O mercado de leite deve seguir aquecido em 2011, com preços ao produtor em
alta, mas sem fortes variações. A avaliação é do presidente da Associação Leite
Brasil, Jorge Rubez. "A tendência é de aumento de preços, mas o consumidor para
de comprar se houver aumento forte", diz o executivo. "Este pode ser um fator
limitante para altas mais expressivas."
de 2,9% na cotação ao produtor em fevereiro ante janeiro, ou R$ 0,021 por litro,
à média de R$ 0,7585 por litro. O Cepea informou que 76,4% dos agentes de
mercado apostam em nova alta para março; que 23,6% esperam estabilidade e que
nenhum aponta queda no preço do leite.
Para Rubez, a alta no preço ao produtor está relacionada ao forte crescimento
no consumo do leite, que saltou 7% em 2010, ante uma média de 5,5% nos cinco
anos anteriores. "E esse consumo só cresceu pelo aumento no poder de compra do
brasileiro."
Em 2010, cada brasileiro consumiu a média de 161 litros, entre produto in
natura e derivados, demanda de 32 bilhões de litros/ano. Já a oferta não cresceu
na mesma proporção, para 30 bilhões de litros no ano passado, o que obrigou o
País a importar leite para completar o abastecimento interno.
Para o presidente da Leite Brasil, somente o aumento da tecnologia da
genética dos pequenos pecuaristas leiteiros poderá transformar o País em
exportador de leite ou derivados. Os pequenos produtores, com oferta de até 100
litros/dia, representam 90% do número de pecuaristas do setor, produzem apenas
30% do total. Os 10% de médios e grandes produtores dão conta dos 70% restantes.
"Se o pequeno produtor for incentivado a aderir a programas de melhoramento,
pode tirar até cinco vezes mais leite; é só investir em tecnologia e genética",
disse Rubez, que comentou ainda a pesquisa trimestral do IBGE, a qual mostra que
a produção inspecionada cresceu 7% em 2010 em relação a 2009, totalizando 20,966
bilhões de litros. "Foi uma alta considerável, pois entre 2008 e 2009 a alta foi
de 1,6%."
Inspeção sanitária
O presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, diz que
infelizmente cerca de 30% da produção de leite do País ainda é consumida sem
inspeção federal.