Todos os posts (1229)

Classificar por

9846999284?profile=original

O Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) aprovou a patente de Composições baseadas em nanopartículas de própolis, processos de obtenção e uso, desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite. “A aprovação se deu após oito anos de trabalhos e várias defesas”, comemora Humberto de Mello Brandão, pesquisador da Embrapa e um dos inventores da tecnologia. A própolis apresenta características farmacológicas, tais como bactericida, e ação contra vários microrganismos, como o Staphylococcus aureus, e pode ser usado no tratamento da mastite bovina.

A própolis é um antimicrobiano natural produzido naturalmente pelas abelhas e pode ser utilizado em sistemas de produção orgânicos de leite. Brandão define as nanopartículas de própolis como “química verde”. Vislumbramos a sua adoção principalmente nas fazendas orgânicas, mas o produto pode ser utilizado em qualquer sistema de produção”, diz o pesquisador. Ele vai além: “Há possibilidade de uso da tecnologia inclusive para outras espécies e isso vai depender das empresas que se disponibilizarem a desenvolver os produtos”. A própolis possui um efeito sinérgico com o antibiótico, tornando-o mais potente. “Nós colocamos a Azitromicina dentro da nanopartícula de própolis, um fármaco bacteriostático (que cessa o crescimento das bactérias), com isso o fármaco passou a ser bactericida em concentrações mais baixas”, explica.

A produção de nanopartículas se apresenta como uma tecnologia vantajosa para encapsulação e visa a liberação controlada ou direcionada da própolis e de outros compostos, potencializando sua ação biológica. Para Brandão, a grande vantagem das nanopartículas de própolis é que elas podem ser veiculadas em água em vez de álcool. “O álcool, como veículo, tem sérias limitações e sua administração na glândula mamária causa irritações. A Embrapa, em conjunto com parceiros, já testou o produto em vacas e o produto mostrou boa biocompatibilidade, não provocando efeitos adversos".

Há a possibilidade da produção de vários produtos com as nanopartículas de própolis. Brandão acredita que a tecnologia despertará o interesse principalmente das empresas que beneficiam a própolis. Os estudos tiveram apoio da Rede Agronano e suporte da área de transferência de tecnologia da Embrapa Gado de Leite.

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

Contatos para a imprensa

Telefone: (32) 99199-4757

Saiba mais…

9846998693?profile=original

A pecuária de leite tem grande importância econômica e social para Rondônia, que é o maior produtor de leite da região Norte e o sétimo do país. Mais da metade das propriedades rurais do estado praticam esta atividade. No entanto, cerca de 80% dos produtores de leite de Rondônia são de base familiar, com produção média de 67 litros diários por propriedade, e a produtividade de 4,4 litros/vaca/dia. Com a adoção de tecnologias, este cenário pode mudar, com mais produção, produtividade, desenvolvimento do setor e qualidade de vida no campo.

É o que propõe o projeto da Embrapa Rondônia de pesquisa e transferência de tecnologias para o fortalecimento da pecuária de leite no estado, denominado Transtec, que terá duração de cinco anos. “Com a implementação do Sistema de Produção de Leite da Embrapa sabemos que é possível obter o dobro da produção de leite de um sistema convencional/rudimentar. Isso pode ser comprovado em propriedades atendidas por programas da Embrapa em Rondônia. Porém, há potencial para se quadruplicar a produção, contanto que haja investimento financeiro por parte do produtor”, dimensiona Henrique Cipriani, chefe de Pesquisa da Embrapa Rondônia. 

O Transtec tem foco em estratégias e ferramentas para a formação e manejo de pastagens, manejo nutricional e reprodutivo do rebanho, controle da incidência de mastite e da qualidade do leite, bem como para gestão financeira da propriedade. As ações serão realizadas em todo o estado. Isso será possível por meio da implantação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs) e da capacitação continuada de multiplicadores (públicos e privados) para a difusão das tecnologias e boas práticas de produção, tanto as desenvolvidas durante o projeto, quanto às validadas e ainda não adotadas. Estas URTs servirão como verdadeiras salas de aula, ou mesmo “laboratórios” para o desenvolvimento e validação de novas tecnologias, além de perenizar os frutos do projeto e servirem de modelo para as demais propriedades. 

Segundo o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Rondônia, Frederico Botelho, a capacitação continuada subsidia a tomada de decisão dos técnicos no campo e permite que as tecnologias sejam difundidas de forma participativa e adaptativa, conforme as necessidades do produtor. “Como resultado deste trabalho conjunto, queremos promover a qualificação da assistência técnica e um impacto positivo na produção e produtividade dos sistemas de produção de leite no estado”, explica.

As pesquisas serão desenvolvidas nos campos experimentais da Embrapa Rondônia, e em parceria com produtores rurais e indústrias lácteas do estado. Neste processo, será possível a avaliação de tecnologias como forrageiras, manejos reprodutivos e estratégias para melhoria da qualidade do leite e sanidade animal em uma diversidade de ambientes, tornando a validação mais confiável e aplicável à realidade do estado.

O Transtec foi viabilizado pelo convênio n° 130/PGE-2019, entre o Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura - SEAGRI, e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, por meio da Embrapa Rondônia. Faz parte de um grande programa estadual financiado pelo Fundo PRO LEITE, denominado AGROLEITE, que tem como objetivo principal fortalecer a cadeia produtiva do leite no estado de Rondônia, atuando na melhoria da gestão, da produtividade e da qualidade, por meio do aperfeiçoamento profissional e gerencial, pesquisa e transferência de tecnologia, aplicação de práticas modernas, agregação de valor visando ampliação e acesso a novos mercados de forma sustentável. Também fazem parte do programa o projeto InovaTec, liderado pelo Sebrae-RO, o projeto Consultec, liderado pela EMATER-RO, e o projeto Investe Leite, liderado pelo Banco do Povo. O programa tem também a participação SEAGRI e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR-RO.

Para Evandro Padovani, Secretário de Agricultura de Rondônia, “o projeto Transtec é muito importante para o Estado e possibilitará que a Embrapa possa disponibilizar resultados de pesquisa para o aumento da produção do agronegócio do leite em Rondônia. Serão disponibilizadas variedades de forrageiras e diversas outras tecnologias. Haverá a implantação de Unidades de Referência Tecnológica, onde faremos dias de campo juntamente com a Embrapa para difundir os resultados de pesquisa e fazer que chegue até o produtor rural. Durante os próximos cinco anos, nós teremos um acompanhamento da evolução das propriedades rurais. O Transtec vai ser um divisor de águas entre a atual produtividade de Rondônia. Eu tenho certeza de que o Projeto vai revolucionar a produção leiteira no estado de Rondônia”.

Ações de pesquisa

Pastagem - Está previsto no Transtec o desenvolvimento e validação de forrageiras com foco em amenizar a problemática da degradação de pastagens, principalmente a que está relacionada com ocorrência da síndrome da morte do capim-braquiarão (SMB) e a cigarrinha-das-pastagens. A diversificação trará impactos significativos, pois estas ocorrências se beneficiam de um ambiente de monocultivo. As variedades desenvolvidas no projeto atacam esses dois principais problemas, que implica, inclusive, na redução do consumo de agrotóxicos.

Reprodução - Também há previsão de desenvolver ferramentas para manejo reprodutivo de vacas leiteiras em condições de estresse nutricional e calórico, considerando as condições climáticas predominantes no estado. Este aspecto merece destaque, tendo em vista que a venda de bezerros é uma importante fonte de renda na atividade, assim como uma boa taxa de prenhez interfere diretamente na produção de leite.

Qualidade do Leite - Atividades para o monitoramento temporal e espacial dos indicadores de qualidade do leite, rastreamento dos pontos críticos de contaminação microbiológica da matéria-prima em unidades de produção e avaliação de práticas para redução da microbiota deteriorante do leite, fazem parte do projeto. Estes resultados são importantes para a definição de estratégias para o controle da qualidade da matéria-prima. Ações em parceria com produtores e a indústria podem fomentar a melhoria da qualidade do leite em Rondônia, garantindo um alimento saudável e mais nutritivo para os consumidores.

Ações de transferência de tecnologias e comunicação

Concomitante às ações de pesquisa, estão previstas atividades para implantação de 11 Unidades de Referência Tecnológica, que serão utilizadas como ferramenta para a disseminação e demonstração de tecnologias já desenvolvidas pela Embrapa para uso em sistemas de produção de leite a pasto. A seleção de tecnologias que serão implantadas em cada URT será feita com base em um diagnóstico inicial do sistema utilizado em cada propriedade e a implantação será realizada por um técnico com base em um plano trabalho elaborado pela Embrapa Rondônia. 

Fazem partes destas ações a qualificação de técnicos para assistência em unidades de produção de leite em Rondônia, tanto de instituições públicas como privadas. Para isso, estão previstos eventos de capacitação continuada, visitas e excursões técnicas, dias de campo e seminários durante os cinco anos de vigência do projeto. Para potencializar as ações realizadas e fazer com que as informações cheguem aos produtores, técnicos e sociedade, serão adotadas estratégias de comunicação para favorecer o acesso ao conhecimento.

Renata Silva (MTb 12361/MG)

Embrapa Rondônia

Contatos para a imprensa

Telefone: (69) 3219-5011

Saiba mais…

9846997656?profile=original

O novo Agro e como a Inteligência Artificial (IA) vai impactar no seu negócio foi o tema da sexta live do movimento Ideas for Milk, realizada na terça-feira (13/10). Coordenado pelo analista da Embrapa Gado de Leite, Wagner Arbex, o debate reuniu o consultor da Ciatécnica, um ecossistema que engloba diversos profissionais, empresas e instituições para o desenvolvimento de soluções em inovação; Ronan Damasco, há quase 30 anos diretor nacional de tecnologia da Microsoft e o professor Filipe Rodrigues, do Insituto Universitário da Maia (Ismai), de Portugal, onde leciona e pesquisa inovação e empreendedorismo.

Estudioso da tecnologia da informação desde os anos 70, Taurion explica que as tecnologias cumprem ciclos evolutivos. Elas surgem com o propósito de resolver diversas questões, o que não acontece em sua totalidade em um primeiro momento. Mas outras técnicas derivadas ou complementares às anteriores surgem direcionadas a aperfeiçoar determinadas funções  e se adequar às novas necessidades. “ A IA é um conjunto de tecnologias, o que aumenta seu potencial”, comenta. Ele argumenta que o desenvolvimento de seu uso para aspectos específicos é necessário um envolvimento multidisciplinar. “O algoritmo não funciona sozinho, é preciso alimentá-lo com informações”, observa.

Para ele, existe um grande e crescente potencial e o agro faz parte disso, pois vê-se que o setor já começa a sofrer importantes mudanças. “Existe o potencial, mas também um grande desafio. Startups têm condições de criar algoritmos fantásticos, mas precisam de dados e conhecer melhor sobre negócios, o que indústrias e associações profissionais têm de sobra. Não adianta apenas colocar sensor ou câmera em uma vaca. Essa multidisciplinaridade talvez seja o próximo passo dos sistemas educacionais e de formação de profissionais em diversas áreas”, prevê.

Damasco afirma que já há uma série de tecnologias modernas ingressadas no agro, como a internet das coisas (IOT), por exemplo. Mas para ele, o diferencial da IA é que ela já existe em nossas vidas há muito tempo e vem se alimentando de nossos perfis e preferências, enfim, se adequando, ou seja, chega com uma gama muito alta de informações e variáveis, o que a torna imprescindível para inúmeras aplicações, inclusive e especialmente no agro.

“ A IA existe há aproximadamente 70 anos, mas só agora com a explosão de dados gerada pelas tecnologias modernas  e digitais, que é a maior do que todas as épocas anteriores da humanidade juntas, é que nos demos conta da sua existência”, conta. Ele assegura que a adaptação das tecnologias com base em IA aos mais diversos universos é normal e fácil. Ele prevê o surgimento frequente de tecnologias para as mais diversas soluções, inclusive dentro e fora das fazendas. “E o mais importante é que os recursos para isso estão cada vez mais disponíveis e baratos”, frisa.

Rodrigues lembra que todas essas tecnologias necessitam de um elemento essencial: o ser humano. É a combinação e sintonia de ambos que vai fazer tudo funcionar. Ele destaca que é o homem quem detém a ética, o juízo dos valores, a intuição e o conceito, mas também o preconceito, o que torna o julgamento menos objetivo. Mas como a máquina não julga, ela apresenta um resultado de forma objetiva. “É preciso alimentar os sistemas com bons dados para que ela apresente uma boa solução”, adverte.

O professor realça o alto custo da mão de obra no campo e a maior disponibilidade e o barateamento da computação. “Essa equação é inevitável e soluções cada vez melhores hão de surgir”, antevê. Ele cita o exemplo da ordenha robótica, hoje predominante no território europeu. O sistema não só automatiza todo o processo, ele colhe e fornece informações. Indica se uma vaca está sujeita à mastite, fornece dados sobre peso, alimentação e até prevê o seu cio.

Rodrigues relata que com todas as facilidades disponíveis, a Europa hoje tem alta produção de leite e baixo consumo. A quantidade de informação e interação criou um novo consumidor, mais exigente. Segundo ele, a saída é a criação de um produto de maior valor agregado: mais saudável, adequado às mais diversas necessidades, que respeita o trabalhador, o animal e o meio ambiente. “E as tecnologias com base em IA e IOT são imprescindíveis para criar esse novo mercado no agronegócio”, garante.

Marcos La Falce

Embrapa Gado de Leite

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9846997053?profile=original

A crescente importância dada pelos consumidores brasileiros e pelo mercado internacional aos impactos ambientais de produtos ou serviços traz novas oportunidades para os produtores rurais. De acordo com a pesquisadora Claudia De Mori, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), existe a possibilidade de agregar valor e melhorar o desempenho de propriedades que respeitam o meio ambiente. Esses adicionais podem ser via prestação de serviços especializados ou venda de produtos elaborados a partir de resíduos ou produzidos por métodos sustentáveis, como orgânicos, por exemplo, e por melhorias na eficiência dos sistemas produtivos.

A pesquisadora vai falar sobre receitas e custos ambientais na propriedade durante o Simpósio de Produção Animal e Recursos Hídricos (VI SPARH). O evento ocorre na próxima semana, nos dias 22 e 23 de outubro, e vai abordar a temática das relações da água com a produção de proteína animal.

Claudia acredita que a preocupação dos consumidores com degradação ambiental e mudanças climáticas tem condicionado mudanças na postura dos proprietários rurais. “Para continuarem competitivos, precisam levar em conta os reflexos de suas ações no meio ambiente, incorporando novas tecnologias e instrumentos de planejamento e controle em conformidade com os novos padrões de exigência dos consumidores e deste novo futuro que se desenha pela frente. Ou seja, devem exercer suas atividades de forma a não prejudicar o biossistema e, consequentemente, não degradar a competitividade do seu negócio”, destaca. Para ela, isso tem implicações na decisão de quais tecnologias serão adotadas (ambientalmente amigáveis ou limpas), o que altera o custo do produto e a eficiência do processo, permite agregação de valor e também resulta em alterações na gestão econômico-financeira da propriedade rural (contabilidade ambiental e custos ambientais).

Custos ambientais

Um sistema de produção não planejado e que não realiza o manejo sustentável acaba por acumular perdas na produtividade e ainda restrições de mercado, impactando diretamente na receita da propriedade. Segundo Claudia De Mori não é uma tarefa simples incorporar a questão ambiental no processo de decisão das organizações, mas é possível e lucrativo. “A ineficiência do processo produtivo em relação ao processo ambiental leva à necessidade de reparação de danos causados ou pagamento de multas e indenizações”, alerta.

A inclusão dos custos e despesas na contabilidade possibilita que o pecuarista reduza gastos de ineficiência, inclua novas fontes de renda, como a reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e evite multas. Além disso, abre espaço para o acompanhamento de diversos indicadores: valor do passivo ambiental, custo de água e energia por quilo de produto, gasto com transporte, disposição e armazenagem de resíduo, percentual de investimento em melhorias ambientais em relação ao orçamento, custos de incidentes ambientais e multas quanto ao faturamento bruto, entre outros, melhorando o processo de tomada de decisões na propriedade

O tema tratado pela pesquisadora será apresentado no Painel “A economia do manejo de insumos e resíduos na produção animal”, que começa às 9 horas, de sexta-feira (23), durante o VI SPARH. Além de Cláudia De Mori, outros três painelistas vão trazer assuntos para o debate. O pesquisador Marcelo Miele, da Embrapa, vai falar sobre custos e receitas do tratamento e reuso de efluentes da suinocultura. Airon Aires, do Grupo Mantiqueira e Bioenergy Solution, apresenta o tema compostagem de resíduos animais e os aspectos econômicos do processo. Já o professor Augusto Gameiro, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, discute custos e receitas do uso de resíduos como fertilizante.

Serviço

VI Simpósio de Produção Animal e Recursos Hídricos (SPARH)
Data: 22 e 23 de outubro de 2020
Evento virtual
Prazo para inscrição: 20/10/2020
Mais informações: https://bit.ly/sparh2020

Gisele Rosso (Mtb 3091/PR)

Embrapa Pecuária Sudeste

Contatos para a imprensa

Saiba mais…

Preços do leite no mercado brasileiro

9846995666?profile=original

O preço do leite ao produtor registrou nova alta em setembro levando a cotação para valor recorde.
 
Apesar desta alta, a relação de troca continua pior que a observada em 2019 devido aos preços de milho e soja. 
 
Veja essa análise completa na edição de outubro do boletim Indicadores Leite e Derivados, disponível no site do Centro de Inteligência do Leite. No informativo estão apresentados os dados mais atuais de preço do leite ao produtor e ao consumidor no Brasil, preços internacionais do leite em pó e balança comercial de leite e derivados.
 
Acesse o site do Centro de Inteligência do Leite e aproveite.
9846996280?profile=original

Saiba mais…

Pesquisa de consumos de lácteos na pandemia

9846992495?profile=original

Em abril de 2020, a Embrapa Gado de Leite/Centro de Inteligência do Leite realizou uma pesquisa para acompanhar os efeitos da pandemia sobre o comportamento do consumidor brasileiro de leite e derivados. Os resultados podem ser acessados no site do CILeite.

Temos agora uma nova pesquisa para acompanhar as mudanças ocorridas nesse período.

A pesquisa leva apenas 5 minutos. Ficará disponível para respostas de 14 a 24 de outubro de 2020.

Participe e compartilhe com seus contatos!9846994871?profile=original

Saiba mais…

O setor lácteo mundial pós Covid-19

2RHS2Nx?profile=RESIZE_710x

A nova edição do Radar Internacional apresenta informações sobre os principais impactos da pandemia no setor lácteo pelo mundo. Além disso, a publicação destaca as oportunidades para a cadeia e uma visão de especialistas internacionais para 2025. A análise completa, com as informações consolidadas da última conferência do International Farm Comparison Network – IFCN que reuniu centenas de especialistas dos diferentes continentes está disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Veja essa análise completa com mais detalhes na RADAR INTERNACIONAL disponível no site do Centro de Inteligência do Leite.

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

Saiba mais…

 9846992867?profile=originalAvaliar a infestação de moscas hematófagas na propriedade e, caso a infestação esteja alta, o exame deve ser repetido.

  • Verificar se há redução da produção de leite e da ingestão de alimentos por alguns animais após a confirmação da doença no rebanho.
  • Solicitar um médico veterinário para elaborar um protocolo de controle e tratamento da doença. Este profissional poderá definir quais medicamentos devem ser aplicados, dosagens e intervalos de aplicação dos mesmos, assim como planejar um sistema para controlar os vetores.

 Atualmente é possível a prevenção e tratamento dos animais doentes, pois existem medicamentos eficazes, como “aceturato de diminazeno” e o “cloreto de isometamidium”. No caso deste último, o médico veterinário, funcionário da indústria que comercializa o medicamento, quando solicitado vai até a propriedade, realiza o exame clínico de alguns bovinos; coleta amostras de sangue e envia ao laboratório conveniado para realização dos exames. Se a tripanossomose for confirmada, o profissional que identificou o problema desenvolverá, juntamente com o médico veterinário que assiste o rebanho, um plano de controle e tratamento específico.

 Aspectos importantes a serem considerados durante o tratamento:

  1. Lembrar sempre que o tratamento é de rebanho e não apenas dos animais com sintomas clínicos, como emagrecimento progressivo, queda da produção de leite e dos índices reprodutivos.
  2. Para que o tratamento com o medicamento importado seja eficiente, são necessárias quatro aplicações com intervalos de 90 ou 120 dias cada.
  3. Nos rebanhos doentes é necessário um monitoramento através de exames laboratoriais a cada seis meses. Esta medida, assim como o tratamento recomendado após a confirmação da doença tem um custo alto (medicamento é importado), mas são importantes para a avaliação do número de animais infectados e recuperação dos animais doentes.

 

Segue abaixo importantes considerações feitas por médicos veterinários da indústria de medicamentos, que no momento disponibiliza um produto importado, eficaz para prevenção e tratamento da tripanossomose dos bovinos no Brasil:

“A doença tem tratamento, mas é preciso cuidado com o medicamento, dose e via a ser utilizada. Dependendo da forma como a parasitose é combatida, os animais podem adquirir resistência. Neste caso, após um ou dois meses da primeira infecção, o contágio volta a ocorrer, atingindo todo o rebanho.  Dessa forma, por erro de tratamento, a doença retorna e causa os mesmos transtornos, baixa de produtividade e mortes, como se nunca tivesse ocorrido na fazenda em questão.”

Segundo os autores, muitas vezes o tratamento não funciona quando, por medidas de economia, utilizam a metade da dose. Esclarecem ainda que a eficácia do medicamento perdura por um período aproximado de 3 meses, que é o tempo necessário para controlar a infecção e, que sem adoção de medidas de controle, o problema não é resolvido em sua essência.

O maior problema relacionado à prevenção, controle e tratamento da tripanossomose dos bovinos, certamente está relacionado à falta de informação e conscientização por parte de produtores e técnicos sobre a relevância e prejuízos ocasionados pela doença. Os prejuízos são muitas vezes incalculáveis e, devido ao custo do tratamento, alguns produtores nem mesmo dão início a um programa de controle ou adoção de medidas que previnem e curam os animais doentes.

Saiba mais…

Ferramentas para a nutrição de precisão no cocho e a pasto foi o tema do debate da quarta edição do Ideas for Milk Lives, na última terça-feira (29/9). Entre os objetivos da iniciativa que integra o movimento Ideas for Milk está o de incentivar a participação no desafio de startups, cuja final acontece no dia 4 de dezembro, e também gerar ideias e apontar rumos para que os jovens de qualquer empresa ou instituição as transformem em soluções inovadoras para a cadeia do leite.

O encontro virtual coordenado por Pedro Arcuri, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, reuniu Marcos Neves Pereira, professor estudioso da nutrição em gado leiteiro e titular da Universidade Federal de Lavras (UFLA); Wagner Beskow, diretor da Transpondo Pesquisa Treinamento e Consultoria Agropecuária, e Mirton Morenz, pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Após 24 horas da transmissão, o debate registou cerca mais de 1.400 acessos de 10 estados do Brasil e também do Paraguai e continua disponível na REPILeite e no canal da Embrapa no Youtube. Durante a transmissão, houve pico de 185 pessoas assistindo simultaneamente.

Beskow lembrou que a agricultura de precisão está consolidada há pelo menos 10 anos no mundo e possui ferramentas importantes disponíveis no mercado. Mas em termos de nutrição, especialmente no Brasil, ainda estamos saindo da estaca zero. Para ele, quantificar e monitorar o efetivo consumo de cada vaca do rebanho é o desafio a se enfrentar. “Há ferramentas para fazer isso no cocho mas há carência para executar tal trabalho nas pastagens. Esta pode ser um das oportunidades para os jovens que desejam participar do Ideas for Milk”, apontou.

O professor Marcos Pereira frisou a importância de atender, sem falta e sem excesso, a necessidade nutricional do rebanho. “É uma tarefa que exige precisão, pois o excesso custa caro, polui e pode prejudicar o aspecto reprodutivo do animal e a falta o penaliza em uma outra série de variáveis”. Ele argumenta que é na produção de leite que o produtor precisa focar e a nutrição adequada é um elemento essencial para uma boa produção .”A mais antiga e disponível ferramenta de precisão no país ainda é a balança, mas infelizmente muitas fazendas no país sequer a usam, muitas propriedades não fazem o controle leiteiro. E é possível fazer isso sem equipamentos sofisticados”, ressalta. Ele reconhece e estimula o desenvolvimento e o uso de sistemas que definam com precisão a exigência nutricional de cada animal, que englobe na equação o peso, a capacidade produtiva e a composição das dietas. Ele comenta que existem ferramentas úteis para tudo isso, mas que podem ainda ser aprimoradas inclusive com uso de imagens e também disponibilizadas de modo mais fácil e a custo mais baixo para o produtor. “Este pode ser um caminho para os participantes do Ideas for Milk”, indicou.

Mirton Morenz  afirma que a maior limitação para se fazer nutrição de precisão é ajustar o máximo de nutrientes dentro do requerimento nutricional do animal e conhecer o que o alimento pode oferecer. E isso é muito mais difícil no pasto, onde o espaço possui um número muito maior de variáveis. Ele destaca que o manejo da pastagem tem interferência diretamente no valor nutritivo e isso é um aspecto que deve ser tratado com muita atenção. “Tecnologias que busquem um equilíbrio entre pasto e cocho, que possibilitem conhecer melhor o alimento a ser oferecido aos animais e sejam adequadas de acordo ao perfil do produtor, envolvendo as diferentes raças, graus de tecnificação e variação climática, entre outros elementos, serão sempre muito úteis”, enfatizou.

Marcos La Falce

Embrapa Gado de Leite

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…
  • A primeira medida a ser tomada é evitar a entrada de animais de rebanhos desconhecidos na propriedade. Procurar rebanhos livres da doença, buscando informações antes de fazer a compra e, ao adquirir animais de fora, o ideal é mantê-los em quarentena, pois, mesmo com aparência saudável, o animal pode estar infectado.
  • Fazer o controle de moscas nos currais, estábulos e nos demais ambientes onde circulam os animais. O uso de produtos pour on, inseticidas e repelentes de moscas devem ser utilizados no controle.
  • Fazer uso de agulhas descartáveis ou esterilizadas e seringas esterilizadas durante a aplicação de medicamentos ou vacinas.
  • Animais positivos devem ser imediatamente tratados com o medicamento específico, usado tanto na prevenção quanto na cura da doença.
  • Animais de rebanhos contaminados devem ser avaliados com frequência, tanto através de exames clínicos quanto de laboratório. Pode ter ocorrido contaminação destes animais, mas o nível do protozoário no sangue é baixo não sendo, portanto, detectado pelo teste.
  • O ideal é que seja tomada uma decisão, juntamente com o médico veterinário, sobre os bovinos que devem ser descartados, como por exemplo, os que apresentam a doença em estado grave e aqueles tratados e depois de certo período voltaram a adoecer. Estes últimos podem ser portadores da doença na forma crônica e contaminar outros animais do rebanho.

 

Devido à gravidade da doença o rebanho deve ser acompanhado e monitorado por um médico veterinário, que poderá avaliar a origem da infecção e fazer um plano de controle direcionado. Um exemplo é em relação às propriedades onde os animais doentes são principalmente vacas leiteiras, levando a suspeitar, portanto, de que a origem do problema esteja relacionada ao uso de ocitocina na ordenha. Já em propriedades, onde animais de diferentes faixas etárias como bezerros, novilhas, machos reprodutores ou não, vacas, etc., estão sendo infectados, o problema pode estar relacionado à picada de moscas. Estas, entre outras observações ajudarão o profissional a identificar a origem da infecção e traçar um programa de controle direcionado para cada rebanho, separadamente.

Saiba mais…

9847007073?profile=original

  • Através dos sintomas: o ideal é que a Tripanossomose seja diagnosticada por um médico veterinário, pois muitos sintomas da doença não são característicos e muitas vezes são similares aos da tristeza parasitária (babesiose e anaplasmose). Os mais comuns como já descritos são: anemia, febre, falta de apetite e emagrecimento. Podem ocorrer sintomas diversos como conjuntivite, córnea opaca e até cegueira e, em casos crônicos, aborto e redução da produção de leite. Porém, como cada organismo reage de uma forma, nem sempre todos os sintomas estão presentes e outras vezes estão, mas não são percebidos. Em alguns animais demoram mais de um mês para aparecer e em outros se manifestam em função da gravidade da doença, como por exemplo:
  • inchaços em partes inferiores dos membros;
  • quando os parasitas se instalam nos linfonodos, estes incham e o animal apresenta febre.

Obs. A febre no caso desta enfermidade é recorrente, isto é, pode durar alguns dias, desaparecer, retornar e permanecer por mais um período.

  •  em casos mais graves da doença ocorre hemorragia nas vísceras e os animais morrem. Porém, antes de isto ocorrer, aparecem os sinais característicos da doença e o animal pode ter sintomas nervosos.

 Como no campo é difícil identificar a tripanossomose dos bovinos apenas através dos sintomas, assim como diferenciá-la da tristeza parasitária, os exames laboratoriais são indispensáveis.

 Exame Laboratorial: a maneira mais simples e viável de identificar o parasita (Tripanossoma vivax) é através de esfregaços sanguíneos (de sangue não coagulado, em lâminas), no período de até três semanas após iniciar a infecção. Não é um teste muito preciso, mas indispensável, pois muitas vezes possibilita identificar o parasita e auxiliar no diagnóstico diferencial entre esta doença e a tristeza parasitária. Outros testes mais precisos podem ser realizados, como os testes sorológicos RIFI ou Elisa ou moleculares (PCR), mas somente em laboratórios especializados. Porém, em alguns casos, os resultados destes testes podem ser negativos e o animal estar infectado. Aconselha-se então, em rebanhos positivos ou suspeitos, repetir os testes (de seis em seis meses, anualmente ou de acordo com a situação) e associar os sintomas clínicos aos resultados dos exames.

 

Devido a gravidade da doença e as inúmeras perdas que esta pode ocasionar, reforçamos a necessidade de que os rebanhos suspeitos ou positivos sejam acompanhados por um médico veterinário experiente.

Saiba mais…

9847005296?profile=original

  • O aumento do trânsito de bovinos entre propriedades ou entre regiões, provavelmente contribui para a disseminação e aumento da tripanossomose no Brasil. Portanto, sua ocorrência é sempre maior em propriedades que compram animais de procedência desconhecida. Este problema se agrava quando vetores hematófagos (moscas) picam bovinos infectados de uma determinada propriedade e, posteriormente, picam animais de rebanhos vizinhos.  Quando isto acontece, a doença pode ser transmitida para os animais que foram picados.
  • A contaminação também ocorre através do uso de agulhas contaminadas com sangue de bovinos doentes. Isto ocorre com mais frequência durante a época de vacinação, quando usam a mesma agulha em vários animais; também quando fazem uso contínuo e, cada vez mais frequente de ocitocina, para promover a descida do leite. Este último tem sido responsável por muitos casos da doença em rebanhos bovinos.

 9847006293?profile=original

Obs.: as moscas Stomoxys calcitrans, transmissoras da tripanossomose, depositam seus ovos em material orgânico e nos resíduos de álcool e de açúcar das usinas. Portanto, seu desenvolvimento é maior em propriedades localizadas nas proximidades das usinas ou com grande acúmulo de esterco.  

Saiba mais…

9847004283?profile=originalA tripanossomose ou tripanossomíase bovina é uma doença causada por
um protozoário, o Tripanossoma vivax, hemoparasita que vive no sangue
dos bovinos e, normalmente é transmitido por moscas que se alimentam de
sangue e por agulhas contaminadas. No Brasil surtos estão sendo
identificados no sudeste e em outras regiões e preocupado produtores, pois
as perdas são muitas, principalmente devido a morte de animais. O bovino
doente apresenta anemia, febre, falta de apetite e, consequentemente,
emagrecimento, fraqueza, podendo entre outros sintomas apresentar aborto,
hemorragias e, em muitos rebanhos, ocorre a morte de animais doentes
num curto espaço de tempo. Um grande problema relacionado à
tripanossomose é que os sintomas clínicos dos animais doentes são muito
semelhantes aos da tristeza parasitária (Babesiose e Anaplasmose) bovina.
Assim, os animais são medicados como se estivessem com esta outra
enfermidade e com a mesma dosagem do medicamento recomendado
principalmente para babesiose.


Principais prejuízos ocasionados pela tripanossomose


Redução ou interrupção da produção de leite; perda devido à mortalidade
de animais; perda de peso; perdas devido a problemas de reprodução;
gastos com exames de laboratório; despesas com serviços veterinários;
gastos com medicamentos para tratamento e recuperação dos animais
doentes, entre vários outros.

Saiba mais…

9847002888?profile=original

Realizada pelo Centro de Tecnologias para Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL) da Embrapa Cerrados (DF), em parceria com a Associação dos Criadores de Zebu do Planalto (ACZP), a 4ª Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto do Zebu Leiteiro teve os resultados apresentados no dia 16 de setembro, por meio de conferência com os participantes pela internet. 

prova zootécnica teve como objetivo identificar, em um grupo de animais contemporâneos, matrizes que, em 305 dias de lactação em pasto rotacionado com suplementação, se destacarem nos atributos de interesse econômico: produção de leite, reprodução, idade ao parto, qualidade do leite, persistência de lactação e na avaliação morfológica, comprovando assim o potencial genético para a produção de leite a pasto em ambiente de Cerrado do Brasil Central. Assista ao vídeo de apresentação do CTZL e da prova.

Realizada entre novembro de 2018 e dezembro de 2019, a prova contou com a participação de 13 novilhas da raça Gir Leiteiro de nove criatórios do Distrito Federal e de Goiás, nascidas entre julho de 2014 e setembro de 2016. A divulgação dos resultados havia sido adiada em função da pandemia do novo coronavírus.

Metodologia

A pesquisadora Isabel Ferreira apresentou a metodologia utilizada na condução da prova, que teve duração de 13 meses, sendo dois (novembro e dezembro de 2018) de adaptação dos animais e 11 de mensuração da lactação. Os partos ocorreram em janeiro e fevereiro de 2019, sendo então mensurada toda a lactação.

Durante a prova, as novilhas são mantidas em uma área de 13 hectares com pastagem de Brachiaria brizantha BRS Piatã, em dois módulos de oito piquetes de 0,7 hectares cada. “Nesses módulos, fazemos o manejo rotacionado. A cada dois dias, os animais da prova permanecem em pastejo no lote ponta e os demais animais do CTZL fazem o repasse para ajuste de altura do pós-pastejo. Iniciamos com a forragem na altura de 30 e 35 cm e, na saída de pós-pastejo, de 15 cm”, explicou Isabel.

A pesquisadora detalhou o manejo alimentar dos animais na fase de adaptação (capim BRS Piatã e 2 kg de concentrado) e após o parto (volumoso, concentrado, sal mineral e água à vontade); e o manejo nutricional e sanitário dos bezerros. Para a avaliação da produção e a qualidade do leite, as novilhas foram ordenhadas mecanicamente duas vezes ao dia com a presença do bezerro ao pé, sem o uso de ocitocina ou outros medicamentos e fármacos para indução da lactação. 

Segundo a pesquisadora, o controle leiteiro foi realizado mensalmente, conforme as normas do PMGZ Leite, da ABCZ: “Uma vez ao mês, o leite era pesado, sendo que as vacas eram secadas no dia anterior. Uma amostra era retirada para análise da composição do leite, com teores de gordura, proteína e sólidos, e da qualidade, com a contagem de células somáticas”. As amostras foram encaminhadas ao laboratório de qualidade do leite da Universidade Federal de Goiás.

Por meio de análise laboratorial, as novilhas foram genotipadas para os alelos A1 e A2 da proteína do leite beta-caseína. Segundo estudos médicos, a beta-caseína A2 é menos alergênica para o ser humano que a variante A1. Também foi analisada a persistência da lactação, que é o cálculo da porcentagem média de manutenção da produção de leite após o pico. “Esta é uma característica interessante e que buscamos melhorar nos animais zebuínos: alta produção de leite e manutenção da produção após o pico da lactação”, apontou Isabel.

Isabel também falou sobre o manejo da reprodução (os animais pariram no CTZL), da sanidade e da conformação animal, este último realizado pelo técnico Fábio Mizziara, da ABCZ, e que obedeceu a uma pontuação para aparência geral (20 pontos); forma, volume e tetos do úbere (30); garupa (15); tórax (15); aprumos (10) e características raciais (10), totalizando 100 pontos.

A partir das avaliações, foi calculado, para cada animal, o índice fenotípico geral, que pondera dos principais fatores de importância econômica para uma novilha de características equilibradas. Dessa forma, as características e respectivos pesos que compõem o índice são a produção de leite (40%); a reprodução (15%), na qual se avalia o intervalo de tempo entre o parto e a próxima concepção; a idade ao parto (5%), que verifica a precocidade do animal; teor de gordura no leite (5%) e teor de proteína no leite (5%), componentes sólidos remunerados pelos laticínios; escore de células somáticas do leite(5%), sendo que quanto menor o número, melhor é a qualidade; conformação racial do animal (10%); e persistência da lactação (15%).

Os animais melhor colocados foram classificados em elite (pontuação acima de 50% além da média do grupo, considerando o valor de 100%) e superior (pontuação até 50% acima da média do grupo).

Resultados

O superintendente técnico da ACZP, Marcelo Toledo, detalhou os resultados de cada novilha participante da prova. Ele agradeceu à participação dos criadores: “É extremamente importante ter o apoio dos produtores para que consigamos dar sequência a este trabalho”, ressaltou.

Dos 13 animais inscritos, 11 se classificaram. Toledo mostrou as tabelas com a classificação dos animais em cada um dos fatores que compõem o índice fenotípico geral. Também mostrou uma tabela com a bonificação para teores de gordura e proteína e para contagem de células somáticas do leite com base na remuneração estipulada pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) para a produção do leite durante a lactação em 2016, com valores corrigidos pelo IGP-M para dezembro de 2019.

Na genotipagem dos animais para os alelos A1 e A2 da beta-caseína, 10 novilhas foram identificadas com genótipo homozigoto A2A2, o que significa produção de leite A2, menos alergênico. Somente a novilha Aroeira (Registro Genealógico Definitivo ALDF 154) é A1A2.

O pesquisador Carlos Frederico Martins, coordenador da prova, apresentou a classificação final dos animais pelo índice fenotípico. Ele informou que, a partir dos resultados obtidos nesta edição da prova, foi gerado um documento técnico. 

A grande vencedora foi a novilha Laranja (AAPO 142), do criador Anselmo José de Azevedo, do Distrito Federal, que com o índice fenotípico geral de 172,5% foi classificada como elite. Laranja também foi primeira colocada nos fatores conformação racial (18,2% acima da média) e produção de leite (3.913,5 kg durante os 305 dias de lactação, 75,9% acima da média do grupo), sendo a remuneração com bonificação da produção durante a lactação estimada em R$ 4.990,67 para dezembro de 2019. A segunda colocada foi Caiana (HNC 605), de Hamilton de Carvalho, produtor em Luziânia (GO), com índice de 154,7%, também classificada como elite. 

Outras quatro novilhas obtiveram índice fenotípico geral entre 100 e 150% e foram classificadas como superiores: PH Emília (PHPO 602), de Paulo Horta Barboza da Silva (DF), com 122%; Babilônia (HC 566), com 110,8% e Brahma (HC 596), com 107,5%, ambas de Hamilton de Carvalho; e Omala (ZIP 512), de Emilio de Castro (Uruana, GO), com 102,1%.

Martins reforçou o convite aos criadores para participarem da 6ª Prova Brasileira de Produção a Pasto do Zebu Leiteiro do CTZL, que começará a receber os animais participantes no dia 26 de outubro, e salientou os benefícios da prova zootécnica. “Nesta edição, teremos a predição genômica para a produção de leite e idade ao primeiro parto pela ABCGIL, além da possibilidade de leilão virtual das fêmeas melhor classificadas por meio da parceria com a ACZP”, informou. 

O pesquisador pediu apoio aos criadores para o fortalecimento da prova: “As provas são realizadas para os criadores, assim como as informações geradas. Nosso trabalho é reforçado se vocês participam, se envolvem e enviam seus animais. Quanto mais animais, mais informações podemos obter de forma científica para que vocês possam utilizar os resultados para os seus sistemas de criação”, finalizou.

Criadores comemoram

Dono da novilha vencedora da 4ª edição, Anselmo José de Azevedo revelou orgulho de falar sobre a prova, da qual foi um dos incentivadores. “Considero-a de extrema importância para a seleção do zebu no Brasil, especialmente do Gir Leiteiro, que é a raça que crio. Os animais são submetidos ao manejo nutricional e de ordenha padronizado e são provados junto com outros animais de grandes criatórios do País, havendo uma grande pressão de seleção, que nos ajuda demais em nossa seleção em casa”.

“A prova é importantíssima para nós, criadores, melhor selecionarmos nossos animais em regime de pasto em nossas propriedades”, disse Hamilton de Carvalho, que cria Gir Leiteiro e Girolando a pasto. Já para Emílio de Castro, a prova no CTZL veio a calhar. “Era tudo o que eu esperava para tirar dúvidas sobre o desempenho dos meus animais em relação a outros, em condições de manejo comuns nas fazendas de produção de leite, sem artificialismos. Os resultados me mostram que não estou muito distante, que meu programa (de seleção) é válido. Sinto-me estimulado a continuar”, afirmou.

Produtor pioneiro na seleção genética da raça Gir Leiteiro no Distrito Federal, Paulo Horta, saudou os realizadores e os participantes pelo sucesso da prova, destacando sua importância. “Esta é a verdadeira avaliação do Gir que, sendo raça zebuína, tem que ser utilizado no que é importante em nossa região intertropical, com produção a pasto e avaliação dos animais mais completos, permitindo cruzamentos para obter Girolando e Girsey de melhor qualidade”, afirmou.

Parceria

A prova contou com a parceria da Belo Arames e da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), e do apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), da Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABC Sindi), da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), da Universidade de Brasília, da Universidade Federal de Goiás, da Emater-DF, do Sindicato dos Criadores de Bovinos, Bubalinos e Equídeos do Distrito Federal, da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal, da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal e da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa – Gestão Unificada).

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos, ressaltou a importância da prova, cuja quinta edição está em realização e a sexta já está recebendo inscrições de animais. Ele também destacou a parceria com a ACZP e demais associações de criadores, o que tem viabilizado a execução das provas. “Isso mostra que esse elo da cadeia produtiva, dos produtores organizados, é capaz de produzir benefícios para toda a cadeia”, afirmou, agradecendo também ao apoio das demais instituições e empresas. “Mas o grande parceiro é o produtor rural, que traz a sua demanda, participa e contribui para os resultados”, finalizou, cumprimentando os criadores participantes da prova.

Marcelo Toledo representou o presidente da ACZP, Franco Couto de Oliveira. Ele agradeceu à Embrapa pela oportunidade de manter a parceria há quase seis anos, bem como aos criadores de raças zebuínas de aptidão leiteira participantes da prova. “É uma honra muito grande poder fazer parte desse processo, dada a importância dos resultados produzidos no CTZL em termos de evolução da pecuária de produção de leite a pasto”, afirmou.

Claudio Karia, chefe-geral da Unidade, salientou que a apresentação dos resultados da prova não poderia deixar de ser realizada, devido à importância do trabalho. “É uma parceria público-privada com todos os atores dos segmentos comercial, da produção, das associações. Dessa forma, conseguimos captar as necessidades dos produtores e resolver ou minimizar muitos dos problemas por meio do conhecimento científico, que é o nosso negócio”, disse.

Karia lembrou que a prova realizada no CTZL é uma das poucas no País que trabalha com lactação completa dos animais, em sistema a pasto de Integração Lavoura-Pecuária. “Os resultados são idôneos, isentos. Procuramos ter o máximo de cuidado na aquisição e na análise dos dados”, apontou. 

Prestes a deixar a chefia da Unidade, ele agradeceu aos realizadores, participantes e parceiros da prova e pediu a continuidade do apoio para fortalecer a pecuária do Cerrado. “Sem o apoio de todos, não conseguiríamos realizar todas essas provas. Peço que continuem nos apoiando e, também, nos cobrando soluções e mostrando quais são, de fato, os problemas para que possamos captá-los e repassar as soluções aos produtores. Se forem temas novos, que os coloquemos em nossa programação e façamos a pesquisa, se possível, junto com vocês para trazer as soluções mais adequadas para todos”, concluiu, parabenizando os vencedores da prova.

Breno Lobato (MTb 9417-MG)

Embrapa Cerrados

Contatos para a imprensa

Telefone: (61) 3388-9945

Saiba mais…

Novidade CILeite: Leite em Mapas

2RHS2Nx?profile=RESIZE_710x

O Centro de Inteligência do Leite acaba de disponibilizar mapas de densidade de produção de leite e de vacas ordenhadas para o Brasil e todos os Estados da Federação.

Os mapas mostram a evolução da produção e do rebanho por km2 em todo o território nacional de 1990 a 2018.

Acesse o site e selecione as opções para gerar os mapas de seu interesse. No site também estão disponíveis os mapas de produção de leite, rebanho e produtividade por municípios.

Link para o site: https://www.cileite.com.br/content/leite-mapas

Informativo periódico de divulgação de publicações técnicas do Centro de Inteligência do Leite - CILeite.
Equipe: Alziro Carneiro, Denis Teixeira, Fábio Diniz, Glauco Carvalho, João César de Resende, José Luiz Bellini, Kennya Siqueira, Lorildo Stock, Manuela Lana, Marcos Hott, Paulo Martins, Ricardo Andrade, Samuel Oliveira, Walter Magalhães Júnior.
O conteúdo do CILeite pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte da publicação.

Saiba mais…

9847002490?profile=original

A terceira edição do Ideas for Milk Lives, realizada nesta terça-feira (22/9), abordou a importância do investimento das propriedades leiteiras em tecnologias digitais e como transformá-las em fazendas 4.0. O programa reuniu o chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho; o gerente de produção animal da Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cotrijal), Renne Granato e o professor da Universidade de Kentucky (EUA), João Henrique Costa. As discussões foram moderadas pelo jornalista Altair Albuquerque, da empresa Texto Comunicação.

Durante a transmissão, a live recebeu acessos de 10 estados brasileiros. Após sua exibição o programa atingiu cerca de 1400 acessos em 13 horas, algo em torno de um acesso a cada 34 segundos, incluindo visualizações da Argentina e de Angola. Durante esse tempo somou 134 likes. O Idea for Milk Lives faz parte do movimento Idea for Milk, que engloba as caravanas 4.0, o Vacathon e o desafio de starups. As lives acontecem sempre às terças feiras às 17h, com temas originais, abordados de maneira inusitada, até o dia 20 de outubro. Portanto, mais quatro exibições ainda irão acontecer.

Renne Granato lembrou que começou a se informar sobre as tecnologias digitais para o campo em 2016, por curiosidade e necessidade, afinal ele atuava como diretor de assistência técnica da cooperativa. “Ao mergulhar neste mundo, o que vimos foi uma gama de possibilidades de gestão impressionante em todas as áreas, facilitando a tomada de decisões”, comentou.  Ele destaca a precisão e a velocidade dos dados e informações captadas que proporcionam uma grande capacidade de transformação do processo produtivo. “As fazendas do futuro não podem prescindir dessas tecnologias”, afirmou.

Solicitado, por Altair Albuquerque a comparar os cenários americano e brasileiro em relação a adoção de tecnologias digitais, o professor João Costa afirmou que tanto nos Estados Unidos quanto na Europa há maior disponibilidade dessas tecnologias para os produtores, que são mais organizados em associações e cooperativas, o que facilita o investimento.

Para ele, no Brasil há ainda empecilhos em razão do custo ser maior e há também uma resistência maior do produtor em investir naquilo que ele ainda desconhece. Segundo o professor, tanto nos países do hemisfério norte como no Brasil há muito campo para se desenvolver e a velocidade com que isso acontece, especialmente no mundo 4.0, é impressionante. “O valor da tecnologia não está no seu preço, mas na capacidade de analisar dados, fazer predições, facilitar o trabalho e torna-lo mais eficiente”, advertiu.

No campo da pesquisa agropecuária, Bruno Carvalho explica que o foco é estudar como utilizar e analisar melhor os dados gerados por essas novas tecnologias e desenvolver novas ideias e soluções próprias, de acordo com a necessidade do Brasil, ao invés de apenas adotar as ferramentas importadas. “E este tem sido o papel do movimento Ideas for Milk ao longo dos últimos anos, criar um ecossistema favorável ao desenvolvimento de soluções digitais e inovadoras para a pecuária de leite, conforme nossa realidade”, apontou.

O pequeno produtor- Uma importante questão foi levantada por Altair, como fica o pequeno produtor neste cenário? “O médio e o grande têm maiores possibilidades de experimentar e investir”, observou. Granato informou que a Cotrijal tem reunido capital para implementação de diversos projetos que utilizam tecnologia digital. A ideia é que todos os produtores aprendam juntos e avaliem de forma segura como e onde investir. “Mas para isso tivemos que nos preparar muito para lidar com a resistência natural do produtor e com tanta novidade disponível”, recordou.

João Henrique frisou que o primeiro passo para transformar uma fazenda em 4.0 é procurar onde estão os principais problemas e desafios da propriedade e investir na tecnologia que vai resolver essas questões. “Não adianta investir num sistema que vai aquecer o ambiente para as vacas se a fazenda é em Pernambuco”, exemplificou. Ele reforça que não existe uma única solução para tudo. “Cada desafio demanda uma ferramenta para solucioná-lo. É preciso, no entanto, conhecer essas soluções”, completou.

De acordo com Carvalho, a pesquisa agropecuária tem a capacidade de mostrar os resultados e os ganhos que se pode obter com o investimento em tecnologia. “O uso otimizado dos recursos é que vai garantir a rentabilidade, com a redução dos custos e aumento da produção”, ressaltou. Ele também afirmou que as startups têm trazido soluções com custos bastante acessíveis e que o investimento em serviços também pode ser uma saída para reduzir o custo inicial de implementação de determinada solução. Segundo o pesquisador, Há hoje uma grande oferta de aluguéis de equipamentos e até mesmo de serviços de monitoramento e equipamentos de ordenha robótica, entre outros. Há ainda os testes gratuitos disponibilizados pelos aplicativos e as linhas de leasing oferecidas por instituição financeiras. “O produtor não precisa apenas adquirir a tecnologia, ele pode alugá-la e, se compensar, investir na compra futuramente. O mundo 4.0 está trazendo novos de modelos de negócios que podem facilitar para os produtores com menor capacidade de investimento”, garantiu.

O programa pode ser assistido pela REPILeite ou pelo canal da Embrapa no Youtube

Ideas for Milk – O Ideas for Milk é uma idealização da Embrapa Gado de Leite, em parceria com Agripoint, KER Innovation, Ciatécnica, Texto Comunicação, que entra em sua quinta edição. E conta com o Patrocínio Diamante do Sebrae; Patrocínio Ouro da Tetrapak, Boehringer Ingelheim e TIM; Patrocínio Prata da Faemg/Inaes, Silemg, Vaccinar e Patrocínio Bronze da DSM/Tortuga, ABDI, CLASS, JA Saúde Animal, Nestlé, Piracanjuba, Vivalácteos, Belgo Bekaert e ABIQ. Apoio da Microsoft, Abraleite, Vivare, Revista Indústria de Laticínios e Revista Balde Branco. Além do Ideas for Milk Lives, o evento é formado pelo Vacathon, Caravana 4.0, Desafio de Startups e pelo Prêmio Ideas for Milk de Inovação. Além universidades brasileiras, participarão equipes de Portugal (Universidade de Évora), Angola (Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências – ISPTEC) e Argentina (Bolsa de Commodities de Rosário). Para outras informações sobre os eventos, visite o site do Ideas for Milk: https://www.ideasformilk.com.br/.

Marcos La Falce

Embrapa Gado de Leite

Contatos para a imprensa
Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9847001678?profile=original

Especialistas da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e Embrapa Cocais (São Luís, MA) discutem na segunda (28) os diversos usos da leguminosa gliricídia em sistemas integrados de produção agropecuária.

O seminário digital ‘Múltiplo uso da gliricídia como tecnologia agropecuária’ integra a série de webinars promovidos pelo Grupo de Inovação em Sistemas Integrados de Produção (Gintegra), que reúne especialistas da Embrapa, Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

Com início às 18h (horário de Brasília) e transmissão ao vivo pelo canal Gintegra no YouTube, o evento conta com a participação de Joaquim Costa, pesquisador da Embrapa Cocais, e Evandro Muniz e Samuel Souza, respectivamente, pesquisador e analista da Embrapa Tabuleiros Costeiros.

Gliricídia
Gliricidia sepium tem demonstrado grande potencial como fornecedora de nitrogênio ao solo, podendo substituir total ou parcialmente o uso de fertilizantes nitrogenados. Vinda do México e América Central, essa planta possui elevada concentração de nitrogênio nas folhas e permite a fixação simbiótica desse nutriente ao solo por meio de bactérias existentes em suas raízes.

Trabalhos desenvolvidos nos últimos anos por pesquisadores da Embrapa têm reforçado essa capacidade da leguminosa de melhorar a fertilidade e fixar nitrogênio ao solo, tornando-se um componente de alto potencial e grande valor para a composição de sistemas de produção em Integração Lavoura - Pecuária - Floresta (ILPF), especialmente em regiões mais quentes e com menos chuvas.

A gliricídia apresenta teores de proteína em torno de 23% e produz até 70 quilos de matéria verde por ano. É considerada por produtores uma espécie de “ouro verde” para as regiões secas e quentes. É resistente a climas rigorosos e pode ser usada para recuperar e manter a temperatura do solo, além de servir como cerca viva. 

Na alimentação de ovinos e bovinos, situações em que é altamente recomendável, essa leguminosa consegue reduzir em 70% o uso do farelo de soja, que representa elevado custo na ração animal.

Saulo Coelho (MTb/SE 1065)

Embrapa Tabuleiros Costeiros

Contatos para a imprensa

Telefone: (79) 4009-1381

Mais informações sobre o tema

Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Saiba mais…

9846999481?profile=original

O preço do leite no mercado Spot apresentou uma correção de preços na última quinzena, recuando cerca de 5%. De todo modo, os níveis de preços de todos os produtos lácteos analisados seguem em patamares historicamente mais elevados.

Veja essa análise completa na nova edição do Informativo Especial de Preços de 21 de setembro, disponível no novo site do Centro de Inteligência do Leite.

No informativo também estão apresentados os dados mais atuais de diversos produtos de interesse para cadeia do leite, além de produtos agrícolas de importância para o Brasil.

Acesse o site do Centro de Inteligência do Leite e aproveite.
Saiba mais…

9847001273?profile=original

 *Renato Andreotti


Sim, os animais podem desenvolver resistência contra vacinas, assim como já desenvolveram resistência a vários princípios ativos de carrapaticidas ou acaricidas, porém é mais difícil. Os produtos químicos, atualmente são os mais utilizados para controlar o carrapato-do-boi e merece atenção dos pecuaristas uma vez que, sem nenhum tipo de controle, o prejuízo é certo tanto em bovinos de corte como de leite.

Um dos principais problemas na utilização dos químicos ou acaricidas é a resistência dos carrapatos a estes produtos em pelo menos seis gerações deles. Ressalto que o uso desses acaricidas sem orientação técnica adequada ocorre em todo território nacional e gera prejuízos como aumento da contaminação nos animais, nos seus produtos, nos trabalhadores e no ambiente.

O uso da vacina como alternativa, ou associada a um controle integrado, tem sido desenvolvida com uma eficácia em torno de 50% no Brasil, mas os estudos continuam com vistas a aumentar esse índice.

É importante ressaltar que a tecnologia deve ser associada com controle de carrapatos nas pastagens, ao mesmo tempo levando-se em conta o valor adequado da dose no mercado, ancorados em uma política pública. O que estou querendo dizer é que, como o que foi pensado para aftosa, um programa semelhante poderia ser desenvolvido para o controle do carrapato e acredito que grande parte do problema seria resolvido ou amenizado.

Neste contexto, será que podemos ter a mesma situação de desenvolvimento de resistência dos carrapatos às vacinas como acontece com os acaricidas? Minha explicação é de que com as informações conhecidas hoje em dia, todo sistema biológico pode sofrer mutações. Nas situações mais simples, como no caso do vírus da gripe, temos um sistema de alta mutação em que todo ano é apresentada uma nova vacina para as variantes circulantes.

Com relação aos carrapatos, a situação é mais complexa e necessita de mais estudos. Lembramos que o alvo são os antígenos - proteínas com estruturas mais complexas do que os acaricidas - e, ao mesmo tempo, o genoma do carrapato do boi (Rhipicephalus microplus) que é duas vezes maior do que o genoma humano.

Realizamos pesquisas com esta espécie de carrapato nas diferentes regiões do Brasil mostrando que existe estabilidade filogenética na população. O que observamos é que o carrapato-do-boi possui ramificações dentro de uma mesma população devido a influência do fluxo de comercialização de bovinos.

Também estudamos a resposta imune das vacinas em bovinos e elas mostram uma identidade com o sistema imune nas diferentes regiões do mundo e que existe uma estabilidade para o antígeno da vacina, o que nos faz concluir que é possível obter uma vacina global efetiva contra esses carrapatos utilizando um único antígeno universal baseado no Bm86, por exemplo.

Mutações acontecem a todo momento, podendo impactar o controle do carrapato por meio de acaricidas, mas no caso das vacinas contra o carrapato é pouco provável de acontecer essas mutações e desenvolver resistência em curto prazo e por esse motivo estamos trabalhando na criação de uma vacina eficaz que venha atender o anseio não só dos produtores, mas de toda cadeia produtiva.

No momento temos o controle com base em uma ferramenta química que está se esgotando por conta da resistência do carrapato e o uso da vacina é um caminho potencial que precisa ser implementado logo para obter experiência dessa realidade. 

Para se ter ideia do rombo ocasionado pelo descontrole do carrapato, a estimativa de perda chega perto de 3,2 bilhões de dólares ao ano no país, o que é muito preocupante. O produtor ao investir em genética deve levar em consideração a importância de controlar o carrapato em raças sensíveis para transformar o potencial da genética em carne/leite e não em carrapato.


*Pesquisador da Embrapa Gado de Corte


Embrapa Gado de Corte


Contatos para a imprensa

Telefone: 67 3368-2000

Saiba mais…

9847001061?profile=original

Está disponível no Youtube da Embrapa o Ideas for Milk Lives, exibido ao vivo na última terça-feira, que aborda o tema “Como tornar vacas e pessoas felizes”. O programa tem como objetivo fomentar a inovação tecnológica na cadeia produtiva do leite e debater problemas e soluções para o setor. Ancorada pelo chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins,  a live conta com a participação de três grandes empreendedores do setor: Roberto Jank (Agrindus/Letti), Maurício Coelho (Fazenda Santa Luzia/Grupo Cabo Verde) e Renê Machado (Nestlé), que também são apoiadores do movimento “Ideas for Milk”, idealizado pela Embrapa, que entra neste ano em sua quinta edição.

Roberto Jank abre o debate respondendo a uma provocação de Martins: “O que é ter vacas felizes?”. Segundo o produtor, melhorar o bem e estar e conforto da vaca representa para a atividade diversos efeitos positivos. Para ele, ter vacas felizes influencia no ganho de longevidade, eficiência reprodutiva e alimentar, manejo, qualidade do leite etc. “Vacas felizes estão associados tanto ao resultado do negócio quanto à satisfação do produtor”, diz. Já Mauricio Coelho afirma que ter vacas felizes significa cumprir os requisitos básicos para que a vaca expresse todo o seu potencial. “É preciso dar as condições para a que a vaca retribua com produtividade”, afirma. Ele completa dizendo que as próprias exigências dos consumidores estão fazendo com que os produtores mudem sua percepção sobre as vacas. Renê Machado concorda com ambos, afirmando que, num ambiente de vacas felizes, a produção vem naturalmente: “Antes, nós pensávamos na produção de leite, agora estamos preocupados com a vaca, o resto é uma consequência”.

Roberto se contrapõe à visão idílica de que vaca feliz é aquela que está pastando próxima a um riacho: “Nem sempre isso verdade, principalmente se levarmos em conta a raça do bovino. Vaca feliz é aquela que está deitada ruminando”. Ele informa que uma vaca passa mais de doze horas por dia deitada. “Se ela ficar 13 ou 14 horas deitada, será mais feliz do que a que aquela que passou doze horas deitada”. Para Roberto, uma vaca feliz precisa ter disponibilidade de comida 20 horas por dia, seja no pasto ou no cocho, água limpa à vontade e condições para ficar deitada, ruminando, pelo menos 13 horas por dia.

“A rotina também tem que ser privilegiada”, afirma Roberto. A vaca é um animal extremamente metódico, que não gosta de barulho, nem de mudança no manejo. Maurício, que produz leite com vacas girolandas, diz que o manejo é fundamental e que houve uma evolução muito grande nesta área. No que todos concordam é que a vaca precisa ver o homem como um aliado. Ter um bom manejo, com respeito, é fundamental e a tecnologia pode ser uma grande parceira neste processo. Renê afirma que isso é possível, seja num grande sistema de produção ou numa estrutura familiar. “O importante é ‘ouvir a vaca’, observando o que a torna mais confortável.

A tecnologia como parceira – Maurício reforça a importância da tecnologia no novo ambiente de produção de “vacas e pessoas felizes”. Para ele, “as novas tecnologias abriram um horizonte fantástico, como produtores e empregados buscando ações conjuntas para o desenvolvimento dos sistemas”. E diz também: “Aliado à tecnologia, é necessário investir na felicidade do trabalhador, fazendo com que ele compreenda a importância do trabalho que realiza”. Roberto reforça os avanços do desenvolvimento tecnológico na genética e dos métodos de controle na produção. Já Renê destaca que a tecnologia revolucionou tanto a produção na fazenda quanto na indústria, reforçando a ideia de um consumidor feliz. “O consumidor mudou muito ao longo dos anos e se transformou em um consumidor de nicho”. Para atender este novo consumidor, há uma grande variedade de produtos e o setor trabalha para solucionar os problemas relativos à produção, como a sustentabilidade ambiental e o aquecimento global. Tudo isso aponta para a questão de “vacas e pessoas felizes”.

Os interessados em assistir o programa completo devem acessar o link no final desta reportagem. O Ideas for Milk Lives tem a duração de 70 minutos e irá ao ar todas terças-feiras, às 17h, até o dia 20 de outubro, no canal do Youtube da Embrapa. Na próxima terça-feira (22) o tema da live será “Por que a sua fazenda tem que ser 4.0”.

Ideas for Milk – O Ideas for Milk é uma idealização da Embrapa Gado de Leite, em parceria com Agripoint, Bovcontrol, KER Innovation, Ciatécnica, Texto Comunicação, que entra em sua quinta edição. E conta com o Patrocínio Diamante do Sebrae e da Tetrapak; Patrocínio Ouro da TIM; Patrocínio Prata da FAEMG/Inaes, Silemg, Vaccinar e Patrocínio Bronze da DSM/Tortuga, CLASS, JA Saúde Animal, Nestlé, Piracanjuba, Vivalácteos e Belgo Bekaert e apoio da Microsoft, Abraleite, Vivare, Revista Indústria de Laticínios e Revista Balde Branco. Além do Ideas for Milk Lives, o evento é formado pelo Vacathon (trocadilho de “vaca” com “hackathon”), Caravana 4.0Desafio de Startups e pelo Prêmio Ideas for Milk de Inovação. Segundo Martins, a edição do evento neste ano será intercontinental. Além de 27 universidades brasileiras, participarão equipes de Portugal (Universidade de Évora), Angola (Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências – ISPTEC) e Argentina (Bolsa de Commodities de Rosário). Para outras informações sobre os eventos, visite o site do Ideas for Milk: https://www.ideasformilk.com.br/.

Link para assistir ao vídeo “Como fazer vacas e pessoas felizes” no Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=Wb1h9newLXs&list=PLoelF-OuDCfEUG_HI3FWujPFaeRNVHN_o&index=3&t=0s

Rubens Neiva (MTb 5445)

Embrapa Gado de Leite

Contatos para a imprensa

Telefone: 32991994757

Saiba mais…