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Considerações sobre qualidade de planta forrageira

O melhoramento genético do gado leiteiro, que avançou muito, principalmente com a raça Holandesa, vem fazendo com que as lactações continuem aumentando. Em comparação com a vaca “original”, que secreta leite para atender às exigências da cria, no pico da lactação ao redor de 4 a 5 litros diários, temos hoje vacas que produzem até 10 a 15 vezes mais. Esse grande aumento da capacidade de secreção de leite, entretanto, não foi acompanhado por um crescimento proporcional da capacidade de consumo de alimento, que, apenas, um pouco mais que dobrou, quando comparado com o consumo da vaca “original”.

A necessidade de nutrientes de uma vaca de 500 kg, para uma pequena produção de 5 litros de leite, é facilmente atendida com o consumo de uns 10 kg de matéria seca (MS) de pasto de qualidade razoável. Já para uma vaca de 600 kg, geneticamente melhorada para produzir 40 kg de leite, e que apresenta um capacidade máxima de consumo de uns 24 kg de MS, há a necessidade de se fornecer uma quantidade relativamente grande de alimento concentrado (“ração”), além de todo o volumoso, da melhor qualidade possível, que ela puder ingerir, de modo a atender à demanda elevada de nutrientes.

Está ficando cada vez mais difícil conciliar a crescente produção de leite com baixa qualidade de planta forrageira, porque seu consumo é muito limitado e, na medida em que se procura compensar o déficit energético com mais alimento concentrado, devido a baixa qualidade da forrageira, a dieta torna-se economicamente inviável e fisiologicamente insustentável.

O chamado “período de transição” da vaca leiteira, que vai desde as três semanas pré-parto até três semanas pós-parto, caracteriza-se pelo menor consumo de alimento e o fornecimento de forrageira de alta qualidade, principalmente no pós-parto, é decisivo para garantir a saúde e o potencial de produção do animal.

O potencial de ingestão de alimentos da vaca em lactação depende basicamente do seu tamanho (peso) e da sua produção diária de leite. Uma vaca de 550 kg, por exemplo, com uma produção de 20 litros/dia, pode ingerir diariamente ao redor de 16 a 17 kg de matéria seca (MS) de alimento (equivalente a 3 % do peso, ou seja, 550 kg x 3 % = 16,5 kg). Com essa quantidade de alimento consumida busca-se suprir toda a energia, a proteína, a fibra, os minerais e as vitaminas de que ela necessita.

A qualidade da forrageira (alimento volumoso: pasto verde, silagem, feno) é que vai determinar se esse potencial de consumo poderá, ou não, ser alcançado para permitir a produção de leite, de acordo com a genética do animal.

A qualidade da forrageira é estimada pelo seu seu teor de “fibra em detergente neutro” (FDN), um complexo fibroso da parede da célula vegetal, constituido por celulose, hemicelulose e lignina.

9846959866?profile=originalComponentes da parede das células vegetais, a pectina, a celulose e a hemicelulose, são aproveitadas através da fermentação realizada pelas bactérias no rúmen, produzindo os ácidos graxos voláteis, principal fonte de energia para o metabolismo da vaca. A pectina é um glicídio estrutural, faz parte da parede celular da planta, mas por ser de fácil extração química não faz parte da FDN. A pectina é considerada como fonte energética, por ser rapidamente fermentada no rúmen. A fermentação da celulose e hemicelulose é um processo lento, afetado pela presença maior ou menor de lignina.

Assim, a velocidade com a qual a fibra vegetal é fermentada, depende basicamente do seu teor de lignina, uma substância não digestível no rúmen. A lignina também é componente residual da fração analisada como “fibra em detergente ácido”, FDA, sendo o constituinte plástico da planta, que lhe confere a necessária rigidez no processo de crescimento e maturação e seu teor é relativamente elevado nas gramíneas tropicais de rápido crescimento (as denominadas plantas C4), nas forrageiras maturadas e nas palhas, de modo geral. A lignina entremeia a celulose e a hemicelulose na junção entre as paredes primária e secundária da célula vegetal e na medida em que a planta envelhece, aumenta a lignificação e a espessura da parede, em detrimento do volume do conteúdo celular.

O conteúdo da célula vegetal é composto por proteínas e carboidratos (glicídios) não fibrosos (açúcares e amidos), que são de rápida fermentação pelas bactérias do rúmen, portanto, de alto aproveitamento pelo organismo da vaca, e apresenta-se com maior teor nas plantas forrageiras de alta qualidade.

Em contraposição, os volumosos de baixa qualidade apresentam reduzido conteúdo celular e alta proporção de parede celular, com elevados teores de FDN e FDA, os quais, em função da grande lignificação, são de lenta fermentação no rúmen (FDN de baixa digestibilidade).

Portanto, o consumo voluntário de uma forrageira depende da capacidade volumétrica do rúmen e, também, de como a composição química da planta (FDN, FDA e lignina) facilita o processo de fermentação no rúmen. Ao aumento da taxa de degradação e passagem da digesta pelo rúmen corresponde um incremento no consumo voluntário, ou seja, quanto mais rapidamente a fibra vegetal for fermentada no rúmen, e as partículas residuais forem diminuídas a ponto de passarem pelo orifício retículo-omasal, resultando na diminuição do conteúdo do rúmen, tanto menor o intervalo até uma nova refeição. Em situações de dietas ricas em energia, de rápida fermentação no rúmen, a capacidade física do rúmen não é o fator predominantemente restritivo do consumo, o qual passa, então, a ser regulado de modo a atender às exigências do animal.

O grau de digestão da fibra das forrageiras é um aspecto que deveria receber maior atenção por parte do produtor leiteiro, pois a forrageira representa o aporte energético de menor custo, e a maior digestibilidade dessa fibra, além de maximizar o consumo total de MS, aumenta a produção e a eficiência alimentar.

A estimativa ou mensuração do consumo efetivo do volumoso tem grande importância prática, pois, a partir deste, se determina a quantidade de concentrado a suplementar, não apenas com o propósito de controlar o custo de alimentação, mas também para evitar problemas de acidose (excesso de concentrado, FDN abaixo de 25% na MS da dieta) ou acetonemia (déficit de concentrado, FDN acima 35% na MS da dieta), especialmente em dietas para altas produções de leite. A subestimação do consumo de volumoso, quando da busca pelo melhor balanço energético, pode resultar no fornecimento maior de concentrado, o que, pelo seu efeito substitutivo, pode agravar a depressão do consumo de volumoso.

Os efeitos da suplementação com concentrados no consumo do volumoso já são bastante conhecidos, destacando-se o efeito de substituição que ocorre, ou seja, a redução no consumo em pastejo, variando de 0,6 kg a 1 kg de MS a menos de pastagem, para cada kg de concentrado suplementado. O efeito de substituição é mais acentuado a partir do fornecimento diário de mais de 6 kg de concentrado, dependendo também da digestibilidade do volumoso, do teor de MS da pastagem e das características do animal (estágio da lactação, tamanho e condição corporal).

Em certas condições de produção, na tentativa de se compensar a baixa qualidade do alimento volumoso (FDN acima de 55% na MS), através do aumento no fornecimento de concentrados, esses, pelo efeito substitutivo negativo, diminuem ainda mais o consumo já reduzido do volumoso, levando à situação de acidose e queda do teor de gordura do leite.

As vantagens do volumoso de alta qualidade podem ser bem entendidas na comparação na tabela a seguir, na qual, para produções de leite na faixa de 20 a 25 kg/dia a dieta requer 36% de FDN.

9846959673?profile=originalAssim, de acordo com os dados da tabela, as produções de leite LCG (leite corrigido a 4% de gordura) por kg de MS de concentrado, foram de 3,2, 2,2 e 1,6, respectivamente, para as dietas com alfafa, silagem de milho e capim bermuda. Apesar de as três dietas apresentarem o mesmo teor de FDN (36% na MS), o consumo total de MS na dieta com capim bermuda foi 5 kg abaixo do consumo total de MS da dieta com alfafa.

Portanto, quanto menor o teor de FDN de uma forrageira, tanto maior o seu consumo e tanto menor a quantidade de concentrado para alcançar determinada produção de leite.

FONTE: www.milkpoint.com.br
Esta matéria é cópia integral do site MILKPOINT, publicada por Paulo R. F. Mühlbach*, em 03/01/2013.

*Paulo Roberto Frenzel Mühlbach, Engº Agrº, Mestre em Zootecnia pela UFRGS, Dr. sc. agr. pela Universidade Christian Albrecht de Kiel, Alemanha, Professor Associado, aposentado, Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia, UFRGS.

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Fundamentos da mastite bovina e seus impactos na produção

Uma das principais doenças que acomete os bovinos leiteiros é a mastite, que é a inflamação da glândula mamária.

Os impactos econômicos surgem através da queda na produção leiteira, perda na qualidade do leite, maior custo de produção e o descarte prematuro de vacas por perda de um ou mais quartos mamários, que se tornam fibrosos e improdutivos. Sua magnitude varia conforme a intensidade do quadro e o agente causador.

A interação entre os microorganismos, as vacas e o ambiente, somada à ação do homem e possíveis erros de manejo, criam condições favoráveis à contaminação da glândula mamária e o desenvolvimento das mastites.

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Prejuízos associados às mastites

A queda da produção é o principal prejuízo imediato das mastites, podendo acarretar a perda de tecido mamário (fibrose) e até a morte da vaca acometida.

As principais perdas decorrentes das mastites (entre 70 e 80% das perdas totais) são causadas pelas mastites subclínicas, que embora não tenha sintomas visíveis (inflamação) diminuíram a síntese do leite. Já os casos clínicos provocam os restantes 20 a 30% das perdas (Philpot e Nickerson, 1991). Estes autores descreveram que um rebanho que apresenta uma Contagem Células de Somáticas (CCS) entre 200 e 500mil células podem perder 8% do seu potencial de produção leiteiro, ou seja, para cada 1000 litros deixa de produzir 80 litros em decorrência das mastites. Acima destes valores podem haver perdas que chegam até 25%. Coloque valores nessas perdas, conforme a produção e veja a dimensão do prejuízo diário do estabelecimento.

A decisão do momento de tratar é uma questão importante. Busque orientação técnica de um veterinário e estabeleça programas de higiene e prevenção que venham a oferecer as condições necessárias para a boa produtividade de seu rebanho.

Infelizmente muitos produtores não possuem ainda, com exceções é claro, o hábito de tratar as vacas no momento da secagem, o que é um método preventivo importante, pois atua antes que o quadro seja mais severo. A vaca no período seco irá recuperar sua glândula mamária para a próxima lactação e eliminar os casos de mastite subclínica presentes no rebanho.

Dessa forma, um dos principais momentos para tratar vacas leiteiras, especialmente visando eliminar a mastite subclínica é durante o período seco. Nesta fase é possível alcançar a cura de 70 a 80% dos casos de mastite, muito acima dos resultados alcançados em tratamentos de vacas em lactação.

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Argentina, Uruguai e Chile estão trabalhando na implementação de um protocolo de bem-estar animal em vacas leiteiras a nível regional, através de um projeto iniciado há um ano e meio em Punta del Este. Foram avaliadas 900 fazendas leiteiras, padronizando os parâmetros que definem as condições ótimas nas quais os rebanhos devem que ficar.

A Boehringer Ingelheim convocou uma reunião para conhecer os primeiros resultados da implementação de um protocolo sobre bem-estar animal em fazendas leiteiras. "O objetivo dessa reunião era ver quais eram as dificuldades para a implementação do protocolo, para corrigi-lo e torná-lo amigável e, finalmente, definir um informe único para os três países", disse o responsável pela linha de pecuária para Argentina, Chile e Uruguai da Boehringer Ingelheim, Juan Manuel Nimo.

Nimo disse que a iniciativa surgiu há um ano e meio quando os especialistas decidiram se unir com a ideia de compartilhar o que estavam trabalhando em matéria de bem-estar. "Percebemos que seria bom ver como estavam todas as fazendas leiteiras, não somente da Argentina, mas também o Chile e do Uruguai, que têm características similares de produção, poder avaliar e ver quais são os pontos fracos, que medidas poderiam ser implementadas e, posteriormente, ver que benefícios se obtêm com isso".

Nesse sentido, ele disse que os três países estão em níveis similares no que se refere às condições dos animais, das instalações, dos sistemas de produção e, inclusive, da maioria dos problemas.

Esse protocolo transitório de auditoria em fazendas leiteiras sobre o qual os especialistas estão trabalhando foi elaborado a partir dos protocolos vigentes na Europa, elaborados pelo Welfare Quality e utilizados pelas autoridades da União Europeia (UE) para promover a legislação existente. "Os sistemas de produção e a idiossincrasia de nossos produtores e operários obrigam a elaborar protocolos diferentes aos europeus, mas baseados em sua ampla experiência na área", disse o reconhecido especialista no assunto, Mario Sirvén.

O mundo inteiro está começando a conscientizar sobre a necessidade de pensar nesse assunto. Os consumidores buscam alimentos gerados em condições amigáveis para os animais e os produtores entendem que o bem-estar animal impactará diretamente na qualidade do produto final. "O que apresentamos nessa reunião serviu não somente para avaliar os resultados, mas sim, para deixar mais um passo nessa tarefa de trabalhar sobre algo que, embora não seja novo, só recentemente começaram a ser abordados em nosso meio", disse Sirvén.

Na Argentina, as informações foram apresentadas por Antonio Leiva, responsável pelo tema bem-estar animal da Sancor. Ele citou como exemplo que, considerando que a maioria das fazendas avaliadas estão localizadas em regiões de altas temperaturas, onde o estresse calórico causa importantes quedas na produção e na fertilidade, 50% não têm elementos para prevenção ou redução do problema.

Essas auditorias também evidenciaram a falta quase total do uso de analgésicos para intervenções dolorosas, como por exemplo, o descorne dos bezerros.

Outro especialista que passou dados sobre o nível de bem-estar das fazendas argentinas foi Roberto Albergucci, veterinário independente e especialista em qualidade do leite e bem-estar. Ele avaliou exclusivamente rebanhos de vacas em produção e instalações de ordenha. "Uma das mais importantes conclusões que se chegou foi que a boa qualidade do leite se obtém com vacas em bem-estar e que o bom trato, ainda que em instalações 'complicadas', traz bons resultados", disse Sirvén.

No Chile, foram avaliadas cerca de 50 fazendas e mais de 10.000 vacas em ordenha a partir do trabalho: "Protocolo de Avaliação de Bem-Estar Animal", que inclui condição corporal, lesões de pele, escala de limpeza, score de locomoção, zona de fuga, entre outros itens.

O representante da Universidade Austral do Chile, Néstor Tadich, disse que todos os rebanhos avaliados se encontravam sob um sistema de produção a pasto e que o estudo foi realizado na primavera-verão. A grande maioria mostrou uma situação boa de bem-estar animal, mas poucos tiveram bons valores em todos os itens.

A professora da Faculdade de Veterinária da Universidade da República do Uruguai, Elena de Torres Tajes, destacou que no Uruguai também se encaminha ao que ocorre na Argentina, mas em outro ritmo. "Lá, o sistema de produção é mais pastoril que aqui, porque estamos em uma evolução para uma maior concentração de animais e onde os animais ficam menos tempo no campo pastando; a evolução é mais lenta".

FONTE: MILKPOINT*

*A reportagem é da Revista Infortambo, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.

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Alguns dos palestrantes do XI Congresso Internacional do Leite autorizaram o compartilhamento de suas apresentações. Disponibilizamos abaixo para download.

Experiência de sucesso da Fonterra - Nicola M Shadbolt, Professora Associada de Gestão do Agronegócio e Co-diretora do Programa de Agricommerce da Massey University, Nova Zelândia

Experiência de sucesso da Cooperativa Dos Pinos - Bernardo Macaya Trejos, Presidente da Fepale, Vice-presidente e Diretor do Conselho de Administração da Cooperativa Dos Pinos/Costa Rica

Desafios para a cadeia do leite nacional: visão da assistência técnica - Argileu Martins da Silva, Diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I na França - Jonathan Levin, Chefe Internacional do Departamento de Fisiologia Animal e Sistemas de Produção Animal do INRA

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I na Nova Zelândia - Kevin Macdonald, Pesquisador da Dairy New Zealand

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I no Canadá - Graham Plastow, CEO Livestock Gentec Ctr, University of Alberta

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I na Argentina - Miguel Taverna, Coordenador do Programa Nacional do Leite do INTA-Rafaela

Cenário atual e perspectivas futuras de PD&I no Brasil - Duarte Vilela; Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite

Verdades e mitos sobre as mudanças climáticas

Luis Carlos Baldicero Molion, Pesquisador do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas
Hilton Silveira Pinto, Professor da UNICAMP

Inovação sustentável e linhas de crédito e financiamento do Programa ABC - Elvison Nunes Ramos, Coordenador do Programa ABC do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Bioeficiência em sistemas de produção de leite - uma análise ambiental e econômica - Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

Estratégias tecnológicas para uma pecuária de leite sustentável: caso de sucesso - Craig William Bell, Diretor Administrativo da Fazenda Leitissimo S/A

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Estudo da Unesp aponta que o uso inadequado deste tipo de medicamento aumenta a resistência de vermes no gado Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita (Unesp) levantou um dado preocupante: os vermífugos existentes no mercado funcionam cada vez menos em bovinos. “Isso porque os diversos tipos de vermes que atacam estes animais estão ficando mais resistentes aos medicamentos, devido ao seu uso inadequado”, explicou o pesquisador e médico veterinário Ricardo Soutello. A pesquisa de Soutello foi realizada em cinco propriedades do Estado de São Paulo e analisou a resistência a quatro das categorias de antiparasitários mais utilizadas: sulfóxido de albendazol (vendido sob as marcas Ricobendazole, Ouro Fino), fosfato de levamisol (Ripercol, Fort Dodge), moxidectina (Cydectin, Fort Dodge) e ivermectina (Ivomec, Merial). O resultado mostrou que, em cada uma das produções, houve resistência a pelo menos uma das drogas utilizadas. Em uma das propriedades, houve resistência a três delas. Para descobrir o motivo de tanta força dos vermes, a equipe de pesquisadores também aplicou um questionário aos produtores, perguntando sobre a frequência da aplicação de vermífugos ao rebanho. Segundo Soutello, em 80% dos casos a administração do remédio era feita em períodos errados. “Constatamos que o uso inadequado dos anti-parasitários pelos criadores foi uma das características que influenciaram o desenvolvimento da resistência”. De acordo com o relatório divulgado pela Unesp, a maior parte das aplicações foi realizada juntamente com a vacinação contra a febre aftosa, sem levar em consideração a necessidade do uso do remédio ou o período entre uma aplicação e outra. “É difícil preparar o gado para receber um remédio. Ele precisa ficar um tempo sem comer, em um local fechado e isso costuma deixar o animal muito irritado. Então, alguns donos aproveitam campanha de vacinação para já dar o vermífugo. Mesmo que o animal nem precise”, explica Soutello. Uma das causas desse problema é o baixo custo das drogas genéricas ou similares no mercado, segundo o professor. Com o preço menor, seu uso aumentou, o que favorece a resistência anti-helmíntica. Prejuízos Um cálculo feito pela Unesp mostra que a perda estimada de animais infectados por vermes gira em torno de 30 a 70 quilos por ano. “O prejuízo é de cerca de duas arrobas a menos anualmente, o que representa cerca de R$ 200 por cabeça. Fora o custo com aplicações ineficientes e manejo”, explica Soutello. Dentro do custo total de produção de bovinos de corte, o custo dos vermífugos representa 1% de todo o montante, menos de R$ 10 por cabeça nos dois anos de ciclo. Apesar de o valor ser baixo, o retorno financeiro para o produtor é grande quando os remédios são aplicados de maneira correta, segundo o professor, supera o de todos os outros investimentos. “São R$ 40 para cada R$ 1 gasto com vermífugos utilizados corretamente”, explica. FONTE: Globo Rural On-line Ernesto de Souza
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9846958872?profile=originalO ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues afirmou que o cooperativismo é a saída para o Brasil vislumbrar um protagonismo mundial no setor leiteiro. Rodrigues abriu o primeiro dia de atividades do Congresso Internacional do Leite, em Goiânia-GO, defendendo que o agronegócio brasileiro tem força, já que representa 1/4 do PIB nacional.

"Falta ao setor organização e articulação. A cadeia produtiva, a sociedade e o governo devem interagir com vistas à geração de políticas públicas", conclui Rodrigues. Com esta afirmação, o ex-ministro respondeu à provocação do moderador do painel, o diretor presidente da Centroleite (Cooperativa Central dos Laticínios de Goiás), Haroldo Max de Souza, que propôs aos palestrantes e ao público pensarem no cenário desejado para daqui a 20 anos.
As palestras apresentadas na sequência trouxeram experiências bem sucedidas de cooperativas em diversos países. Uma delas foi a Fonterra, da Nova Zelândia, que congrega 10.500 produtores. A Fonterra é responsável por 25% da receita de exportação do país e figura entre as quatro principais cooperativas do mundo. O caso foi apresentado pela professora associada de Gestão do Agronegócio e co-diretora do Programa de Agricommerce da Massey University, Nicola Shadbolt.

Nicola Shadbolt também expôs as experiências da indiana Amul, detentora de 4% do mercado de leite mundial; da Arla Foods, com produtores cooperados em 13 países e produtos distribuídos em mais de 100 países; e da norte-americana Dairy Farmers of America, hoje responsável por 17% do comércio mundial do setor.

Vindo da Costa Rica, o presidente da Federación Panamericana de Lechería (Fepale), Bernardo Macaya, acrescentou mais um bom exemplo: a cooperativa Dos Pinos, da qual é vice-presidente e diretor do Conselho de Administração. A Dos Pinos exporta para 14 países a partir de três bases físicas. Possui 21 instalações para venda de insumos, medicamentos, concessão de crédito e capacitação dos produtores cooperados. Investe em programas de transferência de tecnologia e de responsabilidade social, fortalecendo as estratégias para acelerar o crescimento do agronegócio do leite na América Central.

(Assessoria de Comunicação – Congresso Internacional do Leite) 

Rubens Neiva

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A escolha das instalações utilizadas para alojamento de vacas leiteiras deve ser realizada levando-se em consideração diversos fatores, entre os quais destacam-se: nível de intensificação desejado, potencial genético do rebanho, disponibilidade de capital, disponibilidade e capacidade de produção de alimentos e custo da terra. Todos estes fatores devem ser avaliados, pois podem afetar diretamente a produtividade e sanidade do rebanho, qualidade do leite, bem-estar animal e a rentabilidade da fazenda.

No Brasil, existe uma grande diversidade de os sistemas de produção de leite, desde aqueles baseados em pastagem (extensivos ou intensivos) até os sistemas confinados, entre os quais os mais utilizados são do tipo “free-stalls” e sistema de piquetes (loose housing). Recentemente, na última década, alguns produtores de leite dos Estados Unidos iniciaram o uso de um novo sistema de confinamento chamado “compost barn” (estábulo com compostagem). O “compost barn” é um sistema de confinamento alternativo do conhecido sistema “loose housing”, que visa primeiramente melhorar o conforto e bem-estar dos animais e, consequentemente melhorar os índices produtividade do rebanho.

Esse sistema é composto basicamente por uma grande área de cama comum (área de descanso), normalmente formada por maravalha ou serragem, separada do corredor de alimentação ou cocho por um beiral de concreto. O diferencial deste sistema é a compostagem que ocorre ao longo do tempo com o material da cama e a matéria orgânica dos dejetos dos animais. O processo de compostagem consiste em produzir dióxido de carbono (CO2), água e calor a partir da fermentação aeróbia da matéria orgânica. No compost barn, as fezes e urina das vacas fornecem os nutrientes essenciais (carbono, nitrogênio, água e microrganismos) necessários para que ocorra o processo de compostagem. O oxigênio usado na compostagem é proveniente da aeração diária que deve ser realizada na cama. O sucesso do processo de compostagem depende da manutenção de níveis adequados de oxigênio, água, temperatura, quantidade de matéria orgânica e atividade dos microrganismos, que produzem calor suficiente para secar o material e reduzir a população de microrganismos patogênicos. Para que esse processo ocorra, a temperatura da cama deve variar de 54 a 65˚C a 30 cm da superfície da cama.

No Brasil, o compost barn ainda é pouco utilizado, porém nos Estados Unidos, este sistema vem ganhando espaço em alguns estados produtores de leite. Um estudo realizado nos Estados Unidos avaliou este sistema de instalações quanto ao conforto e longevidade dos animais. Foram estudadas doze fazendas leiteiras que adotaram o sistema de compost barn com o objetivo principal de proporcionar conforto ao animal, aumentar a longevidade das vacas, e melhorar a facilidade de manejo que está associada a este sistema. Os resultados deste estudo desenvolvido pela Universidade de Minnesota indicaram algumas mudanças notadas em relação ao conforto e o impacto em produtividade e longevidade:

• Redução de problemas de casco, pois comparado aos sistemas tipo free-stalls, no compost barn as vacas têm mais espaço, o que permite maior liberdade de movimento tanto para se locomoverem quanto para deitar. Além disso, mesmo quando em pé, as vacas permanecem sobre uma superfície mais macia que no concreto. Um estudo realizado no estado de Minnesota demonstrou uma porcentagem de 7,8% de vacas com problemas de casco em propriedades com compost barn, contra 19,6 a 27,8% em propriedades do tipo free-stalls (Barberg et al., 2007b).
• Com a melhoria na sanidade do casco, as vacas apresentaram maior facilidade de manifestação de cios, melhorando a taxa de detecção de cio pelos tratadores. No mesmo estudo em Minnesota, as taxas de detecção de cio aumentaram de 36,9% para 41,4% e as taxas de concepção aumentaram de 13,2% para 16,5%, quando vacas foram deslocadas do free-stall para o compost barn.
• Melhoria da qualidade do leite, com redução da CCS e menor incidência de mastite. Esse fato pode ser explicado tanto pela redução de mastite ambiental pela redução da carga microbiana na cama, melhoria da condição de higiene das vacas antes da ordenha, quanto pela melhoria no sistema imune das vacas promovida pelo ambiente mais confortável.

Alguns produtores também observaram como grande incentivo o baixo custo inicial de investimento para a construção de um compost barn, quando comparado aos custos de construção de um galpão tipo free-stall. Outro fato interessante proporcionado pelo compost barn é a redução do acúmulo e descarte de dejetos, o que inclui custos para armazenamento, espaço necessário e mão-de-obra, em comparação com sistemas de free-stall.


AUTORES: Camila Silano* e Marcos Veiga dos Santos**
*Camila Silano é médica veterinária e aluna de pós-graduação em Nutrição e Produção Animal da FMVZ-USP
** Professor Associado da FMVZ-USP

FONTE: MILK POINT (http://www.milkpoint.com.br/mypoint/6239/post.aspx?idPost=4771)

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O Brasil é um grande produtor de leite e sua produção vem crescendo substancialmente nos últimos anos. Segundo as últimas estatísticas do IBGE, a produção de leite teve aumento de 4,5% entre 2010 e 2011. Ou seja, no ano passado foram produzidos 32,1 bilhões de litros de leite no País, aproximadamente 1,4 bilhão de litros a mais que em 2010. Se a taxa de crescimento da produção se mantiver em 4,5% ao ano, o Brasil vai fechar 2012 com 33,5 bilhões de litros de leite produzidos (Figura 1).

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Pela Figura 1, pode-se observar que nos últimos oito anos, a produção de leite aumentou 37%, passando de 23,5 bilhões de litros produzidos em 2004 para 32,1 bilhões de litros em 2011. Isso equivale a um aumento anual médio de 4,7%. Este aumento no volume de produção de leite mantém o Brasil entre os cinco países com maior produção de leite no mundo que, segundo os dados da FAO, são: Estados Unidos, Índia, China e Rússia.


No País, a maior produção de leite continua ocorrendo em Minas Gerais, que representa 27,3% da produção nacional. Em segundo lugar, aparece o Rio Grande do Sul, com 12,1% da oferta de leite no Brasil, seguido pelo Paraná (11,9%) e por Goiás (10,9%). No entanto, as variações percentuais na produção de leite entre 2010 e 2011 foram bem discrepantes entre os estados, conforme pode ser visualizado na Figura 2.

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Na Figura 2 pode-se observar que as maiores taxas de crescimento da produção de leite de vaca ocorreram em Goiás (9,0%), Rio Grande do Sul (6,8%), Paraná (6,2%) e Minas Gerais (4,4%). Por outro lado, houve redução da produção em alguns estados, como a de 12,0% em Rondônia e 4,6% na Bahia, além da quase estabilidade paulista.


No entanto, em termos de volume de leite produzido a mais em 2011, os destaques foram: Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, que juntos introduziram R$ 1,3 bilhões de litros no mercado, ou seja, 92,7% do aumento da produção brasileira em 2011. Com isso, os estados que tiveram a maior geração de renda com o leite em 2011 foram, nesta ordem: Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina e São Paulo. Em Minas Gerais, o valor bruto da produção de leite em 2011 foi de R$ 6,9 bilhões, o que representa quase o dobro do valor gerado no Centro-Oeste, mais do que o dobro do valor da produção no Nordeste e mais de seis vezes a renda produzida pelo leite no Norte.

 
Autores: 
Marielli Cristina de Pinho – Estudante de Ciências Econômicas da UFJF 
Kennya Beatriz Siqueira – Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite 
Eduardo da Silva Mercês – Estudante de Ciências Econômicas da UFJF

Fonte: Panorama do Leite (www.cileite.com.br

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Nesta sexta-feira, dia 26 de outubro, a Embrapa Gado de Leite comemora 36 anos de trabalhos dedicados à pesquisa. Para celebrar a data, será inaugurado, às 10h no Campo Experimental da Embrapa, em Coronel Pacheco – MG, o Complexo Experimental Multiusuário de Bioeficiência e Sustentabilidade da Pecuária. O investimento, orçado em mais de R$ 12 milhões, é visto pela Embrapa Gado de Leite como prioritário e definirá os rumos da pesquisa na instituição.

De caráter interinstitucional e interdisciplinar, as ações do Complexo serão conduzidas em parceria com 17 instituições, envolvendo 75 pesquisadores de todo o país. O Complexo irá mobilizar boa parte do estafe de pesquisa da instituição em ações multidisciplinares que abrangem genômica, reprodução, sanidade, ambiência, nutrição, etc.

A pecuária de leite nacional sempre adaptou para as condições locais as tabelas de exigências nutricionais estabelecidas nos países de clima temperado. Com o início das atividades do Complexo, busca-se elaborar tabelas e fórmulas próprias, estabelecendo tecnologias para adoção da nutrição de precisão para o mundo tropical. A pesquisa quer também elucidar o real impacto ambiental causado pela atividade pecuária.

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O Piracanjuba Pró-Campo existe desde 2009 e já treinou mais de 1000 produtores e técnicos na área de produção de leite. Este programa tem como objetivo apresentar tecnologias novas e atualizadas através da assistência técnica gerencial, treinamentos e capacitação de mão-de-obra. Todo este trabalho é feito tendo como base a assistência técnica gerencial e o Centro de Apoio Técnico ao produtor de leite Piracanjuba.

A assistência técnica gerencial é realizada com a participação de agrônomos, veterinários e zootecnistas terceirizados que prestam serviços para um grupo de produtores que fornecem o leite para a Piracanjuba orientando nas atividades necessárias. O Laticínios Bela Vista coordena todo o processo e subsidia parte dos custos da assistência como forma de incentivar o produtor participante.

Um produtor do grupo é selecionado e sua propriedade é transformada em unidade demonstrativa. Esta propriedade tem acesso a benefícios especiais para se desenvolver com maior rapidez. Além disso, o Laticínios Bela Vista busca incentivar o hábito de leitura e levar uma informação direcionada de maneira eficaz e gratuita para cada produtor através da assinatura de uma revista técnica especializada em pecuária leiteira.

O Centro de Apoio Técnico ao produtor de leite Piracanjuba é uma propriedade rural voltada para a produção de leite que tem como principais funções difundir tecnologias, treinar e capacitar mão de obra para a atividade leiteira com qualidade, viabilidade econômica e responsabilidade socioambiental, servir de suporte para o programa de assistência técnica gerencial Piracanjuba Pró-Campo, disponibilizar touros reprodutores de raças leiteiras e financiamentos para a compra dos mesmos, demonstrar a viabilidade econômica da atividade leiteira administrada com eficiência.

Para realizar este trabalho, o centro de apoio técnico conta com as seguintes Unidades:

Unidade demonstrativa de produção de leite - Área de demonstração da produção de leite. É também sala de aula prática para os treinamentos de mão de obra rural, através de excursões técnicas, dias de campo e cursos semanais em parceria com o SENAR-AR/GO.

Unidade de recria e venda de reprodutores - O programa disponibiliza touros de raças leiteiras aos produtores interessados em promover o melhoramento genético e que utilizam o sistema de monta natural.

Unidade de treinamento e inseminação artificial - Realização de treinamentos de inseminação artificial em bovinos de leite em parceria com a CRV-Lagoa da Serra.

Unidade centro de treinamento - É composta por alojamentos, refeitório equipado com TV, área de leitura e sala de aula teórica.

Unidade de responsabilidade social – A responsabilidade social é demonstrada através dos programas poupança verde (estimular o produtor a produzir madeira nobre), recuperação de nascentes (parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Bela Vista de Goiás e Tetra Pak do Brasil através do reflorestamento das matas ciliares) e sistema silvipastoril (integração entre pastagem e floresta promovendo a integração e interação dos diferentes componentes, pecuário, agrícola e florestal, aliando aumento de produtividade com preservação do meio ambiente).

Laboratório de Biocarrapaticidograma – Recebe amostras de carrapatos coletados nas propriedades rurais e testa quais carrapaticidas são eficientes para o controle dos mesmos.

 

Assistam a matéria sobre o programa Pró-Campo que foi veiculada dia 15/09/2012 no Jornal do Campo, exibido pela TV Anhanguera:

http://g1.globo.com/videos/goias/jornal-do-campo/t/edicoes/v/apos-curso-de-capacitacao-agricultor-comemora-alta-lucratividade-na-producao-de-leite/2139856/

Mesmo que o produtor não forneça o leite para o Laticínios Bela Vista ele pode participar do treinamento no Centro de Apoio Técnico ao produtor de leite Piracanjuba!

Para maiores informações sobre o programa entrar em contato com o Centro de Apoio Técnico ao Produtor de Leite Piracanjuba através dos telefones: (62) 9973-9480/ (62) 9917-5551/ (62) 9994-1411.

 

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pedilúvio

 

 Pretendo construir um curral com pedilúvio,entretanto gostaria de saber após as várias vezes de uso onde descartar o líquido , para repor outro? Tenho uma esterqueira que recebe os dejetos do resto do curral,acredito que o líquido do pedilúvio não possa cair nesse meio, atrapalharia os processos biológicos?

Abraços,Carlos Felipe Monteiro

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Assimetria de conceitos.

Em diversas oportunidades que tenho, especialmente nas palestras e cursos que ministro, enfatizo que muitas informações são transmitidas completamente deturpadas aos consumidores. Sempre uso como exemplo o que, muitas vezes, é ensinado nas escolas. Criando para as novas gerações novos conceitos.

Sem dúvida, muito evoluímos. Quando eu estava no ensino fundamental, não me recordo de ouvir tantos discursos de sustentabilidade, reciclagem, entre outros temas, hoje muito abordados. Isto é algo muito positivo, pois estamos formando cidadãos mais conscientes de suas responsabilidades e suas interações com o mundo.

No entanto, hoje no papel de mãe e, tentando formar um indivíduo mais preparado para encarar os novos desafios, fico transtornada quando leio lições da minha filha (que completou sete anos dia 16.09), em que classificam os alimentos saudáveis e não saudáveis. Estando o leite DESNATADO como saudável e a Carne Vermelha como Não saudável.

Acredito que existem diversas controvérsias sobre o tema. Mas, leite desnatado para minha filha, com um “score corporal” tão baixo, não deve ser considerado saudável. E, para meu grande desgosto, minha filha classificar a carne vermelha como não saudável, ao lado de refrigerantes, balas e “saugadinhos” (sic), deixou-me muito preocupada. Afinal, para o desenvolvimento de uma criança, privá-la de consumo de carne vermelha precisa ser muito bem acompanhado. Caso contrário, poderão decorrer consequências sérias de crescimento e desenvolvimento mental, muitas vezes irreversível.

Temos que nos preparar para enfrentar a difusão de conceitos inadequados, em especial, na alimentação das nossas crianças. Não deveriam permitir este tipo de abordagem nas escolas, somente conceitos que sejam realmente embasados.
A reunião com a professora já está agendada. E, para minha sorte, minha filha continua dizendo que: “Sem picanha não dá, né?”.9846959053?profile=original

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Trocar experiências e ideias sobre assuntos que ainda são considerados polêmicos e que precisam de mais esclarecimentos é um dos objetivos do VI Encontro Nacional de Comissões Internas de Biossegurança – VI ENCIBio, realizado em Uberlândia de 15 a 18 de outubro. Durante a mesa redonda do primeiro dia de evento, o pesquisador Luiz Sérgio de Almeida Camargo da Comissão Interna de Biossegurança da Embrapa Gado de Leite, ao lado do José Fernando Garcia, da Faculdade de Medicina Veterinária da UNESP, Mário Hirata, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP/SP e Margareth Capurro, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), vão abordar os Desafios na Experimentação com Animais Geneticamente Modificados.

Segundo o pesquisador da Embrapa, um dos grandes desafios na área é definir os critérios para a condução de experimentos com animais de médio e grande porte mantidos em regime de contenção, de acordo com a classe de risco e nível de biossegurança exigido. Muitos dos critérios adotados para animais de laboratório podem ser utilizados em área de contenção para os de grande porte, enquanto outros são mais difíceis de serem realizados. “Em um laboratório é possível impedir a passagem de insetos, como as moscas. No entanto, em um curral com grande quantidade de bovinos, por exemplo, é difícil. Além do mais, dependendo do tamanho do rebanho isto se torna oneroso, limitando a condução de experimentos, principalmente por parte de instituições públicas de pesquisa”, explicou Luiz Sérgio.

Mesmo assim, o pesquisador ainda aponta os benefícios dos estudos com os transgênicos em regime de contenção com animais de médio e grande porte. “É importante para se estabelecer a geração de animais GM de forma eficiente e segura, pois são fundamentais para biofábricas que produzem proteínas recombinantes. Certas drogas farmacêuticas são fabricadas em bactérias ou células geneticamente modificadas cultivadas em grandes estruturas laboratoriais e já são comercializadas, como a insulina recombinante”, disse.

Luiz Sérgio ainda salienta que um animal GM de médio ou grande porte poderá produzir no leite a mesma proteína, com o mesmo gene, porém em maior quantidade, requerendo menor estrutura física e menos gastos de energia de um laboratório.

Dessa maneira, espera-se uma maior produção da proteína a um menor custo, podendo atender uma maior parcela da população. Outro aspecto é gerar animais GM que possam ser mais resistentes a doenças e contribuir para a produção de alimentos que sejam mais saudáveis, com menos uso de antibióticos e inseticidas.

A mesa redonda na qual o pesquisador Luiz Sérgio de Almeida Camargo da Comissão Interna de Biossegurança da Embrapa Gado de Leite integrará será realizada no dia 16 de outubro, às 16h, durante o VI ENCIBio em Uberlândia.

FONTE: Rubens Neiva - Jornalista da Embrapa Gado de Leite

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Interessados podem enviar os trabalhos até o dia 15 de outubro

Os interessados em participar do XI Congresso Internacional do Leite com trabalhos científicos têm até o dia 15 de outubro para submeter os trabalhos à comissão científica do evento. Os estudos devem contemplar um dos seis temas:

- Produção Animal;

- Qualidade do leite e Saúde Animal;

- Melhoramento Genético;

- Mercado e Políticas Públicas;

- Pastagens e Forragicultura;

- Transferência de Tecnologia.

Podem participar até quatro trabalhos por primeiro autor sendo o limite de oito autores por trabalho. É necessário que, pelo menos, o primeiro autor esteja inscrito no Congresso Internacional do Leite. Informações sobre as regras para a submissão dos trabalhos podem ser obtidas no site do Congresso (http://www.cnpgl.embrapa.br/congresso2012).

O evento – Cerca de mil pessoas devem participar do Congresso Internacional do Leite. O evento, idealizado pela Embrapa Gado de Leite será realizado pela terceira vez em Goiânia-GO, em parceria com a Federação de Agricultura do Estado de Goiás e o Senar-GO.


O Congresso é composto por dois eventos: o Workshop sobre Políticas Públicas para o Agronegócio do Leite e o Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária de Leite no Brasil. O workshop será dividido em dois painéis: o Cooperativismo no Brasil e no mundo e P & D e inovação na pecuária de leite. O simpósio terá como temas de debates os desafios para a cadeia do leite no Brasil e pecuária de leite sustentável.


Especialistas de vários países levarão ao público os últimos avanços das pesquisas para o setor. Estudantes e pesquisadores também poderão submeter trabalhos a serem divulgados durante o Congresso. As inscrições poderão ser realizadas pelo site até o dia 30 de outubro. Estudantes e produtores pagam R$ 50,00 e técnicos e demais profissionais pagam R$ 100,00. Os preços das inscrições para quem se inscrever durante o evento são R$ 70,00 e R$ 100,00, respectivamente.


Além do workshop e do simpósio, ocorrerão três eventos paralelos: O Encontro das Cooperativas de Leite da América Latina, a Reunião da Subcomissão Permanente do Leite da Câmara dos Deputados e a Reunião da Câmara Setorial do Leite. O Congresso será realizado no Atlanta Music Hall - BR 153, KM 10, QD. 28. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones: (32) 3311-7487 (Embrapa) ou (62) 3096-2208 (FAEG).

 

Rubens Neiva

Jornalista – Embrapa Gado de Leite

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É o que prevê o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Faerj), Ricardo Bastos.

Segundo Bastos, o custo de produção está defasado entre 5% e 6% em relação ao recebimento do leite.

— Como a cadeia vai passo a passo, o produtor hoje está com 6% de prejuízo — indicou.

Ele prevê que, agora, para buscar o equilíbrio, os produtores vão reduzir a quantidade de insumos usados na atividade e também a produção até encontrar uma estabilidade.

— Com essa queda de produção, o laticínio, como precisa de leite, tem que ter um adicional para conseguir mais leite. Isso é um [efeito] dominó. Por isso, é que leva entre 30 e 60 dias para chegar ao consumidor final — explicou.

Bastos acredita que o impacto dos insumos no preço do leite pode ser atenuado por meio da liberação, pelo governo, dos estoques de milho, de soja e de farelo de soja, que são os principais insumos da produção. Ele lembrou que o setor produtor leiteiro já sofreu um aumento de mão de obra, que incide sobre o custo de produção em até 15%, enquanto o peso dos insumos é bem maior, da ordem de 40%.

— Então, quando aumenta o insumo, isso reflete diretamente no custo de produção.

Historicamente, quando o preço da soja e do milho estão bem, a tendência é aumentar a área de plantio, conforme Bastos.

— Aumentando a área de plantio, aumenta a oferta e, consequentemente, cai o preço lá na frente.

Ele espera que esse movimento se repita no Brasil para que o preço ao consumidor possa diminuir.

O diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Francisco Vilela, também acredita que a situação da pecuária leiteira no Brasil pode ter algum efeito para o consumidor final. Ele acredita, porém, que o cenário de alta do preço para o consumidor pode ser revertido, “mas só no ano que vem”. Vilela lembrou que a safra brasileira já está colhida e a safra norte-americana, que seria colhida em setembro/outubro, “está frustrada” devido à seca nos Estados Unidos.

— Então, este ano, não tem mais produto, não tem mais safra. Só no ano que vem.

Com isso, tal cenário pode gerar aumento de custo para o produtor, com reflexo no consumidor final. Segundo Vilela, além de financiar a retenção de matrizes para evitar que os produtores as vendam e tornem, assim, esse efeito de alta permanente, o governo poderia ainda suspender a importação de produtos lácteos.

Fonte: A matéria é uma publicação Portal do Agronegócio.

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Produtores rurais que trabalham com pecuária leiteira devem estar sempre atentos à mastite, doença que atinge vacas leiteiras, causando a inflamação da glândula mamária e ocasionando prejuízos à atividade de produção de leite. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Juliana Dias, as perdas econômicas decorrem de vários fatores como: diminuição da produção, custos com mão de obra, honorários profissionais, gastos com medicamentos, morte ou descarte precoce de animais e queda na qualidade do produto final. Além das perdas, a infecção pode representar risco à saúde humana devido à eliminação de microrganismos e toxinas no leite consumido.

A pesquisadora explica que a mastite é causada, principalmente, por bactérias, mas também podem ocorrer casos devido à infecção por fungos, algas e vírus.  A doença pode se apresentar de duas formas. A forma clínica é caracterizada por alteração no leite, podendo ocorrer tambémanormalidades visíveis no úbere, como aumento de temperatura e edema. Já a forma subclínica é caracterizada pela ausência de alterações visíveis a olho nu. “A forma subclínica ocorre com mais frequência sendo responsável por cerca de 70% das perdas, e pode diminuir a produção de leite em até 45%”, informa Juliana.

Controle

Para o controle da mastite, um conjunto de medidas pode ser aplicado junto ao rebanho, como a definição da situação da doença, a higiene e o conforto no local onde ficam os animais e o manejo adequado de ordenha. Os procedimentos que garantem esse manejo adequado são: realização do teste da caneca telada em todas as ordenhas para o diagnóstico de mastite clínica; realização do California Mastitis Test (CMT) a cada quinze dias para o diagnóstico da mastite subclínica; desinfecção dos tetos antes da ordenha; secagem dos tetos com papel toalha; realização da ordenha manual ou colocação da ordenhadeira mecânica; desinfecção dos tetos após a ordenha e alimentação dos animais para que eles permaneçam em pé até o completo fechamento do esfíncter do teto.

“Para evitar a transmissão da mastite, além do manejo de ordenha adequado, recomenda-se a implantação da linha de ordenha, utilizando como base o resultado do CMT. A linha é estruturada de forma que as vacas negativas sejam ordenhadas primeiramente. Em seguida, as vacas com mastite subclínica e, por último, os animais com mastite clínica”, explica Juliana.

As medidas para o controle da doença também incluem o tratamento imediato dos casos clínicos com antibiótico. A indicação do medicamento deve ser feita por um técnico. O tratamento deve ser realizado por, no mínimo três dias. A pesquisadora observa que os animais que estão sendo tratados devem ser marcados e o leite deles descartado durante o tratamento, considerando o período de carência do produto descrito na bula, para evitar a presença de resíduos no leite do tanque ou latão.

Outra medida é a limpeza e manutenção dos equipamentos de ordenha, sendo que esta última deve ser feita a cada seis meses, visando garantir a sanidade da glândula mamária. A lavagem do equipamento deve ser feita imediatamente após a ordenha seguindo as instruções do fabricante.

Durante a secagem, o uso de antibióticos específicos em todos os quartos do animal é fundamental para o tratamento de casos subclínicos, adquiridos durante a lactação, e também para a prevenção de novas infecções durante o período seco. A recomendação é que o animal tratado seja acompanhado durante as duas primeiras semanas pós-tratamento.

De acordo com Juliana, devem ser separados e descartados os animais com mastite crônica não curada, devido à diminuição da capacidade produtiva do teto afetado e potencial fonte de infecção para os animais não infectados.

Medidas

Para evitar a ocorrência da mastite no rebanho, recomenda-se a análise do California Mastitis Test (CMT) ou CCS, ou exame microbiológico do leite, dos animais a serem comprados. Células somáticas são células de defesa (predominantemente leucócitos) e células de descamação do epitélio mamário. “Em caso de mastite, existe um aumento das células somáticas no leite, o que é definido como indicador da infecção. O CMT é um teste feito a campo para diagnóstico da mastite, pois detecta a presença de células somáticas [CS] no leite. O CCS, que é a contagem de células somáticas, é realizado em laboratórios oficiais da Rede Brasileira de Laboratórios de Qualidade do Leite [RBQL], por isso é mais preciso e confiável e os valores são expressos em células por mL”, esclarece Juliana Dias.

Monitoramento

O monitoramento da doença deve ser feito através da coleta sistemática de dados de CCS dos animais. Para os casos de mastite clínica devem ser registrados dados como: número do animal, duração do caso, dia, tratamento realizado e duração do tratamento. Além dessas informações individuais, é necessário o monitoramento dos dados do rebanho, como incidência de casos de mastite clínica e informações sobre CCS dos animais. “Nos animais em que a CCS está alta é indicada a realização da cultura microbiológica para a identificação do agente causador da infecção e, assim, estabelecer uma estratégia de controle mais eficaz”, finaliza a pesquisadora.

Fonte: www.embrapa.br

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