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9846997895?profile=originalPublicação reúne 34 artigos em 104 páginas. São conteúdos exclusivos sobre os temas mais importantes relacionados à cadeia de produtos lácteos.

 

A cadeia do leite no pós-Covid, a produção com foco em bem-estar animal e sustentabilidade, as novas exigências dos consumidores, a vaca que produz mais e consome menos, o novo ambiente nas fazendas para ter vacas e pessoas felizes. Estes são alguns dos 34 temas do Anuário Leite 2020, da Embrapa Gado de Leite, que já está disponível para download no site da empresa.

O Anuário Leite 2020 é resultado de parceria da Embrapa Gado de Leite com o jornalista Nelson Rentero, que tem mais de 30 anos dedicado à cadeia do leite, e a Texto Comunicação, responsável pela produção editorial. “Esta é a terceira edição do anuário, que está cada vez melhor porque evolui conforme as novas diretrizes e necessidades do mercado”, destaca Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite.

“A proposta do anuário é reunir em uma única publicação as reportagens, estatísticas e conteúdos mais importantes para que todos os agentes envolvidos na cadeia dos produtos lácteos estejam bem informados sobre a agenda temática do setor, que movimenta mais de R$ 80 bilhões por ano”, resume o editor Nelson Rentero.

 

Ter vacas e pessoas felizes é o propósito realizado pela Embrapa Gado de Leite. O compost barn instalado na fazenda de Coronel Pacheco (MG) é o mais recente investimento da empresa e representa com fidelidade o novo horizonte da atividade leiteira no Brasil. “Bem-estar animal e produção sustentável estão na ordem do dia do leite. É preciso criar vacas felizes e fazer as pessoas felizes. É a combinação perfeita para projetar ainda mais essa cadeia fantástica”, detalha Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite.

O Anuário Leite 2020 teve a coordenação técnica da zootecnista Rosangela Zoccal. Os conteúdos são assinados pela equipe de pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, pelos jornalistas Nelson Rentero e Altair Albuquerque, além de contribuições de especialistas em vários campos de atuação.

 

As reportagens especiais também destacam a importância da produção direcionada para o atendimento das demandas dos consumidores. Nesse campo, entram o leite orgânico, o queijo artesanal, as embalagens, os produtos funcionais. “Também incluímos conteúdos sobre normas de qualidade, uso racional de água, enfermidades importantes, artigos assinados e duas entrevistas exclusivas. O pesquisador Marcus Vinícius Barbosa da Silva, da Embrapa Gado de Leite, detalha as características da vaca do futuro, e Roberto Jank Jr., proprietário da Agrindus mostra como obtém lucro com o leite”, informa Nelson Rentero.

 

Além das reportagens especiais, o anuário reúne as mais importantes estatísticas do leite no Brasil e no mundo, incluindo dados de produção (maiores produtores, laticínios, estados, regiões), demanda, preços/custos, exportação/importação, mercado dos Estados Unidos, China e Índia.

 

O Anuário Leite 2020 está disponível para download gratuito neste site

Marcos La Falce / Nelson Rentero

Embrapa Gado de Leite

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A bezerrinha Florida da Cerrados, que nasceu no dia 31 de agosto no Centro de Tecnologias em Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL) da Embrapa Cerrados, no Distrito Federal, não é um animal qualquer. Ela é filha da vaca Acácia da Cerrados TN, primeiro e único clone de Gir Leiteiro do programa de seleção da raça no CTZL, obtido pela técnica de transferência nuclear há três anos.

Depois de uma gestação sem complicações para a mãe, a bezerra nasceu pesando 21 kg, está com boa saúde e é bem esperta. “O nascimento da Florida é a comprovação de que a reprogramação nuclear do processo de clonagem que gerou a Acácia foi bem sucedida”, afirma o pesquisador Carlos Frederico Martins, supervisor do CTZL e coordenador da pesquisa, financiada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) que busca melhorar a eficiência da clonagem e associá-la à produção de bovinos transgênicos biorreatores. 

Acácia foi inseminada artificialmente com sêmen convencional (não sexado) do touro Gir Leiteiro PH Uísque, um premiado animal do rebanho de Paulo Horta, criador no Distrito Federal. O touro já é falecido, mas o sêmen está disponível em uma central de inseminação. O uso da técnica de inseminação artificial por tempo fixo (IATF), por sinal, é prática usual nas propriedades rurais. 

“Tivemos sorte de ter nascido uma fêmea, já que as chances são de 50% para cada sexo quando se usa sêmen convencional”, diz o pesquisador, que também chama a atenção para a precocidade da mãe-clone: “A Acácia emprenhou com dois anos e três meses de idade, quando já tinha uma boa estrutura corporal. O normal para a raça Gir Leiteiro é que isso ocorra acima dos três anos”. 

Nos próximos meses, além de observar o crescimento de Florida, cujo nome é inspirado no momento de floração dos ipês no Brasil Central (final de agosto e início de setembro), o pesquisador vai acompanhar a produção de leite de Acácia e verificar se o potencial genético se assemelha ao da vaca que a originou. 

Segundo Martins, Florida poderá participar do programa de melhoramento genético do Gir Leiteiro conduzido no CTZL caso expresse potencial genético elevado para produção de leite quando se tornar uma novilha. “Nossa expectativa é de que depois do ponto crítico da clonagem, todas as proles sejam férteis”, diz. O animal poderá ser inseminado artificialmente, ter ovócitos fertilizados in vitro ou, até mesmo, participar de testes de clonagem. 

Clonagem por transferência nuclear

Nascida em agosto de 2017, Acácia da Cerrados TN (sigla para transferência nuclear) é clone da vaca Gir Leiteiro Calidora, pertencente ao rebanho do CTZL. O animal clonado foi obtido a partir de fibroblastos epiteliais de Calidora (doadora), tendo sido gestado por Janela (receptora), uma vaca mestiça. Na época, um exame laboratorial com amostras dos pelos dos animais apontou os mesmos pares de alelos nos DNAs de Calidora e Acácia, confirmando a clonagem.

Na técnica de produção de clones por transferência nuclear, uma célula somática (como as do líquido amniótico) ou adulta (de gordura ou da pele, por exemplo) é fusionada a um ovócito enucleado, ou seja, cujo núcleo foi removido. Assim, o ovócito passa a se desenvolver com o núcleo da célula doadora, tornando-se um embrião que será posteriormente inserido em uma fêmea receptora (barriga de aluguel). Veja o esquema:

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A técnica de clonagem por transferência nuclear a partir de fibroblastos da pele é a mais comumente usada em bovinos. No caso da pesquisa do CTZL, realizada em parceria com o Departamento de Biologia Animal da Universidade de Brasília, os fibroblastos foram obtidos da pele da base da cauda da Calidora, entre a vulva e o ânus. “É uma região que fica protegida do sol. Isso é importante porque evita mutações na epiderme provocadas pelos raios solares”, explica Martins.

O pesquisador aponta que a clonagem permite a seleção e a multiplicação de animais com características de interesse econômico. “Buscamos formar um plantel de animais superiores nas raças Gir Leiteiro e Sindi para a produção de leite, e essa técnica reprodutiva possibilita a continuidade, por meio dos clones, de vacas de comprovado potencial genético”.

Breno Lobato (MTb 9417-MG)

Embrapa Cerrados

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9846996087?profile=originalA novidade veio do Rio Grande do Sul. Sérgio Bender, especialista da Embrapa Clima Temperado, diz que a cultivar BRS Kurumi, desenvolvido na Embrapa Gado de Leite, nas atividades do Programa de Melhoramento de Capim-elefante, pode ser uma ótima alternativa na alimentação de peixes e aves. A hipótese foi se confirmando aos poucos, por meio do feedback dos próprios produtores. O analista conta: “Quando a cultivar foi lançada, em 2012, não haviam viveiristas que vendiam o material. Passamos a divulgar a cultivar doando mudas aos produtores que visitavam o estande da Embrapa, nas feiras e eventos da região. De um ano para outro, à medida que os produtores iam cultivando a gramínea, foram aparecendo relatos que os peixes e as aves adoravam a BRS Kurumi”.

Bender tem recomendado a cultivar como alternativa de alimentação de baixo custo para criadores da carpa capim, um peixe onívoro que se adaptou muito bem à gramínea. “O quilo da ração para carpa chega a custar três reais enquanto o quilo de matéria seca da forrageira custa menos de um real”. O pesquisador ensina que o capim deve ser cortado ainda jovem para alimentar os peixes, garantindo maior teor de proteína e menos fibras. “O corte é feito onde começa a emissão das folhas, que podem ser jogadas diretamente no tanque”. A utilização do capim-elefante para alimentar peixes já é tradicional, mas segundo os produtores que têm contato com Bender, o Kurumi tem superado todas as expectativas.

No caso das aves, a cultivar é recomendada para as aves coloniais. Pode ser fornecido picado ou a folha inteira. Bender, que trabalha com transferência de tecnologia em agricultura colonial, diz que produtores de suínos e cavalos também tem reportado a boa adaptação dos animais à cultivar. “Ainda não apareceu bicho que não tenha gostado da Kurumi”, conclui. Isso se deve ao seu valor nutritivo. Os teores de proteína bruta variam de 18% a 20% e os coeficientes de digestibilidade estão entre 68% e 70%, quando bem manejado.

Gado de leite

A BRS Kurumi foi desenvolvida para a intensificação da produção de leite a pasto com menor uso de concentrado, altas taxas de lotação e excelente desempenho por animal. Por ser uma planta tropical, adapta-se a maior parte das regiões brasileiras. Apresenta porte baixo e é adequada ao pastejo. A forrageira tem crescimento vegetativo vigoroso com rápida expansão foliar e intenso perfilhamento. É indicada para uso forrageiro nos biomas Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado, mas tem sido adotada, com sucesso, por produtores no Sul do país. Iniciou-se mais recentemente a expansão nas regiões Centro-Oeste.

O plantio da cultivar deve ser feito no início do período chuvoso. "Para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, o período ideal para plantar é de meados de novembro a meados de janeiro. Na região Sul, o plantio deve ocorrer na primavera", recomenta Carlos Augusto de Miranda Gomide, pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

Gomide reforça que, para obter êxito no plantio da BRS Kurumi, é importante conhecer bem as características do solo. "Com base na análise química do solo, deve ser feita a calagem, para neutralização do alumínio e fornecimento de cálcio e magnésio", explica. O pesquisador adverte, ainda, que a adubação fosfatada deve ser realizada no sulco de plantio, com base no resultado da análise de solo.

O plantio do capim-elefante é feito em sulcos com 20 cm de profundidade e espaçamento variando de 50 a 80 cm. A primeira adubação em cobertura deve ser realizada 60 a 70 dias após o plantio, depois do pastejo de uniformização. Esta adubação, assim como as demais no primeiro ano de cultivo, pode ser feita apenas com nitrogênio e potássio. A partir do segundo ano, recomenda-se a inclusão de fósforo na adubação em cobertura.

O pesquisador salienta que o capim-elefante é extremamente exigente em fertilidade de solo. "Dessa forma, a falta de adubações de manutenção é uma das principais causas de degradação das pastagens e insucesso no seu uso", ressalta. Outro aspecto fundamental é que a cultivar BRS Kurumi é suscetível ao ataque de cigarrinha-das-pastagens, portanto não é recomendado o cultivo em áreas com histórico de infestação de cigarrinhas.

O manejo correto de plantas daninhas na implantação e condução do capim-elefante é de grande importância, uma vez que a cultura é muito sensível na sua fase inicial de crescimento. A cultura é instalada no período chuvoso, que por sua vez coincide com temperaturas altas, fato que favorece o surgimento de espécies daninhas.

Produção animal  

Devido ao alto teor proteico da forragem, recomenda-se, durante o período chuvoso, apenas a suplementação energética dos animais, a fim de possibilitar maior ganho de peso e/ou produção de leite. "Desta forma, essa cultivar se apresenta como uma importante alternativa forrageira para a intensificação da produção de leite a pasto, permitindo altas taxas de lotação e excelente desempenho por animal".

O método de pastejo recomendado para a exploração do capim-elefante é o de lotação rotacionada. Preconiza-se a entrada dos animais quando o pasto apresentar entre 75 cm e 80 cm de altura e a retirada deles quando o rebaixamento atingir 35 cm a 40 cm. Durante o período chuvoso e com uso de adubação em cobertura após cada ciclo de pastejo, o período de descanso dos piquetes tem sido de 20 a 22 dias.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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Cileite

Os preços de leite e derivados registraram valorização nos últimos meses, como resultado de uma oferta fraca e um consumo aquecido. O Auxílio Emergencial deu fôlego para o consumo das famílias mais carentes. O home office aumentou o consumo doméstico de derivados, inclusive aqueles utilizados na culinária como creme de leite, requeijão, leite condensado, entre outros. O fato é que os preços subiram de maneira generalizada. Todos no setor estão felizes e preocupados ao mesmo tempo.

Veja essa análise completa na nova edição do Informativo Especial de Preços de 31 de agosto, disponível no novo site do Centro de Inteligência do Leite.

No informativo também estão apresentados os dados mais atuais de diversos produtos de interesse para cadeia do leite, além de produtos agrícolas de importância para o Brasil.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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A pesquisadora Magda Lima, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), que recentemente participou da Força Tarefa sobre Inventários Nacionais de Emissão de Gases de Efeito Estufa do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), teve aprovado um conjunto de fatores de emissão relativos a atividades agropecuárias submetidos à Base de Dados de Fatores de Emissão de Gases de Efeito Estufa (EFDB) do IPCC.

A convite do Comitê Editorial desta Base de Dados, Magda apresentou esse conjunto de dados de fatores de emissão durante a 17ª Reunião de Especialistas em Dados de Fatores de Emissão, realizada em Osaka, Japão, em novembro de 2019. Após esta reunião e análise das informações submetidas junto ao Comitê do EFDB, foram feitas complementações de dados e uma ampla checagem, e como resultado, parte dos fatores submetidos já podem ser acessados nesse site.
 
O principal objetivo desta Base de Dados é o armazenamento e intercâmbio de dados de fatores de emissão e outros parâmetros necessários para as estimativas nacionais das emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE). Magda explica que estes dados são importantes para o aprimoramento de inventários nacionais de emissão de gases de efeito estufa e que podem ser aplicados por países com condições ambientais e manejos de produção similares. Por isso, é vital que as estimativas de emissão e de remoção de GEE reflitam a verdadeira situação em um país, pois são usadas não apenas para relatórios de inventários, mas também para o desenvolvimento de políticas nacionais de mudança climática.
 
“O Brasil vem se destacando nas últimas duas décadas pela geração de dados de fatores de emissão em diferentes sistemas de produção agropecuária, no âmbito da América Latina, diz a pesquisadora. Dados de EF gerados no projeto Agrogases, liderado pela Embrapa Meio Ambiente, reúnem informações sobre diferentes sistemas de produção, como bovinocultura de corte e de leite, arroz irrigado por inundação, milho, soja, entre  outros”. 
 
Mais recentemente, fatores de emissão gerados por outros projetos no âmbito da Embrapa foram também produzidos, como é o caso do projeto Fluxus e ACVCana, este último com a geração de fatores de emissão específicos para a cultura da cana de açúcar e em tanques de vinhaça.
 
O importante é que  após anos de geração desses dados, a pesquisadora reuniu os mais relevantes fatores de emissão dos quais é co-autora e submeteu ao IPCC. “Esta publicação é muito importante para nós pesquisadores e constitui um feliz desfecho de todo um trabalho desenvolvido pelas equipes responsáveis, reforçando o papel do país como uma referência em dados na América Latina. O Brasil possui muita informação sobre fatores de emissão de GEE a qual precisa ser divulgada não só em artigos científicos mas também na base de dados do IPCC, que concentra toda a informação científica necessária sobre mudança do clima”, afirma a pesquisadora.

Cristina Tordin (MTB 28499)

Embrapa Meio Ambiente

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Cileite

Os preços dos produtos lácteos registraram mais uma semana de alta. No mercado Spot, o leite fechou a segunda quinzena de agosto com elevação de 8%, enquanto no mercado atacadista o leite UHT e o muçarela também permaneceram em elevação. Mesmo com o crescimento das importações, o movimento de preços dos lácteos continua de valorização.

Veja essa análise completa na nova edição do Informativo Especial de Preços de 24 de agosto, disponível no novo site do Centro de Inteligência do Leite.

No informativo também estão apresentados os dados mais atuais de diversos produtos de interesse para cadeia do leite, além de produtos agrícolas de importância para o Brasil.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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A Embrapa desenvolveu um método para mensurar o impacto de inovações baseadas em tecnologias da informação e comunicação (TICs) voltadas ao segmento rural. O conjunto de critérios e indicadores abrange as dimensões ambiental, econômica e social dos efeitos do uso de sistemas de inteligência territorial, zoneamentos, bancos de dados, softwares e aplicativos, entre outros. Com a agricultura 4.0 no centro das atenções, produtos como esses, que empregam TICs, estão cada vez mais presentes nos projetos e entregas da Empresa. 

A nova metodologia recebeu o nome de “Ambitec-TICs: Avaliação de impactos de tecnologias de informação e comunicação aplicadas à agropecuária”. Consiste em um conjunto de 12 critérios, com 65 indicadores de desempenho. Eles são apresentados a usuários adotantes das soluções da Embrapa, que avaliam diversos quesitos: como ficou a geração de resíduos após a implementação da solução tecnológica? E o consumo de combustíveis? A conservação dos recursos hídricos? Só para mensurar impactos na dimensão ambiental são mais 20 questões como essas. O usuário responde se após a adoção da tecnologia a situação se manteve, se houve ganho ou perda, grande ou moderada. 

O mesmo procedimento é aplicado aos indicadores econômicos: como ficou a produtividade/rentabilidade do trabalho? Houve valorização patrimonial? O novo recurso é compatível com sistemas pré-existentes? Melhorou o acesso a crédito? Houve impacto na comercialização? Por fim, os indicadores sociais: a tecnologia promove a segurança alimentar? Favorece a formalização de empregos? Subsidia a geração de programas, ações ou políticas públicas?

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Cada resposta a um indicador gera uma pontuação, que vai de -3 a +3. Para se chegar aos índices de desempenho por critério (ambiental, econômico e social) e, por fim, a um índice integrado, ainda se considera a escala de ocorrência do indicador. Quanto mais pessoas ou instituições ele afeta, maior o peso. Dentro de um mesmo critério, os indicadores podem ter escalas de ocorrência diferentes. Elas também podem variar, de acordo com o usuário. O pesquisador Geraldo Stachetti, da Embrapa Meio Ambiente (SP), dá o exemplo de um repositório de publicações científicas. Utilizado tanto por bibliotecários quanto por estudantes e pesquisadores, ele não impacta da mesma forma todos eles.

Na Embrapa Territorial (SP), a avaliação de impacto de um sistema com informações geográficas sobre programas sociais mostrou que, embora tenha sido solicitado para atender ao trabalho de uma secretaria específica do Governo Federal, acabou gerando interesse também de outros usuários. “A sociedade descobriu e tem utilizado com muita intensidade aquele ambiente”, conta a analista Daniela Maciel, da área de Transferência de Tecnologia.

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Monitorando o lucro social

Os centros de pesquisa da instituição submetem anualmente à avaliação de impactos as soluções tecnológicas que desenvolvem. Stachetti diz que esse é um processo sedimentado na Empresa, com o objetivo de prestar contas à sociedade dos investimentos que recebe. A analista Graciela Vedovoto, da Secretaria de Desenvolvimento Institucional da Embrapa, complementa que avaliações permitem aferir o “ganho em termos de renda que os adotantes das tecnologias obtêm anualmente. É o que chamamos de lucro social, ou seja, o que a sociedade incorpora com a pesquisa gerada”.

Na Embrapa Territorial, a necessidade de critérios e indicadores melhor adaptados para fazer essa avaliação das soluções que entrega começou a ser mais sentida em 2018. Naquele centro de pesquisa são desenvolvidos principalmente sistemas de inteligência, gestão e monitoramento da agropecuária, baseados em dados e geotecnologias. Maciel explica que a primeira diferença entre esses produtos e outros desenvolvidos pela Empresa é a necessidade de avaliação rápida, já a partir da entrega. “O que colocamos no mercado é dado e informação, e esse tipo de ativo sofre atualização frequente”, analisa. Além disso, as soluções baseadas em TICs são utilizadas com mais frequência por associações, cooperativas e órgãos de governo do que diretamente pelos produtores rurais.

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Trabalho contínuo

Atualizar continuamente o conjunto de critérios é uma preocupação da equipe que trabalhou na definição do Ambitec-TICs. Ela segue atuando e compartilhando suas impressões ao utilizar o método, no intuito de reunir subsídios para revisá-los. Stachetti esclarece que todos os processos de avaliação precisam ter os critérios de avaliação e premissas ajustados, caso mudem os objetivos. “Isso é especialmente verdadeiro para avaliações de impactos, nas quais objetivos institucionais, sociais e ambientais são constantemente renovados e atualizados. Para o caso específico das TICs isso deve ser ainda mais enfatizado, já que as próprias tecnologias, seus alcances, plataformas e usuários estão em pleno desenvolvimento,” declara.

A metodologia completa do Ambitec-TICs está disponível em documento técnico da Embrapa. (Veja aqui).

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9846998057?profile=originalVivian Chies (MTb 42.643/SP)
Embrapa Territorial

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Especialistas analisaram o estado da arte e avanços em bioinsumos no Brasil

Com o recente lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) reuniu diversos especialistas numa série de quatro lives que discutiram os principais avanços científicos e aspectos regulatórios para uma agricultura mais sustentável com o uso de bioinsumos.

No primeiro episódio, Fernando Andreote, professor da Esalq/USP conversou com Rodrigo Mendes, chefe de P&D da Embrapa Meio Ambiente, sobre o estado da arte da microbiologia na agricultura. “Discutimos os avanços tecnológicos recentes que permitiram descobertas sem precedentes relacionadas ao microbioma da planta, como por exemplo, a capacidade das plantas em organizar os microrganismos da rizosfera para protegerem as raízes contra a infecção de patógenos. Na interação com a audiência, conversamos sobre o futuro do uso de inoculantes na agricultura e sobre o potencial do manejo biológico do solo para uma agricultura mais sustentável”, destaca Mendes.

A regulamentação dos bioinsumos e o Programa Nacional de Bioinsumos, foram analisados em 4 de agosto, por Marcelo Morandi, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Francys Vilella, da consultoria CESIS Assessoria e Treinamento Ltda., Mariane Vidal, da Coordenação de Bioinsumos do Mapa e Amália Borsari, da CropLife Brasil.

Conforme Morandi, a live permitiu “uma rica discussão sobre a evolução do desenvolvimento, regulamentação e uso de bioinsumos no Brasil, que agora tem um novo e forte incentivo com o Programa Bioinsumos, que permitirá novos investimentos tanto na pesquisa quanto na produção de insumos biológicos para a agricultura brasileira”. 

Na sequência, na live 3, foi abordado como é importante compreender o modo com que os agentes de biocontrole atuam no controle de doenças, como destacou o pesquisador Bernardo Vieira. Os exemplos comentados referentes aos trabalhos realizados por um dos grupos de pesquisa mostram que as bactérias e leveduras podem atuar por diferentes modos, cada qual com sua particularidade. A mensagem transmitida foi que definir quais os modos mais eficazes de atuação dos agentes de controle biológico, faz com que a busca por novos bioinsumos seja mais efetiva.

Para Katia Nechet, um dos destaques foi a oportunidade de divulgar as pesquisas em andamento na Embrapa Meio Ambiente com bioinsumos, para um público bem maior e diversificado. Outro ponto também importante foi mostrar que a Unidade trabalha para oferecer bioinsumos ainda não disponíveis para os produtores, como para controle de planta daninhas.

live sobre bioinsumos realmente proporcionou um momento ímpar para interagir com o público externo e mostrar apenas a ponta do iceberg dos projetos e linhas de pesquisa que são desenvolvidas na Embrapa Meio Ambiente, acredita o analista Gabriel Mascarin. “Foi como uma vitrine para expormos, mesmo que de forma muito resumida, o nosso papel na pesquisa de vanguarda na Embrapa e como nosso foco está alinhado às demandas do agronegócio, que hoje tem como um dos seus principais pilares a bioeconomia, onde se inserem os bioinsumos”. Gasparin acredita que essa série de lives repercutirá pelo Brasil todo, atraindo parceiros de pesquisa e desenvolvimento, além de fortalecer as pesquisas de ponta.

Para falar sobre inovação e sustentabilidade no Agro, no dia 18 de agosto, foram convidados Cleber Soares, diretor de Inovação do Mapa, Itamar Soares de Melo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e Jean Zonato, diretor de Gestão de Ativos da Bayer, com moderação de Paula Packer, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Meio Ambiente.

Hoje, segundo Paula, a crescente demanda por soluções sustentáveis em diferentes segmentos do setor produtivo, alinhadas ao potencial da biodiversidade brasileira como fonte de material prima, balizaram as pesquisas e fomentaram a revolução de inovações no segmento de bioinsumos, fortalecendo a bioeconomia do Brasil. 

No lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos, Cleber Soares pontuou que “o setor produtivo e o mundo clamam por mais tecnologias sustentáveis. Temos na agricultura a base da nossa economia e a bioeconomia será a grande alavanca para manter o Brasil como protagonista no agronegócio global".

O tema abordado pelo pesquisador Itamar Melo foi a bioprospecção para descoberta de novos bioinsumos. Conforme ele, “os maiores gargalos que limitam a produtividade agrícola estão relacionados aos efeitos abióticos”, uma vez que estes têm sido agravados com as mudanças climáticas. “Mais importante ainda, foi mostrar as ideias e abordagens estratégicas inovadoras para se obter microrganismos com atividades multifuncionais, bem como abrir para parcerias com empresas do setor, numa frente de inovação aberta".

Todos os episódios estão disponíveis para serem acessados no canal da Embrapa no YouTube. Até 20 de agosto, foram mais de 8.200 visualizações.

Cristina Tordin (MTB 28499)

Embrapa Meio Ambiente

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*Thais Basso Amaral

Para alcançar boas taxas de prenhez, todos os anos, entre agosto e setembro é necessário começar o planejamento e a preparação da estação de monta subsequente. Um dos principais aspectos a serem levados em conta é a escolha entre monta natural ou inseminação artificial. Esta decisão nem sempre é fácil, são inúmeros os aspectos que precisam ser levados em consideração. Caso a opção seja a monta natural, é preciso preparar e/ ou adquirir os touros, realizar exame andrológico deles etc. No caso de se optar pela Inseminação Artificial em Tempo Fixo - IATF, é necessária a escolha e aquisição do sêmen, protocolos hormonais, consultoria técnica, entre outros. Essencial também nesta fase, é monitorar a condição nutricional das fêmeas, e caso necessário, fazer uma suplementação, pois o sucesso da estação de monta depende muito da condição corporal da vacada. 

Além dos aspectos técnicos, existem os aspectos econômicos a serem levados em consideração nesta decisão. Será que vale a pena investir em touros de alto valor genético para monta natural ou é melhor partir para a IATF? Qual a taxa de prenhez necessária para compensar este investimento com os touros e qual a relação touro: vacas usar? Por quanto tempo o touro deve permanecer na fazenda? Se optar pela IATF, qual o preço a pagar pelo sêmen para compensar os custos? Essas são dúvidas que muitos produtores têm e muitas vezes para chegar a essa resposta são necessários cálculos, planilhas, simulações, o que toma certo tempo e muitas vezes na correria do dia a dia, sem as ferramentas adequadas, este cálculo se torna difícil, e as decisões são tomadas mais pela “emoção” do que pela “razão”.

Mas porque estou falando sobre tudo isso? Em fevereiro de 2019, a Embrapa Gado de Corte lançou o aplicativo Cria Certo com o objetivo justamente de auxiliar produtores e técnicos a planejar a estação de monta, principalmente no quesito escolha do método de reprodução a utilizar: monta natural ou IATF. Desde o lançamento, até o final de julho deste ano, já foram registrados quase sete mil acessos. Não importa qual o sistema operacional do seu smartphone (Android, IOS etc.), ele roda em qualquer dispositivo, tablet e desktop. O aplicativo é bastante amigável, levando apenas poucos minutos para realizar uma simulação. A média registrada de tempo de uso para cada acesso é de três minutos e 30 segundos.

São quatro as opções de simulação: Monta Natural, uma IATF + repasse com touro, duas IATFs + repasse com touro e tres IATFs. Para realizar as simulações é necessário entrar com alguns dados, como número de vacas em reprodução, taxa de prenhez, taxa de natalidade, preço do touro / sêmen, preço do aluguel do pasto etc. Caso você não tenha estes custos definidos, o aplicativo possui alguns valores padrão para auxiliar na simulação, são valores de referência de mercado e são atualizados anualmente.

Vou aqui citar um exemplo prático: Seria melhor investir R$ 10.000,00 em um touro com avaliação genética que possui uma DEP à desmama dos bezerros de cinco quilos ou usar um sêmen de um touro que possui a mesma DEP de cinco quilos à desmama pelo valor de R$ 18,00 a dose? Essa pergunta, eu não vou responder, deixo aqui o desafio aos senhores, de utilizarem o Cria Certo para respondê-la. 

Entre as inúmeras vantagens de utilizar o aplicativo, uma delas é que é possível fazer várias simulações e salvá-las para comparações futuras, ou até mesmo realizar simulações de várias fazendas diferentes. Para isso basta somente fazer o login com a conta Google ou então com o Facebook. Achou interessante? O aplicativo é gratuito e está disponível pelo site www.criacerto.com. Que venha a estação de monta 2020/2021 porque com pandemia ou sem pandemia o agro não pode parar!!!

*Pesquisadora 

Embrapa Gado de Corte

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Produzir alimentos, fibras e energia com o mínimo de emissão de carbono, especialmente na forma de gás carbônico (CO2), é o grande desafio para a moderna agricultura. Prática agrícola como o Sistema Plantio Direto é capaz de fixar quantidades significativas de CO2 no agroecossistema, contribuindo assim para a menor emissão desse gás para a atmosfera e, desta forma, mitigar o efeito estufa e o aquecimento global. Os sistemas de manejo do solo e de produção utilizados são fundamentais para a redução da emissão de CO2.

Em trabalhos já desenvolvidos pela Embrapa, fica evidente que, além de ser possível e viável o cultivo do algodoeiro em sistema plantio direto, houve um incremento de 55% do teor de carbono nos primeiros cinco centímetros de profundidade do solo, e em 20% na camada até 40 cm de profundidade. Com isso, em áreas cultivadas com o algodoeiro, menos carbono é emitido para a atmosfera. Além do algodoeiro é possível a utilização de outras culturas, nesta modalidade de cultivo, como soja, milho, feijão, arroz, olerícolas, dentre outras.

No sistema de plantio direto, o solo não é revolvido, é utilizada a rotação de cultura e o solo permanece coberto com palha ou material em crescimento. Nesse modelo de produção, além da redução da emissão de CO2, tem-se significativa redução dos processos erosivos e maior estabilidade da produção. Outra prática que se reveste da maior importância, quando o assunto é redução da emissão de CO2, é a recuperação de pastagens degradadas. Dos quase 200 milhões de hectares cultivados com pastagens no Brasil, estima-se que algo ao redor de 60% apresenta algum grau de degradação, com ocorrência em todos os biomas brasileiros.

Estima-se que, somente no bioma cerrado, mais de 30 milhões de hectares de pastagem apresenta algum grau de degradação e, destes, estima-se que cerca de 14 milhões de hectares estejam em Mato Grosso do Sul. O que tem haver a pastagem degradada com emissão de CO2? Tem tudo, pois se as plantas crescem menos devido à degradação, elas fixam menos CO2 via processo de fotossíntese, mas não deixam de emitir CO2. Se a produção de forragem é menor devido à degradação da pastagem, os animais irão permanecer por mais tempo no pasto para ganhar peso, e assim mais equivalente CO2 é emitido. Em síntese, sob as condições de pastagem degradada tem-se maior emissão de CO2 e menor produtividade, caracterizando a atividade pecuária como de baixa eficiência e poluidora. Exatamente ao contrário do conceito de intensificação ecológica, em que se produz mais alimento por unidade de área e que, ao mesmo tempo os impactos ambientais são minimizados.

A Embrapa, os institutos de pesquisa, as universidades e as fundações de pesquisa desenvolveram sistemas capazes de melhorar a produtividade da pecuária bem como de grãos e fibras, além de diversificar a fonte de renda como o plantio de espécies florestais, através da Integração Lavoura Pecuária e Florestas (ILPF), podendo em uma mesma área cultivar soja, pastagem e floresta, embora seja possível a utilização de sistemas mais simples como a Integração Lavoura Pecuária (ILP). Quando se utiliza o ILPF ou o ILP, a produtividade de carne é significativamente aumentada e ainda possibilita a produção de grãos, caracterizando-se como um sistema de intensificação sustentável. Assim, é possível aumentar a produção de carne, sem que haja necessidade de aumentar o rebanho, liberando áreas para a agricultura e reduzindo a emissão de CO2.

A grande extensão de pastagens degradadas constituem verdadeiros passivos ambientais, além da sua capacidade de acelerar processos erosivos que muitas vezes vão impactar áreas distantes. O objetivo é melhorar a produtividade agrícola, da pecuária e o ambiente de produção, onde a integração e a intensificação dos sistemas de produção constituem a chave do processo. Temos no Brasil, a iniciativa da Marca Conceito Carne Carbono Neutro (CCN), que é uma carne produzida em um sistema de produção que possibilita a sua certificação.

O Brasil possui diferentes tecnologias para redução da emissão de gases de efeito estufa. Existem também políticas públicas que incentivam a produção agrícola, pecuária e florestal em bases sustentáveis, como podemos citar o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), coordenado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), executado pela Embrapa e pelo Senar. Com o objetivo de estimular a agricultura de baixo carbono, o Governo Federal criou no dia 21 de julho de 2020, a Comissão Executiva Nacional do Plano Setorial para Consolidação da Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura.

Tal iniciativa vem reforçar a preocupação e a importância que a sociedade brasileira dispensa ao tema.  No caso da região Centro-Oeste, existe disponibilidade de recursos financeiros via Fundo Constitucional do Centro Oeste (FCO), que financia iniciativas para recuperação de pastagens degradadas. No entanto, temos um grande desafio pela frente, que é demonstrar a possibilidade de se produzir soja, milho, café, algodão, feijão e carne em sistemas onde a emissão de CO2 é significativamente reduzida. Dessa forma, a recuperação das áreas com pastagem degradadas contribui para a melhoria da renda do produtor e para a diversificação da sua fonte de renda, além de melhorar a qualidade do ambiente.

Com isso é possível melhorar a qualidade de vida da população com a maior oferta de alimentos sem que para isso seja necessário a abertura de novas áreas agrícolas. O Brasil hoje ocupa posição de destaque na produção de grãos, carnes, fibras, celulose, suco de laranja, dentre outros produtos agrícolas. Continuar ocupando os mercados internacionais é um grande desafio que temos pela frente, pois os compradores externos estão cada vez mais exigentes no que se refere ao modelo de produção utilizado. Desta forma, não adianta apenas produzir mais, é preciso produzir com base sustentável. Temos tecnologias que, se incorporadas aos sistemas produtivos de grão, fibra, energia e carne, vão nos permitir aumentar a nossa produção, via aumento da produtividade e reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Felizmente não são poucos os exemplos que temos deste modelo de produção no Brasil. Com isso precisamos melhorar, e podemos. Dada a importância deste assunto, está havendo conjugação de esforços entre entidades públicas, privadas e os agricultores para que a agricultura brasileira adote cada vez mais práticas que reduzam a emissão de CO2 nos sistemas de produção. 

Fernando Mendes Lamas (Pesquisador)
Embrapa Agropecuária Oeste


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Aumento da demanda faz preço do leite subir

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O Setor de lácteos no Brasil vem obtendo resultados positivos e, apesar da pandemia de Covid-19, a demanda segue em alta. Isso é que concluiu os especialistas do Centro de Inteligência do Leite (CILeite), da Embrapa Gado de Leite, em sua reunião mensal de conjuntura, realizada na primeira quinzena de agosto. A pressão da demanda teve como consequência o aumento de preços de diversos produtos. Segundo Kennya Beatriz Siqueira, pesquisadora da instituição, a valorização se deu de forma generalizada e o volume de vendas de lácteos cresceu 5,3% no primeiro semestre, conforme dados da Nielsen.

O leite UHT (de caixinha), por exemplo, atingiu de R$ 3,42 no atacado em São Paulo (a média histórica do preço é de R$ 2,82). A muçarela foi o produto que mais valorizou. No início da pandemia, houve uma retração do preço devido ao fechamento de pizzarias e restaurantes, com o quilo da muçarela sendo vendido a R$ 17,00, em média, no atacado. Hoje, pode chegar a R$ 27,00 o quilo (a média histórica é de R$ 19,50). No segmento da indústria, o mercado “spot” (leite negociado entre laticínios) era vendido no início de agosto acima de R$ 2,50/litro. Denis Rocha, especialista da Embrapa Gado de Leite, lembra que, no início do ano, o litro do leite spot foi vendido a R$ 1,37, em Minas Gerais.  “Desde então, o leite spot quase dobrou de preço, com valorização de 87%”, calcula Rocha.

A entressafra da produção de leite começou em abril e vai até setembro, período em que os preços ao consumidor ficam mais caros. Para o produtor, este é o período em que se consegue a melhor valorização do produto. O litro de leite na fazenda foi vendido em julho a R$ 1,76, na média nacional. Mas, em plena safra, no início do ano, a indústria estava pagando R$ 1,37. Agora, a preocupação do produtor se volta para os custos de produção. Segundo Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, o preço do milho está subindo em plena colheita da safrinha. Além disso, as exportações de soja estão mais aquecidas, o que deve manter elevados os custos de concentrado neste segundo semestre. O produtor também está pagando mais pelo concentrado. Na média de janeiro a julho, foram necessários 45 litros de leite para comprar 60 quilos de concentrado a base de milho (70%) e farelo de soja (30%). Historicamente, são necessários 41 litros de leite para a mesma compra.

Carvalho explica que a situação positiva do setor leiteiro se deve, principalmente, ao auxílio emergencial, concedido pelo governo, injetando, até o momento, R$ 152 bilhões na economia. “A ajuda do Governo Federal representa de 9% a 97% na renda de algumas famílias”. Para o pesquisador, pessoas que estavam na extrema pobreza tiveram um grande impacto com o auxílio e passaram a consumir mais. As famílias com o poder aquisitivo mais elevado também transformaram o que não foi gasto com lazer em compras nos supermercados, o que fez as vendas do setor supermercadista crescerem 16% no período da pandemia, enquanto o varejo total recuou 26%, segundo levantamento da Cielo. O cenário macroeconômico também possui expectativas mais favoráveis hoje, na comparação com o início da pandemia. As previsões de queda do PIB, que chegaram próximas a 10%, se estabilizaram na faixa de 5%.

“É impossível fazer previsões de longo prazo em um cenário tão complexo da economia como esse”, afirma Carvalho, mas alguns fatores preocupam o setor. Entre eles, está o fim do auxílio emergencial. O governo ainda não tem uma posição sobre a continuidade do benefício. “O fim da entressafra é outro fator que irá embaralhar um pouco o mercado, com a redução dos preços pagos ao produtor”. Carvalho reflete, porém, sobre a competitividade da importação neste momento: “O leite importado está chegando ao mercado brasileiro com os preços em torno de R$ 2,10 por litro; bem abaixo do que está se pagando no mercado spot nacional (R$ 2,50), o que incentiva a importação”. Nos primeiros sete meses do ano, a importação de leite teve uma queda de 193 milhões de litros, mas julho já registrou um crescimento de 62% sobre junho, com compras equivalentes a 95 milhões de litros. E a importação continua mostrando fôlego em agosto. A questão cambial tem poder para frear esse movimento, como conclui o pesquisador: “O câmbio tem se mostrado muito instável na pandemia e ele é um dos fatores com grande capacidade de influenciar o mercado”.

Para informações sempre atuais do mercado de leite e derivado, acesso o link do Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa Gado de Leite: www.cileite.com.br.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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A mastite é uma inflamação na glândula mamária do animal, que prejudica a qualidade e a quantidade de leite produzido. Em geral, o produtor rural reconhece visualmente a doença em sua forma clínica ao observar inchaço e vermelhidão nas glândulas mamárias de vacas leiteiras e/ou alterações na coloração do leite. No entanto, há um tipo de mastite que não pode ser diagnosticada de forma visual: é a subclínica, em que o animal não apresenta alterações no leite nem na glândula mamária.

De acordo com o pesquisador Luiz Francisco Zafalon, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), quando diagnosticada a mastite clínica, o rebanho tem uma proporção bem maior de animais com a mastite “invisível”.

O diagnóstico, segundo ele, pode ser feito com vários tipos de testes disponíveis aos produtores. Um deles, conhecido como CMT (California Mastitis Test), utiliza um reagente que, em contato com o leite de uma glândula mamária com mastite subclínica, produz uma mistura viscosa a partir do leite recém-ordenhado, devido ao aumento de células somáticas do leite.

Outro exame possível é o de condutividade elétrica, que aponta aumento de cloretos e de sódio no leite. De acordo com Zafalon, esses testes podem apresentar resultados alterados se forem feitos na fase final de lactação ou se as amostras incluírem o colostro (leite fornecido naturalmente pelos mamíferos aos seus filhotes nos primeiros dias da amamentação).

HOMEOPATIA

A Embrapa Pecuária Sudeste aplica uma metodologia para a investigação de bactérias do gênero Staphylococcus (um dos patógenos mais comuns do ser humano) produtoras de biofilmes isolados no leite de vacas. Biofilmes podem ser entendidos como uma capa protetora que impede o acesso de substâncias que poderiam eliminar essas bactérias. Seria uma espécie de autoproteção.

Um exemplo: em utensílios domésticos que entram em contato com alimentos e que vão ficando desgastados com o passar do tempo, bactérias podem se alojar em ranhuras e biofilmes podem ser formados, protegendo esses micro-organismos. No caso do leite, a higienização e o manejo adequados antes, durante e após a ordenha são fundamentais para que bactérias produtoras desses biofilmes não permaneçam no interior das glândulas mamárias, causando mastites que podem se tornar crônicas no rebanho e dificultando o tratamento.

A metodologia foi utilizada durante um projeto de pesquisa relacionado com o tratamento da mastite com homeopatia. Os princípios ativos recomendados por veterinários homeopatas foram administrados na alimentação animal e a presença dos micro-organismos foi notada nos animais tratados e não tratados, que serviram como um grupo “controle”, que não recebeu tratamento.

A pesquisa não testou outras formas de administração da homeopatia, como sprays no nariz ou na vulva nas vacas. “O fato de esse tratamento homeopático não ter evitado a permanência de bactérias patogênicas no interior da glândula mamária é um indicador de que devemos ir atrás de outras formas de controlar a doença”, afirmou o pesquisador.

A mastite subclínica pode evoluir para quadros clínicos da doença, quando o ideal é fazer o diagnóstico microbiológico para conhecer os micro-organismos que estão causando a mastite, e orientar sobre os medicamentos a serem utilizados. “Mas em geral esse retorno dos laboratórios não é rápido e o produtor tem pressa”, disse Zafalon. Outro problema é que os princípios ativos antimicrobianos podem atuar bem sobre as bactérias dentro do laboratório, mas no campo nem todos vão funcionar, já que uma série de fatores pode interferir no sucesso do tratamento.

Por isso, a melhor forma de controlar a doença é evitar uma grande quantidade de casos subclínicos no rebanho, que, segundo Zafalon, são impossíveis de serem erradicados. Deve-se evitar ao máximo a transmissão dos micro-organismos durante a ordenha. Lembrando que a mastite subclínica é responsável por aproximadamente 70% das perdas relacionadas a essa doença e que a vaca infectada pode deixar de produzir até três litros de leite por dia.

Ana Maio (Mtb 21.928)

Embrapa Pecuária Sudeste

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A adoção de tecnologias em propriedades rurais tem contribuído com o desenvolvimento regional no Centro-Oeste de Minas. Um projeto da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) promove a aplicação de resultados de pesquisas em fazendas da região de Abaeté-MG. 

O trabalho é realizado em parceria com o Sicoob Credioeste e apoio da Emater-MG. A partir da análise de demandas locais dos produtores, são identificadas tecnologias relevantes para melhorias nas propriedades. “Estamos inseridos em uma região onde a pecuária de leite é a principal atividade econômica e, como toda atividade, possui desafios que precisam ser vencidos”, afirma Débora Britto, agrônoma do Sicoob Credioeste e coordenadora da cooperação técnica na região. Ela explica que o projeto busca auxiliar os produtores no desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis, visando a aplicação adequada do crédito rural.

Sinval Lopes, agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo, explica que têm sido realizadas ações de transferência de tecnologia com foco em inovação. “O trabalho vem contribuindo com a produtividade, o lucro, as operações de negócios e, principalmente, com a sustentabilidade. O modelo focado em boas práticas agrícolas em propriedades rurais conecta a agricultura ao conceito saúde”. 

Uma das tecnologias com importantes resultados na região é o controle biológico. “O uso de insetos que são inimigos naturais de pragas permitiu restabelecer o equilíbrio natural nas propriedades, com ganhos qualitativos e quantitativos dos sistemas de produção”, comenta Sinval.  

O controle biológico foi adotado em quatro propriedades, duas em Abaeté-MG, uma em Paineiras-MG e uma Quartel Geral-MG. “A tecnologia favoreceu a multiplicação de importantes insetos benéficos, reduzindo o uso de defensivos agrícolas e diminuindo o custo de produção da lavoura”, afirma a agrônoma Débora.

Uma das propriedades acompanhadas pelo projeto foi a fazenda São Simão de Baixo, em Abaeté. A produtora Conceição Aparecida Gomes conta que um dos motivos que a levou a optar pelo controle biológico foi a questão da mão de obra, que é escassa na região. “Eu mesma faço. Isso me facilita muito. Vou na lavoura todos os dias. Não tenho preguiça de andar, de olhar, e observo bem. Você tem de saber o que é praga e o que não é. Então, eu monitoro de perto”, conta. 

Conceição acredita que o controle biológico é uma tendência que pode valorizar a produção. “A gente produz alimento para o gado sem impacto, assim pode também produzir leite de melhor qualidade e até agregar valor”. 

Sérgio Luiz Ferreira, da fazenda Lagoa de Santa Maria, também em Abaeté, é mais um produtor que aprovou a tecnologia. “Gostei muito pelo fato de ser mais econômico e de fácil aplicação. Acho que só temos a ganhar. O inseticida químico, quando é usado de maneira incorreta, acaba descontrolando a natureza”.

Sérgio produziu sorgo BRS 658 para silagem e acredita na importância dos insetos benéficos em sua propriedade para a proteção das plantas. “Tive vizinho que perdeu a lavoura com pulgão, e a minha não foi afetada”.

Ivan Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, desenvolve trabalhos há vários anos com controle biológico e explica a vantagem da prática. “Não estamos colocando nada de anormal na natureza. Produzimos e orientamos os agricultores a utilizarem corretamente um inimigo natural de várias pragas de importância econômica. Trata-se da vespinha Trichogramma, um inseto benéfico diminuto, porém muito eficiente por parasitar os ovos da praga e impedir, portanto, a eclosão da larva, evitando danos às plantas da lavoura. A liberação da vespinha no tempo certo e na quantidade adequada reduziu o nível populacional da principal praga de milho e de sorgo, a lagarta-do-cartucho, e permitiu ganho significativo de produtividade das lavouras dos agricultores que usaram a tecnologia". 

Na região de Abaeté, também houve recuperação de áreas degradadas, implantação de curvas de nível e de barraginhas para conservação do solo, e adoção da integração lavoura-pecuária (ILP) utilizando sorgo (BRS 658) e braquiária (BRS Piatã). 

Segundo Débora Britto, a técnica de ILP também teve um destaque significativo. “Conseguimos um aumento de produtividade, além de melhorar a qualidade da silagem, o que consequentemente favoreceu um acréscimo da quantidade de leite produzida nas propriedades”.

A agrônoma Débora conta ainda que é possível notar as melhorias na região. “Podemos observar a transição do sistema produtivo convencional para o integrado, garantindo uma produção sustentável”.

Para o agrônomo Sinval, a interseção de diferentes tecnologias tem contribuído com o desenvolvimento regional. “Podemos dizer que a rentabilidade das propriedades é proporcional à quantidade de conhecimento aplicado por hectare”, afirma. 

A realidade da fazenda São Simão de Baixo comprova as mudanças. A produtora Conceição conta que a integração lavoura-pecuária tem permitido o aumento de matéria orgânica no solo. Além disso, foram construídas barraginhas para captação da água de chuva e controle de erosão na propriedade. “A umidade fica mais tempo. O resultado tem sido muito bom. Muda bastante a condição da pastagem, dura mais tempo. Mesmo no período bem seco, estamos com gado na área que teve recuperação com ILP, barraginhas e curva de nível”. 

Frederico Durães, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, ressalta que o trabalho está em sintonia com o papel da instituição. “Como empresa de ciência, a Embrapa gera conhecimentos, e, de forma compartilhada com as áreas pública e privada, busca produzir efeitos no campo, visando produtividade e sustentabilidade”. 

Confira o vídeo que mostra o trabalho desenvolvido na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Para assistir, clique aqui

Marina Torres (MTb 08577/MG)

Embrapa Milho e Sorgo

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9846979252?profile=originalInformativo Especial de Preços desta semana mostra que desde o início do Covid-19, em fevereiro, os preços de leite e derivados registraram valorização. Mas a alta não foi linear, podendo ser dividida em três ondas: pânico, normalidade e desbalanço. A onda do pânico foi até março, com o início da quarentena, fechamento do foodservice e corrida aos supermercados. Com exceção do queijo muçarela, os demais produtos analisados se valorizaram neste período.

Veja essa análise completa na nova edição do Informativo Especial de Preços, disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

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9846984867?profile=originalO Centro-Oeste concentra grandes condições para a expansão dos sistemas integrados de produção, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Os mais de 31 milhões de hectares de pastagens degradadas (60% da área de todo o Brasil) podem ser a principal contribuição da região para alcançar a meta estabelecida pela Rede ILPF para 2030 – ter no País 30 milhões de hectares com o sistema.

Atualmente a estimativa é que esse número esteja por volta de 15 milhões. O primeiro levantamento realizado, na safra 2015/2016, apontou a adoção do ILPF em 11,5 milhões de hectares. Desses, 40% estavam localizados no Centro-Oeste e ainda há grande potencial para elevar esse número, uma vez que a região lidera a produção de grãos e a atividade pecuária no Brasil.

“Nós temos uma grande oportunidade de expansão, sobretudo quando olhamos para as áreas de pastagem. Se começarmos a incorporá-las no processo de recuperação com sistemas de integração lavoura-pecuária, vamos atingir facilmente esses 30 milhões previstos”, garante Lourival Vilela, pesquisador da Embrapa Cerrados (DF). Ele foi um dos debatedores na live "Oportunidades do uso do ILPF na região Centro-Oeste", transmitida pelo canal da Embrapa no YouTube.

Os participantes da mesa redonda apostam no aumento da adoção dos sistemas integrados pelas diversas vantagens que eles oferecem. Vilela explica que a introdução de um sistema pode reduzir o custo da recuperação de pastagens. Ele conta que no Oeste da Bahia, em área de solos arenosos, os produtores têm conseguido aumentar a produção de soja em seis a dez sacos por hectare com a rotação lavoura-pasto. “Eu diria, sou muito otimista, que esse é um caminho sem volta. O agricultor que hoje não trabalhar com a construção do perfil de solo e com manejos eficientes, não só para pastagem, mas para produção de grãos, é um indivíduo que, com o tempo, se não se adequar, ele sai do negócio”, acredita.

Júlio César Salton, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (MS), fala de uma nova fronteira agrícola a ser desenvolvida no estado. Trata-se de uma vasta área de solos arenosos, hoje ocupados com pastos degradados. “Falando em números, apenas no Mato Grosso do Sul, nós chegamos a valores de 2 a 3 milhões de hectares. Então é muita área disponível e em condições de ser transformada economicamente e transformar toda essa grande região que necessita de opções econômicas”, conta. Salton reforça que o Mato Grosso do Sul conta com infraestrutura, logística e serviços estruturados para que os produtos agropecuários cheguem aos mercados internos ou sejam destinados à exportação.

Para além dessas vantagens, a introdução da floresta no sistema ainda parece ser uma dificuldade para os produtores. Gabriel Faria, jornalista da Embrapa Agrossilvipastoril (MT) e moderador do debate, apresentou o dado de que cerca de 80% dos sistemas integrados são compostos por lavoura e pecuária (ILP). Maurel Behling, pesquisador desse centro de pesquisa, explica que o componente arbóreo aumenta a eficiência dos sistemas, que terá melhor aproveitamento dos recursos da área, principalmente da adubação realizada.

Ele acrescenta: “[Com a adoção do ILPF], passamos a ver o solo com outro olhar, pensando na construção de um perfil de solo, e aí tem a braquiária exercendo um papel fundamental já consolidado na construção desse perfil, com suas raízes buscando nutrientes que antes eram perdidos em profundidade, retornando com eles para a superfície e devolvendo principalmente vida para esse solo, porque solo vivo é um solo produtivo. [O componente arbóreo] traz propriedades emergentes que alavancam o sistema e possibilitam produtividades superiores daquelas com monocultivos”.

Apesar de aumentar a complexidade do manejo da propriedade, o pesquisador informa que a floresta pode adicionar renda ao sistema. Ele explica que no passado, houve uma grande oferta de eucalipto, o que desestimulou a atividade. Hoje, Behling garante que o cenário é muito positivo: “Atualmente, esse cenário mudou totalmente com a questão das usinas de etanol de milho. Mato Grosso tem uma perspectiva, para os próximos dez anos, de aumentar em torno 500 mil hectares de eucalipto só para atender essas usinas de etanol. Estão surgindo muitas oportunidades em muitas regiões, muitos nichos com potencial para produção de biomassa. Isso cria muita oportunidade para o componente florestal. Aqui no Mato Grosso, foi anunciada, também recentemente, no Vale do Araguaia, uma planta de celulose que vai demandar em torno de 200 hectares de eucalipto”.

Ainda que haja um mercado crescente para biomassa, o especialista lembra que ela não é tão bem remunerada como a teca, por exemplo, espécie que tem se destacado no estado em sistemas agrossilvipastoris e pode ser destinada à produção de madeira, possibilitando cobrir os custos da propriedade. Portanto, a recomendação é sempre verificar a existência de mercado para o produto.

Salton fala da implantação de sistemas integrados em pequenas propriedades. Ele conta sobre o acompanhamento de uma área destinada ao cultivo de mandioca, onde foi feito o plantio direto das manivas na pastagem dessecada. Os resultados foram espetaculares, segundo o pesquisador, não só em relação à produtividade, mas também em termos de redução dos custos com as capinas. O pesquisador conta que esse consórcio, com o uso do plantio direto, reduziu o problema da erosão do solo, muito comum em áreas de plantio de mandioca, onde o solo fica muito exposto.

Várias perguntas foram feitas pelo público no chat da live. Um dos espectadores, Ronaldo Trecenti, questionou se a Bioanálise de Solo (BioAS), tecnologia lançada há uma semana pela Embrapa Cerrados, pode estimular a adoção da ILP e da ILPF. Em relação à questão, Vilela explica que essa é uma ferramenta importante, que pode ajudar muito os produtores na condução e avaliação dos sistemas integrados: “Algumas vezes, a análise química não explica a produtividade. A atividade enzimática é uma forma de o produtor perceber se o sistema dele está indo no caminho certo ou no caminho errado com relação à melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicos do seu solo. É uma grande ferramenta para esses sistemas”.

Sistemas integrados como futuro da produção de alimentos

Segundo Lourival Vilela, o ILPF é um sistema conservacionista e como tal, é reconhecido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como estratégia-chave para garantir a segurança alimentar no futuro, sem prejudicar o ambiente. 

“Quando nós começamos, no passado, eu fazia um plantio de soja por ano. Depois veio um plantio de safrinha. Há muitas regiões em que você planta cinco anos e colhe dois – tem prejuízo em três anos. Com a introdução da pecuária hoje, eu consigo produzir o ano todo e o boi sanfona desapareceu nessas áreas.”, conta.

Outro ponto que torna o Centro-Oeste um potencial para a expansão dos sistemas integrados é o conhecimento técnico que já se tem na região, segundo Vilela: “Temos produtores e técnicos bem preparados e temos produtores que estão buscando melhorar seus sistemas de produção o tempo todo. Se nós tivermos um mercado comprador demandando essa produção de grãos e carne, hoje há uma demanda grande por proteína no mundo, nós estamos com a faca e o queijo na mão em termos de potencial de expansão da ILP e ILPF na região Centro-Oeste”. 

O debate da situação dos sistemas integrados no Centro-Oeste faz parte de um ciclo de cinco lives, uma por região, que está sendo organizada pela Rede ILPF. A próxima discutirá as oportunidades para o Sudeste será na quarta-feira (5 de agosto), às 19h, no canal da Embrapa no YouTube

A live completa "Oportunidades do uso do ILPF na região Centro-Oeste" está disponível no linkhttps://www.youtube.com/watch?v=Ml_t9D8HOjQ.

Juliana Miura (8570/99 DF)

Embrapa Cerrados

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O leite UHT e o queijo muçarela continuam com mercado aquecido. O leite UHT teve alta de 2% na semana, enquanto que a muçarela registrou a 11ª semana consecutiva de valorização.

Veja essa análise completa na nova edição do Informativo Especial de Preços de 27 de julho, disponível no novo site do Centro de Inteligência do Leite.

No informativo também estão apresentados os dados mais atuais de diversos produtos de interesse para cadeia do leite, além de produtos agrícolas de importância para o Brasil.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.


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Muito se fala que a cadeia produtiva do leite passou por uma grande transformação nos últimos anos. Mas você conhece os principais indicadores que demonstram essa evolução?

No site do Centro de Inteligência do Leite (CILeite) está disponível o "Leite em Números". São informações gerais da cadeia produtiva com séries históricas de Produção e produtividade; Preços e custos; Balança comercial e; Consumo. Navegue, visualize os gráficos e faça download dos dados.

Acesse o site do Centro de Inteligência do Leite e aproveite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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Por causa do coronavírus, Mapa suspende previsão da retirada da vacina em diversos estados9846983691?profile=original

BELO HORIZONTE (17/7/2020) - A retirada da vacinação contra a febre aftosa prevista para 2021 foi suspensa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em razão da pandemia do coronavírus. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), informa que das 42 ações estabelecidas pelo Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), 28 já foram cumpridas por Minas Gerais, restando apenas 14 em andamento, cujo plano de ação foi enviado ao Mapa.

O cenário anterior ao enfretamento da Covid-19 indicava ser favorável à retirada da vacina em 2021, haja vista que as determinações do PNEFA estavam sendo cumpridas pelo estado em tempo hábil e dentro do previsto. Minas Gerais possui cerca de 23 milhões de bovinos e bubalinos e é detentor do segundo maior rebanho do Brasil.

O novo status sanitário, o de área livre de febre aftosa com vacinação para área livre da doença sem a vacina, é almejado por 11 estados que compõem o bloco IV do PNEFA. Estes estados correspondem a 70% de toda a bovinocultura do país, são eles: Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Em videoconferência ocorrida na quarta-feira (15/7) entre membros do PNEFA foram estabelecidos novos planejamentos e análises para a realização do calendário oficial de vacinação para 2021, assim como a apresentação de futuras deliberações.

Pandemia 

Por conta da Covid-19, diversas medidas foram desaceleradas, tornando-se inviável o prosseguimento das ações necessárias à retirada definitiva da vacina em todos os estados que buscam o novo status.

Além do enfrentamento da Covid-19, entre os principais desafios de Minas Gerais está a finalização do georreferenciamento das propriedades rurais e o aumento no número de vigilâncias ativas e passivas realizadas pelo IMA, sendo esta última dependente do engajamento do produtor rural que é o notificante principal da suspeita da enfermidade. Outra questão importante é a estrutural e funcional, além de fortalecer a sustentabilidade financeira para as ações de Defesa Agropecuária.

Esforço e parceria

O diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, reforça que “em razão da pandemia, o Mapa manifestou preocupação com a condição de avançar nas ações previstas, em especial pela queda da arrecadação e poder de investimentos dos estados”. Fernandes reconhece o esforço do Governo de Minas, Faemg e Sindicatos Rurais lembrando que até o momento da suspensão da vacina contra a febre aftosa, agora sem data prevista, é importante os produtores continuarem imunizando o rebanho.

“Considerando os novos encaminhamentos, vamos rever nosso planejamento, buscando atingir, de forma completa, todas as ações previstas o mais breve possível. Seguimos aguardando novas determinações e análises”, argumenta Fernandes, reforçando que a futura conquista do novo status sanitário beneficiará principalmente o produtor rural mineiro. “Ganhará também a pecuária mineira, abrindo novos mercados, além de toda a cadeia produtiva, não apenas o mercado de carne bovina, como também os de suínos e de aves”, projeta. 

 

Fonte: Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)

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Artigo - Novo cenário para a agricultura

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Com o aumento populacional e melhoria da renda das pessoas, especialmente em países populosos, como a China e a Índia, aumenta a demanda por maior oferta de alimentos e, por conseguinte, são postos novos desafios à agricultura. 

Aumentar a produção de alimentos, fibras e energia, por meio do aumento de produtividade é o grande desafio para os países produtores, como é o caso do Brasil. Assim, não será necessário abrir novas áreas. Isso poderá ser alcançado com a incorporação de tecnologias, algumas muito simples, e muitas com custo praticamente zero. Semear na época certa não tem custo algum. No entanto, quando o agricultor realiza a semeadura na época mais indicada, ele está minimizando os riscos e, também, poderá ter ganhos de produtividade. O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) é uma política pública, disponível e ao alcance da maioria dos agricultores brasileiros. Neste novo cenário, intensificar e integrar são ferramentas fundamentais para o aumento da produtividade. Não somente a produtividade física, mas também de todos os fatores de produção. Como exemplo, a integração lavoura-pecuária (ILP) é uma estratégia para recuperar pastagens degradadas e, por conseguinte, melhorar a produtividade da pecuária de corte, além de liberar área para cultivo de grãos, fibras e energia. Juntamente com a melhoria da produtividade que, de uma maneira geral, se dará pela intensificação de tecnologias que permitirão maior controle do processo de produção, como a digitalização da agricultura. 

A melhoria da produtividade é a melhor estratégia para garantir a segurança alimentar. Essa exige a disponibilidade quantitativa e qualitativa dos alimentos, mas isso somente não será suficiente. É preciso que o alimento atenda às exigências dos consumidores. Se, de um lado, a sociedade tem a sua demanda por alimentos, fibras e energia aumentada, por outro lado, ela também exige que sejam produzidos de forma sustentável. Sustentabilidade aqui vista como a forma ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável para se produzir alimentos, fibras e energia. Modelos de produção que priorizem o uso mais racional dos recursos naturais, especialmente o solo e a água, terão maior aceitação por parte dos consumidores. Sistemas de produção com maior diversidade de espécies, que degradem menos o solo e que contaminem menos o ambiente, são aqueles mais indicados. Assim, o sistema plantio direto, onde práticas como a rotação de culturas, o não revolvimento do solo e cobertura permanente do solo, é o mais indicado do que aquele sistema em que se cultiva poucas espécies, o solo é revolvido por meio do uso de arados e grades e, na maioria das vezes, permanece descoberto. 

Com o revolvimento do solo, especialmente em ambientes tropicais como o nosso, onde se tem temperaturas elevadas e umidade, a matéria orgânica é mais facilmente queimada, consequentemente a capacidade produtiva do solo é reduzida. Em alguns casos, o efeito da movimentação do solo é tão perverso, que pode levar à degradação. Solos degradados, além de terem a sua capacidade de produção reduzida, devido aos processos erosivos, contribuem para o assoreamento de cursos de água e para a emissão de gases de efeito estufa. Quando se considera os fatores de produção, os custos de produção e as demandas da população, chega-se à conclusão sobre o tamanho dos desafios para a agricultura. Ao agricultor, independente da área cultivada, para que ele possa continuar produzindo e auferindo lucros, é imperioso o aumento da produtividade e a redução dos custos. Para reduzir custos é preciso aprimorar os processos de gestão, de tal forma que, ao final, o produtor saiba, com segurança, quanto lhe custou produzir um litro de leite, um saco de milho ou um saco de feijão. Além, é claro, de quanto lhe custa uma hora máquina para cada operação realizada da semeadura até a colheita. 

Com essas informações, o produtor poderá identificar pontos que são passíveis de melhorias para incrementar a produtividade dos fatores de produção. Além de aumentar a produtividade, é preciso considerar a sustentabilidade, a possibilidade de rastreabilidade e de certificar a qualidade sanitária e nutricional do que é produzido. Aspectos que serão cada vez mais exigidos pelos consumidores. Considerando que muitos compradores somente se interessam por grandes quantidades de um determinado produto, o produtor, para fazer frente a esse desafio, com padrão de qualidade, terá que necessariamente se organizar em cooperativas e ou associações ou ainda fortalecer as já existentes. Aumentar a produtividade dos fatores de produção e das espécies cultivadas, incorporando ao processo produtivo às novas exigências do consumidor, é decisivo para a agricultura atender aos desafios que lhe são postos.

Fernando Mendes Lamas (Pesquisador)

Embrapa Agropecuária Oeste

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9846980252?profile=originalBoas Práticas Agropecuárias (BPAs) para a produção de leite de cabra podem garantir qualidade do produto e seus derivados e, ainda, prevenir contra doenças como a mastite. Essas recomendações serão tema da palestra sobre Controle da Qualidade do Leite, que será ministrada pela pesquisadora Viviane Souza, da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), na próxima sexta-feira (24), às 18 horas, no Dia D. O evento, promovido pela Fazenda Carnaúba (Taperoá-PB) acontecerá, neste ano em edição online, com acesso pelo site: https://diadfazendacarnauba.com/.
 
O conjunto de Boas Práticas envolve recomendações e técnicas de manejo relacionadas não somente à ordenha, mas também a sanidade animal, alimentação, cuidados com instalações e conservação do leite. “Essas medidas terão impacto significativo em relação à aceitação do consumidor e à segurança alimentar, uma vez que haverá melhoria na qualidade do leite produzido”, destaca Viviane.

A pesquisadora ressalta também que essas medidas podem prevenir e controlar a mastite, inflamação nas tetas das fêmeas que, além de afetar qualidade do leite, traz perdas produtivas para rebanhos de caprinos leiteiros. “Essas medidas estão relacionadas, principalmente, aos aspectos higiênicos das glândulas mamárias durante a ordenha e das pessoas envolvidas no processo de obtenção do leite. Com aplicação de boas práticas agropecuárias, haverá diminuição da incidência de mastite e aumento da produção de leite”, frisa ela.
 
Um conjunto de Boas Práticas Agropecuárias na produção do leite caprino deve observar cuidados que já começam antes mesmo da ordenha, para respeitar higiene e bem-estar animal. A recomendação é que as instalações, a água fornecida aos animais e os baldes para guardar o leite estejam limpos. A condução de animais para a ordenha deve ser feita de forma tranquila, para evitar estresse e lesões às cabras utilizadas na produção.

Os cuidados com higiene são extensivos aos ordenhadores, que devem sempre lavar as mãos com água, sabão comum ou detergente neutro. Os cabelos devem estar presos, com boné ou touca, as unhas curtas e as vestimentas higienizadas. Ordenhadores que estiverem doentes ou com ferimentos, principalmente nas mãos, não devem retirar o leite dos animais, passando, se possível, o serviço para outra pessoa. Dicas para higiene de ordenhadores podem ser vistas no vídeo a seguir: https://youtu.be/211bbrbVS1s 

Cuidados na ordenha

No processo de ordenha, deverão ser ordenhadas, inicialmente cabras sadias, que nunca apresentaram inflamação nas mamas. Em seguida, passa-se para aquelas que já tiveram este tipo de inflamação, mas que agora não apresentam mais inchaços. Na sequência, podem ser ordenhadas cabras com inflamação, mas o leite deve ser descartado, principalmente se estiver talhado ou com cor diferente da normal. Também deve ser descartado leite de cabras em tratamento com antibióticos.

Ainda na ordenha, é recomendável lavar as tetas com água clorada, antes de iniciar o processo, com secagem feita com papel toalha. Outro procedimento importante nesta etapa, para identificar as cabras que apresentam a mastite clínica [aquela em que sintomas são perceptíveis] é o teste com caneca telada ou de fundo escuro.
 
Neste teste, são ordenhados os primeiros jatos de leite, fazendo descarte em balde apropriado. Em seguida, deve-se observar, no leite, a presença de grumos [aspecto semelhante ao do leite coalhado], pus ou sangue. Se isso acontecer, a mastite pode ser detectada e essas cabras retiradas do rebanho e tratadas, sempre com orientação de médico veterinário. Veja dicas de como fazer o teste no vídeo a seguir: https://youtu.be/H6MtpQx0Fso

A ordenha manual deve ser realizada com movimentos lentos, para ajudar o estímulo e a descida do leite, além de evitar lesões que possam machucar o animal. Após a ordenha, aplica-se nas tetas uma solução de iodo a 0,5% com glicerina, que permite a formação de um tampão no orifício da teta, impedindo a entrada de microrganismos. No caso de ordenha mecânica, recomenda-se observar o manual do fabricante do equipamento.

Uma solução recomendada pela Embrapa é o Kit Embrapa de Ordenha Manual para Caprinos Leiteiros. Sua montagem e seu uso são explicados neste vídeo: https://youtu.be/OYImTAEGRI8

Após a ordenha, é recomendada a manutenção dos animais de pé após a ordenha, para que o orifício da teta se feche e evite a entrada de micróbios para o úbere. Uma alternativa para isso é disponibilizar alimentos no cocho. Finalizado o processo, recomenda-se a lavagem dos utensílios e equipamentos com água corrente, preferencialmente clorada, fazendo uso de escova e de detergente neutro. Após a lavagem, todos os utensílios devem permanecer emborcados para descida da água e resíduos, além de proteção contra insetos, ratos e baratas.

Já o leite ordenhado deve ser filtrado em coador limpo e armazenado em baldes fechados. Depois, é recomendado o resfriamento do leite, em temperatura igual ou inferior a 4°C, logo após o término da ordenha, para inibir a multiplicação de micróbios e conservar a qualidade do leite. 

Dia D

O evento promovido pela Fazenda Taperoá acontecerá de 24 a 26 de julho e reúne criadores, expositores e pesquisadores, sendo voltado para a geração de negócios e troca de experiências. O Dia D também traz a programação de palestras e capacitações profissionais. Para participar, é só fazer o credenciamento pelo site do evento:  https://diadfazendacarnauba.com/. Mais informações pelos telefones: (83) 98795-1857 / 98878-3343 ou pelo e-mail: contato@fazendacarnauba.com

Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)

Embrapa Caprinos e Ovinos

Contatos para a imprensa

Telefone: (88) 3112.7413

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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