo pudesse ter efeito sobre a correção da acidez. Por esta razão, existiam indicações para que o gesso fosse distribuído somente alguns meses após a calagem, para haver tempo suficiente para que o corretivo se dissolvesse no solo, na ausência do gesso, e conseguisse neutralizar os componentes da acidez.

Contudo, diante da falta de informações acerca da magnitude da interferência do gesso na solubilidade do calcário, quando estes insumos são aplicados de forma conjunta, o estudo de viabilidade de aplicação simultânea foi realizado. Os resultados obtidos, por meio de experimento conduzido na Embrapa Agropecuária Oeste, indicaram que a aplicação conjunta com gesso, mesmo em dose elevada (até 7 ton/ha), não prejudicou a reatividade do calcário, avaliada em termos de elevação do pH e neutralização do alumínio, independentemente da textura do solo.

2. Para calcular a quantidade de calcário utilizado na calagem, devo considerar apenas o valor da saturação por bases, representada por V%?
Mito. É preciso considerar também o Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) e a profundidade desejada de incorporação de corretivo no solo. Um dos critérios mais utilizados para se definir a quantidade de calcário a ser aplicado é a saturação por bases, que vem a ser a proporção na qual o complexo de adsorção de um solo está saturado por cálcio, magnésio e potássio. Em suma, a saturação por bases, representada por V%, nada mais é do que a percentagem das cargas negativas que um determinado solo possui em pH 7,0 (também denominado de capacidade de troca de cátions, ou simplesmente, CTC potencial) e que está ligada aos cátions básicos. Por este critério, a partir dos resultados da análise química realizada em uma amostra de solo representativa do talhão, estima-se a quantidade de calcário necessária para se elevar a saturação por bases a um valor considerado ideal, normalmente 60%; porém, este valor pode variar, em função da tolerância da espécie vegetal a ser cultivada, aos efeitos da acidez.

Muitos produtores rurais, e mesmo técnicos da assistência, comumente questionam a razão pela qual a aplicação de calcário em dose estimada por este critério, quase sempre resulta na correção apenas parcial da acidez do solo; em outras palavras, a saturação por bases efetivamente obtida, na maioria das vezes é inferior àquela que foi almejada.

Essa aparente discrepância é resultante de um conjunto de fatores que costumam ocorrer rotineiramente nas propriedades agrícolas, em maior ou menor magnitude, e que podem passar despercebido pelo produtor rural. A dose de calcário estimada pelo critério da saturação por bases é estabelecida para um corretivo de acidez com PRNT padrão de 100% e a incorporação em uma profundidade de 20 cm. O PRNT é um índice cujo valor depende dos teores de cátions neutralizantes (ou seja, os teores de CaO e MgO) e do grau de moagem do produto. Por esta razão, quando se utiliza um calcário com valor de PRNT menor ou maior do que o padrão 100%, torna-se necessário aumentar ou diminuir proporcionalmente a quantidade a ser aplicada, respectivamente. Da mesma forma, se por algum motivo o produtor rural vai realizar a incorporação do calcário em profundidade maior do que 20 cm, deve-se aumentar a dose de forma proporcional ao volume de solo que será corrigido. Estes dois fatores muitas vezes são ignorados em função da sua aparente banalidade. Porém, ao se aplicar um calcário com PRNT de 85%, e incorporá-lo em uma camada de 25 cm, a quantidade do corretivo deve ser aumentada em 47%.

3. Armazenar o calcário a granel, no próprio campo, pode trazer algum problema em relação à qualidade do produto?
Mito. O calcário armazenado a granel, no próprio campo, não terá diferença em sua qualidade química, comparativamente ao calcário ensacado, armazenado no galpão. Contudo, é importante que o agricultor esteja ciente de que o insumo armazenado a granel pode conter umidade em torno de 10 a 15% e o uso de calcário úmido pode resultar em equívoco grosseiro na correção da acidez do solo. Em geral, não há tempo para se proceder a determinação da umidade do produto, razão pela qual acaba se aplicando uma dose efetivamente menor do que o necessário. E como os erros são cumulativos, se o agricultor utilizar um calcário com 85% de PRNT e 15% de umidade, e se pretenda corrigir a camada de 25 cm de profundidade, a quantidade de corretivo deve ser acrescida em 73%.

4. Aplicação de calcário é tão simples, que qualquer um pode fazer?
Mito. Para o bom êxito da calagem e obtenção do potencial completo de correção da acidez do solo, alguns fatores devem ser observados. O processo passa pela necessidade obrigatória de realizar uma correta e qualificada análise de solo, com atenção ao procedimento de coleta de amostras, análise em laboratórios de qualidade, interpretação correta do nível de fertilidade; regulagem adequada do distribuidor de calcário em função do valor de PRNT, da profundidade de incorporação e da umidade do produto; e uniformidade na distribuição.

Christiane Congro Comas (Mtb-SC 00825/9 JP)
Embrapa Agropecuária Oeste

Contatos para a imprensa
agropecuaria-oeste.imprensa@embrapa.br
Telefone: (67) 3416-6884

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Fonte: Portal Embrapa

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O custo de produção de leite apresentou mais um acréscimo em junho, o quarto consecutivo. Esse novo aumento, de 1,51%, só não foi mais expressivo por causa da deflação no grupo Concentrado, que após nove meses seguidos de alta caiu 2,30%.

No acumulado do ano, o ICPLeite/Embrapa já registra elevação de 9,34%. As maiores elevações ocorreram nos grupos Energia e combustíveis (+ 21,53%), Concentrado (+ 15,12%) e Sal Mineral (+ 10,65%). Também contribuíram para a elevação do custo os grupos Mão de obra (+ 5,74%), Sanidade (+ 5,40%) e Qualidade do leite (+ 5,36%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, o ICPLeite/Embrapa está 15,85% maior, impulsionado principalmente pelo grupo Concentrado. Importante notar que nesse período, todos os grupos componentes do custo registraram aumentos.

Mais detalhes sobre essas variações por períodos e por grupos, bem como a metodologia de cálculo, estão disponíveis na publicação ICPLeite / Embrapa da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de junho de 2018, que pode ser acessada no site: http://www.cileite.com.br/content/%C3%ADndice-de-custo-de-produ%C3%A7%C3%A3o-de-leite-4

Caso tenha interesse em mais informações atualizadas sobre o mercado do leite não deixe de acessar o site do Centro de Inteligência do Leite. Para receber e-mails informativos com as publicações recentes (newsletter) do Centro de Inteligência é só se cadastrar: http://www.cileite.com.br/user/register

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A Embrapa está com inscrições abertas até o próximo dia 31 de julho para o curso online IrrigaWeb, com carga horária de 200 horas. Em sua nova versão, o IrrigaWeb – capacitação online em Uso e Manejo de Irrigação – terá novo design instrucional e gráfico com muitos recursos modernos e didáticos, como videoaulas, animações e game.

O conteúdo é dividido em três módulos (Fundamentos, Requerimentos e Aplicação) com 11 unidades técnicas que abrangem temas como gestão da água, seleção do método de irrigação, estratégias de manejo, desempenho de sistemas, avaliação econômica, fertirrigação e muito mais. O curso é ofertado totalmente a distância no calendário de agosto a dezembro de 2018 (onde o aluno organiza o seu próprio horário de acesso).

De acordo com a pesquisadora Sara Rios, coordenadora-executiva da capacitação, o IrrigaWeb é um serviço estratégico que permite a expansão da capilaridade das ações de compartilhamento de conhecimentos e de comunicação.

As vagas para a turma de 2018 são limitadas! Garanta a sua em http://bit.ly/2L3zLEO . O lote promocional esgotou nas primeiras 24 horas, mas ainda dá tempo de se inscrever pelo valor normal e há descontos para grupos.

Para saber mais, visite: http://bit.ly/e-campo e http://bit.ly/eadembrapa . Interessados em estabelecer parcerias com a organização do curso devem entrar em contato pelo e-mail irrigaweb@embrapa.br .

Guilherme Viana (MG 06566 JP)
Embrapa Milho e Sorgo

Fonte: Embrapa


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Os preços do leite pagos ao produtor continuaram em recuperação em junho (referente ao leite entregue em maio). Entretanto, essa última valorização mensal foi a menor desde o início desses aumentos em fevereiro desse ano. Nesse último mês, o leite ao produtor fechou cotado a R$1,41 na média nacional, alta de 2,76% na comparação mensal. Essa valorização fez com que os preços atuais superassem, pela primeira vez no ano, os valores nominais pagos no mesmo mês de 2017.

Esse aumento no preço recebido pelo leite foi acompanhado de reduções nos preços do milho e do farelo de soja. Assim, a relação de troca litros de leite / quilo de ração apresentou uma expressiva melhoria em junho. Apesar disso, os índices de relação de troca continuam desfavoráveis aos produtores quando comparados com os valores registrados há um ano atrás.  Já o custo de produção, medido pelo ICPLeite/Embrapa, apresentou novo aumento, a quarta elevação consecutiva, sendo essa última de 1,51%. Na comparação anual, índice de custo de junho fechou 15,85% maior que no mesmo mês de 2017.

No varejo, o preço do leite UHT disparou em junho, reflexo da greve dos caminhoneiros ocorrida no final de maio e da entressafra. No mês, o produto teve aumento de 15,63% fazendo com que o preço de junho superasse pela primeira vez no ano, os valores praticados no mesmo mês de 2017.

Na balança comercial, as importações brasileiras de leite e derivados continuam menores em relação ao mesmo período de 2017. Em junho, as importações recuaram 40,6% em relação ao mesmo mês de 2017. No acumulado do primeiro semestre de 2018, essa redução foi de 35,9%. Já as exportações registraram queda ainda maior, de 75,1% na comparação com mesmo mês do ano anterior e de 57,3% no acumulado do ano.

Esses dados estão apresentados no boletim mensal de INDICADORES LEITE E DERIVADOS da Plataforma de Inteligência Intelactus. Na edição de julho de 2018 veja também os dados da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE que mostraram que a região Sul foi a grande responsável pelo aumento da produção de leite sob inspeção nesse primeiro trimestre de 2018. A publicação está disponível no site http://www.cileite.com.br/content/indicadores-leite-e-derivados-1

No site também estão disponíveis diversas informações atualizadas sobre a cadeia produtiva do leite, além de publicações como o Índice de Custo de Produção de leite da Embrapa (ICPLeite) e a Nota de Conjuntura de Mercado do Leite, de periodicidade mensal, além dos boletins com indicadores agrícolas e macroeconômicos, com atualização bimestral.

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O DIA DA INOVAÇÃO

O DIA DA INOVAÇÃO
 
Criada nos EUA em 2001, o Compost Barn foi trazido ao Brasil em 2013, pelo Prof. Fernando Laranja e se propaga rapidamente entre nós. Os compostos em operação nos Estados do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás já ultrapassaram a barreira de mil instalados. No auge da greve dos caminhoneiros, no dia 26 de maio estive na Fazenda São Pedro, em Bom Despacho-MG, na inauguração do primeiro Compost Barn do Brasil movido a energia solar. Não tenho notícias que haja outro no mundo e tenho certeza que será a grande onda tecnológica do leite a partir de agora.
 
Os resultados da Fazenda São Pedro são arrebatadores. Após a instalação do Compost Barn, ainda sem energia solar, em apenas um ano a produtividade do rebanho cresceu 42%, medida em produção por vaca/dia, e o custo com alimentação caiu de 53% para 42% do custo total. Os casos de mastite no rebanho eram de 17 por dia e caíram para apenas dois por dia. Mas, o custo da energia na fazenda cresceu, pois o consumo total de 8 mil subiu para 23 mil kWh/mês. Portanto, praticamente triplicou. Ainda assim compensou, já que a produtividade aumentou em sete litros por vaca/dia. Todavia, sem o Compost Barn o custo da Energia Elétrica de toda a fazenda era de R$ 4 mil por mês. Com ele, foi para R$ 12 mil/mês.
 
Então, a Fazenda São Pedro inovou na já inovadora tecnologia do Composto. Os ventiladores passaram a ser movimentados à base de energia solar, gerada por células fotovoltaicas. Como a capacidade de geração é maior que o necessário para movimentar os ventiladores, o excedente é usado no restante da fazenda, que ficou autossuficiente a partir de agora. A Fazenda não tem necessidade de comprar energia. Pega emprestado da Cemig nos momentos em que não há sol e devolve quando o sol brilha no horizonte. Sem a energia solar, em média, uma vaca gastava R$ 0,60 de energia por mês. Agora, considerando todos os investimentos feitos, gasta apenas R$ 0,15. Isso, sem contar a elevação do custo da energia neste mês de junho, que subiu 19% de uma só vez.
 
Na Inauguração, estiveram vários produtores lendários, por serem inovadores. Um deles era o senhor Geraldo Mesquita, da fazenda Canoas, Luz - MG. Ele começou a fazer seleção de Gir para leite em 1973. Portanto, três anos antes da criação da Embrapa Gado de Leite, onde surgiu o Gir Leiteiro, fruto do programa de melhoramento desta raça, que começou apenas 12 anos após o senhor Geraldo ter iniciado a seleção genética na sua fazenda. Sua propriedade participa do programa de melhoramento da raça Gir Leiteiro, que a Embrapa Gado de Leite lidera.
 
Outro personagem inovador presente foi o ex-ministro Alysson Paulinelli. Ele fez uma palestra contando como começou a Embrapa Gado de Leite em Coronel Pacheco, em 1976. Com riqueza de detalhes, descreveu como planejou, buscou apoio e executou algo que parecia impossível, que foi se valer da pesquisa, por meio da criação da Embrapa, para viabilizar a revolução do cerrado brasileiro, via Minas Gerais. Com sua liderança, somos hoje o único país tropical que domina a tecnologia de produção neste tipo de bioma. Sem esta inovação, os países que importam alimentos e fibras do Brasil teriam dificuldades de abastecimento e os que não importam de nós iriam conviver com preços mais elevados, já que o Brasil é formador de preços no mercado internacional. Sem a produção vinda do cerrado brasileiro, os preços vão lá nas alturas.
 
A fazenda São Pedro é de propriedade do Jacques Gontijo, que tem toda uma trajetória de inovador. Com ele e com o estimado professor Sebastião Teixeira Gomes, fizemos a primeira metodologia de reajuste de preços de leite, que vigorou como lei até o Governo Collor, quando os preços deixaram de ser tabelados. Ele foi o responsável pela engenhosidade que permitiu a Itambé ter sócio privado, mesmo sendo cooperativa. Foi ele que liderou a modernização da Itambé há dez anos, desenhada pelo professor Vicente Falconi, o consultor de empresas brasileiro mais conhecido e respeitado em todo o mundo. Foi ele também um dos pioneiros do cooperativismo de crédito, hoje um sistema sólido e com capilaridade. Em 2010, ele e eu construímos uma proposta para viabilizar crédito especial para inovação na propriedade rural e levamos ao presidente do BNDES. Em 2012, o ligadíssimo Valter Bianchini, então secretário de Agricultura Familiar, encampou esta proposta e a levou para onde realmente se decide no Governo, ou seja, Ministério da Fazenda e Casa Civil. Esta foi a origem do Inovagro, linha de crédito do BNDES criada em 2013 e que permite o produtor investir em inovação na sua produção. Também, junto com a equipe da Embrapa, fizemos o Gepleite, o mais inovador aplicativo de gestão financeira de propriedade leiteira.
 
No dia 19 de outubro é comemorado o Dia Nacional da Inovação. Pois, neste 26 de maio, junto a Geraldo Mesquita, Alysson Paulinelli e Jacques Gontijo, três lendas vivas da inovação do agronegócio do leite brasileiro, tive o meu particular e inesquecível Dia Nacional da Inovação no Leite.
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Historicamente, a produção brasileira de leite apresenta seus menores volumes entre abril e junho, enquanto o preço do leite pago ao produtor atinge seu pico entre junho e agosto. Já a magnitude do aumento de preços é muito variável a cada ano. Em 2018, de janeiro a maio, o preço do leite ao produtor valorizou 26%, sendo que esses aumentos refletiram principalmente os repasses de preço do leite no atacado e no varejo.

No atacado, após aumento de 26,5% entre janeiro e abril, o preço do leite UHT ficou praticamente estável em maio. Entretanto, o cenário mudou completamente na primeira quinzena de junho. Os efeitos da greve dos caminhoneiros, somados a menor oferta de leite típica do período de entressafra, resultou em forte valorização do preço do leite UHT no atacado.

Esse aumento no atacado será repassado aos preços pagos ao produtor. Entretanto, tal repasse servirá apenas para amenizar a situação dos pecuaristas que vem convivendo com preços reais do leite baixos e custo de produção elevado.

A magnitude e a duração desse aumento dependerão da recuperação da oferta de leite ao fim da entressafra, dos impactos residuais da greve dos caminhoneiros na produção, da reação do consumo de lácteos e da capacidade de absorção desses aumentos de preços pelo consumidor. 

Confira essa análise completa com mais detalhes na NOTA DE CONJUNTURA da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de junho de 2018 que também apresenta uma análise do comportamento de preços do leite, do milho e do farelo de soja nos últimos anos. A publicação está disponível no site http://www.cileite.com.br/content/nota-conjuntura
No site também estão disponíveis diversas informações atualizadas sobre a cadeia produtiva do leite como o Boletim "Indicadores: Leite e Derivados", além de publicações como o Índice de Custo de Produção de leite da Embrapa (ICPLeite), de periodicidade mensal, além dos boletins com indicadores agrícolas e macroeconômicos, com atualização bimestral. Caso tenha interesse em receber e-mails informativos com as publicações recentes (newsletter) é só cadastrar no site: http://www.cileite.com.br/user/register 

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Os preços do leite ao produtor continuam em recuperação, sendo que em maio a valorização mensal foi a maior desde o início desses aumentos em fevereiro desse ano. Nesse último mês, o leite ao produtor fechou cotado a R$1,37 na média nacional, alta de 8,27% na comparação mensal. Essa valorização aproximou os preços atuais dos valores pagos em maio de 2017, sendo essa diferença agora de apenas 1,03% para menos.

Entretanto, esse aumento no preço recebido foi acompanhado pelos aumentos nos preços do milho e do farelo de soja. Assim, a relação de troca leite / ração apresentou uma redução de apenas 1,91%. Já o custo de produção, medido pelo ICPLeite/Embrapa, apresentou novo aumento, mas de menor magnitude que as duas altas anteriores, de 0,23%. De toda forma, em maio o índice de custo fechou 10,93% maior que no mesmo mês de 2017.

No varejo, o preço do leite UHT vem mantendo sua valorização, pelo quarto mês consecutivo, sendo essa última alta de 2,65%. Entretanto, o preço atual ainda está 5,05% abaixo do registrado em maio de 2017.

Na balança comercial, as importações brasileiras de leite e derivados continuam menores em relação ao mesmo período de 2017. Em maio, as importações recuaram 27,6% em relação ao mesmo mês de 2017. No acumulado do ano essa redução foi de 34,8%. Já as exportações registraram queda ainda maior, de 72,1% na comparação com mesmo mês do ano anterior e de 52,2% no acumulado do ano.

Esses dados estão apresentados no boletim mensal de INDICADORES LEITE E DERIVADOS da Plataforma de Inteligência Intelactus. Na edição de junho de 2018 veja também que o preço do leite em pó integral segue no patamar de US$3.300,00 por tonelada nos mercados da Oceania e da União Europeia. A publicação está disponível no site http://www.cileite.com.br/content/indicadores-leite-e-derivados-1

No site também estão disponíveis diversas informações atualizadas sobre a cadeia produtiva do leite, além de publicações como o Índice de Custo de Produção de leite da Embrapa (ICPLeite) e a Nota de Conjuntura de Mercado do Leite, de periodicidade mensal, além dos boletins com indicadores agrícolas e macroeconômicos, com atualização bimestral.

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16ª Cabra Fest - A festa da cabra leiteira

Já estão abertas as inscrições para o 15º Workshop Produção de Caprinos na Região da Mata Atlântica, que acontecerá nos dias 6 e 8 de julho, durante a programação do CabraFest, em Coronel Pacheco (MG). O evento trará discussões sobre caprinocultura e ovinocultura leiteiras na região, com painéis sobre novos enfoques e potencialidades de produção. Mais informações pelo telefone (32) 3311.7652 ou pelo e-mail cnpgl.nuttec@embrapa.br

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O custo de produção de leite apresentou mais um acréscimo em maio, o terceiro consecutivo. Entretanto, esse novo aumento foi menos expressivo que nos meses anteriores. Em maio, a alta foi de 0,23%.

No acumulado do ano, o ICPLeite/Embrapa já registra elevação de 7,71%. O acumulado no grupo Concentrado nesses cinco meses de 2018 foi de 17,82%, sendo o principal responsável pelo expressivo aumento de custos neste período. Também contribuíram para o crescimento do custo os grupos Sal mineral (+ 5,34%), Qualidade do leite (4,59%) e Mão de obra (+ 4,15%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses o ICPLeite/Embrapa está 10,92% maior, novamente impulsionado principalmente pelo grupo Concentrado. Importante notar que nesse período, todos os grupos componentes do custo registraram aumentos.

Mais detalhes sobre essas variações por períodos e por grupos, bem como a metodologia de cálculo, estão disponíveis na publicação ICPLeite / Embrapa da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de maio de 2018 que pode ser acessada no site: http://www.cileite.com.br/content/%C3%ADndice-de-custo-de-produ%C3%A7%C3%A3o-de-leite-4

Caso tenha interesse em mais informações atualizadas sobre o mercado do leite não deixe de acessar o site do Centro de Inteligência do Leite. Para receber e-mails informativos com as publicações recentes (newsletter) do Centro de Inteligência é só se cadastrar: http://www.cileite.com.br/user/register

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O volume de leite cru adquirido pela indústria nacional no primeiro trimestre de 2018 cresceu 4,1% em comparação com o mesmo período de 2017. Este desempenho mostra que a produção nacional ainda não foi impactada pela elevação dos custos de produção e pela queda dos preços do leite, iniciados no final de 2017. Entretanto, esse bom desempenho da produção não deverá se repetir nos próximos meses. 

A recente valorização do dólar diante do real é uma boa notícia para o produtor brasileiro no que diz respeito às importações por inibir a entrada de lácteos importados. Por outro lado, essa desvalorização do real pode impactar internamente nos preços do milho e da soja que já encontram-se elevados.

No atacado, a indústria brasileira continua enfrentando problemas de rentabilidade, mas algum repasse de preços já vem acontecendo, sendo que no período de janeiro a abril de 2018, o leite UHT subiu 24% na indústria e 8% ao consumidor.

A expectativa é que os repasses de preços continuem nos próximos meses, por um conjunto de fatores: início da entressafra; aumento dos custos de produção e desaceleração da oferta; recomposição de margens ao longo da cadeia produtiva; recuo das importações; desvalorização do real frente ao dólar; bons preços internacionais e melhoria das condições econômicas.

Confira essa análise completa com mais detalhes na NOTA DE CONJUNTURA da Plataforma de Inteligência Intelactus em sua edição de maio de 2018 que também apresenta uma análise da oferta mundial de leite que tem refletido na estabilidade no preço do leite em pó integral. A publicação está disponível no site http://www.cileite.com.br/content/nota-conjuntura

No site também estão disponíveis diversas informações atualizadas sobre a cadeia produtiva do leite como o Boletim "Indicadores: Leite e Derivados", além de publicações como o Índice de Custo de Produção de leite da Embrapa (ICPLeite), de periodicidade mensal, além dos boletins com indicadores agrícolas e macroeconômicos, com atualização bimestral. Caso tenha interesse em receber e-mails informativos com as publicações recentes (newsletter) é só cadastrar no site: http://www.cileite.com.br/user/register 

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     As feiras-livres tem algo mágico. As pessoas se encontram, conversam. O ambiente é amigável e prazeroso. No último sábado do mês passado fui à feira do bairro São Pedro, em Juiz de Fora – MG, minha cidade. Tive o prazer de ver como ela cresceu em 25 anos. Ela foi criada para atender pedidos dos moradores daquele bairro, quando eu era secretário de Agropecuária e Abastecimento do município. E vi muita variedade e cores. Mas, nem sempre foi assim. Nos anos 70, nossas quitandas eram feias. Só tinha abóbora, alface, couve, chuchu, mandioca, inhame, batata, banana e fruta da época. Produzíamos comida pouca. Éramos importadores de alimentos com os escassos dólares que não tínhamos. Vivíamos à base de empréstimos internacionais.
     Mas, evoluímos rapidamente e não me canso de ouvir os Titãs cantarem que “a gente não quer só comida, quer diversão e arte, quer dinheiro e felicidade...” Vixe! Quando comer não é mais o principal objetivo da vida, fica claro que superamos esta barreira da escassez de alimentos. A incerteza se teremos o pão nosso de cada ficou para traz. Em apenas 45 anos, de importador de alimentos, passamos a alimentar 210 milhões de brasileiros e mais 4,5 brasis mundo afora. Em 2017, exportamos alimentos para 140 países e, entre o que gastamos e arrecadamos em dólares, deixamos no Banco Central US$ 81,7 bilhões, que são usados para pagar desde a Coca-Cola que você bebe até o Netflix que você assiste. Afinal, tudo isso é pago em dólar. Foi a tropicalização de plantas e animais que não existia no Brasil, como soja, milho, capins, bois e vacas que permitiu esta conquista. O Brasil é o único país do mundo que faz agricultura diversificada na região tropical. E isso é fruto de tecnologia que foi gerada aqui, disponível para o mais empreendedor dos brasileiros, que é o produtor rural.
     Na última semana de abril a Embrapa completou 45 anos. Em vez de deitar sobre as conquistas do passado, reconhecida mundialmente como o motor tecnológico da transformação brasileira, lançou o documento Visão 2030 – O futuro da agricultura brasileira, acessível em https://www.embrapa.br/visao-2030 . O documento é fruto da visão de mais de 300 profissionais de várias instituições, não somente da Embrapa. Ali estão delineadas algumas tendências para o futuro próximo. Afinal, não é conversa de mineiro, 2030 é logo ali. Vamos ter cada vez mais mão-de-obra escassa e cara no campo, com poucos e grandes nos elos da cadeia produtiva. Serão menos produtores, produzindo grandes quantidades. Serão menos empresas processadoras e o varejo, que já é concentrado no Brasil, será ainda mais. Com recursos escassos, os processos produtivos terão de ser intensificados, ou seja, cada vez será necessário, para ser viável economicamente, obter maior produção por hectare. Perdas e desperdícios precisarão ser reduzidos, pois ainda estão altos.
     Apesar de Trump não acreditar, as mudanças climáticas já impactam a agricultura mundialmente e o Brasil também precisa se adaptar a esta nova realidade. Teremos de gerar plantas e animais resilientes, mais adaptados ao aquecimento global e às variações de temperatura. Também teremos de gerar novas ferramentas para mitigar três grandes riscos que estão presentes na atividade agrícola. Os riscos climáticos estarão mais intensos, os riscos de mercado, gerado pela maior volatilidade de preços e os riscos de gestão, já que a atividade agrícola exige que eficiência e reposicionamento contínuo.
     Num outro aspecto, precisaremos desenvolver competências para agregar mais valor às cadeias produtivas e o leite abre muitas possibilidades. Isso depende mais dos produtores e industriais, pois a inovação depende deles. Mas, a pesquisa pode atuar de modo decisivo. Por exemplo, no leite fica evidente que precisamos encontrar novos caminhos. É evidente que precisamos nos tornar exportadores, pois assim será possível conviver com preços internos mais estáveis. Ademais, o esforço de exportação aumenta a necessidade do setor ser mais eficiente, ter maior produtividade e gerar produtos de melhor qualidade. Mas, trabalhar a questão do valor em duas vertentes. Por um lado, é preciso é encontrar novos usos para o leite, de modo objetivo. Leite que não provocam alergia e leite que protege o coração são exemplos. Por outro lado, é preciso despertar o sentimento de experiências, como desperta os doces e queijos artesanais.
     Além de produzir alimentos seguros, saudáveis e rastreáveis, será preciso estar conectado com os anseios do consumidor, num cenário em que a biologia sintética, a bioinformática e o mundo digital serão decisivos para o sucesso da agricultura brasileira. A terra, as plantas e os animais continuarão a ser fonte de riqueza. Mas, cada vez mais fica evidente que o negócio agrícola vai depender as novas aplicações da ciência e este é um grande desafio, pois o Brasil parou de investir em ciência. Um risco, pois o sucesso até aqui alcançado não garante o futuro, que depende do que fizermos a partir de agora até 2030!
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A produção nacional de leite sob inspeção continuou crescendo no primeiro trimestre de 2018, segundo os dados preliminares do IBGE. A alta foi de 4,3% em relação ao primeiro trimestre de 2017, sendo o quarto trimestre seguido de expansão.
 
Em abril, os preços do leite ao produtor mantiveram a recuperação iniciada em fevereiro, fechando a R$1,27 na média nacional. Na comparação mensal, esse aumento de 7,75% foi o maior registrado nesses três meses de aumento devido a aproximação da entressafra. Na comparação com os valores pagos em abril de 2017, os preços atuais ainda estão menores em 7,5%.
 
No âmbito do custo de produção, medido pelo ICPLeite/Embrapa, houve aumento de 1,78% em abril, ficando 10,5% acima do índice registrado em abril de 2017. No acumulado desses quatro meses de 2018, o custo já subiu 7,46%.
 
No varejo, o preço do leite UHT também aumentou, pelo terceiro mês consecutivo, sendo esse aumento de 4,9% em abril. Entretanto, o preço atual ainda está 5,77% abaixo do registrado no mesmo mês de 2017.
 
As exportações e importações brasileiras de leite e derivados continuam menores em relação ao mesmo período de 2017. Em abril, as exportações recuaram 14,1%, enquanto que as importações registraram queda de 14,5%. No acumulado do primeiro quadrimestre, o déficit comercial fechou em 110,9 milhões de dólares.
 
Esses dados estão apresentados no boletim mensal de INDICADORES LEITE E DERIVADOS da Plataforma de Inteligência Intelactus. Na edição de maio de 2018, veja também o ranking das maiores empresas de laticínios do Brasil em 2017, que aumentaram em 5,6% a captação de leite sobre o ano de 2016. A publicação está disponível no site http://www.cileite.com.br/content/indicadores-leite-e-derivados-1

No site também estão disponíveis diversas informações atualizadas sobre a cadeia produtiva do leite, além de publicações como o Índice de Custo de Produção de leite da Embrapa (ICPLeite) e a Nota de Conjuntura de Mercado do Leite, de periodicidade mensal, além dos boletins com indicadores agrícolas e macroeconômicos, com atualização bimestral.

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9846964701?profile=originalFoi anunciado na terça-feira (08/05) o primeiro produto brasileiro de avaliação genômica para rebanhos leiteiros, cujo objetivo é selecionar animais geneticamente superiores. O serviço leva o nome de Clarifide Girolando e é voltado para essa raça bovina, resultante do cruzamento entre Gir Leiteiro X Holandês, e que é de grande importância para a pecuária leiteira nacional. A solução é fruto de parceria público-privada que envolveu a Embrapa, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e as empresas CRV Lagoa e Zoetis.

Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Marcos Vinícius Barbosa da Silva, o Clarifide é resultado de seis anos de pesquisas em genômica, genética molecular e bioinformática. “Reunimos o que há de mais avançado nos conhecimentos de genoma e sistemas computacionais para avaliar as informações provenientes de um chip com centenas de milhares de dados relacionados ao DNA bovino”, conta o cientista. A solução já está disponível no mercado. Os interessados devem procurar a Zoetis, caso se interessem em fazer a avaliação genômica de fêmeas. Para a avaliação de machos, a empresa credenciada é a CRV Lagoa.

A seleção dos animais superiores para os sistemas de produção de leite é feita a partir de uma amostra de material biológico que contenha células do bovino (veja no quadro abaixo a comparação entre o processo de melhoramento tradicional e a avalição genômica). As informações genéticas coletadas são comparadas com as que estão disponíveis no chip do Clarifide Girolando. Como resultado desse trabalho, o produtor recebe uma série de informações a respeito do animal, como produção e proteínas do leite, se é portador de genes que produzam defeitos genéticos, capacidade reprodutiva e outros dados necessários para que o processo de melhoramento do rebanho seja efetivo.

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Seleção antes de o animal nascer

A avaliação genômica abre grandes possibilidades para o melhoramento dos rebanhos. Ela permite, por exemplo, que o animal seja selecionado antes mesmo de nascer. É possível retirar uma pequena amostra (dez células) de um embrião após sete dias da fecundação in vitro (fertilização realizada no laboratório) e, por meio dessas poucas células, analisar todo o seu genoma. Caso o embrião possua as características desejáveis, ele é transferido para a vaca (barriga de aluguel) que irá proceder a gestação. Do contrário, poderá ser descartado. Além de economizar tempo, esse procedimento otimiza as barrigas de aluguel, pois a vaca passará a gerar somente os melhores embriões previamente selecionados.

Além da maior confiabilidade das informações, o coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Marcello Cembranelli, aponta a redução do tempo de avaliação dos animais, com a consequente redução dos custos, como a grande vantagem do Clarifide. Atualmente, a seleção de um touro para o teste de progênie (processo que indica os melhores reprodutores com base nas características das filhas) custa cerca de R$ 250 mil. Trata-se de um processo demorado, que pode durar por volta de dez anos. Com o Clarifide Girolando, isso é racionalizado, pois os resultados saem na hora e não é necessário avaliar a qualidade das gerações seguintes para identificar um bom reprodutor.

A redução de custos permite que pequenos e médios produtores possam inscrever seus animais nos testes de progênie. Supondo que o criador tenha vários tourinhos (potenciais reprodutores) com o mesmo grau de parentesco (irmãos completos), caso o criador possua recursos para inscrever apenas um indivíduo no teste, a comparação do genótipo de cada um deles por meio do Clarifide Girolando definirá o tourinho mais adequado ao programa.

“A introdução da avaliação genômica no programa de melhoramento democratiza as oportunidades da seleção, na medida em que permite que um número maior de produtores tenha acesso ao serviço”, declara Cembranelli, que prevê: “Haverá um grande salto de qualidade no programa de melhoramento. Por isso, a Associação Brasileira de Criadores de Girolando investiu nas pesquisas o seu bem mais precioso: o banco de dados de produção e pedigree. Temos certeza que a avaliação genômica terá alta confiabilidade e será uma importante ferramenta de decisão para os nossos mais de três mil associados em todo o País”.

Para o produtor Guilherme Marquez, da Fazenda Santa Gertrudes, em Uberaba (MG), a avaliação genômica surge como um importante recurso para o processo de seleção dos animais. “O Clarifide Girolando vem para nos dar mais informações e nos ajudar a antecipar as decisões, ou seja, conseguiremos ter resultados do processo de seleção com mais antecedência. Isso é de extrema importância para fazermos as mudanças necessárias no rebanho, de acordo com os planos de trabalho da fazenda. É muito importante para que possamos evoluir e ter animais melhores”, destaca o pecuarista.

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Rubens Neiva (MTb 5445/MG)
Embrapa Gado de Leite
cnpgl.imprensa@embrapa.br
Telefone: (32) 3311-7532
Fonte: Embrapa Gado de Leite

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Com o tema "Diversificação e Inovações para uma Agropecuária Sustentável", a SIT (Semana de Integração Tecnológica) chega à sua 11ª edição em 2018, somando mais de 17 mil participantes em toda a sua história. Realizado de 21 a 25 de maio na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), o evento traz como destaques este ano a realização de cinco seminários, que vão abordar os assuntos "pecuária leiteira", "agricultura digital", "sistemas integrados de produção", "horticultura" e "ILPF".

De acordo com o coordenador do evento, o engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo Fredson Ferreira Chaves, a escolha do tema foi motivada "pela diversidade de atividades que compõe o agronegócio desta região, pela necessidade de discutir soluções tecnológicas inovadoras que podem impulsionar os setores do agronegócio e pelo atual e futuro contexto, onde é cada vez mais crescente o uso do arsenal tecnológico digital, já realidade na agricultura brasileira e mundial".

Ainda segundo ele, a Semana de Integração Tecnológica se propõe a integrar instituições e os diversos setores que compõem o segmento agropecuário, promovendo o diálogo e a troca de experiências entre produtores rurais, pesquisadores, técnicos da extensão rural, universidades e empresas privadas, com princípio norteador de atender às demandas agropecuárias e ambientais da região Central de Minas Gerais, uma das responsáveis pelo Produto Interno Bruto do Estado, "sendo que o setor agropecuário detém significativo percentual dessas contribuições", acrescenta o agrônomo.

Lançamentos e atrações

Uma cultivar de milheto será lançada pela Embrapa - a variedade BRS 1502 (veja mais informações abaixo) - além da oferta de dois cursos à distância: Agricultura de Baixo Carbono (capacitação online sobre as principais tecnologias do Plano ABC visando a divulgação de conhecimentos sobre essa política pública nacional que tem como objetivos reduzir as emissões de gases de efeito estufa da agricultura por meio de sistemas de produção sustentáveis) e IrrigaWeb (capacitação online em uso e manejo de irrigação).

MILHETO - A cultivar de milheto BRS 1502 foi desenvolvida como produtora de grãos, de forragem e de palhada de alta qualidade, com crescimento rápido, alta capacidade de rebrota e de extração de nutrientes. É uma variedade de polinização aberta. Possui ciclo médio, com 60 dias da emergência ao florescimento, boa capacidade de perfilhamento e de recuperação na rebrota. Tem bom potencial de produção de massa em sistemas de plantio direto e alta produção de grãos (média de 2.500 quilos de grãos por hectare). Apresenta excelente sanidade foliar, tolerância ao acamamento e sistema radicular profundo.

SERVIÇO

A Semana de Integração Tecnológica oferece ainda uma série de atividades, com soluções tecnológicas, práticas e inovações para o setor agropecuário. A realização é da Embrapa, Universidade Federal de São João del-Rei, Emater-MG e Epamig. As inscrições estão abertas e são feitas pela internet. Todas as informações sobre o evento, inclusive a realização das inscrições, estão disponíveis no site http://sit.cnpms.embrapa.br/ .

Evento: 11ª Semana de Integração Tecnológica

Quando: 21 a 25 de maio de 2018

Onde: Sete Lagoas-MG: Embrapa Milho e Sorgo, Epamig e UFSJ

Inscrições: de 18/04 a 21/05/2018 pelo site http://sit.cnpms.embrapa.br/

Informações: (31) 3027-1323 / (31) 3027-1886

Guilherme Viana (MG 06566 JP)
Embrapa Milho e Sorgo
milho-e-sorgo.imprensa@embrapa.br
Telefone: (31) 3027-1905

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