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Foto: Humberto Nicoline

9846963073?profile=originalOs números de 2016 só serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 17 de março, mas a expectativa é que a produção de leite no Brasil sofra a maior queda em 55 anos, desde que os índices passaram a ser registrados. "Embora a captação formal de leite no terceiro trimestre do ano passado tenha apresentado uma recuperação de 12,1% em relação ao trimestre anterior, o volume total captado teve uma quebra de 4,9% quando comparado ao mesmo período de 2015", informa o pesquisador da Embrapa Gado de Leite João César Resende.

Os dados iniciais sugerem que a recuperação tenha se mantido no último trimestre, mas o País deve fechar 2016 com uma produção pouco acima dos 23 bilhões de litros, uma retração acima de 3% em relação a 2015 e há entre os analistas quem aposte em um índice de 4%. Os dois últimos anos não foram bons para o setor. Desde 2014, quando o Brasil registrou o maior volume de produção de leite sob inspeção (24,7 bilhões de litros), os índices vêm retrocedendo. Em 2015, a queda foi de 2,8% (figura 1).

Figura 1: Produção de leite sob inspeção no Brasil (bilhões de litros):

9846963460?profile=originalFonte: IBGE, adaptado pela Embrapa (2016: Estimativa Embrapa Gado de Leite).

Ano de extremos

Um dos fatores que favoreceu o menor volume produzido foi o preço internacional do leite. Nos leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT), a tonelada do leite em pó chegou a ser vendida em julho por US$ 2,062.00, preço muito abaixo da média, segundo analistas. Isso favoreceu a importação de leite da Argentina e do Uruguai. "Importamos o equivalente a 8% da nossa captação de leite no ano que passou", explica o também pesquisador da Embrapa Gado de Leite Glauco Rodrigues Carvalho. Em dezembro, o leilão da GDT já estava pagando pela tonelada do leite em pó US$ 3, 568.00. A expectativa de Carvalho é que essa seja a média dos preços internacionais ao longo de 2017, reduzindo a competitividade das importações, possibilitando uma recuperação da produção doméstica.

Outro fator que prejudicou o setor foi a quebra de safra do milho. Enquanto a safra do grão em 2014/2015 foi de 84,3 milhões de toneladas, no período de 2015/2016 houve uma queda de 21% (66,5 milhões de toneladas). Isso encareceu a alimentação concentrada do rebanho, aumentando os custos para o produtor. "Vivemos fatos extremos em 2016, o que demonstrou a desorganização e a fragilidade da cadeia produtiva do leite no Brasil", argumenta Carvalho. O reflexo dessa fragilidade se deu, principalmente, nos preços pagos ao produtor. O ano começou com preços muito baixos, com o pecuarista recebendo R$ 1,06/litro. A média do primeiro semestre ficou abaixo de R$ 1,20.

A consequência foi a queda da atividade industrial, com as indústrias chegando a conviver com uma capacidade ociosa em torno de 40%. Para ampliar a captação do produto, a reação foi aumentar os preços, cuja média no segundo semestre foi de R$ 1,49/litro. Carvalho informa que o pico ocorreu em agosto (R$ 1,69), mas teve leite sendo comprado de alguns produtores por mais R$ 2,00/litro. "Com uma amplitude tão grande de preços, fica difícil para qualquer setor se planejar", afirma o pesquisador.

Apesar de um ano de tão grandes variações, desde 2010, o valor pago ao produtor tem mantido uma certa regularidade, como mostra a Figura 2. A produção total do Brasil (leite inspecionado mais leite informal) apresenta uma curva ascendente enquanto os preços caem, o que, segundo Resende, demonstra o potencial da atividade: "A longo prazo, a queda dos preços pagos ao produtor reflete a diminuição dos custos de produção que ocorreu no período. Temos um setor produtivo mais eficiente, que se modernizou tecnologicamente. E os preços para o consumidor também acompanham a tendência de queda. Se não houvesse essa modernização, estaríamos pagando hoje mais de R$ 4,00 pelo litro de leite".

Figura 2: Evolução da produção e dos preços pagos aos produtores no Brasil (1975/2016):

9846963654?profile=originalFonte: IBGE e IEA (Organização: Embrapa Gado de Leite).

Tendências favoráveis para o mercado interno

Carvalho afirma que, para este ano, espera-se um volume de produção superior aos registrados em 2015 e 2016, mas sem excesso de oferta. "Será um ano de recuperação de safra, já que a relação preço do leite e insumo, na média, tende a ser melhor". O milho, vilão do aumento dos custos de concentrado em 2016, tende a ter preços mais amigáveis. A expectativa é que a safra 2016/2017 do grão gire em torno de 84 milhões de toneladas. A previsão somente para a safra de inverno é de 56 milhões de toneladas. O pesquisador espera que a safra de grãos no Brasil, capitaneada pela soja, seja recorde este ano.

Como já foi dito, os preços internacionais do leite tendem a subir, dificultando as importações, o que favorece o cenário interno. A tendência de aumento dos preços internacionais se ancora principalmente na desaceleração da produção na Europa e na queda recente da oferta na Oceania e na América Latina. A manutenção da cotação do dólar em patamares mais elevados também é um estímulo à produção interna, aumentando a competitividade relativa da exportação em relação à importação.

"Do ponto de vista do consumo interno, a tendência também é de melhora gradual", aponta Carvalho. "A despeito do frágil cenário político e econômico nacional, os indicadores têm melhorado e as perspectivas são de que inflação, taxa de juros e PIB caminhem no sentido de estimular o consumo, promovendo uma retomada do crescimento econômico, ainda que modesto", conclui.

O pesquisador destaca que, independentemente das oscilações conjunturais, existem transformações importantes acontecendo na cadeia produtiva do leite no Brasil. Entre elas, cita:

- Melhoria na gestão das propriedades;

- Maior especialização do rebanho brasileiro (dados de 2015 do IBGE mostram uma queda de 5,5% do número de vacas leiteiras, o que significa que os animais de pior genética estão sendo descartados);

- Maior velocidade na adoção de tecnologias, que geram ganhos de produtividade (algumas microrregiões brasileiras apresentam produtividade comparável a países de primeiro mundo);

- Menor custo de produção de milho e soja do mundo.

"Esses elementos, somados ao clima propício, à disponibilidade de terras, à relativa abundância de água e ao potencial de consumo de uma população continental tornam a pecuária de leite brasileira uma das atividades agrícolas de maior potencial", afirma Carvalho. Mas ele lembra que produzir leite exige gestão, dedicação e tecnologia, como em todas as atividades econômicas. "Os que conseguem unir essas características são os empreendedores que irão continuar tendo sucesso na atividade, garantindo uma boa remuneração e uma produção cada vez mais sustentável economicamente", finaliza.

Rubens Neiva (MTb 5445)
Embrapa Gado de Leite
gado-de-leite.imprensa@embrapa.br
Telefone: (32) 3311-7532

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Fonte: Portal da Embrapa

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Já está aberto, na página da Embrapa Produtos e Mercado, o Edital de Oferta pública de sementes forrageiras da BRS Piatã para quem quer produzir e comercializar a cultivar da Embrapa. A documentação para participar do processo deverá ser enviada até o dia 23 de dezembro para a Embrapa Produtos e Mercado, em Brasília, DF.


A BRS Piatã é uma cultivar de Brachiaria brizantha que esteve licenciada exclusivamente para a Unipasto – Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras. Findo o prazo de exclusividade, ela já pode ser ofertada aos interessados em comercializar esta que é uma das cultivares de forrageira de melhor aceitação pelos pecuaristas brasileiros.


Além da produtividade, a cultivar se destaca pela forragem de qualidade, com elevado acúmulo de folhas. Seus colmos são mais finos, o que facilita seu aproveitamento pelos animais. É uma planta com maior resistência às cigarrinhas típicas das pastagens do que o capim Xaraés, e de maior tolerância aos solos mal drenados que o capim Marandu.


A BRS Piatã proporciona maior ganho de peso aos animais do que os obtidos com as demais forrageiras. Além disso, possui alta proporção de massa verde e elevadas taxas de crescimento de folha e valor nutritivo.


Adaptada às condições de clima do Brasil Central, Norte, Sudeste e região costeira do Nordeste, a BRS Piatã é uma das cultivares mais utilizadas em áreas de pastejo e também em sistemas integrados, como o iLPF, permitindo uma área de primeiro pastejo de dois a três meses logo após o plantio.


Os selecionados pelo edital também poderão utilizar, na comercialização das sementes da cultivar BRS Piatã, o selo “Tecnologia Embrapa”. Todas as informações e documentação necessárias estão no edital, em https://www.embrapa.br/produtos-e-mercado/editais.

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A Embrapa Gado de Leite e Embrapa Semiárido, iniciou, este ano,  o projeto Palma forrageira: alternativa alimentar para o semiárido nordestino, com objetivo de  articular e realizar ações de intercâmbio e compartilhamento de conhecimentos junto a técnicos e produtores familiares a respeito de alimentação de bovinos leiteiros no semiárido nordestino, tendo como base a palma forrageira.

Chegado ao final do primeiro ano, o projeto já apresenta resultados de destaque, como: implementação de 06 Unidades de Referência Tecnológica (URT) no Ceará, em parceria com IFCE - campus Crato;  Rio Grande do Norte, em parceria com Emparn; , Pernambuco, em parceria com IPA; Alagoas, em parceria com Emater e  Sergipe, em parceria com Emdagro. Também foram elaboradas e disponibilizadas duas cartilhas no nível de letramento do produtor, sendo uma sobre Plantio e Manejo da Palma Forrageira e outra sobre Uso da Palma Forrageira na Alimentação de Bovinos de Leite. Vários cursos de capacitação sobre formulação de dietas e cálculo de rações foram ofertados a técnicos de Ater pública e privada. Calculamos mais de 70 técnicos capacitados no uso do software Calculeite nos vários estados do nordeste. Estes são apenas alguns dos resultados até o momento.

Para 2017 estão previstos dias de campo nas URTs com produtores, palestras, além de novas capacitações técnicas.

Para maiores esclarecimentos: elizabeth.fernandes@embrapa.br

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Slides apresentações Workshop Compost barn

Dia 17/11/2016 foi realizado em Juiz de Fora/MG o Workshop Compost barn: Uma alternativa para confinamento de vacas leiteiras.

O evento foi realizado pela Embrapa Gado de Leite e transmitido ao vivo pela RepiLeite. Disponibilizamos abaixo link para download dos slides das apresentações dos palestrantes:

http://www.cnpgl.embrapa.br/downloads/publico/compost-barn.zip

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Com a facilidade que a tecnologia nos proporciona, temos hoje a possibilidade de consultar as publicações da Embrapa a qualquer instante, de qualquer lugar do planeta!!

Além do computador e do notebook, já é possível utilizar um tablet, um smartphone ou até uma smartTV conectados à internet e visualizar/baixar, por exemplo, os Sumários de Avaliação Genética de Touros das raças leiteiras editados anualmente pela Embrapa.

Para auxiliar, estão disponibilizados a seguir os principais links de acesso a cada uma das publicações:

Holandês

http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/90335/1/DOC-158-Completo-Touros-Holand-2012.pdf

Guzerá

http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/143023/1/Guzer-Doc188-capa.pdf

http://www.cbmgguzera.com.br/sumariospnmgul/sumariospdf/17o%20Sumario.pdf

Gir

http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/145517/1/DOC-187-Gir-Sumario-Touros-2016.pdf

http://girleiteiro.org.br/arquivos/1950.pdf

Girolando

http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/145067/1/DOC-189-Girolando-2016.pdf

http://www.girolando.com.br/baixar.php?arquivo=arquivosSite/progenie/Sumario_de_Touros_Girolando_189_web.pdf

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Cerca de 50 toneladas de matéria seca por hectare/ano, média de 30% a mais do que as cultivares disponíveis. Essa é a produção da BRS Capiaçu, nova cultivar de capim-elefante, que será lançada pela Embrapa Gado de Leite no dia 26 de outubro. Entre as principais cultivares de capim-elefante, a BRS Capiaçu é também a que apresenta o maior teor de proteína (ver tabela 1).

Capiaçu, em tupi-guarani, significa "capim grande". A cultivar não nega o nome, ultrapassando cinco metros de altura. O resultado é alta produção de biomassa. "Essa é sua melhor característica", afirma o pesquisador Mirton Morenz. A gramínea é indicada para cultivo de capineiras. No período da seca, pode ser fornecida para os animais picada verde no cocho ou como silagem.

Potencial de produção e valor nutritivo

Tabela 1: A BRS Capiaçu se destaca pela alta produtividade e qualidade da forragem, quando comparada com outras cultivares de capim-elefante (plantas com 60 dias de crescimento).

A vantagem de utilizar o capim verde é que, assim, apresenta maior valor nutritivo. Conforme explica Morenz, "quando o capim é cortado aos cinquenta dias, chega a ter 10% de proteína bruta, índice superior ao da silagem de milho, com cerca de 7%". O teor de proteína cai para 6,5%, com o corte aos 90 dias e 5,5%, cortado aos 110 dias. O processo de ensilagem também diminui a quantidade de proteína, que passa a possuir um teor pouco acima de 5%.

Silagem de Capiaçu

Tabela 2: 1 – Base da matéria seca; 2 – Proteína Bruta; 3 Fibra em Detergente Neutro; 4 – Digestibilidade in vitro da Matéria Seca; 5 – Energia Metabolizável.

Segundo o pesquisador Antônio Vander Pereira, que coordenou o desenvolvimento da cultivar, a forrageira representa uma alternativa para a produção de silagem de baixo custo. "O que se gasta com a produção de silagem de BRS Capiaçu é três vezes menos comparado à silagem de milho ou de sorgo", diz. O valor nutritivo é comparável à silagem das forrageiras tradicionais e superior ao da cana-de-açúcar.

Para atender aos requerimentos energéticos e proteicos do rebanho, tanto na silagem de milho quanto na de BRS Capiaçu, a suplementação concentrada é necessária. Comparando as duas silagens na alimentação de vacas em lactação, a silagem de BRS Capiaçu implica na necessidade de maior quantidade de concentrado na dieta. Mas, segundo Morenz, ainda assim, seu uso é economicamente vantajoso, por causa do menor custo de produção.

Melhoramento genético do capim-elefante


A BRS Capiaçu foi obtida por meio do Programa de melhoramento genético de capim-elefante da Embrapa. A cultivar é o resultado do cruzamento de variedades pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma de Capim-Elefante (BAGCE), mantido pela Embrapa. O Programa foi criado em 1991. A primeira cultivar desenvolvida foi a Pioneiro, lançada em 1996. Em 2012, lançou-se a BRS Kurumi, que, por apresentar porte baixo, é mais adaptada ao pastejo rotacionado.

Foram necessários 15 anos para se desenvolver essa nova variedade de capim-elefante. Vander explica que uma série de cruzamentos e avaliações foram conduzidos. Os cruzamentos deram origem a cerca de dois mil híbridos, tendo sido selecionados apenas 50 materiais promissores, que foram testados em 17 estados pela Rede de Ensaios em Capim-Elefante. Os híbridos com melhores resultados foram a BRS Capiaçu, com boa adaptação em todo o Brasil, e a BRS Canará, que apresentou boa adaptabilidade em capineiras para os biomas amazônico e cerrado.

"A boa adaptabilidade das gramíneas africanas às condições brasileiras é responsável pelo sucesso da pecuária brasileira", avalia Vander. O uso das gramíneas nativas, foi sendo substituído paulatinamente, por variedades exóticas, que encontraram aqui as condições de solo e clima ideais para se propagarem. De forma acidental, essas variedades chegaram ao Brasil junto com os
escravos entre 1530 e 1850. Forrageiras como colonião, Jaraguá e capim-gordura vieram como
cama nos navios negreiros.

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Em meados do século passado, foram introduzidas na pecuária nacional algumas variedades de braquiária. No entanto, foi nos anos 1990 que o melhoramento genético ganhou o contorno que tem hoje, com o desenvolvimento de diversas cultivares. "O melhoramento genético de forrageiras tropicais é um dos pilares da pujante pecuária do Brasil, o segundo maior produtor mundial de carne e o quinto maior produtor de leite", conclui Vander. O País possui um dos maiores programas de melhoramento de forragens do mundo e exporta cultivares para a América Latina e para a própria África.

O lançamento da BRS Capiaçu ocorrerá na semana em que a Embrapa Gado de Leite comemora 40 anos de fundação. No dia 26, no campo experimental da Unidade, em Coronel Pacheco (MG), será realizado um dia de campo apresentando informações sobre a nova cultivar. A área de negócios da Embrapa Gado de Leite selecionou viveiristas para produzir mudas de BRS Capiaçu, visando sua distribuição em todo o Brasil. A cultivar deverá ser comercializada em meados de 2017. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (32) 3311-7559 ou pelo e-mail samuel.oliveira@embrapa.br.

Rubens Neiva ((MTb 5445))
Embrapa Gado de Leite

Telefone: (32) 3311-7532

Mais informações sobre o tema
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Fonte: Portal da Embrapa

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Qualidade da Água na Produção de Leite

A qualidade da Água versus a Qualidade do Leite

No último dia 3 de maio, o Ministério da Agricultura, se viu obrigado a prorrogar o prazo para os novos limites previstos na Instrução Normativa 62 (IN62), que deveriam entrar em vigor em 1º de julho de 2016 e reduziriam de 500 mil CCS por ml para 400 mil CCS/ml e, bem como, de 300 mil UFC/ml para 100 mil UFC/ml a contagem bacteriana (CPP). Com a decisão, os novos limites ficam prorrogados por mais dois anos.

Para um país de tradição agrícola, cujo agronegócio é essencial para o equilíbrio da balança comercial, entre os líderes na exportação de produtos como carnes, o Brasil poderia ser o maior produtor e exportador de leite do mundo. No primeiro evento sobre qualidade de leite que participei, na palestra do Dr. Humberto Monardes, quanto a esse tema, ao responder a pergunta sobre o que faltava para o Brasil ele respondeu: higiene.

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Ninguém faz uma higiene adequada com água suja, contaminada. Creio que o leitor não tomaria banho com uma água que saísse de seu chuveiro turva ou barrenta. Parte fundamental dos procedimentos de higiene e limpeza, a água deve ser isenta de contaminação microbiológica. Ocorre que laticínios e produtores compram detergentes altamente eficientes para higienização, investem em equipamentos sofisticados e automatizados, aquecedores de água, salas de ordenha totalmente revestidas, alimentação e manejo adequado, mas não dedicam atenção à sua água.

A qualidade da água utilizada nos procedimentos de higiene e limpeza tem impactos diretos na CPP. Os coliformes e outras bactérias, em temperatura acima de 13ºC e na presença de nutriente (leite) dobra de população a cada 20 minutos. Uma única gota de água poderá conter mais 1.000.000 de micro-organismos. Os procedimentos de higienização de equipamentos de ordenha devem ocorrer com água isenta de contaminação microbiológica, isso implica em uma água clorada, com residual mínimo de 3 mg/L e com turbidez preferencialmente menor que 5 uT (unidades de Turbidez). A turbidez é importante por ser uma barreira que protege a bactéria em processos de desinfecção.

Em que momento a qualidade da água afeta a qualidade do leite?

Seguindo esse princípio, se apenas uma gota de água contaminada contendo 50.000 bactérias entrar em contato com o leite, considerando sua temperatura 37ºC, a população bacteriana vai dobrar de quantidade a cada 20 minutos. Caso esse leite demore 1 hora para atingir a temperatura inferior a 13ºC essas 50.000 bactérias terão atingido a população de 400 mil UFC/ml. Sendo assim em 1 hora o crescimento bacteriano ultrapassa o limite da recomendação de 300 mil UFC/ml. Lembrando que a temperatura ótima de conservação do leite é de 4ºC.

Essa única gota de água contaminada poderá estar em qualquer equipamento que passou por um processo de higienização e depois foi enxaguado com água não tratada. Mesmo que seco, bactérias podem sobreviver por longos períodos e serem ativadas imediatamente após contato com umidade e nutrientes.

Tempo de sobrevivência de algumas bactérias em ambiente seco:9846973482?profile=original

Campylobacter jejuni - acima de 6 dias;
Clostridium difficille - 5 meses;
Escherichia coli - 1,5 horas a 16 meses;
Enterococcus spp. - 5 dias a 4 meses;
Klebsiella spp. - 2 horas a 30 meses;
Pseudonomonas aeruginosa - 6 horas a 16 meses;
Salmonella typhi - 6 horas a 4 semanas;
Salmonella typhimurium - 10 dias a 52 meses;
Salmonella spp. - 1 dia;
Staphylococcus aureus - 7 dias a 7 meses.

Fonte: Kramer et al. BMC Infectious Diseases 2006 6:130

Água clorada, isenta de contaminação microbiológica deve ser utilizada em todas as fases da produção de leite, inclusive nos aspersores utilizados para conforto térmico das vacas.

Como a qualidade da água pode garantir a qualidade do leite?

qualidade do leite essa não se refere apenas a questão microbiológica - embora a CBT (Contagem Bacteriana Total) e a CCS (Contagem de Células Somáticas) tenham significativo impacto no quesito qualidade e certamente sejam mais evidentes. Há que se considerar ainda fatores como teor de gordura e proteína - que afetam diretamente a operação no laticínio. Em outros textos vamos avaliar estudos que comprovam como a qualidade da água pode afetar estes aspectos também.

Entretanto, por hora, vamos focar na questão microbiológica. A  Instrução Normativa 62 orienta em seu capítulo 3 que toda água utilizada na produção de leite deve ser clorada. Cloradores devem ser instalados antes de reservató-rios e o cloro deve ser monitorado diariamente. Normalmente quando menciono esse ponto em palestras e treinamentos noto uma certa resistência devido ao desconhecimento do tema.

A  cloração é a mais simples e importante etapa de todo processo de tratamento da água. Uma água de poço ou nascente, que seja límpida, necessita de uma simples cloração para garantir sua segurança. Uma vez que o cloro reagiu e matou uma bactéria ou oxidou um material orgânico, ele perde a sua atividade e deixa de ser cloro. Portanto, há um conceito totalmente errôneo de profissionais que têm medo de fornecer água clorada para os animais. O cloro não vai matar as bactérias no rúmen da vaca. Mas, nos próximos textos abordaremos o tema.

Neste momento cabe orientar que a melhor forma de aplicação do cloro é na forma de pastilhas e estas devem ser registradas na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o consumo humano. O cloro na forma de pastilhas tem dissolução gradual e evita dosagem excessiva e sem controle. O clorador deve estar antes do reservatório pois o cloro precisa de 30 minutos para matar uma bactéria. 

O controle da cloração deve ser realizado diariamente nos pontos de consumo. Na sala de ordenha recomendamos de 3 a 5 mg/L, o que garantirá que mesmo a água que permanecer no ambiente após a limpeza ainda tenha ação bactericida por um tempo. Na água de bebida humana e animal se deve manter um mínimo de 0,5 mg/L - algo imperceptível ao paladar humano e animal.
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Adoção da tecnologia de iLPF

Dando continuidade às nossas atividades de avaliação da tecnologia de iLPF, estivemos esta semana no município de Entre Folhas-MG, onde a Embrapa Gado de Leite, em parceria com o Instituto Bioatlântica, mantém uma Unidade de Referência Tecnológica com a tecnologia.

9846974469?profile=originalFoto - Vista geral da URT: foram implantadas linhas simples de eucalipto espaçadas em 21 metros. No intervalo entre as linhas foi plantado o milho x braquiária. Após a colheita do milho foi feita divisão dos piquetes. (Fonte: William Fernandes Bernardo)

Foram realizadas entrevistas com produtores de leite da região que participaram dos dias de campo sobre a tecnologia instalada no Sítio Deus é Fiel (http://www.repileite.com.br/profiles/blogs/dia-de-campo-em-ilpf-no-ribeir-o-do-boi). Para tanto, foi aplicado um questionário contendo perguntas sobre o conhecimento do produtor a respeito da tecnologia, bem como suas impressões a respeito dos gargalos e potencialidades.

9846974692?profile=originalFoto - Entrevista com produtores (Fonte: William Fernandes Bernardo)

Foram dois dias muito produtivos onde tivemos a oportunidade de conhecer as dificuldades e gargalos para a adoção da tecnologia. Agora o trabalho é internalizar, buscar outras opiniões e estruturar ações de pesquisa e transferência para levar para a região.

Um dos grandes problemas, se refere ao clima. Nos últimos quatro anos o problema tem se agravado bastante.

9846974884?profile=originalFoto - Cenário que se torna cada vez mais comum na região. (Fonte: William Fernandes Bernardo).

Este será, sem dúvida, o maior dos desafios que a pesquisa e a transferência terão pela frente para solucionar.

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9846973678?profile=originalFoto: Giselle Rosso

Para facilitar o processo de gestão do rebanho leiteiro pelos produtores e agentes de extensão rural, a Embrapa lança no dia 28 de agosto o aplicativo Roda da Reprodução. A ferramenta exibe, em meio digital, o quadro físico usado no campo para acompanhar o ciclo de reprodução do rebanho, desde o momento da cobertura ou inseminação artificial da novilha até o parto.

O quadro, uma peça circular com 365 divisões, relativas ao período de um ano, pode ser substituído pela ferramenta digital. Além de visualizar a situação do rebanho com um toque na tela do celular, é possível ter acesso a vários recursos que informatizam a gestão. "A ideia é ampliar o uso da Roda da Reprodução, tanto no programa Balde Cheio executado pela Embrapa, como nas atividades de gestão de rebanho leiteiro", afirma o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (SP) Marcos Visoli, coordenador de desenvolvimento da tecnologia.

Cerca de 90% dos produtores que participam do programa Balde Cheio monitoram o manejo reprodutivo por meio do quadro manual. Um dos objetivos, segundo o pesquisador Artur Chinelato de Camargo, da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), é facilitar o acompanhamento da situação de cada vaca em um calendário circular anual.

Na roda física, o animal é representado por um ímã colorido, posicionado e movido de acordo com a fase reprodutiva em que se encontra. Seguindo o mesmo padrão, a versão digital representa cada animal por um círculo da mesma cor do ímã, que se movimenta automaticamente pela roda. Dessa forma, o produtor consegue visualizar a qualquer momento a situação reprodutiva do rebanho.

O aplicativo oferece funcionalidades como agenda para cadastro dos animais e o controle do ciclo de eventos de todos os estágios dos processos produtivo e reprodutivo, seja um aborto, parto ou secagem, por exemplo. Outros benefícios são a possibilidade de realizar buscas entre os bovinos cadastrados, incluindo filtros de pesquisa de acordo com o status individual, e de compartilhar as informações por e-mail ou programas de mensagem instantânea com empregados ou outros produtores.

Também é possível inserir os dados da propriedade e do rebanho a partir da importação de arquivos já existentes em um computador, tablet ou smartphone. A versão digital ainda apresenta vantagens como atualização diária automática e a opção de prever cenários com a visualização futura de dias, semanas ou meses. Esse recurso é útil ao produtor para que ele possa se preparar para os eventos, até mesmo planejando a visita de veterinários e técnicos.

Facilidade de uso e compartilhamento

"Essa inovação da Embrapa veio auxiliar a gente na vida no campo", conta Claudinei Júnior Saldanha, produtor de leite de São Carlos (SP). Para ele, a informação ficou muito mais dinâmica. "Aqui, no meio do rebanho, posso identificar o brinco da vaca, já coloco no aplicativo e tenho sua situação atual. Se ela é uma vaca prenha, em lactação, uma vaca seca, se foi inseminada, se está com possível retorno ao cio; enfim, posso ter várias informações desse animal em um momento, no campo", explica.

Há mais de oito anos usando a roda física, Saldanha considera a digital mais fácil de atualizar e muito mais rápida. Com um rebanho em reprodução de 52 animais, ele andava pela propriedade com uma caderneta no bolso. "Eu via o cio de uma vaca, registrava na caderneta e só quando retornava ao escritório atualizava a roda", complementa.

Hoje, com a roda da reprodução no celular, ele nem precisa estar no campo. O pecuarista pode ser informado do estado de determinado animal por um empregado ou prestador de serviço e incluir os dados no aplicativo a qualquer momento e de onde estiver.

A tecnologia conquistou toda a família Saldanha. A filha Manuela, de apenas sete anos, já domina a ferramenta e ajuda o pai na atualização das informações. "Quando eu chego da fazenda, ela me pergunta: ‘Papai hoje tem algum lançamento para fazer?'. Aí eu fico ao lado, mas é a Manu que faz. Com isso, ela começou a se interessar pelos assuntos da fazenda", diz o pai, feliz com o entusiasmo da filha.

Saldanha crê que o aplicativo pode trazer o jovem para o campo. Artur Chinelato também acredita nessa possibilidade. "É uma linguagem que o jovem entende muito mais. Ele passa a usar o aplicativo e desperta o interesse pela atividade leiteira. A modernização vai atraí-los para a sucessão na propriedade familiar", afirma o pesquisador.

Criado com base nos padrões de usabilidade do Google, a Roda da Reprodução é simples de ser usada e funciona no sistema Android, além de ser compatível com outros aplicativos e permitir integração com outros sistemas. A equipe de desenvolvimento da Embrapa Informática Agropecuária planeja criar, até o início do próximo ano, uma versão para a plataforma iOS da Apple.

Para melhor visualização na tela do celular, a ferramenta é ideal para atender a propriedades de 100 a 150 animais. Se for usado um tablet, podem ser visualizados até 200 animais com boa resolução. Também pode ser usado por produtores do exterior, pois possui versões em inglês e espanhol.

Manejo reprodutivo

Em uma propriedade leiteira, o manejo reprodutivo reflete-se diretamente na produção de leite. "Sem a reprodução, não tem a parição e, sem a parição, não há produção de leite", diz Chinelato. Segundo o pesquisador, a reprodução dos animais precisa ser regular, com intervalo entre partos de 12 meses, caso contrário, o produtor começa a ter prejuízos.

A gestão eficiente passa pelo controle de todas as informações relacionadas ao animal e ao rebanho. Deve-se ter o registro de cada ocorrência, como entrada no cio, coberturas, partos, medicamentos, doenças etc. O monitoramento permite que o produtor faça avaliações dos dados para nortear decisões a serem tomadas na fazenda.

Estratégias de manejo planejadas com base em informações melhoram os índices reprodutivos e, consequentemente, aumentam a produtividade e lucros da propriedade. O aplicativo "Roda da Reprodução" é uma alternativa eficiente e viável para gerenciar os dados do manejo. Para Chinelato, possibilita maior facilidade de registro e portabilidade, além de acesso rápido ao histórico de cada animal da propriedade e o envio das informações ao técnico ou veterinário, que poderá prestar assistência e discutir problemas mesmo à distância.

De acordo com o especialista em manejo reprodutivo Marco Aurélio Bergamaschi, da Embrapa Pecuária Sudeste, a reprodução só ocorre quando todas as necessidades do animal forem satisfeitas. "Se a vaca estiver com carência nutritiva, ela não vai apresentar cio e, com isso, não tem como ser coberta", explica.

Todos os fatores que envolvem a reprodução devem ser tratados com cautela para não comprometer a vida reprodutiva da fêmea. "Além da nutrição adequada, os cuidados sanitários devem começar ainda no pré-parto para não haver risco de contaminação, devido à imunidade mais baixa nesse período. Assim, qualquer agressão biológica, uma bactéria ou fungo, que normalmente ela combateria facilmente, pode se transformar em um problema sério", destaca o especialista.

Em um manejo reprodutivo eficiente, faltando 30 dias para o parto, a vaca deve ser colocada em um piquete separado, chamado de piquete maternidade, com disponibilidade de pasto, sombra e água. As boas condições corporais antes do parto também contribuem para uma melhor performance reprodutiva no pós-parto. A atenção com a nutrição e sanidade é importante para garantir o futuro reprodutivo do animal.

Lançamento

O aplicativo Roda da Reprodução foi idealizado pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP), em parceria com a Embrapa Informática Agropecuária, para apoiar a execução do programa Balde Cheio, que, por sua vez,  oferece apoio a pequenos produtores de leite no País. A tecnologia é de uso gratuito e será demonstrada durante a programação da feira Expointer 2016, que ocorre de 27 de agosto a 4 de setembro, em Esteio (RS).

Presente em mais de duas mil fazendas localizadas em dez estados brasileiros, o Balde Cheio promove o desenvolvimento da pecuária leiteira e contribui para tornar pequenas propriedades sustentáveis e rentáveis. O programa de transferência de tecnologia capacita extensionistas em produção intensiva de leite. Com o treinamento dos técnicos e a aplicação da metodologia na fazenda, a produtividade e os lucros aumentam, fazendo com que o produtor permaneça no campo.

Gisele Rosso (MTb 3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste
pecuaria-sudeste.imprensa@embrapa.br
Telefone: (16) 3411-5625

Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
Embrapa Informática Agropecuária
informatica-agropecuaria.imprensa@embrapa.br
Telefone: (19) 3211-5747

Colaboração:
Beatriz Guimarães

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Fonte: Portal Embrapa

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Adoção da tecnologia de iLPF

Esta semana estivemos no município de Senador Cortes, próximo a Mar de Espanha, para conhecer a experiência dos pecuaristas de leite com a tecnologia iLPF e avaliar a situação da adoção.

É importante lembrar que a Embrapa desenvolve, junto com a Emater-MG uma experiência de mais de 10 anos com a tecnologia na região, tendo como referência o Sítio Valão, no município de Mar de Espanha, onde já foram realizados diversos Dias de Campo, Cursos e Visitas Técnicas.

9846972461?profile=originalFoto - sistema silvipastoril com 8 anos.

9846972870?profile=originalFoto - Atividade de Dia de Campo sobre manejo do sistema iLPF

O objetivo da atividade foi entrevistar produtores que participaram destes dias de campo e tiveram contato com a tecnologia, mas que ainda não adotaram. Foi aplicado um questionário contendo perguntas sobre o conhecimento do produtor a respeito da tecnologia, bem como suas impressões a respeito dos gargalos e potencialidades.

9846973282?profile=originalFoto - Aplicação do questionário com produtores

Com isso será possível identificar as lacunas na área de conhecimento que falta ser gerado, lacunas na área de transferência de conhecimento acerca da tecnologia, possibilitando a adequação e direcionamento de ações de pesquisa e transferência de tecnologia.

Para tanto, contamos com a parceria dos produtores, bem como da Emater-MG que tem sido fundamental neste processo.

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Entre os dias 09 e 11/08 participamos do Workshop de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, realizado pela Embrapa, Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Estado do Espírito Sando em parceira com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado (Idaf) e a Faculdade Multivix de Castelo, que cedeu o espaço para a realização do evento, também foi apoiado pela Matsuda, a Associação de Criadores de Nelore Capixaba, o Empório da Carne, a Cooperativa Agrária Mista de Castelo (Cacal) e pela Selita.

9846971665?profile=originalForam apresentados temas referentes ao manejo do componente florestal, lavoura, pecuário, estudos de caso, estado da arte da pesquisa, etc. Contou com a participação de pesquisadores da Embrapa e UFV.

9846971491?profile=originalEsta foi uma iniciativa da Embrapa em atendimento às atividades de Transferência de Tecnologia programadas em um grande projeto de nível nacional que contempla o Estado do Espírito Santo como uma área prioritária para a introdução destes sistemas.

O evento foi uma grande oportunidade para a divulgação da tecnologia no Estado do Espírito Santo e contou com a participação ativa de estudantes de instituições de ensino superior da região (Multivix, UFES, IFES dentre outros), produtores rurais e técnicos da extensão rural e pesquisadores.

9846972076?profile=originalSeguem alguns links da tvtc (televisão local), com reportagens e filmagens das palestras acontecidas no evento.

https://www.youtube.com/watch?v=UoXYUmfVYpk

https://www.youtube.com/watch?v=4sGOoKgV_rY

https://www.youtube.com/watch?v=Sa-8PYqCtOE

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Hotsite Código Florestal

Ampliar o entendimento sobre a legislação florestal e disponibilizar aos produtores, extensionistas e órgãos ambientais informações qualificadas e soluções tecnológicas para a recuperação de áreas rurais são os dois grandes objetivos do hotsite Código Florestal, lançado pela Embrapa.

A Lei 12.651, de 25 de Maio de 2012,  estabelece normas para proteção da vegetação nativa em áreas de preservação permanente, reserva legal, uso restrito, exploração florestal e assuntos relacionados. Nesse contexto, as propriedades deverão seguir as instruções estabelecidas nessa legislação.

Esta página reúne tanto informações para facilitar o entendimento desta Lei, como também, conteúdos técnicos para a recuperação de áreas, como estratégias de recuperação, experiências já realizadas, espécies de plantas nativas sugeridas para plantio e soluções tecnológicas da Embrapa e parceiros, além de boas práticas agrícolas que contribuirão para o alcance do desenvolvimento sustentável da propriedade rural nos diferentes biomas.

Para acessar o hotsite clique aqui.

9846970883?profile=original

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9846970657?profile=originalComo foi a produção de cana-de-açúcar da região de Ribeirão Preto em 2014? Qual foi a evolução do tamanho do rebanho caprino nordestino na última década? Qual a área plantada de soja no Município de Pedro Afonso (TO) nos últimos cinco anos? As respostas para essas e várias outras perguntas sobre a produção agropecuária brasileira agora estão facilmente acessíveis na base de dados  desenvolvida pelo Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa, Agropensa, a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
"Trata-se de uma ampla base de dados coletados desde a década de 1990 fornecida por meio de uma plataforma amigável de painéis interativos (dashboards)", conta o coordenador do Agropensa, o pesquisador Édson Bolfe que considera a ferramenta uma valiosa fonte de informação para pesquisadores, jornalistas, gestores públicos, profissionais da área, empresários, analistas financeiros e interessados em geral. O sistema desenvolvido transforma os dados em tabelas de análises de resultados que podem apresentar o recorte e detalhamento que o usuário escolher.
 
A base acaba de ser disponibilizada na nova página do Agropensa no portal da Embrapa e foi organizada pela Secretaria de Inteligência e Macroestratégia (SIM) em parceria com o Departamento de Tecnologia da Informação (DTI) da Empresa. "As informações, provenientes do IBGE, são disponibilizadas tradicionalmente em forma de tabelas. Desenvolvemos uma apresentação que pode ser rapidamente acessada ao clicar nos mapas e nos dados de interesse por meio de gráficos, análises comparativas e relatórios", explica Bolfe ressaltando que se trata de uma plataforma inovadora que utiliza business intelligence (BI) e que compõe a arquitetura recém-reformulada da página do Agropensa.
 
Os dados são distribuídos em três grandes grupos: pecuária, produção agrícola e abates. Em pecuária, é possível averiguar a produção das principais criações animais: bovinos, caprinos, ovinos, suínos, bubalinos, equinos e galináceos. O tamanho de cada rebanho pode ser acompanhado a cada ano desde 1990 até 2014, safra mais recente registrada. A pesquisa pode ser feita por região do Brasil, estado, região do estado e município.
 
No mesmo grupo, podem ser observados os principais produtos de origem animal como leite, lã, mel, ovos de galinha e codorna, com números de vacas ordenhadas e ovinos tosquiados por região geográfica. Há até informações sobre produção de casulos de bicho-da-seda.
 
A base apresenta dados importantes sobre a aquicultura nacional a partir de 2013. Com isso, é possível saber, por exemplo, onde são produzidas vinte espécies diferentes de peixes além de outros pescados como ostras e camarões. Dá para saber, por exemplo, que o Brasil produziu 139 mil toneladas de tambaqui na safra de 2014, gerando mais de 750 milhões de reais com esse peixe e que a maior parte da produção veio do Estado do Amazonas, de onde sairam 105 mil toneladas.
 
Além do tamanho e valor da produção, os dados agrícolas da base de dados contam ainda com a extensão da área colhida e o rendimento médio de cada uma das 65 culturas que abrangem as principais do País. Para culturas como o milho, por exemplo, ainda é possível observar dados sobre a primeira e a segunda safra do grão. Na página principal há atalhos para as maiores culturas agrícolas brasileiras: milho, cana-de-açúcar, soja, arroz, feijão, café, algodão e laranja.
 
Em "abate", o usuário tem um grau de detalhamento igualmente considerável. Pode-se escolher um determinado método de curtimento (ao cromo, tanino ou outros) executado em couros produzidos somente em abatedouros municipais de determinado estado ou sub-região. É possível acompanhar a produção de abatedouros federais, estaduais e municipais de bois, frangos, suínos e novilhos, por exemplo.
 
"Esta é uma das bases de dados utilizadas pelo Agropensa é uma prática e moderna ferramenta de trabalho que pode ser aplicada para os mais diferentes fins do planejamento estratégico rural," afirma Bolfe, "nosso objetivo foi facilitar o acesso às informações públicas produzidas pela Embrapa e parceiros". O pesquisador revela que na próxima etapa o sistema será ampliado com dados sobre a exportação de produtos agropecuários e envolverá outras fontes além das bases da própria Embrapa e do IBGE.


Fábio Reynol (MTb 30.269/SP)
Secretaria de Comunicação
secom.imprensa@embrapa.br
Telefone: (61) 3448-2064

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Fonte: Portal Embrapa

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9846968255?profile=originalFoto: Breno Lobato

O retorno do investimento feito pelos produtores que adotam sistemas integrados de produção como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é maior do que daqueles que utilizam sistemas exclusivos de lavoura ou pecuária. O resultado foi identificado na Embrapa Agrossilvipastoril por meio da avaliação de quatro Unidades de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) em Mato Grosso.
 
Na fazenda Dona Isabina, em Santa Carmem (MT), por exemplo, no período de 2005 a 2012, para cada um real investido pelo proprietário no sistema integrado, o lucro foi de R$ 0,53. Já a fazenda modal da região, com agricultura exclusiva, neste mesmo período teve um prejuízo de R$ 0,31 por real investido. O lucro anual de cada hectare na ILPF foi de R$ 230, muito superior ao prejuízo anual médio de R$ 116 da sucessão soja e milho.
 
Trabalhando com ILPF, a Fazenda Brasil, em Barra do Garças (MT), também obteve resultados superiores aos da fazenda modal da região, com retorno de R$ 0,89 por real investido contra R$ 0,35 registrados na propriedade de comparação.
 
O pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Júlio César dos Reis explica que cada caso é particular, pois são muitos os fatores que influenciam nos custos e receitas. Como exemplo ele cita a localização da propriedade, logística, tipo de sistema integrado, culturas adotadas, época de avaliação, câmbio, entre outros.
 
Júlio César explica que no caso da Dona Isabina, um fator que contribuiu muito para os resultados tão superiores da integração lavoura-pecuária foi o mau momento vivido pela agricultura nos anos 2005 e 2006. Fatores como a ferrugem-asiática aumentaram o custo de produção num período em que o preço da soja estava baixo e o milho safrinha ainda era pouco expressivo. Logo, a pecuária do sistema integrado ajudou a equilibrar as contas. Isso mostra como a diversificação das fontes de renda no sistema integrado contribui para a maior segurança do produtor.
 
A comprovação da importância da conjuntura para o resultado final está nos dados obtidos na fazenda Certeza, em Querência, no leste do estado. A propriedade também trabalha com integração lavoura-pecuária e teve os resultados econômicos de 2008 a 2012 analisados. Naquele período, o mercado da soja já havia se recuperado, sobretudo com o estabelecimento da China como grande compradora do grão. Com isso, a fazenda modal de agricultura obteve resultados melhores do que a ILP. Mesmo assim, o sistema integrado ainda se mostrou viável.
 
De acordo com Júlio, os dados avaliados mostram que a ILPF tem todas as condições de ser lucrativa, mas também reforçam a necessidade de planejamento e organização para tomar as decisões mais corretas no momento certo.
 
"Olhando nossos resultados é bem evidente que vale a pena adotar a ILPF. Mas é preciso ter muito claro que é um sistema que só apresenta resultados se o produtor tiver um nível de planejamento e organização muito grande. Se por um lado o sistema mostra um nível de retorno, receita e comportamento mais estável no tempo, isso é em decorrência do desempenho do produtor. Saber negociar no momento correto e entender as dinâmicas dos preços são questões fundamentais", analisa o pesquisador da Embrapa.
 
Indicadores de rentabilidade
 
Mesmo levando-se em consideração todas as características de cada fazenda avaliada, todas as propriedades com alguma configuração de ILPF tiveram resultados positivos. A maior parte delas, inclusive, superando com grande margem as áreas modais com as quais foram comparadas.
 
Para que seja possível comparar resultados de fazendas tão distintas, a equipe do projeto, composta por pesquisadores da Embrapa, professores e alunos da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e da Rede de Fomento ILPF, padronizou uma metodologia de análise de custos. Com esse método, é possível chegar a indicadores que auxiliam o produtor a visualizar os benefícios econômicos da ILPF.
 
Três desses indicadores exemplificam bem os resultados. Um é o valor presente líquido anual (VPLA), que faz uma comparação do fluxo de custos e receitas ao longo do tempo, traz os valores para o momento inicial do sistema e mostra a rentabilidade por ano. Outro indicador é o índice de lucratividade, que apresenta o lucro ou prejuízo para cada R$ 1 investido. O terceiro indicador é o retorno sobre investimento anualizado (ROIA), que é uma transformação percentual do índice de lucratividade.
 
A análise econômica da ILPF ainda gera outros índices que estão sendo trabalhados para que possam auxiliar tanto os produtores na tomada de decisão quanto os agentes financiadores a simularem melhor os sistemas integrados no momento de liberar o crédito. "O produtor precisa estar sempre muito conectado com o que está acontecendo para tomar a decisão correta. Nossas avaliações tem o intuito de dar dicas para ele de como as coisas estão se comportando", afirma Júlio César dos Reis.
 
Casos
 
Até o momento, quatro URTEs já tiveram a avaliação econômica de todo o ciclo fechado. Nos casos das fazendas Dona Isabina e Certeza, o ciclo já se encerrou e os dados utilizados são todos reais. Já nas fazendas Gamada, em Nova Canaã do Norte, e Brasil, em Barra do Garças, como há florestas plantadas no sistema que ainda não foram cortadas e vendidas, os valores utilizados referem-se a simulações de mercado.
 
A fazenda Dona Isabina foi aquela que apresentou a maior diferença favorável ao sistema de integração lavoura-pecuária. A ILPF foi o que manteve as contas positivas no período de 2005 a 2012.

9846968858?profile=originalA propriedade Certeza, em Querência, foi a única em que os resultados da fazenda modal foram superiores aos da integração. O resultado foi influenciado pelos baixos preços obtidos com a venda do gado na região. Mesmo assim, a ILPF ainda se mostrou viável.
 9846968470?profile=originalNa fazenda Brasil, em Barra do Garças, a pecuária e a madeira do eucalipto plantado em renques de linhas triplas elevaram o lucro do produtor e diversificaram as fontes de receita.

9846968495?profile=originalJá no caso da fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte, os números também são positivos, indicando boa rentabilidade da ILPF ao produtor. Porém, a analista da Rede de Fomento ILPF, Mariana Takahashi explica que não foi possível fazer um comparativo devido à inexistência de uma fazenda modal de pecuária em 2008, quando a avaliação começou a ser feita.
 
Mariana explica que a comparação só seria possível sabendo-se os custos e receitas de uma fazenda daquela época. A equipe do projeto tem buscado estas informações, porém até o momento não obteve êxito em conseguir dados precisos e completos.

9846969470?profile=originalPesquisa
 
A pesquisa de avaliação econômica de ILPF é coordenada pela Embrapa Agrossilvipastoril e conta com parceria com o Imea, Unemat, Rede de Fomento ILPF e com participação de outras Unidades da Embrapa.
 
Por meio de um projeto nacional, a metodologia de avaliação que vem sendo validada em Mato Grosso será aplicada em outros estados, padronizando os trabalhos na área de economia em ILPF.
 
9846969496?profile=original
Gabriel Faria (MTb 15.624/MG)
Embrapa Agrossilvipastoril
agrossilvipastoril.imprensa@embrapa.br
Telefone: (66) 3211-4227

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Fonte: Portal Embrapa

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Ideas for Milk vai estimula a criação, a aceleração e o investimento em startups que busquem soluções tecnológicas para o mercado lácteo

9846969879?profile=originalUma competição entre empreendedores na busca pelas melhores inovações tecnológicas para o setor lácteo. Isso é o que pretende o Ideas for Milk, que terá as inscrições abertas no dia 1º de agosto. Podem participar equipes informais e startups já constituídas. Serão submetidas ideias de soluções web, mobile ou em hardware que apresentem inovações em modelos de negócio, produtos, processos, serviços e tecnologias. As propostas devem ter foco nas grandes áreas temáticas do agronegócio do leite, como insumos agropecuários, logística de captação e distribuição do leite, indústria de laticínios, mercado e consumidores finais.

Onze universidades que se destacam nas áreas de agrárias e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são correalizadoras das etapas locais: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), USP de São Carlos, Universidade de Campinas (Unicamp), Pontifícia Universidade Católica de Minas e do Rio Grande do Sul (PUC-Minas e PUC-RS), e as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), de Viçosa (UFV), de Lavras (UFLA), de Juiz de Fora (UFJF), de São Carlos (UFSCAR) e do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, afirma: "Ainda não encontramos em profusão soluções em softwares, aplicativos e hardwares que auxiliem nas atividades produtivas e que viabilizem precisão nas tomadas de decisões". Sobre o mercado de IoT (Internet das Coisas, da sigla em inglês), que tem como exemplos sensores e chips, ele comenta: "o agronegócio do leite brasileiro ainda não participa da quarta revolução industrial, a da Internet das Coisas".

DESAFIO NACIONAL – O Ideas for Milk será composto de três etapas. A primeira é a seleção das cinco melhores ideias inscritas em cada sede onde haverá uma Final Local. Serão oito Finais Locais e o ganhador de cada uma delas vai para a Final Nacional, que será realizada no dia 14 de dezembro, em Brasília.

O desafio reunirá profissionais do mundo do leite e do mundo das TICs para que se aproximem e criem oportunidades de desenvolver em conjunto inovações. O público alvo do evento é formado por empreendedores, estudantes, professores, pesquisadores e outros profissionais interessados no universo das startups.

STARTUP – O conceito de startup é definido pelo mercado como companhias e empresas jovens, que buscam explorar atividades inovadoras. São empreendimentos recém-criados, que primam pela inovação tecnológica em qualquer área ou ramo de atividade e buscam um modelo de negócio que atraia grande número de clientes e gere lucros em pouco tempo. Empresas como Google, Facebook, Uber e WhatsApp são exemplos de startups que alcançaram êxito mundial.

Aceleradoras, incubadoras e investidores-anjo que acreditem no modelo de negócio fazem parte do universo que impulsiona as startups na caminhada pelo sucesso. Martins explica que o Ideas for Milk irá proporcionar uma interface entre os empreendedores e quem pode ajudá-los a crescer, com ganhos para o agronegócio do leite.

A Embrapa Gado de Leite lidera a iniciativa com três unidades: Embrapa Informática Agropecuária, Embrapa Instrumentação e Departamento de Tecnologia da Informação. As empresas Litteris Consulting, Qranio e Carrusca Innovation fazem parte da realização. Para completar o ecossistema, empresas juniores, empresas de tecnologia, aceleradoras e investidores-anjo participam como apoiadores do Ideas for Milk.

As inscrições para o Ideas for Milk devem ser realizadas no site www.ideasformilk.com.br, entre os dias primeiro de agosto e 12 de outubro. Outras informações podem ser obtidas no próprio site e também na fanpage www.facebook.com/ideasformilk.

Carolina Rodrigues Pereira (Mtb 11055-MG)
Embrapa Gado de Leite
Fonte: Portal Embrapa

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Por Carlos Augusto de M. Gomide e Domingos Sávio C. Paciullo - Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite

A intensificação da produção animal a pasto, observada nos últimos anos, tem sido a saída de muitos produtores para compensar o aumento dos custos dos fatores de produção como terra, mão-obra e mesmo do capital. Neste cenário, a busca por sistemas mais eficientes e com maior capacidade para aumento da produtividade é determinante para garantir a lucratividade da atividade pecuária, notadamente da pecuária de leite.

O pastejo rotacionado se adequa bem a esta realidade pois, por meio do maior controle da frequência de desfolha, ditada pelo período de descanso, e da intensidade de desfolha, determinada pela altura residual do pasto após o período de ocupação dos piquetes, é possível aumentar a eficiência de uso da forragem e, com isso, elevar a taxa de lotação e a produção de leite por área. Para Martha Jr. et al (2003), pelo maior controle do crescimento da planta, o pastejo rotacionado é mais indicado para gramíneas cespitosas de alto potencial de produção (capim-elefante, capimMombaça etc.) que têm sua perenidade comprometida quando submetidas a curtos intervalos entre desfolhas, mas que, sob longos períodos de crescimento, apresentam deterioração da estrutura do pasto (elevada proporção de hastes e de folhas mortas).

O pastejo rotacionado é definido como a divisão da pastagem em piquetes que serão pastejados de forma rotacionada pelo lote de animais. Assim, períodos de descanso, tempo que o pasto vai rebrotar após um pastejo, e períodos de ocupação, quando os animais permanecem no piquete para consumo ou rebaixamento do pasto, são os dois fatores do pastejo rotacionado que devem ser levados em conta pelo manejador da pastagem. Da combinação destes dois fatores resulta também o número de piquetes a serem utilizados, de acordo com a fórmula:

NP = PD/PO + X,

sendo: NP = Número de piquetes / PD = Período de descanso / PO = Período de ocupação e X = grupos de animais em pastejo.

Neste texto, consideramos apenas o efeito do período de ocupação dos piquetes sobre o sistema, embora o período de descanso também seja fundamental, tanto para controlar o crescimento do pasto, como para definir o número de piquetes necessários.

Em um sistema de pastejo rotacionado mais simples, o período de ocupação (PO) pode ser igual ao período de descanso (PD), em torno de 25 a 30 dias; chamado de pastejo alternado, onde são necessários apenas dois piquetes. Entretanto, em sistemas rotacionados tradicionais, buscando elevar a taxa de lotação e a produtividade, os períodos de ocupação variam desde um dia (ou ½ dia) até 7 dias. Mas quais são as vantagens e desvantagens destes extremos? Primeiro precisamos ter em mente que a forragem disponível no pasto deve atender às necessidades do rebanho ou de um determinado lote de vacas. Desta forma, se eu decido utilizar um longo período de ocupação para um lote de 20 vacas, por exemplo, é de se imaginar que precisarei de um piquete grande o suficiente para garantir forragem aos animais, teoricamente, até o último dia de ocupação. Já se este mesmo lote de animais for permanecer no piquete por apenas 1 dia, o piquete pode ser menor, mas o número de piquetes a ser feito aumenta consideravelmente. Na tabela 1, se observa o número de piquetes em função do período de ocupação, considerando um pastejo rotacionado com 21 dias de descanso.

Assim, pode-se ver que, com menores períodos de ocupação, há maior divisão da pastagem, aumentando os custos com cerca, bebedouros etc. Por outro lado, se tem melhor uniformidade de pastejo devido ao alto número de animais num piquete relativamente pequeno. Ou seja, não se observa grandes variações de altura do pasto após a saída dos animais. Com isso, não há necessidade de roçada do pasto ou, se o for, apenas pontos específicos de um piquete pequeno serão rebaixados. Outra vantagem é que a produção diária de leite também se mantem estável, uma vez que a dieta das vacas sofre pouca alteração com a troca diária de piquetes e ocorre melhor distribuição das fezes e urina e menor perda de forragem com áreas de malhadouro.

9846967263?profile=originalJá sob longos períodos de ocupação, de 7 dias, os animais experimentam, ao final do período, do 5º ao 7º dia, certa restrição alimentar, já que nestes dias há menor disponibilidade de folhas na pastagem; fração preferencialmente consumida pelos animais e de maior valor nutritivo. Outro ponto desfavorável de longos PO diz respeito ao pasto: no verão chuvoso e sob doses de adubação de cobertura relativamente altas, as gramíneas preconizadas para uso sob pastejo rotacionado apresentam alta taxa de crescimento. Isso faz com que, em poucos dias, de 5 a 7, haja considerável rebrotação das touceiras já pastejadas, levando os animais a repetirem o pastejo nestas touceiras, podendo leva-las ao esgotamento enquanto outras touceiras ficam “mal” pastejadas. Nesta condição, tem-se um pastejo desuniforme com pontos superpastejados e outros subpastejados, tornando a roçada uma prática frequente para controlar a estrutura do pasto para o seguinte ciclo de pastejo.


Períodos de ocupação intermediários, de 2 ou 3 dias, podem conciliar as vantagens apontadas para os dois extremos. Não existe uma recomendação geral para o uso de um ou outro período de ocupação e a decisão de qual utilizar vai depender de fatores como o nível de intensificação desejado, capacidade de investimento do produtor, da gramínea utilizada, do nível de produção das vacas e do nível de suplementação adotado, dentre outros.

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Fonte: Boletim Intelactus - Panorama do Leite/Junho 2016

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9846966685?profile=originalO Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás – Sindileite, lançou a segunda edição do seu Manual de Boas Práticas Agropecuárias. Essa publicação circulou pela primeira vez em 2.008 e com o tempo, foi necessário um trabalho de atualização. Como da primeira vez, o Sindileite reuniu um grupo de especialistas entre eles Médicos Veterinários, Zootecnistas, Engenheiros Agrônomos, Técnicos em Laticínios e outros profissionais que cuidaram da tarefa.

O Manual de Boas Práticas Agropecuárias é um trabalho de fôlego com 60 páginas contendo informações através dos seguintes títulos: O que é leite de qualidade;  O que é contagem bacteriana; O que é contagem de células somáticas; O proprietário/Administrador; Organização da fazenda; Acesso à propriedade e às instalações; O funcionário; Meio ambiente; Água; O animal; Produtos químicos; Ordenha; Resfriamento e armazenamento do leite; Tipos de resfriamento; Dimensionamento do tanque de resfriamento por expansão direta; Manutenção dos tanques; Sala do leite, (abrigo); Sistema de uso de tanques de resfriamento; Higienização do tanque de resfriamento por expansão direta; coador; latões e Expedição do leite.

Além desses títulos, o BPA do Sindileite - Goiás tem uma série de modelos de anexos com espaços próprios para preenchimento, visando dar condições para um real acompanhamento da rotina da propriedade produtora de leite, com as seguintes identificações: Ficha de avaliação da bezerra na fazenda; Ficha de identificação na fazenda; Descrição das fases de recria; Calendário sanitário; Medição diária da temperatura de bezerras; Pesagem mensal; Padrão de crescimento, peso e altura; Percentual de peso em relação ao peso adulto desejado, segundo NRC 2001 para inseminação artificial; Verificação do ambiente das bezerras em aleitamento, frequência e responsáveis pela execução; Avaliação do ambiente do bezerreiro; Avaliação do ambiente dos piquetes; Itens a serem monitorados nas bezerras em transição, frequência e responsáveis pela execução; Resumo dos custos da cria e recria de fêmeas leiteiras; Registro de mastite clínica e outras doenças e uso de medicamentos e por último, Tanque coletivo – Recepção diária do leite.

OBJETIVO E PARCERIAS
O Manual de Boas Práticas Agropecuárias, coordenado pelo Médico Veterinário Alfredo Luiz Correia, diretor executivo do Sindileite e presidente do Fundepec-Goiás e por Luiz Magno de Carvalho, Diretor Técnico do Sindileite e Diretor de Expansão do  Laticínios Bela Vista (Leites Piracanjuba), foi editado com 60 mil exemplares e isso foi possível graças a colaboração dos especialistas e a parceria entre o Sindileite, o Sebrae-Goiás e o Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás – Fundepec.

O BPA está sendo entregue a custo zero aos produtores de leite no estado de Goiás através da logística dos laticínios, no trabalho de captação de leite nas propriedades. A publicação destina-se também à circulação nacional mediante autorização do Sindileite-Goiás, desde que o interessado não a utilize para fins comerciais.

Os objetivos dessa publicação segundo o Médico Veterinário Alfredo Luiz Correia são vários entre eles, a busca de qualidade de produção a cada dia; manejo correto do rebanho buscando melhor produtividade e conforto animal; qualificação sempre dos funcionários; melhor gestão por parte dos proprietários; produção sustentável respeitando o meio ambiente e o crescimento da produção nas propriedades proporcionando melhor remuneração para quem vive da atividade.

Serviço: para acessar o Manual de Boas Práticas Agropecuárias o link é o seguinte: www.sindileite.org.br/Boas_Praticas_Agropecuarias.html

O Portal do Sindileite Goiás é: www.sindileite.org.br

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Cerca de 600 pessoas, entre produtores, técnicos e estudantes estiveram presentes no evento Tecnologias para a Produção Sustentável do Leite, realizado nos dias 23 e 28 de junho no CESM e no CEJHB, respectivamente. Foi a quinta edição no sul fluminense, onde o Tecleite reuniu 200 pessoas. Em Coronel Pacheco, cerca de 400 pessoas estiveram presentes.

No CESM, o Tecleite contou com duas palestras de abertura. Na primeira, o secretário de Agricultura do município de Rio Pomba-MG, Alarcon Gomes, falou sobre o programa de inseminação artificial do município, que tem 28 anos de existência. Na segunda palestra, o diretor técnico da Emater-Rio, Ricardo Mansur, apresentou o Programa Rio Rural. Após a cerimônia inicial, teve início o dia de campo que contou com seis estações, abordando os temas: uso da seringueira na recuperação de áreas degradadas, pastejo rotacionado com BRS Kurumi, ILPF, opções de forrageiras para corte e pastejo, escolha de touros para acasalamento corretivo e qualidade do leite, envolvendo ordenha e armazenamento.

No CEJHB, o evento foi realizado pela primeira vez e contou com a participação de prefeitos, vereadores, secretários municipais de agropecuária de cidades da Zona da Mata Mineira e presidentes de associações e sindicatos. A palestra de abertura foi proferida pela pesquisadora da Unidade, Rosângela Zoccal. Ela debateu com os presentes o cenário para 2016 do mercado lácteo. Apesar do momento difícil pelo qual o país atravessa, ela afirmou que o leite continua sendo um bom negócio. "É preciso adotar tecnologias e investir em inovação para diminuir o custo de produção e tornar a atividade mais rentável", apontou.

O dia de campo do Tecleite no CEJHB contou com as seguintes estações: coleta de amostras de leite e interpretação do resultado de laboratório da análise de leite, forrageiras para o gado de leite – plantio e manejo do Capim-Elefante anão BRS Kurumi, Integração Lavoura Pecuária: milho e braquiária, prática de captação de enxurradas – Barraginhas e silagem de Capim-Elefante.

Imagem: Marcos La Falce
Fonte: Portal Embrapa Gado de Leite


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