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Para saber se a água é utilizada de maneira eficiente no meio rural, a Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) reuniu seus pesquisadores Maria Sônia Lopes, Rachel Bardy Prado e Silvio Lucena Tavares em live transmitida no dia 18 de novembro. A moderação ficou a cargo de Fabrício De Martino, consultor em inovação e criatividade O evento foi a quarta edição da série Diálogos para Conservação do Solo e da Água, e a última de 2020.

Para Rachel, que é especialista em planejamento e gerenciamento de águas, com mais de 20 anos de experiência, não andamos cuidando bem da nossa água, “talvez até pela abundância de recursos hídricos do Brasil”. Alguns números atestam isso: 16% da população não tem água tratada e 47% não possui acesso à rede de esgoto. “A questão do saneamento no nosso País é muito séria, com reflexos na qualidade da água. É inadmissível que na era da informação em que vivemos ainda vejamos tanta erosão e pastagens degradadas”.

Então quais seriam as soluções, como cuidar da água? Em primeiro lugar, é necessário lembrar que manejo do solo e qualidade da água andam juntos. “Práticas conservacionistas da terra, como plantio em nível, bacias de contenção de sedimentos e terraceamento, por exemplo, resultam em uma diminuição de processos erosivos e em uma maior infiltração da água nas bacias hidrográficas”, salienta Rachel.

Falando sobre recursos hídricos na agricultura, não podemos deixar de lado o tema irrigação. Vale lembrar que existem quatro métodos de fazê-la: por aspersão, gravidade, pivô central e localizada. 40% da comida que chega às nossas mesas vem da agricultura irrigada, usando apenas 16% da terra. “A situação no Brasil não é a ideal, mas nossa média de eficiência, que chega quase a 60%, é superior a mundial, que é de 37%”, revelou Silvio Tavares, especialista em engenharia de irrigação. “Se você melhorar em 1% a eficiência no uso da água, você gera uma economia enorme para expandir as áreas irrigadas e o tempo de irrigação”.

Uma das “armas” desenvolvidas pela Embrapa Solos para tornar a irrigação mais eficiente é o Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação (SiBCTI), que define o potencial do ambiente para desenvolver culturas sob determinado tipo de irrigação.

O SiBCTI procura classificar as terras segundo a interação de vários planos de informação, de modo que o ambiente seja avaliado de forma integrada, maximizando o manejo da agricultura irrigada.

O Sistema evita que terras que não possuem aptidão para irrigação sejam incluídas no processo produtivo, minimizando o impacto ambiental e perda de recursos financeiros, ele também possibilita o uso racional da água, além de prevenir a salinização dos solos manejados, grave problema ambiental e econômico, principalmente no bioma semiárido.

Barragem subterrânea

Um importante aliado do pequeno produtor na captação de água também no semiárido é a barragem subterrânea, uma tecnologia de captação e armazenamento da água de chuva para produção de alimentos. Ela possui a função de reter a água da chuva que escoa em cima e dentro do solo, por meio de uma parede impermeável construída dentro da terra e que se eleva a uma altura de cerca de 50 cm acima da superfície, no sentido contrário à descida das águas. A barragem subterrânea forma uma vazante artificial temporária na qual o terreno permanece úmido por um período de dois a cinco meses após a época chuvosa, permitindo a plantação mesmo em época de estiagem. A barragem é uma tecnologia popular, a Embrapa começou a pesquisá-la mais a fundo a partir dos anos 80 do século passado.

“As barragens têm proporcionado a estocagem de água para uso das famílias após o período chuvoso. Até seis meses após o fim das precipitações o agricultor ainda consegue tirar seu cultivo”, afirma Maria Sônia, uma das maiores autoridades do Brasil no tema.

A barragem foi uma das práticas finalistas da primeira edição do prêmio Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) Brasil e a primeira entre as 28 técnicas selecionadas pela Embrapa para participar da premiação.

Um pouco de arte

Nas lives promovidas pela Embrapa Solos procura-se trazer também um pouco de arte. O mapa mental que ilustra a matéria foi elaborado pela artista plástica Milena Pagliacci, durante o evento.  

A íntegra da live pode ser assistida aqui.

Carlos Dias (20.395 MTb RJ)

Embrapa Solos

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O movimento Ideas for Milk 2020 só se encerra no dia 11 de dezembro, quando serão realizados o Desafio de Startups e a entrega do prêmio Ideas for Milk de Inovação. No entanto, a última reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite em 2020, realizada na semana passada, teve como destaque o movimento, idealizado pela Embrapa e realizado de forma totalmente virtual, devido à pandemia de Covid-19. O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, apresentou à Câmara os números dos eventos Caravana 4.0 Vacathon, que integram o movimento.

A Caravana 4.0 tem a missão de debater a necessidade da criação de tecnologias inovadoras, por meio da reunião de competências de diferentes áreas de conhecimento das instituições de ensino e pesquisa. Num só lugar, são reunidos estudantes e professores dos cursos de agronomia, medicina veterinária, zootecnia, biologia, ciência da computação, engenharias, economia, administração, nutrição e outras. O propósito é mostrar as oportunidades para empreender que a cadeia produtiva do leite oferece para a criação de soluções inovadoras e resultante de conhecimentos multidisciplinares. Neste ano, chegou a oito estados de quatro regiões do país: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Pernambuco. No Brasil, 27 universidades foram “visitadas” pela Caravana, que também chegou a instituições de outros dois países: Argentina e Angola. Diferente das outras edições, quando as instituições eram visitadas de forma presencial.

Este ano, com a pandemia, para criar um ambiente de mobilização, o movimento teve se adaptar e criou o Ideas for Milk Lives, transmitindo doze lives inspiradoras pelo Canal da Embrapa no Youtube, que reuniram 40 especialistas dos Estados Unidos, Portugal, Angola, Argentina e Brasil, tratando de assuntos relacionados a todos os elos da cadeia produtiva. As lives já somam 18.900 visualizações. Foram realizadas também lives orientadoras: Como convencer alguém a acreditar no meu negócio; Design Sprint: da ideia ao propósito; Esse tal negócio de thinking e Criando modelos inovadores e conscientes. A audiência média de cada live ficou em torno de mil internautas.

Vacathon digital – O Vacathon, que em anos anteriores reunia, durante uma semana, mais de 100 estudantes e professores de várias as partes do país, acampados nas dependências da Embrapa Gado de Leite, em regime de imersão total, também teve que ser virtual neste ano de pandemia. “Mas não foi menor”, garante Martins: “Pela primeira vez tivemos participação internacional, com representantes de três universidades argentinas e uma angolana, totalizando 30 universidades entre nacionais e internacionais”. O evento trouxe como novidade o Milktube, uma coletânea de 57 vídeos curtos temáticos, gravados por 37 pesquisadores da Embrapa Gado de Leite e da Epamig/ILCT, que tem o propósito de inspirar os jovens empreendedores, que desejam gerar soluções para o setor de lácteos.

“Pessoas proeminentes, que representam importantes instituições do agronegócio, enviaram mensagens para os participantes do Vacathon, entre eles os que o movimento denominou de ‘os três tenores do agronegócio nacional’: Alysson Paulinelli, Roberto Rodrigues e José Luiz Tejon (dois ex-ministros da agricultura e uma das maiores autoridades do marketing em agronegócio no Brasil)”. Entre os “presentes” no Vacathon, também estavam três diretores da Embrapa e um secretário de estado de agricultura (Goiás), além de várias entidades como, ABIQ, ABDI e os presidentes da Câmara Setorial do Leite e Derivados do Mapa e o presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira.

Martins resume assim, os números do movimento Ideas for Milk, que ainda não acabou: 106 mentores voluntários, 126 avaliadores efetivos, nove entidades participantes e o apoio de empresas de sete segmentos da cadeia. “Reunimos nesta edição o primeiro time do leite brasileiro, percorrendo três grandes trilhas: foodtech, transformação digital e empreendedorismo e inovação”. A final aconteceu no dia 30 de outubro ao longo do dia e já somou 9638 visualizações no Canal Embrapa do Youtube.

Próximos eventos – No próximo dia 11, o Desafio de Startups e a entrega do Prêmio Ideas for Milk de Inovação encerram a edição 2020 do movimento. Participarão do Desafio empreendedores que desenvolveram soluções inovadoras, focadas em recursos digitais (softwares, hardwares, IOT e sensores) e não digitais (design industrial ou de embalagens, equipamentos, processos, tratamento ou aproveitamento de resíduos, etc). A finalíssima será transmitida ao vivo no canal do Youtube da Embrapa e no Repileite (rede social da Embrapa Gado de Leite). O evento é uma importante vitrine para as startups participantes: “Trata-se da melhor oportunidade do empreendedor apresentar sua solução para a sociedade e os tomadores de decisão da cadeia produtiva do leite”, diz Martins. Já o prêmio de inovação visa reconhecer produtos e processos de empresas com propósitos alinhados ao desejo do novo consumidor e que estão inseridas na ótica do foodtech.

 O Ideas for Milk é uma realização da Embrapa Gado de Leite, em parceria com Agripoint, Bovcontrol, Ciatécnica, Texto Comunicação. Conta com o Patrocínio Diamante do Sebrae; Patrocínio Ouro da Tetrapak, Boehringer Ingelheim, TIM; Patrocínio Prata da Vaccinar, FAEMG/Inaes, Sistema Ocemg, Sistema OCB, Silemg e Patrocínio Bronze da Nestlé, CLAAS, DSM/Tortuga, ABDI, JA Saúde Animal, Piracanjuba, Vivalácteos, Belgo Bekaert, SENAR/GO, ABIQ, Alta Genetics, Verde Campo e Vivare. Apoio da Microsoft, KER Innovation, Abraleite e Revista Balde Branco. Além do Ideas for Milk Lives, o evento é formado pela Caravana 4.0, Vacathon, Desafio de Startups e pelo Prêmio Ideas for Milk de Inovação.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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Quatro anos após o seu lançamento, em 2016, a nova variedade de capim-elefante BRS Capiaçu, desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite (MG), já garantiu o seu lugar na preferência dos pecuaristas de leite de norte a sul do Brasil (veja mais detalhes no quadro abaixo). Essa expansão em tempo recorde se deve, em grande parte, à parceria com redes de viveiristas credenciados, que garantem o fornecimento da cultivar aos produtores nacionais, além de contribuir para combater a pirataria de mudas. 

Recentemente, com a inclusão de mais quatro viveiristas credenciados, a BRS Capiaçu passa a contar com fornecedores certificados pela Embrapa em toda a região do bioma Mata Atlântica. A Região Nordeste, que não tinha nenhum viveirista, passou a ter (veja relação dos viveiristas credenciados ao fim desta reportagem). O pesquisador da Embrapa Gado de Leite Samuel Oliveira diz que a instituição está fazendo um esforço para disponibilizar viveiristas em todas as regiões do País. “Isso ainda não foi possível porque dependemos da conclusão do teste de Valor de Cultivo e Uso (VCU) para estender a recomendação da cultivar para os biomas Cerrado e Amazônia, questão que em breve estará resolvida”, diz.

O teste VCU é uma das exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o registro de novas cultivares. Os registros são feitos por biomas. Até  agora, a cultivar BRS Capiaçu só possui o VCU para o bioma Mata Atlântica, embora já existam viveiristas interessados em comercializá-la nos estados do Cerrado e da Amazônia.

“A BRS Capiaçu é um grande sucesso entre os produtores de leite. Além de já estar sendo cultivada em todo o Brasil, a forrageira vem despertando também o interesse de produtores de fora do País. Recentemente, um pecuarista da Angola, na África, berço da maior parte das gramíneas usadas em nossa pecuária, adquiriu o produto”, conta Oliveira. 

Segundo o chefe-adjunto de Transferência e Tecnologia da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho, há também demanda para que o capim seja introduzido em outros países da América Latina, com negociações avançadas junto à República Dominicana.

“Com o bônus do sucesso, surge também o ônus da pirataria”, preocupa-se Oliveira. Segundo ele, há um comércio de mudas sendo vendidas por pessoas que não têm qualquer registro ou autorização da Embrapa. Ele chama a atenção para o problema: “A Embrapa Gado de Leite não se responsabiliza por mudas de BRS Capiaçu que não foram adquiridas por viveiristas credenciados”. O produto pode ser adquirido de três formas diferentes: mudas em estacas, germinadas ou micro propagadas (feitas a partir de tecido da planta). Quanto ao preço, isso irá depender do tipo de muda e dos ditames do mercado.

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Viveiristas: produção e combate à pirataria de norte a sul do País 

Os viveiristas desempenham importante papel ao fazer com que as cultivares da Embrapa cheguem ao mercado, atuando indiretamente no combate à pirataria de mudas. É o que faz o pequeno produtor de leite na região do Vale do Paraíba José Cabello, que testou na propriedade dele a BRS Capiaçu como alternativa para alimentar o gado durante o inverno. A tecnologia o ajudou a descobrir uma nova atividade econômica: a de produtor de mudas. Para saber mais sobre a forrageira, manteve contatos com a equipe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Gado de Leite. Ao identificar o potencial da cultivar decidiu integrar a lista de licenciados para produção e comercialização de mudas e hoje já vai para a quarta safra, que ocupa cerca de cinco hectares da fazenda.

“Muitas mudanças ocorreram desde o plantio das primeiras mudas: do manejo correto até a embalagem e o atendimento de pós-venda aos clientes”, conta Cabello, da Mater Genética, localizada em São José dos Campos (SP). O produtor abandonou a venda de leite e agora comercializa bezerros, tendo como atividade principal a de viveirista. E não reclama: “A demanda tem sido crescente ano a ano e 2020 superou as expectativas nos meses de junho e julho, costumeiramente mais fracos de venda”, relata, destacando também os bons resultados com a silagem utilizada para alimentar o rebanho.  “Nossa relação com a Embrapa é bastante sólida. Recebemos o apoio técnico quando precisamos e levamos o nome da Empresa e a tecnologia a todos que procuram pela cultivar”, acrescenta.

Com um jardim clonal de cerca de 600 metros quadrados, credenciado desde 2016, a Agro Comercial Afubra vende mudas da BRS Capiaçu de norte a sul do País. Embora localizada em Rio Pardo (RS), região que fica com 70% da produção, o viveiro comercializa o produto em 16 estados brasileiros, informa o gerente do departamento de produção agroflorestal da empresa, Juarez Pedroso Filho. “Nos surpreendemos com o aumento da demanda, que começou a chegar de Roraima, Tocantins, Amazonas e estados do Nordeste e Centro-Oeste. Na última safra, atendemos cerca de 300 agricultores familiares com a produção de 60 mil mudas rastreadas de ponta a ponta, com nota fiscal e atestado de origem genética para assegurar que estão recebendo uma cultivar da Embrapa”, diz.

Casos de compra e venda de mudas da BRS Capiaçu sem a mediação de um licenciado como a Afubra começam a acontecer. “Clientes contam até sobre venda de sementes da cultivar, coisa que não existe no mercado”, diz o engenheiro florestal. O viveiro atende sob encomenda e não ampliou a área de multiplicação de mudas, a despeito da demanda crescente pela cultivar e dos bons resultados comerciais. 

“O agricultor está habituado a chegar no balcão e pedir um saco de sementes. A muda não está na prateleira e isso é uma mudança de paradigma à qual o produtor precisa se adaptar. A cada cliente que nos procura, explicamos que a entrega não é imediata, que a produção respeita os ciclos da planta e reforçamos ainda a importância de conhecer a origem da cultivar. Esse boca a boca é a nossa contribuição contra a biopirataria”, destaca Pedroso. 

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Potencial de produção e valor nutritivo

A BRS Capiaçu se destaca pela alta produtividade e qualidade da forragem, quando comparada a outras cultivares de capim-elefante. Veja abaixo os índices de produção e nutritivos para plantas com 60 dias de crescimento:

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Silagem - A silagem da cultivar BRS Capiaçu apresenta valor nutritivo comparável ao do milho, com menor valor energético. É indicada para vacas secas e animais jovens. Se utilizada para animais em lactação, a alimentação deve ser suplementada com uma fonte de energia, de acordo com a produção da vaca.

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Rubens Neiva (MTB 5445/MG)
Embrapa Gado de Leite

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Valéria Cristina Costa (MTb. 15533/SP)

Secretaria de Inovação e Negócios (SIN)

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Em outubro, o custo de produção de leite apresentou um novo aumento, de 2,21%. Os grupos ligados à alimentação do rebanho tiveram as maiores altas no mês.

Em 12 meses, o custo de produção já acumula alta de 16,38%, com a alimentação concentrada sendo a principal responsável, com aumento de 35,74% no período.

Veja a análise completa na nova edição do boletim ICPLeite/Embrapa, disponível no site do Centro de Inteligência do Leite. No informativo estão apresentadas as variações para cada grupo componente do custo de produção. Confira!

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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O Programa Forrageiras para o Semiárido – Pecuária Sustentável divulgou na primeira semana de novembro o Boletim Técnico 2020 da Unidade de Referência Tecnológica (URT) localizada no município de Batalha, em Alagoas. Elaborado pela Embrapa em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, documento visa fornecer informações que auxiliem o produtor rural a escolher as plantas forrageiras mais adequadas para o seu sistema de produção.

O boletim sugere um cardápio forrageiro elaborado a partir das características físicas e químicas do solo e da avaliação do clima durante os últimos dois anos. Leva em consideração a precipitação, temperatura e umidade relativa do ar, além do teor de água no solo. O cardápio engloba três elementos principais: reserva forrageira (silagem), área de pasto resistente à seca e poupança forrageira na forma de palma. A combinação pode conter, ainda, árvores que servem de alimento e sombra para os animais.

As opções de forrageiras são apresentadas aos assistentes técnicos, extensionistas e produtores por meio de publicações como o boletim e visitas técnicas às URTs. O pesquisador Rafael Dantas, da Embrapa Semiárido (Petrolina, PE), lotado na Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), apresentou o cardápio de forrageiras na unidade de Batalha. Ele integra a equipe de pesquisas em Integração Lavoura - Pecuária - Floresta (ILPF) para a Região Nordeste.

“A utilização do cardápio forrageiro traz como vantagens a ampliação da quantidade de forragem disponível na propriedade, fazendo o melhor aproveitamento da área; o aumento na qualidade da forragem por meio do uso de fontes ricas em proteína e materiais que mantém esse qualidade mesmo na época seca; e a redução de risco de perda de lavoura forrageira por ataques de pragas e doenças, diante da diversidade de épocas e tipos de cultivos”, explica Luana Torres, engenheira agrônoma do Senar Alagoas.

“Aproveitar o melhor de cada grupo de plantas, cujas potencialidades se somam permitindo autonomia dos produtores no processo de produção do alimento é a contribuição mais relevante para viabilizar a pecuária em qualquer sistema de produção do semiárido, independentemente do tamanho da propriedade”, ressalta Alexis Wanderley, responsável técnico pela URT de Batalha.

Cardápios forrageiros
Ao todo, 16 plantas foram testadas – seis para produção de silagem, outras seis para a implantação de pasto e quatro tipos de palma para poupança forrageira. Para os sistemas mais extensivos, em que a propriedade tem por base grandes áreas de pastagem e o foco é aumentar a produção do pasto, mas há pouca disponibilidade de área com condições ideais para plantio de forrageiras, ou o produtor não dispõe de recursos financeiros, maquinário e nem mão de obra suficiente para investir na produção de forragem, o estudo recomenda a utilização do Milheto BRS 1501 para silagem, Búfell Áridus para implantação de pasto e Orelha de Elefante Mexicana para poupança forrageira.

Para sistemas semi-intensivos, em que a propriedade realiza a manutenção do rebanho no pasto apenas no período chuvoso e faz o confinamento na estiagem, com alimentação do rebanho à base de silagem e fornecimento de palma forrageira no final da época seca, o boletim técnico recomenda a utilização de Sorgo Ponta Negra para silagem, Andropogon para pasto e Ipa Sertânia para poupança forrageira.

Já no caso dos sistemas intensivos, que utilizam o pasto, mas não dependem dele, pois são produzidos grandes volumes de silagem ou dispõe-se de um palmal extenso e adensado, o estudo recomenda a utilização de Milho BRS 2022 para silagem, capim Massai para pasto e palma Miúda para poupança forrageira.

Além das informações detalhadas sobre solo, clima e desempenho de todas as plantas testadas na URT de Batalha, o Boletim Técnico 2020 do Programa Forrageiras para o Semiárido traz orientações sobre preparo de solo, época de plantio, de colheita e tratos culturais, entre outras. Para acessar o documento na íntegra, clique aqui.

Aplicativo
O Programa Forrageiras para o Semiárido é uma iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – por meio do Instituto CNA – e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). As pesquisas acontecem em 13 Unidades de Referência Tecnológicas distribuídas no semiárido Brasileiro, o que inclui todos os estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais.

Em Alagoas, o projeto conta com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar AL – e do Governo do Estado, que cedeu uma área do Parque de Exposições Mair Amaral, em Batalha, para a realização das pesquisas.

O projeto avalia o potencial produtivo e a adaptação das plantas forrageiras às condições climáticas do semiárido para recomendação de novas opções de fonte de alimento para os rebanhos. Além disso, oferece o aplicativo Orçamento Forrageiro, ferramenta móvel que auxilia o produtor no processo de planejamento alimentar dos recursos forrageiros dos diversos sistemas de produção. O aplicativo está disponível nas plataformas Android e IOS.

 

Texto e fotos por Álvaro Müller para o Senar-AL, com edição de Saulo Coelho.

Saulo Coelho (MTb/SE 1065)

Embrapa Tabuleiros Costeiros

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Em outubro, os preços do leite ao produtor registraram nova alta.

Entretanto, milho e soja tiveram aumentos bem mais expressivos e pioraram a relação de troca ao produtor de leite.

Veja essa análise completa na edição de novembro do boletim Indicadores Leite e Derivados, disponível no site do Centro de Inteligência do Leite. No informativo estão apresentados os dados mais atuais de preço do leite ao produtor e ao consumidor no Brasil, preços internacionais do leite em pó e balança comercial de leite e derivados. 

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O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

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Essa publicação apresenta resultados mais detalhados da pesquisa sobre o consumo de lácteos durante a pandemia realizada entre abril e maio de 2020.

Os novos resultados foram estratificados por classes de renda e regiões do Brasil e mostraram diferenças importantes entre os grupos analisados.

Veja a análise completa no relatório "Consumo de lácteos na pandemia: uma análise das variações de consumo entre as classes de renda e regiões do Brasil", disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.
 

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
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Embrapa  e representantes do setor produtivo participam dos trabalhos do Comitê 


Na última Assembleia-Geral da Federação Internacional do Leite/International Dairy Federation (FIL/IDF), realizada em 2 de novembro, foi eleito Piercristiano Brazzale, membro do Comitê Brasileiro FIL/IDF (CB FIL/IDF), para exercer a Presidência Mundial da FIL/IDF (FIL/IDF), numa gestão pelos próximos quatro anos. 

 
É a primeira vez na história que um país latino-americano elege um presidente para FIL/IDF. Junto a mais de uma centena de partícipes do setor produtivo, a Embrapa participa ativamente dos trabalhos do CB FIL/IDF, contribuindo de forma decisiva para chancelar programaticamente os trabalhos do Comitê, especialmente sob a dimensão científica. Os objetivos do CB FIL/IDF alinham-se diretamente aos objetivos globais da organização, que consistem na busca constante de soluções para a qualidade, integridade, segurança e sustentabilidade de toda a cadeia de lácteos, em suas diversas dimensões, fornecendo ao consumidor leite e produtos lácteos nutritivos e de alta qualidade. A participação ativa do Brasil na mais importante organização global de lácteos não somente contribui para a agenda técnica, científica e estratégica do setor em todo o mundo, mas o país e a pesquisa nacional são, em contrapartida, beneficiados pelo acesso à ciência, tecnologia e estratégia de ponta. 
 
Segundo o diretor-técnico-científico do Comitê Brasileiro da FIL/IDF, Marcelo Bonnet, analista da Embrapa Clima Temperado, a conquista inédita da ocupação do Brasil na  Presidência da FederaçãoFIL/IDF é um fato histórico notável. “Em 118 anos de história desta entidade sem fins lucrativos, a Presidência Mundial é um alcance importantíssimo para agenda brasileira junto ao setor lácteo global, especialmente quando se considera a filiação recente do Brasil na FIL/IDF, em 2019, quando o Comitê Brasileiro foi reconhecido oficialmente, com liderança da Embrapa Clima Temperado. Apesar de tão jovem e dos desafios que ainda enfrenta pela falta de apoio financeiro e estratégico do governo e de algumas empresas, o Comitê Brasileiro FIL/IDF já é considerado um dos mais ativos do mundo, e essa conquista coroa esse reconhecimento”, ponderou.


Bonnet ainda afirma que a ocupação do País neste Comitê é prova da viabilidade de integração público-privada de alto impacto, visto que as taxas anuais de participação do Brasil na FIL/IDF são totalmente custeadas por parte do setor produtivo, sem qualquer contribuição financeira governamental. “Os diversos Subcomitês do CB atuam de forma extremamente dinâmica e integrando governo, indústria e produtores, nas mais diversas áreas do conhecimento, em uma arquitetura sem precedentes no país. Talvez seja um exemplo a ser considerado pelas demais cadeias produtivas de alimentos, e o colega Piercristiano Brazzale é um excelente representante desse ideal, agora como Presidente da FIL/IDF”, completou.

Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)

Embrapa Clima Temperado

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A água é bem utilizada no campo?

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A série Diálogos para Conservação do Solo e da Água chega à quarta edição no dia 18 de novembro (quarta-feira), às 17h (não é necessária inscrição). A live abordará o uso eficiente dos recursos hídricos no meio rural A transmissão poderá ser acompanhada aqui, com direito a perguntas dos espectadores. Os convidados são os pesquisadores da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), Rachel Bardy Prado e Silvio Lucena Tavares, e a também pesquisadora da Embrapa Solos UEP Recife (PE), Maria Sônia Lopes. A moderação ficará a cargo de Fabrício De Martino, consultor em inovação e criatividade, enquanto a artista plástica Milena Pagliacci vai elaborar o mapa mental do encontro. 

A série Diálogos para a Conservação do Solo e da Água tem o objetivo de sensibilizar o público em geral sobre a necessidade de ampliar as ações que potencializam o uso adequado dos recursos solo e água. Saiba um pouco mais sobre a área de atuação de cada cientista convidado para a reunião:

Rachel Bardy Prado: Especialista em Planejamento e Gerenciamento de Águas. Atualmente atua na área de monitoramento e planejamento dos serviços ecossistêmicos, com destaque para os recursos hídricos. É presidente do Portfólio de Projetos da Embrapa de Serviços Ambientais. E participa da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES).

Silvio Lucena Tavares: Especialista em Engenharia de Irrigação. Trabalha na área de Agronomia, com ênfase em Física, Manejo e Conservação do Solo e da Água, atuando principalmente nos temas irrigação e drenagem; transporte de solutos; agricultura de precisão e sensores de umidade do solo.

Maria Sônia Lopes: Agrônoma, atua principalmente nas linhas de pesquisa: manejo agroecológico do solo; captação, armazenamento e manejo da água de chuva em áreas de escassez hídrica.

Na live saberemos se a irrigação no Brasil (em relação ao uso da água) é eficiente, como a barragem subterrânea tem contribuído para o uso eficiente da água pelas famílias agricultoras do semiárido brasileiro, quais pesquisas a Embrapa Solos desenvolve visando o uso eficiente da água em sistemas irrigados, se a pesquisa também pode apoiar as políticas públicas relacionadas ao uso eficiente da água, quais as tecnologias de irrigação que podem otimizar o uso da água da barragem subterrânea e a possibilidade de prospectar regiões para implantação das barragens subterrâneas em outras áreas do Brasil, entre outras questões.

Carlos Dias (20.395 MTb RJ)

Embrapa Solos

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Quando se fala em ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), o produtor rural e técnicos que atuam em propriedades ainda apresentam muitas dúvidas em relação ao componente arbóreo no sistema integrado. Para ajudar a esclarecer e até a “popularizar” as vantagens das árvores junto às áreas de pecuária e agricultura, a Embrapa Pecuária Sudeste e a Esalq/USP estão promovendo o 6º Simpósio de ILPF do Estado de SP. O evento, gratuito e online, acontece nos dias 19 e 20 de novembro, das 16h às 19h, pelo canal da Embrapa no YouTube.

O Painel “Árvores no Sistema ILPF” começa às 17h30 de quinta (19) e terá a participação dos pesquisadores Marcelo Dias MullerMaurel BehlingVanderley Porfírio da Silva e José Ricardo Pezzopane. Após a palestra dos três primeiros, Pezzopane coordena uma mesa redonda com todo o grupo.

IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA

Porfírio, da Embrapa Florestas (Colombo-PR), vai abordar o tema “Importância da Estratégia ILPF na obtenção de outros produtos (e serviços) nas florestas plantadas”. Segundo ele, a importância da estratégia ILPF é a de proporcionar a produção de mais produtos na mesma área. “Por exemplo, uma área de pastagem, ao ser convertida em silvipastoril, mediante a adequada introdução de árvores na pastagem, poderá produzir madeira além do produto animal, como carne, leite, couro, bezerros”, explicou.

Ainda segundo o pesquisador, ao mesmo tempo o silvipastoril provê melhoria das condições ambientais para o conforto térmico animal com reflexo positivo sobre o desempenho produtivo. E a presença das árvores, ao capturarem carbono atmosférico, pode proporcionar valoração ambiental do sistema de produção pecuário com reflexo positivo na imagem, no negócio pecuário. “A integração lavoura-pecuária-floresta é estratégica para a intensificação do uso da terra com sustentabilidade”, descreveu Porfírio.

O pesquisador espera que o evento coopere para a promoção e difusão dos conceitos acerca da integração lavoura-pecuária-floresta. O componente arbóreo é o que tem despertado maior curiosidade por parte dos produtores, por ainda não ser adotado de forma ampla por pecuaristas e agricultores. A popularização do uso da árvore em ILPF vai passar por vários caminhos, segundo Porfírio.

“Eventos como este, focados nos aspectos conceituais e práticos, disciplinas ministradas em cursos acadêmicos (ainda são poucos os cursos das ciências agrárias que tratam do tema) para promover o aumento de massa crítica dos profissionais que atuam no campo, engajamento de instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural e cooperativas, eventos específicos de capacitação profissional para a difusão e desmistificação de conceitos e práticas, são algumas veredas que podem ser trilhadas para ‘popularizar’ o tema e promover a transferência de conhecimento e tecnologias sobre essa estratégia de uso da terra. Porém, vale lembrar que não é uma panaceia”, afirmou.

REGIONALIZAÇÃO

Pezzopane disse que a mesa redonda terá três especialistas da Embrapa que trabalham com árvores em sistemas integrados em diferentes regiões do país. “Teremos um enfoque sobre a presença e o manejo das árvores no sistema ILPF nas diferentes regiões e as diversas finalidades que esse produto pode ter quando é inserido num sistema de integração”, explicou.

“Será ainda uma oportunidade de mostrar quais desafios a pesquisa tem trabalhado para tornar a presença do componente arbóreo o mais rentável possível, seja na obtenção de outros produtos ou mesmo no aspecto de serviços ecossistêmicos”, disse ele, que atua na equipe de pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP).

Pezzopane lembrou que o evento em formato virtual é uma nova realidade que as instituições de pesquisa e acadêmicas estão experimentando em função da pandemia. Essa forma de transmissão permite que a discussão seja acompanhada em todo o país. “Em geral, temos observado nesse tipo de evento uma grande presença de público. O fato de eles ficarem gravados também permite acessos posteriores. Além disso, temos uma expectativa positiva em função dos quatro painéis programados para o evento”, falou. 

Os temas do simpósio abordam assuntos relativos às características de produção, serviços ambientais, características de comercialização de produtos de sistemas ILPF, buscando experiências de diversas instituições e diversas regiões do país. “Os sistemas integrados apresentam uma dinâmica muito interessante em função das características de cada região, em aspectos ligados ao solo, ao clima, à comercialização.”

Pezzopane também vê na presença da árvore o maior desafio para a ILPF. “Esse componente traz maiores necessidades de manejo e representa mais novidade para os pecuaristas. A gente está desenvolvendo tecnologias exatamente para ampliar esse uso, para tornar a presença da árvore mais rentável, buscar os maiores benefícios e abrir novos caminhos para a comercialização dos produtos via cadeias de certificação”, afirmou.

Para levar informações e tecnologias ao público de interesse, esse tipo de evento é um dos caminhos, de acordo com o pesquisador. Outra forma de popularizar os sistemas integrados é por meio da condução de unidades de referência tecnológica e de pesquisa (URTPs), implantadas pela Embrapa e outras instituições para aproximar esses sistemas de produção dos atores que vão trabalhar com isso, sejam eles produtores ou técnicos da extensão rural e consultores.

“Esses experimentos de longa duração e treinamentos de técnicos são ações que a gente faz no nosso dia a dia para tentar tornar esse tema mais conhecido e mostrar aos produtores os benefícios que a presença da árvore traz ao sistema de produção, tanto na pecuária de corte como na de leite”, concluiu.

Confira mais sobre o evento aqui.

Ana Maio (Mtb 21.928)

Embrapa Pecuária Sudeste

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As pesquisas sobre eficiência alimentar em bovinos de leite avançam no Brasil. Recentemente, a Embrapa Gado de Leite concluiu seus primeiros estudos com fêmeas da raça Girolando. Outro trabalho vem sendo desenvolvido com fêmeas da raça Gir Leiteiro em lactação. Essas são pesquisas pioneiras em bovinocultura de leite no país (há estudos recentes sobre eficiência alimentar em bovinos de corte). Para o produtor de leite, “eficiência alimentar” pode parecer confuso, mas o significado é simples e de grande interesse do setor: vacas comendo menos e produzindo mais. É possível? “Com toda certeza”, garante a pesquisadora da Embrapa, Mariana Magalhães Campos, coordenadora das pesquisas. “Na sociedade humana, há pessoas que comem menos do que outras e ganham mais peso; com as vacas é a mesma coisa. Algumas podem apresentar melhores resultados, em termos de produção, alimentando-se em menor quantidade ou igual às outras”, completa.

Os estudos possuem aspectos complexos, mas em linhas gerais, o que os pesquisadores fizeram, num primeiro momento, foi observar as características dos bovinos que apresentavam potencial para produzir mais, com menos alimento. A essas características observáveis, dá-se o nome de “fenótipo”. Em uma segunda etapa, os fenótipos serão associados aos genótipos, que são as características genéticas determinantes do fenótipo. As pesquisas com marcadores genéticos darão à ciência as condições necessárias para se obter vacas mais eficientes, possibilitando uma nutrição de precisão com animais selecionados.

Conforme explica a pesquisadora, “a identificação de fenótipos qualificados para eficiência alimentar de fêmeas leiteiras nas fases de cria, recria, pré-parto, lactação e período seco, permitirá a geração de uma base de dados consistente, possibilitando a identificação de características genéticas que poderão ser incluídas nos programas de melhoramento de bovinos de leite”. Em outras palavras, o produtor poderá encontrar, nas centrais de inseminação e produção de embriões o material genético (sêmen ou embrião) que lhe garanta um rebanho com a melhor relação consumo de alimentos/produção de leite. Isso já é possível com outras características, também genéticas, como resistência a endo e a ectoparasitas, problemas de cascos, conformação, produção de sólidos no leite, etc.

Resultados – Um dos primeiros resultados do projeto foi provar que as diferenças de eficiência alimentar podem ter início já na fase de aleitamento das bezerras. Segundo Mariana Campos, “foi possível, de forma pioneira, realizar essa avaliação para diferentes índices como consumo alimentar residual, ganho de peso residual e consumo e ganho residual”. O consumo foi dividido entre o esperado e o observado. Animais com consumo menor que o estimado são considerados mais eficientes comparados aos animais com consumo maior que o estimado. Essa característica foi denominada “consumo alimentar residual”.

Mariana explica que a digestibilidade de um alimento é medida pela diferença entre os nutrientes consumidos subtraídos daqueles que foram excretados nas fezes, ou seja, são os nutrientes de fato utilizados. Nos experimentos, ao avaliar as bezerras mais eficientes para consumo alimentar residual, os pesquisadores verificaram diferenças na digestibilidade de nutrientes, fazendo com que algumas vacas obtivessem maior digestibilidade da dieta. Também foram encontradas diferenças no metabolismo das proteínas, na fase de aleitamento.

Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores monitoraram 80 bezerras Gir e Girolando. Duas ferramentas de pesquisa utilizadas durante a avalição foram:

- Máscara facial – máscara facial acoplada ao animal para mensurar trocas gasosas (consumo de oxigênio e produção de metano e gás carbônico). A máscara foi utilizada por 20 a 30 minutos, três horas após a alimentação da manhã. Os animais foram avaliados por dois dias consecutivos. Essa ferramenta estimou a diferença de calor produzido por bezerras mais e menos eficientes. As bezerras mais eficientes produziram menos calor.

- Termografia infravermelha (TIV) – método não invasivo utilizado para indicar alterações biométricas térmicas no metabolismo animal, resultantes do aumento da temperatura corporal e alterações no fluxo sanguíneo em resposta a condições ambientais ou fisiológicas. A aplicação da TIV em ensaios de eficiência alimentar ė baseada na teoria de que animais mais eficientes tem menor requerimento de energia basal. Diferenças em temperatura superficial mensuradas por TIV parecem estar relacionadas com índices de eficiência alimentar.

Os estudos levaram seis anos para ser concluídos. Segundo a pesquisadora Fernanda Samarini os projetos contaram diretamente com 47 pessoas (15 pesquisadores, 15 bolsistas, sete mestrandos e 10 doutorandos). “A rede de parceiros continua aumentando”, diz Fernanda, que completa: “esse tipo de pesquisa envolve uma série de experimentos com animais e dá muito trabalho, mas na velocidade com que avançam as tecnologias em genética molecular, poderemos obter resultados práticos em poucos anos”.

Benefícios para o produtor e para o meio ambiente

“A seleção de animais com maior eficiência alimentar contribuirá para a sustentabilidade dos sistemas de produção” é o que garante Thierry Ribeiro Tomich, pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Os bovinos são emissores de metano (CH4) na atmosfera, um dos gases com maior potencial de provocar as mudanças climáticas. “Uma produção mais eficiente diminui a emissão desse gás”, afirma o pesquisador.

Diferente dos animais monogástricos (que possuem apenas o estomago), a digestão dos ruminantes utiliza a fermentação, possibilitando o aproveitamento da celulose como alimento. Em contrapartida, há produção de CH4. “A nutrição de precisão visa também mitigar essas emissões, já que quanto mais eficiente na conversão do alimento e na produção de leite e carne for o bovino, haverá menos emissão de CH4 por produto gerado”, constata Tomich.

O pesquisador destaca ainda que, além da sustentabilidade ambiental, a otimização da nutrição animal pode influenciar de forma expressiva na viabilidade econômica do sistema de produção. Segundo dados da Embrapa, a alimentação representa o principal custo da atividade leiteira (entre 50% e 60%), reduzindo a margem de lucro dos pecuaristas. “Vacas que utilizam os alimentos de forma mais eficiente, consomem menos para atingir o mesmo nível de produção e, dessa forma, são mais lucrativos e produzem mais leite por área cultivada”, conclui.

Parceira com a Universidade de Nottingham, no Reino Unido

Os trabalhos realizados pela Embrapa Gado de Leite despertaram o interesse da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, que possui linha de pesquisa semelhante, estudando raças de clima temperado. A parceria com a Embrapa irá incorporar as raças de clima tropical. Foram assinados dois contratos de cooperação científica. A articulação entre as instituições foi coordenada pelo Labex Europa, que durante dois anos coordenou a preparação do acordo firmado no âmbito do Future Food - Beacon of Excellence, parte de um programa de investimento nas áreas de ciência das plantas e dos animais. Além da Embrapa Gado de Leite, outras unidades (Embrapa Arroz e Feijão e Embrapa Trigo) foram beneficiadas pelo projeto.

Segundo o coordenador do Labex Europa, Vinícius Guimarães, a negociação trouxe oportunidades para a pesquisa, mas demandou esforço na articulação, envolvendo dois coordenadores do Labex, o anterior e o atual. “Trabalhamos juntos no alinhamento às exigências contratuais até a liberação dos recursos no Brasil, por meio da Fundação Arthur Bernardes – Funarbe”, explica. “Apesar de todas as dificuldades, continuaremos em estreita relação com essa importante instituição”. Segundo Guimarães, o apoio financeiro internacional tem sido fundamental para as pesquisas neste momento de restrição orçamentária.

A assinatura dos contratos foi concluída em outubro. O primeiro deles tem como objetivo estabelecer as relações entre eficiência alimentar e emissões de metano de animais Girolando, do nascimento ao final da primeira lactação. Os pesquisadores também pretendem correlacionar a emissão de metano, os índices de eficiência alimentar e o desempenho animal ao sequenciamento genético do microbioma ruminal, além de identificar os biomarcadores para animais mais eficientes.

O segundo contrato prevê a avaliação da associação da eficiência alimentar e o status imunológico, o microbioma ruminal, vaginal e do leite de bovinos leiteiros da raça Holandesa (realizado no Reino Unido) e da raça Gir Leiteiro (realizado na Embrapa Gado de Leite). Prevê ainda comparar microbiomas e fenótipos de vacas Gir Leiteiro em condições climáticas tropicais e vacas holandesas em condições temperadas, identificando similaridades e diferenças entre as raças europeia e indiana. Como no primeiro projeto, espera-se identificar biomarcadores para animais mais eficientes. Os projetos têm a duração de dois anos.

Instituições parceiras

Além da Universidade de Nottingham, no Brasil as pesquisas contam com as seguintes instituições parceiras:

- Universidade Federal de Minas Gerais

- Universidade Federal de Viçosa

- Universidade Federal do Sudoeste da Bahia

- Universidade Federal de Juiz de Fora

- EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

- Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

- Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro

- Fazenda Canoas

- Intergado

- Allflex

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

Mais informações: https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/56921569/rebanhos-produzindo-mais-leite-com-menos-alimento-sao-a-nova-fronteira-da-pesquisa-agropecuaria

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Cientistas brasileiros e americanos conseguiram aperfeiçoar a técnica de fermentação líquida submersa (FLS), visando à produção em escala industrial de biomassa de fungos filamentosos, usados na composição de pesticidas biológicos para a proteção de culturas. O método é voltado especialmente aos fungos entomopatogênicos e micoparasitas de importância agrícola.

A produção de fungos por meio da fermentação líquida foi aprimorada durante a realização de doutorado do analista da Embrapa Meio Ambiente (SP) Gabriel Mascarin, nos Estados Unidos, em 2015, orientado pelo pesquisador Mark Alan Jackson, do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS-USDA). A pesquisa obteve sucesso com os fungos Beauveria bassiana e Trichoderma.

As pesquisas culminaram no registro de duas patentes de uso comum nos países. A técnica também pode ser adaptada para produção de outros fungos benéficos, como Cordyceps (Isaria), Akanthomyces (Lecanicillium), Hirsutella e Metarhizium, entre outros.

Mascarin destaca o valor estratégico do novo sistema para a indústria, pois torna possível a produção rápida e econômica de altas concentrações de células fúngicas mais tolerantes à dessecação, mais estáveis e infectivas que aquelas obtidas pelo processo que a indústria tem usado, ou seja, o sistema de fermentação sólida-estática (FSE). Nesse segundo sistema, grãos umedecidos de cereais são comumente usados como substratos para obtenção de conídios, porém é um processo caro, moroso, de difícil controle de qualidade e que demanda muita mão de obra.

“Acreditamos que o avanço gerado pode revolucionar a indústria de bioinsumos, uma vez que a tecnologia abre o caminho para substituição dos processos na planta industrial, que atualmente estão calcados na fermentação sólida, um método oneroso e economicamente menos eficiente.” 

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Capaz de revolucionar a indústria de bioinsumos

O cientista explica que com a fermentação sólida, os conídios exigem até 20 horas para germinarem, após a reidratação. Com a fermentação líquida, os blastosporos de Beauveria, por exemplo, alcançam um índice germinativo de até 90% em apenas sete horas. Também é possível produzir esses blatosporos em apenas dois ou três dias com a FLS, enquanto na fermentação sólida, a produção leva mais de dez dias.

No caso da produção dos microescleródios de Trichoderma, a biomassa fúngica é obtida no período de três a cinco dias, enquanto a fermentação sólida-estática pode levar mais de sete dias. “Outro destaque é o fato de os microescleródios consistirem em uma estrutura de resistência nunca antes descrita para Trichoderma. Sua formação é inédita sob condições de fermentação líquida submersa. Por esse motivo, esses microescleródios são ideais para tratamento de sementes e aplicação no solo”, revela. 

Mascarin ainda ressalta que o domínio tecnológico do processo vem demonstrando capacidade em atender a uma demanda da indústria de defensivos biológicos, que anseia pelo desenvolvimento de métodos mais eficientes e de baixo custo, capazes de viabilizar economicamente a produção em larga escala desses fungos, usados no biocontrole de pragas e doenças como alternativa ao uso de pesticidas químicos.

Ele conta que a nova tecnologia nasceu da necessidade de superar as barreiras limitantes impostas pelo método de fermentação sólida. “A nossa pesquisa conseguiu demonstrar a viabilidade técnica e econômica de produção dessas estruturas e, no caso particular de Trichoderma e Beauveria, é a primeira vez que isso ocorre. Entendemos como uma contribuição da ciência para a sociedade, com enorme potencial de impactar positivamente todo o setor de biodefensivos, com reflexos igualmente grandes no mercado”, prevê Mascarin.

Para Amália Borsari, diretora-executiva de biológicos da CropLife Brasil,  associação que representa os diversos setores que compõem o agronegócio, como a proteção de culturas, sementes, biológicos e biotecnologia, “toda tecnologia que reduz o custo de produção, otimizando a eficácia do ativo biológico, é muito bem-vinda para as indústrias de biodefensivos”. Borsari pontua que a maior parte das empresas viabilizam sua produção de fungos via fermentação em meio sólido, porém necessitam de mais mão de obra, espaço físico, tempo de fermentação, além de um maior rigor no controle de contaminantes e de qualidade. “Essa nova tecnologia da Embrapa é bastante promissora para o setor industrial, se for capaz de reduzir esses fatores adversos.” Ela lembra ainda que é importante a validação da tecnologia na indústria para ajustes, a depender do ativo biológico e do isolado. 

Automação do processo diminui custos

A pesquisa destaca a FLS como mais moderna, flexível e aderente à realidade industrial brasileira, uma vez que é superior em relação ao método convencional. Na FLS, o ambiente se apresenta mais homogêneo e uniforme quanto à distribuição e disponibilização dos nutrientes do meio ao crescimento do fungo. Essa homogeneidade é possível porque o sistema é operado em biorreatores automáticos e controlado por computadores.

Mascarin destaca que esse conjunto de características do método culmina na facilidade de controlar as variáveis físico-químicas do processo, que podem ser ajustadas aos melhores valores, resultando em maior eficiência, qualidade e produtividade de biomassa fúngica, mesmo quando produzida em grandes volumes. 

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Parceria com setor privado

Empresas do setor de biopesticidas têm procurado a Embrapa para desenvolver projetos de otimização de FLS para fungos biocontroladores de insetos, fitopatógenos e nematoides. “Nesse modelo de parceria público-privada, conseguimos realizar estudos desde pequenos volumes – em escala de mililitros – usando frascos agitados, até com alguns litros, em biorreatores de bancada, sempre buscando meios nutritivos de baixo custo que proporcionem maior eficiência e alto rendimento na produção do propágulo de interesse. Além disso, é fundamental que o propágulo produzido seja testado quanto à sua atividade biológica contra o alvo a que se destina o uso”, ressalta Gabriel Mascarin. 

O próximo passo consiste em validar o processo fermentativo junto à empresa em sua planta-piloto, a fim de ajustar os parâmetros da produção à realidade industrial, atrelado ainda ao desenho de estratégias de formulação após a produção do propágulo fúngico. 

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Pesquisa e inovação

Para o chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, que foi coordenador do Grupo de Trabalho em Controle biológico do Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (Cosave), este é um momento muito especial.

“O Brasil é líder no desenvolvimento de tecnologias para a agricultura tropical e possui conhecimento e estrutura para despontar no cenário mundial como um grande inovador no desenvolvimento de produtos biológicos, especialmente por sua riqueza em biodiversidade. O País se tornou um dos pioneiros em todo o mundo na produção e uso de agentes de controle microbiano e inimigos para controlar pragas e doenças em milhões de hectares. O mercado brasileiro de agentes de biocontrole tem crescido e se diversificado significativamente nos últimos anos”, afirma Morandi.

"O controle biológico há muito deixou de ser o 'patinho feio' da sanidade vegetal. É hoje uma ciência robusta e reconhecida. Soluções tecnológicas para os desafios da implementação do controle biológico no campo estão em pleno desenvolvimento nas instituições de pesquisa e nas empresas. O desenvolvimento e o domínio da técnica de fermentação líquida submersa (FLS) é um marco nesse processo. Tem o potencial de revolucionar a produção de agentes fúngicos de controle, dando maior escala e qualidade aos produtos”, conclui.

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Marcos Vicente (MtB 19.027/MG)
Embrapa Meio Ambiente

Contatos para a imprensa

Telefone: (19) 3311 2611 e (19) 98396 7764

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo terá painel com foco em Culturas em sistemas integrados de produção

O painel "Culturas em sistemas ILPF" vai abrir VI Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo, que ocorre nos dias 19 e 20 de novembro, pelo canal do Youtube da Embrapa. Especialistas vão discutir vantagens de consorciar culturas agrícolas com pecuária, opções de forrageiras para esse modelo e novas tecnologias. Além disso, vão demonstrar resultados que comprovam os benefícios de pastagens a culturas, como a soja, entre outros temas relacionados à integração.

A integração de culturas agrícolas com pastagens e floresta é uma alternativa para diversificação dos sistemas produtivos brasileiros, tanto pecuários como de grãos. A integração lavoura-pecuária (ILP) e lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia rentável para agricultores e pecuaristas que buscam aumentar a produtividade com sustentabilidade.

De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste, os sistemas integrados já ocupam cerca de 15 milhões de hectares no Brasil (dados de 2018), mas ainda há espaço para ampliar a área de ILP e ILPF no país. “São várias opções, como nas áreas de pastagens degradadas. Nesta situação, a ILPF pode auxiliar na redução dos custos da reforma e implantação da nova pastagem. Outra possibilidade é a integração de pastagem com lavoura para manter o solo vegetado e coberto durante a entressafra. A pastagem pode ser pastejada durante o período mais seco do ano e ainda produzir a palhada para o plantio direto de outra cultura anual na safra seguinte”, explica.

Para Alvadi Balbinot Junior, pesquisador da Embrapa Soja que fará a palestra de abertura do evento, o aumento da escala com ILP depende de crédito e seguro rural, assistência técnica, geração contínua de tecnologias pela área de pesquisa, ações de extensão rural e agregação de valor aos produtos, entre outros fatores. Balbinot reforça a visão de Bernardi, que a ampliação pode ocorrer “sobretudo em áreas de pastagens perenes degradadas, sem derrubar uma árvore sequer. Isso proporcionará benefícios econômicos e ambientais gigantescos ao Brasil”.

Atualmente existem vários modelos de integração Lavoura-pecuária sendo utilizados em larga escala no Brasil, segundo Balbinot. Ele destaca que para o uso correto é importante planejamento das atividades na propriedade rural, já que o sistema pressupõe rotação de culturas de grãos com pastagens no espaço e no tempo. “Um ponto muito relevante para o sucesso do sistema é o cuidado no manejo das pastagens, principalmente ajuste de lotação que permita grande produção de biomassa. No entanto, devem ser observadas todas as práticas que favoreçam as atividades de pecuária e de produção de grãos, para que essas atividades se complementem, gerem sinergia”, ressalta o pesquisador.

Participam também deste primeiro painel o pesquisador Emerson Borgui, da Embrapa Milho e Sorgo, que vai falar sobre novas tecnologias nas culturas em ILPF, e a pesquisadora Roberta Carnevalli Monteiro, da Embrapa Gado de Leite. Roberta vai apresentar opções de forrageiras para sistemas de integração.

As inscrições para o VI Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo estão abertas. Confira a programação aqui. A realização é da Embrapa Pecuária Sudeste e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP).

O evento será on-line, das 16h às 19h, pelo canal da Embrapa no YouTube .

Serviço

VI Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo
Data: 19 e 20 de novembro
Horário: 16h às 19h
Canal da Embrapa no YouTube
Inscrição e mais informações aqui.

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)

Embrapa Pecuária Sudeste

Contatos para a imprensa

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Plantas invasoras prejudicam não somente pela competição por recursos naturais com a lavoura, elas também podem ser meio para manter pragas e doenças no campo. Pesquisadores verificaram que a persistência e a alta dispersão de plantas daninhas com resistência a herbicidas na área de cultivo são capazes de favorecer a sobrevivência de pragas e doenças que ameaçam diversas culturas no Brasil. Isso foi demonstrado para a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) em lavouras de milho durante uma pesquisa da Embrapa Milho e Sorgo (MG).

Publicada no periódico Florida Entomologist Bio One, sob o título “Survival and Development off farm armyworm (Lepidoptera: Noctuidae) in weeds during the off-season” - “Sobrevivência e desenvolvimento da lagarta-do-cartucho (Lepidoptera: Noctuidae) em ervas daninhas durante a entressafra” - o trabalho procurou investigar, em condições de laboratório e casa de vegetação, a capacidade adaptativa do inseto ao milho. Foram analisadas seis plantas daninhas com histórico de resistência ao glifosato, como buva, capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e caruru, todas elas comumente encontradas em agroecossistemas brasileiros. Justamente pela dificuldade de controle, elas podem permanecer por maior tempo no campo. Por isso, os cientistas quiseram saber se essas plantas seriam também hospedeiras da lagarta-do-cartucho.

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A pesquisa demonstrou que a sobrevivência e a biomassa de S. frugiperda foram significativamente maiores em capim-pé-de-galinha, milho e sorgo selvagem, tanto em laboratório como em casa de vegetação. Por outro lado, a boa notícia é que buva, trapoeraba, capim-amargoso e caruru (foto à direita) foram as plantas menos adequadas para o desenvolvimento de S. frugiperda. Ou seja, não são plantas hospedeiras adequadas para a praga no campo.

Além da capacidade adaptativa dessa lagarta, os resultados sugerem que sua persistência no campo pode estar diretamente relacionada à ineficiência no controle de plantas daninhas durante a entressafra, reforçando a importância do manejo integrado de pragas e ervas daninhas durante esse período.

“O manejo de plantas daninhas durante a entressafra é prática negligenciada por muitos produtores. Devido à ausência de culturas de interesse agrícola durante alguns meses do ano, áreas de lavouras são deixadas em pousio, sendo dessecadas próximo à data de plantio da nova safra”, explica o pesquisador da Embrapa Alexandre Ferreira da Silva, também da Embrapa Milho e Sorgo.

O cientista alerta que, durante esse período, plantas daninhas podem se desenvolver, completar seu ciclo de vida e aumentar o seu banco de sementes. “Esse fato pode ocasionar prejuízos econômicos aos produtores, pois implica maiores gastos com herbicidas e perda de eficácia desses produtos na dessecação, além de aumentar a incidência de plantas daninhas durante o desenvolvimento da cultura, devido ao aumento do banco de sementes”, frisa o pesquisador.

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Resistência ao glifosato

Segundo Silva, esse cenário se torna ainda mais complicado ao tratarmos de espécies que possuem biótipos resistentes a glifosato, tendo em vista que essa é a principal molécula herbicida utilizada na agricultura. 

“Biótipos com resistência a glifosato se encontram amplamente dispersos pelas principais regiões produtoras de grãos do País. Atualmente, no Brasil há 11 espécies que possuem biótipos resistentes à molécula: buva (Conyza canadensisC. bonariensisC. sumatrensis), azevém (Lollium perenne ssp. multiflorum), caruru (Amaranthus palmeri, A. hybridusA retroflexus), capim-amargoso (Digitaria insularis), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), capim-branco (Chloris elata) e leiteiro (Euphorbia heterophylla)”, enumera o pesquisador.

“Para o adequado manejo de plantas daninhas na entressafra, o pesquisador recomenda medidas integradas de controle para evitar crescimento e produção de sementes durante o período. “Entre as medidas estão: a possibilidade de uso de herbicidas residuais após a colheita, uso de plantas de cobertura e práticas de controle mecânico”, orienta Silva.

“Nesse cenário em que as plantas daninhas estão se tornando mais comuns durante a entressafra, favorecendo a sobrevivência das pragas, nós realizamos um estudo no qual avaliamos os aspectos biológicos de S. frugiperda em plantas daninhas específicas comuns nos agroecossistemas brasileiros  e inferimos como a presença dessas plantas pode influenciar a sobrevivência dessa praga nos sistemas agrícolas”, complementa a pesquisadora Simone Mendes.

Plantas daninhas como ponte-verde

“A chamada ponte-verde ocorre quando o inseto-praga encontra no campo plantas que são hospedeiras, ou seja, nas quais as pragas podem se alimentar e até se reproduzir. Por causa disso, a manutenção de plantas hospedeiras no campo pode ser uma fonte para que os insetos-praga mantenham a sua população no campo”, informa a pesquisadora Simone Mendes.

“Os achados desse trabalho mostram que por causa do manejo inadequado, as plantas daninhas resistentes ao glifosato tendem a permanecer verdes por mais tempo na área de cultivo, tornando-se potenciais hospedeiras de pragas polífagas. Portanto, conhecer a aptidão e a biologia da lagarta-do-cartucho nessas plantas infestantes nos ajuda a adequar o manejo da planta daninha e do inseto-praga”, comenta a pesquisadora

De acordo com ela, conhecendo previamente quais plantas daninhas estão presentes na área é possível ajustar o monitoramento realizado antes do plantio da lavoura principal.  “Se essas espécies estiverem na área, a praga pode permanecer se alimentando e causar problemas na lavoura recém-implantada, reduzindo o estande e causando injurias que reduzem o potencial produtivo.”

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Como as plantas daninhas se comportam e como fazer o manejo 

O pesquisador Alexandre Silva comenta que estudos realizados por membros da equipe de herbologia da Embrapa estimam que o custo da resistência de plantas daninhas a herbicidas no sistema de produção da soja seja de, aproximadamente, R$ 5 bilhões ao ano. Acrescentando as possíveis perdas de rendimento da cultura em função da matocompetição, esse valor total pode atingir R$ 9 bilhões anualmente. 

“Diante desse contexto, é importante que os produtores realizem o adequado enfretamento do problema, adotando as estratégias de manejo e seguindo as diretrizes do Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD), que consiste na integração dos diferentes métodos de controle, levando em consideração a realidade local”, diz o pesquisador. 

Segundo ele, entre os principais métodos de controle destacam-se o manejo preventivo, que são os cuidados na aquisição de sementes, limpeza de máquinas e implementos agrícolas advindos de áreas com histórico de infestação, manutenção de beiradas de estradas, carreadores e manter os terraços livres de plantas daninhas; e o manejo cultural, que implica reduzir o período de pousio, fazer a produção de palha para cobertura do solo, escolher cultivares adaptadas à região, usar o espaçamento e a população de plantas recomendadas e fazer rotação de cultura.

Além desses métodos, o pesquisador também inclui o manejo mecânico, quando são feitas capinas de repasse e roçadas para evitar a propagação das plantas na área; e o controle químico, que consiste na utilização de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, em diferentes sistemas de controle, como por exemplo o uso de herbicidas pré e pós-emergentes na mesma área.

“Para evitar que as plantas daninhas possam servir como ponte-verde e não aumentem o seu banco de sementes na área é necessário realizar o adequado monitoramento da praga e promover o controle das infestantes durante o período de entressafra. É importante que a dessecação seja realizada de maneira antecipada, preferencialmente de 15 a 20 dias antes do semeio da cultura, e que seja realizado o monitoramento próximo à data de semeio para verificar se há necessidade de aplicação de inseticida para controle da praga-alvo” , orienta Silva.

Além disso, ele aponta que entre as espécies que apresentam biótipos resistentes a glifosato, o capim pé-de-galinha (foto acima, à esquerda) e o caruru foram as plantas daninhas mais adequadas como hospedeiras para a praga. 

“Dessa forma, é importante que o produtor tenha atenção especial para saber se essas plantas estão presentes na sua propriedade. O adequado manejo da comunidade infestante, integrando os diferentes métodos de controle e realizando a adequada rotação de herbicidas com mecanismos efetivos no controle das plantas daninhas-alvo, auxilia o produtor no manejo de biótipos resistentes. Esse biótipo, por sua vez, ajuda a reduzir o alimento e a ponte-verde para a praga, permitindo seu melhor manejo na lavoura”, relata Ferreira. 

Os estudos foram realizados pelos pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (MG) Alexandre Ferreira da Silva, Decio Karam e Simone Martins Mendes; pela doutoranda Tâmara Moraes, do departamento de Entomologia da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (Esalq/USP); e pela bolsista de pós-doutorado Natália Alves Leite, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).

Sandra Brito (MTb 06.230/MG)

Embrapa Milho e Sorgo

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Simpósio em novembro vai tratar do tema de forma ampla
 
Sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) proporcionam bem-estar animal. Geralmente, esse conceito está atrelado ao conforto térmico proporcionado pela sombra das árvores, favorecendo a redução da temperatura corporal dos animais. No entanto, o bem-estar relacionado à integração vai muito além do conforto térmico.

De acordo com o pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), quando um pecuarista decide implantar ILPF, ele necessita de planejamento. Ele precisa planejar melhor as cercas, que geralmente são lisas ou elétricas, e pensar na disposição mais adequada dos bebedouros e dos cochos de sal, na qualidade da pastagem e em contratar mão de obra qualificada para lidar com os sistemas e com os animais. Cada passo deve ser planejado e isso afeta a qualidade de vida dos animais.

O bem-estar animal também tem impacto direto na produtividade, com ganhos na produção de carne e leite. “O animal, ao se manter em uma condição de conforto térmico, gasta menos energia para fazer termorregulação corpórea e, portanto, dedica mais energia para a produção e ganha em produtividade”, conta Garcia.

O pesquisador participa como moderador da mesa redonda "O animal no sistema ILPF" durante o VI Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo, que ocorre nos dias 19 e 20 de novembro, pelo canal do Youtube da Embrapa. Além de Garcia, participam do evento William Marchio, consultor da Criatec,  e os pesquisadores Bruno Carneiro e Pedreira e Fabiana Villa Alves, da Embrapa.

Marchio vai abordar a importância da ILPF como fator de mudanças nas propriedades com a implementação de práticas sustentáveis de produção agropecuária, melhorando a geração de renda desses produtores. “A sustentabilidade passou a ser a maior pressão sobre os pecuaristas. Discutir estratégias de implantação dessas tecnologias passa a ser imperativo para eles”, ressalta o consultor.

Bruno Carneiro vai destacar o desempenho produtivo dos animais criados sistemas integrados. Suas pesquisas indicam que a ILPF tem efeito significativo sobre o desempenho produtivo e reprodutivo pela condição mais saudável do ambiente para os animais e pelos ganhos relativos ao bem-estar e conforto animal.

Fabiana Villa vai trazer o conceito de conforto animal e sua influência na produtividade pecuária. Para a pesquisadora, o consumidor está cada vez mais exigente, em busca de um produto social e ambientalmente justo e sustentável. Durante sua apresentação, ela vai salientar além do bem-estar animal, a importância econômica do conforto térmico em relação a índices produtivos e reprodutivos dos rebanhos.

VI Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo está com as inscrições abertas. Confira a programação aqui. A realização é da Embrapa Pecuária Sudeste e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP).

O evento será on-line, das 16h às 19h, pelo canal da Embrapa no YouTube.

Serviço

VI Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo
Data: 19 e 20 de novembro
Horário: 16h às 19h
Canal da Embrapa no YouTube 
Inscrição e mais informações aqui.

 

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste

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O livro “Diálogos para prevenção da Covid-19 nos territórios rurais” foi lançado neste mês. A publicação está disponível no site da Comissão de Educação Sanitária de São Paulo, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Clique aqui para acessar. 

A obra oferece informações com o objetivo de diminuir os riscos de contaminação pelo coronavirus no campo. Por meio de protocolos simples, acessíveis a produtores e técnicos, é mais uma ferramenta para tentar reduzir o contágio e proteger vidas.

Luís Fernando Soares Zuin, professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da USP,  coordenou o projeto, que além do livro, inclui mensagens de voz, vídeos, cartazes e infográficos de orientação sobre Covid-19.

A Embrapa, por meio do programa Balde Cheio, foi uma das instituições que apoiou a iniciativa. Segundo André Novo, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), coordenador do programa, ainda há muita desinformação no meio rural sobre a pandemia. “Destaco a forma inovadora com que os autores pensaram a mensagem adaptada ao veículo (celular, whatsapp), com uma linguagem extremamente acessível ao público a que se destina. Como sabemos, no WhatsApp, a credibilidade da mensagem depende de quem manda. Os técnicos do projeto Balde Cheio gravaram pequenos trechos, levantando a importância das mensagens divulgadas, o que aumenta a chance da informação ser captada pelos produtores”, conta André Novo, que também está entre os autores.

O professor Zuin explica que a manutenção da saúde das pessoas que vivem na área rural contribui para continuidade da produção e fornecimento de alimentos, garantindo a segurança alimentar e nutricional da população. “A equipe desenvolveu um conjunto de ações pedagógicas para conscientizar de forma participativa esse público. O material foi elaborado para ser divulgado via WhatsApp. Para isso, é fundamental que os extensionistas rurais estejam de forma presencial no campo, atuando como agentes de saúde pública, para que ocorra a conscientização participativa dos agricultores, suas famílias e funcionários quanto aos perigos dessa pandemia”, destacou Zuin.

O professor ainda ressalta o aspecto inclusivo dos materiais “a nossa preocupação neste livro foi desenvolver ações pedagógicas para informar vários tipos de públicos, por isso fizemos 12 vídeos em LIBRAS, “Língua Brasileira de Sinais”, para as pessoas que não escutam, ajudando-as a se protegerem do novo coronavírus nos seus territórios rurais”.  

Para a relações públicas Cristiane Fragalle, da Embrapa Pecuária Sudeste, que também apoiou a ação, a comunicação tem um papel importante nesse processo de conscientização ao ajudar produtores na identificação de notícias falsas sobre o tema, bem como a tomarem as medidas corretas para proteção.

Participaram desse trabalho professores, pesquisadores e profissionais que atuam nas seguintes instituições: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (USP), Embrapa, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (USP), Universidade Federal de São Carlos, Universidade de Passo Fundo e Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em São Paulo (SFA-SP/MAPA).

 

Técnico do Balde Cheio Walter Ribeiro, de Minas Gerais, ressalta a importância das orientações

Minuto campo com saúde

 

Técnico do Balde Cheio Marcelo Castro, de Rondônia, destaca as recomendações de prevenção de Covid-19

Minuto campo com saúde

 

Técnica do Balde Cheio Ana Paula, de São Paulo, ressalta a importância das orientações de prevenção de Covid-19

Minuto campo com saúde

 

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste

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9847000693?profile=originalAs pesquisas sobre eficiência alimentar em bovinos de leite avançam no Brasil. Recentemente, a Embrapa Gado de Leite concluiu seus primeiros estudos com fêmeas da raça Girolando. Outro trabalho vem sendo desenvolvido com fêmeas da raça Gir Leiteiro em lactação. Essas são pesquisas pioneiras em bovinocultura de leite no país (há estudos recentes sobre eficiência alimentar em bovinos de corte). Para o produtor de leite, “eficiência alimentar” pode parecer confuso, mas o significado é simples e de grande interesse do setor: vacas comendo menos e produzindo mais. É possível? “Com toda certeza”, garante a pesquisadora da Embrapa, Mariana Magalhães Campos, coordenadora das pesquisas. “Na sociedade humana, há pessoas que comem menos do que outras e ganham mais peso; com as vacas é a mesma coisa. Algumas podem apresentar melhores resultados, em termos de produção, alimentando-se em menor quantidade ou igual às outras”, completa.

Os estudos possuem aspectos complexos, mas em linhas gerais, o que os pesquisadores fizeram, num primeiro momento, foi observar as características dos bovinos que apresentavam potencial para produzir mais, com menos alimento. A essas características observáveis, dá-se o nome de “fenótipo”. Em uma segunda etapa, os fenótipos serão associados aos genótipos, que são as características genéticas determinantes do fenótipo. As pesquisas com marcadores genéticos darão à ciência as condições necessárias para se obter vacas mais eficientes, possibilitando uma nutrição de precisão com animais selecionados.

Conforme explica a pesquisadora, “a identificação de fenótipos qualificados para eficiência alimentar de fêmeas leiteiras nas fases de cria, recria, pré-parto, lactação e período seco, permitirá a geração de uma base de dados consistente, possibilitando a identificação de características genéticas que poderão ser incluídas nos programas de melhoramento de bovinos de leite”. Em outras palavras, o produtor poderá encontrar, nas centrais de inseminação e produção de embriões o material genético (sêmen ou embrião) que lhe garanta um rebanho com a melhor relação consumo de alimentos/produção de leite. Isso já é possível com outras características, também genéticas, como resistência a endo e a ectoparasitas, problemas de cascos, conformação, produção de sólidos no leite, etc.

Resultados – Um dos primeiros resultados do projeto foi provar que as diferenças de eficiência alimentar podem ter início já na fase de aleitamento das bezerras. Segundo Mariana Campos, “foi possível, de forma pioneira, realizar essa avaliação para diferentes índices como consumo alimentar residual, ganho de peso residual e consumo e ganho residual”. O consumo foi dividido entre o esperado e o observado. Animais com consumo menor que o estimado são considerados mais eficientes comparados aos animais com consumo maior que o estimado. Essa característica foi denominada “consumo alimentar residual”.

Mariana explica que a digestibilidade de um alimento é medida pela diferença entre os nutrientes consumidos subtraídos daqueles que foram excretados nas fezes, ou seja, são os nutrientes de fato utilizados. Nos experimentos, ao avaliar as bezerras mais eficientes para consumo alimentar residual, os pesquisadores verificaram diferenças na digestibilidade de nutrientes, fazendo com que algumas vacas obtivessem maior digestibilidade da dieta. Também foram encontradas diferenças no metabolismo das proteínas, na fase de aleitamento.

Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores monitoraram 80 bezerras Gir e Girolando. Duas ferramentas de pesquisa utilizadas durante a avalição foram:

Máscara facial – máscara facial acoplada ao animal para mensurar trocas gasosas (consumo de oxigênio e produção de metano e gás carbônico). A máscara foi utilizada por 20 a 30 minutos, três horas após a alimentação da manhã. Os animais foram avaliados por dois dias consecutivos. Essa ferramenta estimou a diferença de calor produzido por bezerras mais e menos eficientes. As bezerras mais eficientes produziram menos calor.

Termografia infravermelha (TIV) – método não invasivo utilizado para indicar alterações biométricas térmicas no metabolismo animal, resultantes do aumento da temperatura corporal e alterações no fluxo sanguíneo em resposta a condições ambientais ou fisiológicas. A aplicação da TIV em ensaios de eficiência alimentar ė baseada na teoria de que animais mais eficientes tem menor requerimento de energia basal. Diferenças em temperatura superficial mensuradas por TIV parecem estar relacionadas com índices de eficiência alimentar.

Os estudos levaram seis anos para ser concluídos. Segundo a pesquisadora Fernanda Samarini os projetos contaram diretamente com 47 pessoas (15 pesquisadores, 15 bolsistas, sete mestrandos e 10 doutorandos). “A rede de parceiros continua aumentando”, diz Fernanda, que completa: “esse tipo de pesquisa envolve uma série de experimentos com animais e dá muito trabalho, mas na velocidade com que avançam as tecnologias em genética molecular, poderemos obter resultados práticos em poucos anos”.

 

Benefícios para o produtor e para o meio ambiente

“A seleção de animais com maior eficiência alimentar contribuirá para a sustentabilidade dos sistemas de produção” é o que garante Thierry Ribeiro Tomich, pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Os bovinos são emissores de metano (CH4) na atmosfera, um dos gases com maior potencial de provocar as mudanças climáticas. “Uma produção mais eficiente diminui a emissão desse gás”, afirma o pesquisador.

Diferente dos animais monogástricos (que possuem apenas o estomago), a digestão dos ruminantes utiliza a fermentação, possibilitando o aproveitamento da celulose como alimento. Em contrapartida, há produção de CH4. “A nutrição de precisão visa também mitigar essas emissões, já que quanto mais eficiente na conversão do alimento e na produção de leite e carne for o bovino, haverá menos emissão de CH4 por produto gerado”, constata Tomich.

O pesquisador destaca ainda que, além da sustentabilidade ambiental, a otimização da nutrição animal pode influenciar de forma expressiva na viabilidade econômica do sistema de produção. Segundo dados da Embrapa, a alimentação representa o principal custo da atividade leiteira (entre 50% e 60%), reduzindo a margem de lucro dos pecuaristas. “Vacas que utilizam os alimentos de forma mais eficiente, consomem menos para atingir o mesmo nível de produção e, dessa forma, são mais lucrativos e produzem mais leite por área cultivada”, conclui.

 

Parceira com a Universidade de Nottingham, no Reino Unido

Os trabalhos realizados pela Embrapa Gado de Leite despertaram o interesse da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, que possui linha de pesquisa semelhante, estudando raças de clima temperado. A parceria com a Embrapa irá incorporar as raças de clima tropical. Foram assinados dois contratos de cooperação científica. A articulação entre as instituições foi coordenada pelo Labex Europa, que durante dois anos coordenou a preparação do acordo firmado no âmbito do Future Food - Beacon of Excellence, parte de um programa de investimento nas áreas de ciência das plantas e dos animais. Além da Embrapa Gado de Leite, outras unidades (Embrapa Arroz e Feijão e Embrapa Trigo) foram beneficiadas pelo projeto.

Segundo o coordenador do Labex Europa, Vinícius Guimarães, a negociação trouxe oportunidades para a pesquisa, mas demandou esforço na articulação, envolvendo dois coordenadores do Labex, o anterior e o atual. “Trabalhamos juntos no alinhamento às exigências contratuais até a liberação dos recursos no Brasil, por meio da Fundação Arthur Bernardes – Funarbe”, explica. “Apesar de todas as dificuldades, continuaremos em estreita relação com essa importante instituição”. Segundo Guimarães, o apoio financeiro internacional tem sido fundamental para as pesquisas neste momento de restrição orçamentária.

A assinatura dos contratos foi concluída em outubro. O primeiro deles tem como objetivo estabelecer as relações entre eficiência alimentar e emissões de metano de animais Girolando, do nascimento ao final da primeira lactação. Os pesquisadores também pretendem correlacionar a emissão de metano, os índices de eficiência alimentar e o desempenho animal ao sequenciamento genético do microbioma ruminal, além de identificar os biomarcadores para animais mais eficientes.

O segundo contrato prevê a avaliação da associação da eficiência alimentar e o status imunológico, o microbioma ruminal, vaginal e do leite de bovinos leiteiros da raça Holandesa (realizado no Reino Unido) e da raça Gir Leiteiro (realizado na Embrapa Gado de Leite). Prevê ainda comparar microbiomas e fenótipos de vacas Gir Leiteiro em condições climáticas tropicais e vacas holandesas em condições temperadas, identificando similaridades e diferenças entre as raças europeia e indiana. Como no primeiro projeto, espera-se identificar biomarcadores para animais mais eficientes. Os projetos têm a duração de dois anos.

 

Instituições parceiras

Além da Universidade de Nottingham, no Brasil as pesquisas contam com as seguintes instituições parceiras:

- Universidade Federal de Minas Gerais

- Universidade Federal de Viçosa

- Universidade Federal do Sudoeste da Bahia

- Universidade Federal de Juiz de Fora

- EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

- Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

- Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro

- Fazenda Canoas

- Intergado

- Allflex

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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PESQUISA_PECUÁRIA LEITEIRA DE PRECISÃO

A pecuária de precisão pode ser definida como “postura gerencial amparada em tecnologias da informação e comunicação que permite a melhoria do controle da fonte de variabilidade animal e espacial, otimizando economicamente, socialmente e ambientalmente o desempenho da fazenda leiteira". 
Para nos ajudar clique em Pesquisa Pecuária Leiteira de Precisão e responda.
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O Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) aprovou a patente de Composições baseadas em nanopartículas de própolis, processos de obtenção e uso, desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite. “A aprovação se deu após oito anos de trabalhos e várias defesas”, comemora Humberto de Mello Brandão, pesquisador da Embrapa e um dos inventores da tecnologia. A própolis apresenta características farmacológicas, tais como bactericida, e ação contra vários microrganismos, como o Staphylococcus aureus, e pode ser usado no tratamento da mastite bovina.

A própolis é um antimicrobiano natural produzido naturalmente pelas abelhas e pode ser utilizado em sistemas de produção orgânicos de leite. Brandão define as nanopartículas de própolis como “química verde”. Vislumbramos a sua adoção principalmente nas fazendas orgânicas, mas o produto pode ser utilizado em qualquer sistema de produção”, diz o pesquisador. Ele vai além: “Há possibilidade de uso da tecnologia inclusive para outras espécies e isso vai depender das empresas que se disponibilizarem a desenvolver os produtos”. A própolis possui um efeito sinérgico com o antibiótico, tornando-o mais potente. “Nós colocamos a Azitromicina dentro da nanopartícula de própolis, um fármaco bacteriostático (que cessa o crescimento das bactérias), com isso o fármaco passou a ser bactericida em concentrações mais baixas”, explica.

A produção de nanopartículas se apresenta como uma tecnologia vantajosa para encapsulação e visa a liberação controlada ou direcionada da própolis e de outros compostos, potencializando sua ação biológica. Para Brandão, a grande vantagem das nanopartículas de própolis é que elas podem ser veiculadas em água em vez de álcool. “O álcool, como veículo, tem sérias limitações e sua administração na glândula mamária causa irritações. A Embrapa, em conjunto com parceiros, já testou o produto em vacas e o produto mostrou boa biocompatibilidade, não provocando efeitos adversos".

Há a possibilidade da produção de vários produtos com as nanopartículas de própolis. Brandão acredita que a tecnologia despertará o interesse principalmente das empresas que beneficiam a própolis. Os estudos tiveram apoio da Rede Agronano e suporte da área de transferência de tecnologia da Embrapa Gado de Leite.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

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A pecuária de leite tem grande importância econômica e social para Rondônia, que é o maior produtor de leite da região Norte e o sétimo do país. Mais da metade das propriedades rurais do estado praticam esta atividade. No entanto, cerca de 80% dos produtores de leite de Rondônia são de base familiar, com produção média de 67 litros diários por propriedade, e a produtividade de 4,4 litros/vaca/dia. Com a adoção de tecnologias, este cenário pode mudar, com mais produção, produtividade, desenvolvimento do setor e qualidade de vida no campo.

É o que propõe o projeto da Embrapa Rondônia de pesquisa e transferência de tecnologias para o fortalecimento da pecuária de leite no estado, denominado Transtec, que terá duração de cinco anos. “Com a implementação do Sistema de Produção de Leite da Embrapa sabemos que é possível obter o dobro da produção de leite de um sistema convencional/rudimentar. Isso pode ser comprovado em propriedades atendidas por programas da Embrapa em Rondônia. Porém, há potencial para se quadruplicar a produção, contanto que haja investimento financeiro por parte do produtor”, dimensiona Henrique Cipriani, chefe de Pesquisa da Embrapa Rondônia. 

O Transtec tem foco em estratégias e ferramentas para a formação e manejo de pastagens, manejo nutricional e reprodutivo do rebanho, controle da incidência de mastite e da qualidade do leite, bem como para gestão financeira da propriedade. As ações serão realizadas em todo o estado. Isso será possível por meio da implantação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs) e da capacitação continuada de multiplicadores (públicos e privados) para a difusão das tecnologias e boas práticas de produção, tanto as desenvolvidas durante o projeto, quanto às validadas e ainda não adotadas. Estas URTs servirão como verdadeiras salas de aula, ou mesmo “laboratórios” para o desenvolvimento e validação de novas tecnologias, além de perenizar os frutos do projeto e servirem de modelo para as demais propriedades. 

Segundo o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Rondônia, Frederico Botelho, a capacitação continuada subsidia a tomada de decisão dos técnicos no campo e permite que as tecnologias sejam difundidas de forma participativa e adaptativa, conforme as necessidades do produtor. “Como resultado deste trabalho conjunto, queremos promover a qualificação da assistência técnica e um impacto positivo na produção e produtividade dos sistemas de produção de leite no estado”, explica.

As pesquisas serão desenvolvidas nos campos experimentais da Embrapa Rondônia, e em parceria com produtores rurais e indústrias lácteas do estado. Neste processo, será possível a avaliação de tecnologias como forrageiras, manejos reprodutivos e estratégias para melhoria da qualidade do leite e sanidade animal em uma diversidade de ambientes, tornando a validação mais confiável e aplicável à realidade do estado.

O Transtec foi viabilizado pelo convênio n° 130/PGE-2019, entre o Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura - SEAGRI, e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, por meio da Embrapa Rondônia. Faz parte de um grande programa estadual financiado pelo Fundo PRO LEITE, denominado AGROLEITE, que tem como objetivo principal fortalecer a cadeia produtiva do leite no estado de Rondônia, atuando na melhoria da gestão, da produtividade e da qualidade, por meio do aperfeiçoamento profissional e gerencial, pesquisa e transferência de tecnologia, aplicação de práticas modernas, agregação de valor visando ampliação e acesso a novos mercados de forma sustentável. Também fazem parte do programa o projeto InovaTec, liderado pelo Sebrae-RO, o projeto Consultec, liderado pela EMATER-RO, e o projeto Investe Leite, liderado pelo Banco do Povo. O programa tem também a participação SEAGRI e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR-RO.

Para Evandro Padovani, Secretário de Agricultura de Rondônia, “o projeto Transtec é muito importante para o Estado e possibilitará que a Embrapa possa disponibilizar resultados de pesquisa para o aumento da produção do agronegócio do leite em Rondônia. Serão disponibilizadas variedades de forrageiras e diversas outras tecnologias. Haverá a implantação de Unidades de Referência Tecnológica, onde faremos dias de campo juntamente com a Embrapa para difundir os resultados de pesquisa e fazer que chegue até o produtor rural. Durante os próximos cinco anos, nós teremos um acompanhamento da evolução das propriedades rurais. O Transtec vai ser um divisor de águas entre a atual produtividade de Rondônia. Eu tenho certeza de que o Projeto vai revolucionar a produção leiteira no estado de Rondônia”.

Ações de pesquisa

Pastagem - Está previsto no Transtec o desenvolvimento e validação de forrageiras com foco em amenizar a problemática da degradação de pastagens, principalmente a que está relacionada com ocorrência da síndrome da morte do capim-braquiarão (SMB) e a cigarrinha-das-pastagens. A diversificação trará impactos significativos, pois estas ocorrências se beneficiam de um ambiente de monocultivo. As variedades desenvolvidas no projeto atacam esses dois principais problemas, que implica, inclusive, na redução do consumo de agrotóxicos.

Reprodução - Também há previsão de desenvolver ferramentas para manejo reprodutivo de vacas leiteiras em condições de estresse nutricional e calórico, considerando as condições climáticas predominantes no estado. Este aspecto merece destaque, tendo em vista que a venda de bezerros é uma importante fonte de renda na atividade, assim como uma boa taxa de prenhez interfere diretamente na produção de leite.

Qualidade do Leite - Atividades para o monitoramento temporal e espacial dos indicadores de qualidade do leite, rastreamento dos pontos críticos de contaminação microbiológica da matéria-prima em unidades de produção e avaliação de práticas para redução da microbiota deteriorante do leite, fazem parte do projeto. Estes resultados são importantes para a definição de estratégias para o controle da qualidade da matéria-prima. Ações em parceria com produtores e a indústria podem fomentar a melhoria da qualidade do leite em Rondônia, garantindo um alimento saudável e mais nutritivo para os consumidores.

Ações de transferência de tecnologias e comunicação

Concomitante às ações de pesquisa, estão previstas atividades para implantação de 11 Unidades de Referência Tecnológica, que serão utilizadas como ferramenta para a disseminação e demonstração de tecnologias já desenvolvidas pela Embrapa para uso em sistemas de produção de leite a pasto. A seleção de tecnologias que serão implantadas em cada URT será feita com base em um diagnóstico inicial do sistema utilizado em cada propriedade e a implantação será realizada por um técnico com base em um plano trabalho elaborado pela Embrapa Rondônia. 

Fazem partes destas ações a qualificação de técnicos para assistência em unidades de produção de leite em Rondônia, tanto de instituições públicas como privadas. Para isso, estão previstos eventos de capacitação continuada, visitas e excursões técnicas, dias de campo e seminários durante os cinco anos de vigência do projeto. Para potencializar as ações realizadas e fazer com que as informações cheguem aos produtores, técnicos e sociedade, serão adotadas estratégias de comunicação para favorecer o acesso ao conhecimento.

Renata Silva (MTb 12361/MG)

Embrapa Rondônia

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Telefone: (69) 3219-5011

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